Lígia Portovedo, oiçam-na

Em boa hora o Estátua de Sal trouxe estes amigos.

Quatro notas de interesse:

– José Afonso Ferreira a mostrar como a estupidez (a sua) é o mais fértil terreno para o ódio político (o seu).

– Luísa Maia a mostrar como o pavor político de Sócrates fundamenta os seus juízos morais e as suas avaliações das decisões judiciais.

– Eldad Mário a mostrar como, mesmo entre os socialistas que gostavam de defender plenamente Sócrates dos abusos e violência de que é vítima, a situação chegou a um ponto de irreversível afastamento para defesa do partido.

– Lígia Portovedo a mostrar como uma visão desapaixonada da Operação Marquês só pode levar a uma apaixonada indignação contra a operação política em curso disfarçada de processo judicial.

13 thoughts on “Lígia Portovedo, oiçam-na”

  1. Assédio moral
    Viés confirmatorio
    Efeito de halo
    Quem tem de provar não é ele
    E imaginem se o árbitro dos jogos do Benfica fosse sempre o mesmo e trabalhasse ao lado (e fosse amigo) do treinador do Benfica, hum ? O que é que vocês diriam?
    Tal e qual !

  2. Cortina de fumo para que não seja possível ver os verdadeiros e importantes corruptos a atuar em Portugal.

    E ele presta-se a isso, aceita o papel de fera, quando afinal não passa de um cordeirinho a mando dos grandes corruptos…

  3. vou disparar um tiro , fogo amigável : não há-de ser esse , porque esse homem é doido de todo , li uma vez uma cena no Sol a defender o Rey Juan Carlos e o homem só dizia barbaridades , mas mesmo barbaridades lunáticas , nem sei como escreve num jornal. adenda
    Eu gosto muito do Rey , conste , e não vou avaliá-lo pelo fim de vida , mas mais valia o cromo atacá-lo …

  4. fui ler aquela porra e afinal não tem importância para tanta página. o pacheco afinou com a “liberdade de expressão” do esteves porque este usou-a para o difamar. nada que ele não faça e seja exímio. deve pensar que tem a exclusividade da ordinarice e vai apresentar queixa ao ministério público, que tamém concorre no mercado com fugas para o correio da manhã.

  5. Porque é que ainda não se sabe quem é o colectivo de juízes ?
    Para o Salgado e o Vara é o mesmo dos Vistos Gold.

  6. Referindo-se a José Sócrates, mas evitando pronunciar-lhe o leproso nome, aquela coisa-a-modos-que-assim-a-modos-que-lamentável em que se transformou Ana Gomes redescobriu ontem, de olhos esbugalhados e fremente de pia indignação (que saudades das orgásticas sessões de auto-crítica da “Revolução Cultural”), perante um painel de criadagem merdiática salivante, a seguinte evidência:

    “Essa figura já demonstrou, aliás, pelas palavras com que já mimoseou a direcção do PS, que não se vai encolher.”

    É esse o verdadeiro problema. Num país em que se elogia e cultiva a “humildade” como virtude suprema, num país que muitos pretendem cristãmente humilde por opção e vocação, conformado e conformista, obediente e masochista, alguém que contraria a norma, a tendência geral de auto-imolação virtuosa, alguém que não dá a outra face, não verga, não se encolhe (no patuá da virtuosa esbugalhada), só pode ser mesmo a personificação do Grão-Tinhoso, o mal absoluto, a heresia suprema. E só há um modo de lidar com o sacana do mafarrico: os tratos de polé, a fogueira purificadora, a redução a cinzas, a transformação em pó, a destruição total. Só assim a virtude triunfará e a humildade redentora provará, mais uma vez, ser ela o caminho, a verdade e a vida. O país não terá perdão enquanto contemporizar com o pecado e o pecador supremo não for crucificado. Poderemos então voltar todos ao ramerrame do pecado regularmente praticado, periódica e humildemente confessado, 20 padre-nossos, 10 ave-marias, tudo como antes, quartel-general em Abrantes, estás perdoado.

  7. Que me perdoe a heresia do desabafo o meu amigo Lucas, discípulo sincero do outro crucificado e, por via dessa sinceridade, adepto verdadeiro do amor ao próximo, que por aqui destoa corajosamente da “humildade” hipócrita dos fariseus.

  8. O facto de ontem, em manifestações contra Sócrates, como personificação do mal absoluto, se exibirem fotos de Rui Pinto (vi ontem, a sério, com estes olhos que a terra há-de comer!), promovido a representação heróica e perfeita da virtude, por oposição ao mafarrico, mostra bem o extremo de absurdo kafkiano a que esta merda chegou. Extremo de absurdo, de irracionalidade, alienação e estupidez, absolutamente assustador para quem ainda tenha um mínimo de lucidez!

  9. Camacho, não encontro heresia no teu comentário. Não há dúvida que é a mesma fogueira de expiação que arde na praça aguardando o desgraçado da vez. São as obras que revelam a fé e não os títulos. Os cobardes infiltram-se nas correntes de multidão de cada momento, fazendo coro com a posição dominante, seja ela conduzida por vivências distorcidas da religião seja por quem encontra o seu ganha-pão a colocar fardos de palha de ódio na mangedoura mediática. Quem acima de tudo acredita que toda a gente é pessoa não se intimida e não se cansará de despejar baldes de água de humanidade nesse lume de origens primitivas. Pouco importa se habituado a sinalizar o mistério de se sentir vivo com ritos imemoriais se com fé em que isso se deva somente ao acaso.

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