Luís Delgado e a força G

«É preciso acabar com esta farsa: a que velocidade ia o carro, e quem mandou, ou não se importou que fosse excessiva? Não há ninguém, em carro nenhum, que não se aperceba quando circula a alta velocidade. Não há como. A força G sente-se no corpo. O ministro não pode fingir que não viu, e o motorista não poderia carregar no acelerador, de livre iniciativa, sem que o seu passageiro não desse conta. O motorista sabe tudo, e vai apanhar com tudo. Mesmo que diga que recebeu instruções, para chegar a Lisboa em 5 minutos. Onde está o motorista?»

Luís Delgado

Luís Delgado, moldado no cavaquismo, e sem ter ainda atinado com a correcta colocação das vírgulas, foi um dos mais activos jornalistas ao serviço do laranjal até à chegada de Passos. Para além deste currículo de sectarismo e chicana, é actualmente dono da Visão. Ora, como comecei a dar-lhe dinheiro, fui ler o que tinha para dizer aos cidadãos. E deparei com a javardice acima citada.

O senhor usa o meio de comunicação de que é proprietário para apelar à condenação moral (pelo menos) de Eduardo Cabrita apostando que a investigação vai provar que a viatura ia a “alta velocidade”. Sem tempo para esperar pelos resultados oficiais, sem definir o que entende por “alta velocidade”, salta já para a calúnia assassina: o ministro disse ao motorista para “chegar a Lisboa em 5 minutos”, primeiro, e depois esse facínora do PS foi o tempo todo a desfrutar ávida e perfidamente da tal “força G” que lhe percorria o corpo com atrevida lubricidade. Melífluo prazer subitamente interrompido pela maçada que amolgou o potente BMW (não por acaso, comprado por um traficante de droga).

Portanto, o caso está resolvido. O ministro é o responsável pela velocidade que o seu motorista decida atingir, sempre e a qualquer momento. O ministro é que levou o motorista a atingir a “alta velocidade” na origem do acidente, pelo motorista teriam vindo para Lisboa a 60 km à hora apreciando a paisagem. O ministro não tem defesa porque a força G não mente nem o deixa mentir, trata-se de uma cena que se sente no corpo. Fica-se à espera que as autoridades aproveitem o contributo desta decentíssima cabeça cuja vocação, como se pode ler, é a física da pulhice: usar a trágica morte de uma pessoa como carne para canhão de um ataque político canalha.

Aqui chegados, colhe dizer que há normais, naturais, frequentes, bondosas, até excelentes razões, para se conduzir na faixa da esquerda sem ser para ultrapassar. Sempre que há algo a ocupar a berma da estrada (sinalização, viaturas, pessoas, especialmente viaturas com pessoas) qualquer condutor responsável tem o automatismo de se deslocar para a faixa da esquerda (ou, pelo menos, para a faixa central, havendo três) precisamente para evitar o risco de passar junto dessas presenças que acarretam perigo para si e terceiros só por estarem na berma e/ou a ocupar parte da via. Igualmente, havendo sinalização ou trabalhos de manutenção com trabalhadores e eventualmente viaturas e/ou maquinaria na berma, a atenção dos condutores foca-se na faixa da direita, assim criando uma cegueira momentânea para qualquer coisa imprevista no lado esquerdo da via.

Terá o acidente resultado da fatal associação desses dois factores a conjugar-se com as decisões e movimentos do trabalhador, sendo a velocidade do carro um elemento secundário para a tipologia da ocorrência? Será escusado perguntar ao Luís Delgado pois está sob o efeito de uma outra força G – a força da sua grunhice.

21 thoughts on “Luís Delgado e a força G”

  1. além do condutor e ministro ia mais gente no carro, o polícia que assistiu o ferido até chegar o inem.
    tamém dever ter visto o que se passou, mas ninguém lhe pergunta ou fala nisso. se calhar estragava a estória e matava o assumpto.

    penso que o limite velocidade (120km/h) nas autoestradas apareceu para limitar o consumo de combustível numa altura de crise petrolífera e ficou para sempre como o imposto extraordinário do euromilhões ou a subida do iva para 23%. há menos risco de adormecer a 90km/h numa estrada nacional que a 120 na autoestrada, sai mais barato em combustível e não paga portagens.

  2. Os ministros têm a obrigação moral de ser co-pilotos. O carro do ministro foi roubado pelo Estado a um inefavel cidadão que já pôs o assunto em tribunal. Este ministro não tem charme nenhum quando aparece tem uma imagem péssima, se fôr como pessoa idêntico a imagem é horrível. Foi ele, o Ministro, que teve a culpa, está escrito que os carros dos ministros andam a 60/h porque andam a passear de um lado para o outro e não precisam de chegar a lado nenhum onde vão só beber uns copos e fazer propaganda eleitoral.

  3. Será que o Delgado está a fazer confusão com o ponto G? Coitado do moço. Imagino quantas pívias já terá desperdiçado por confundir ponto e força.

  4. Caramba, primo, espero que uses luvas e máscara quando fazes o copipeiste de textos do calibre deste do Luís Delgado.

  5. Grunhices políticas a parte, será que o senhor Luís Delgado sabe o significado de força? O carro até poderia ir a 100000g, desde que a velocidade fosse 1 km/h. Por outro lado, podia ir o carro a 10 milhões de km/h e se fosse sem aceleração o senhor ministro não conseguiria saber.
    Chama se primeira lei de Newton, e o conceito de velocidade relativa. Certamente que o Sr Luís Delgado não será físico, mas dado que perora sobre conceitos científicos, deve achar como o JGF que é. Afinal nem o 11o ano tirou…

  6. Troque Cabrita por um qualquer ministro de Passos ou Cavaco numa situação idêntica. Seguramente que o seu comentário seria diferente

    Cumprimentos
    José Marques

  7. Subliminaridades

    Primeira página do correio da manha de hoje:

    “SOGRA DE TRAFICANTE PAGA CARRO DE MINISTRO”
    (letras garrafais)

    “Vendedor de droga reconheceu BMW do MAI ao ver notícias sobre o acidente”
    (pequena caixa em corpo minúsculo)

    Temos, assim, a palavra “traficante”, em corpo gigante, subliminarmente associada ao ministro. Numa segunda subliminaridade, o ministro é ainda colado à imagem de chulo e corrupto, visto ser “sustentado” por uma mulher, a sogra do traficante, com a “disponibilização” de um carro. Mas há uma terceira subliminaridade, em que somos informados de que a madama sogra já exigiu ao Estado, essa entidade abusadora com a mania de prender traficantes de droga (para o que havia de lhe dar!), a devolução do automóvel, fazendo do ministro, no mínimo, um abusador, com jeitinho talvez um ladrão.

    Quanto à caixinha pequenininha, repare-se na subtil nuance em que o verdadeiro traficante é carinhosamente reciclado, recauchutado, e passa de traficante a simples “vendedor de droga”. Vendedor, topas? Homem de trabalho, certamente, que só quer fazer pela vidinha para sustentar mulher e filhos, porventura cão e gato, cágado e canário. E agora vem o cabrão do Estado, com o Governo e certamente este ministro à cabeça, impedi-lo cruelmente de ganhar o pão. Uma injustiça.

    Há quem lhe chame jornalismo.

  8. se fosse com o passos ou cavaco nem chegavas a saber que tinha havido um acidente, não havia debates televisivos durante 2 semanas sobre a culpa do ministro, discussões sobre velocidades ministeriais ou confisco de bmw’s a traficantes. o folclore montado à volta desta cena só existe porque a direita não tem ideias e quer a cabeça de governantes para mostrar que existe.

    o azeredo lopes demitiu-se para fazer um favor ao presidente da república e satisfazer um desejo da direita é o que se deduz das notícias de hoje.

    https://www.publico.pt/2021/07/06/sociedade/noticia/tancos-mp-pede-absolvicao-azeredo-lopes-dez-anos-prisao-joao-paulino-1969338

  9. o sr. josé marques lembra-se se estes casos tiveram o mesmo falatório e tempo de antena que o acidente do ministro cabrita?

    ÁLCOOL NA PONTE
    O motorista do ministro da Defesa, Paulo Portas, foi detido a 2 de Março deste ano com uma taxa de álcool de 1,30 grama/l.. O homem, de 36 anos, foi controlado pela brigada de Trânsito, às 01h30, depois de um despiste na Ponte 25 de Abril.
    MORTE NO IC13
    José Maria Martins, motorista do ministro da Economia, Carlos Tavares, perdeu a vida num violento acidente de viação a 15 de Dezembro último, no IC13, entre Coina e o Montijo. O caro saiu da estrada e capotou várias vezes.
    QUEDA NO TEJO
    Carlos Teotónio Pereira, assessor da actual ministra da Justiça, morreu a 16 de Novembro do ano passado depois de a viatura onde seguia ter caído ao Rio Tejo no Cais de Santa Apolónia, em Lisboa, junto à discoteca Lux.
    DESPISTE NA A6
    Dois seguranças do ministro da Defesa, Paulo Portas, escaparam ilesos a um despiste que sofreram na A6, entre Montemor-o-Novo e Évora. Os dois homens estavam em serviço, escoltando o ministro até uma cerimónia a Estremoz.

    https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/morreu-ao-volante-quando-levava-portas

  10. “Não sei se há escutas ou não, agora as pessoas acham que sim” disse a maléfica MFL.

    Hoje pode-se aplicar o mesmo raciocínio para o Cabrita. Não interessa saber se tem ou não culpa. basta que jornalismo ETAR do CM e afins ache que sim. Claro que esta manipulação fétida das coisas agrada aos justiceiros das redes e aos ‘Benitos’ cá do burgo.

  11. Deixemos a idiotice do Delgado acerca da sua criativa teoria dinâmica da “Força G” que ele sente (deve referir-se à força de gravidade que, no caso, não conta) e é a “Força de Inércia” que o comprime contra o banco do carro ou o projecta prá frente quando trava bruscamente, bate numa parede ou noutro carro; são parvoíces tão estúpidas que aferem a opinião de quem a profere.
    A grande mistificação de uns ou ingenuidade de outros neste caso é tornar o acidente dependente da velocidade; afinal em que é que o facto acidente acontecido é consequência da velocidade uma vez o carro circular correctamente na sua faixa de rodagem?
    Naquele instante colidiram, ou coincidiram no tempo e no espaço, o trabalhador e o carro e deu-se o acidente; ora é verdade que se o carro circulasse mais lento podia ter evitado a colisão mas, se circulasse mais rápido também, pelo mesmo motivo da velocidade, podia ter evitado a mesma colisão; isto é, para não haver colisão tanto podia ir mais lento como mais depressa; a velocidade não intervém em nada no acidente.
    E, assim, em todos os acidentes deste tipo; por isso se chama “acidente”, um facto acidental, imprevisível, e no caso, a imprevisibilidade advém única e exclusivamente do trabalhador quando dá, inadvertidamente, o passo para a faixa de rodagem onde circula o carro; pois ninguém que role numa auto-estrada, mesmo vendo alguém em trabalhos na dita, jamais suspeita que aquele trabalhador de conservação irá atravessar a faixa de alta velocidade no momento que um carro circula.
    Exagerando; alguém que pare numa faixa da auto-estrada vai a velocidade zero contudo a probalidade de provocar uma colisão tende, imediatamente, para o 100% ; se acelerar a fundo o carro atingirá um limite ou, caso a velocidade crescesse continuamente em aceleração a possibilidade de acidente tenderia para 100% igualmente e aqui tanto num caso como noutro a velocidade seria consequência do acidente ou auto-acidente.

  12. O delgado fala ou escreve como um burgesso analfabruto.

    É sabido que, a um qualquer veículo ligeiro, para poder matar quem atropele, com elevada probabilidade, basta-lhe circular a 45 km/h (quarenta e cinco quilómetros por hora) no momento do impacto.

    Confirmem isto com os doutos Especialistas do Técnico, que sabem muito bem que é assim.

    Se não tiverem o telefone de nenhum deles à mão, há milhentas publicações de acesso livre e gratuito, com Estudos científicos que comprovam esta afirmação.

    Esfreguem-nos a todos na cara neste delgado até a transformarem num bolo de merda e depois perguntem-lhe se o tal carro que sofre da força oculta G, em que ele se desloca, circula geralmente a 45 km/h nas auto-estradas.

    Se não circula, digam a esse javardo dum cabrão que é também um potencial assassino.

    E que talvez não fosse má ideia demitir-se ele também, preventivamente, pelo menos do contacto directo com gente civilizada, ou com meros animais racionais e pagantes de jornais.

  13. Caro Sr, qual a parte de “situações iguais” é que não percebeu?

    o sr. josé marques lembra-se se estes casos tiveram o mesmo falatório e tempo de antena que o acidente do ministro cabrita?

    ÁLCOOL NA PONTE
    O motorista do ministro da Defesa, Paulo Portas, foi detido a 2 de Março deste ano com uma taxa de álcool de 1,30 grama/l.. O homem, de 36 anos, foi controlado pela brigada de Trânsito, às 01h30, depois de um despiste na Ponte 25 de Abril.
    MORTE NO IC13
    José Maria Martins, motorista do ministro da Economia, Carlos Tavares, perdeu a vida num violento acidente de viação a 15 de Dezembro último, no IC13, entre Coina e o Montijo. O caro saiu da estrada e capotou várias vezes.
    QUEDA NO TEJO
    Carlos Teotónio Pereira, assessor da actual ministra da Justiça, morreu a 16 de Novembro do ano passado depois de a viatura onde seguia ter caído ao Rio Tejo no Cais de Santa Apolónia, em Lisboa, junto à discoteca Lux.
    DESPISTE NA A6
    Dois seguranças do ministro da Defesa, Paulo Portas, escaparam ilesos a um despiste que sofreram na A6, entre Montemor-o-Novo e Évora. Os dois homens estavam em serviço, escoltando o ministro até uma cerimónia a Estremoz.

  14. tem razão sr. josé marques, os que agora pedem explicações sobre tudo o que se passou no acidente do cabrita são os mesmos que não responderam a nada nos acidentes em que estiveram envolvidos.

  15. O sr. ministro Cabrita teve um acidente ou montou uma emboscada ?
    Espero que o Correio da Manhã dê a resposta definitiva sobre a quase certeza que o país hoje tem !

  16. A mim o que mais me espanta é a falta de vergonha destes grandes filhos de puta. Sim, porque eu não acredito
    que este cabrãozão deste Delgado seja tão estúpido e ignorante como o seu escrito mostra.
    Estúpido será e não pouco e já não é de agora, e hà muito que todos o sabemos.
    Mas para além disso, e acima de tudo, ele é um reles canalha, um bronco sem pingo de vergonha e honestidade na puta da tromba.
    Já agora, vais-me desculpar Valupi, mas chamar jornalista a um javardo destes não será um elogio que lhe estás a fazer?

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