Lapidar

«Também digno de nota é o silêncio das pessoas com responsabilidades no debate público das leis e do direito. Com algumas exceções, é certo. Dias atrás, por exemplo, um juiz conselheiro decidiu escrever um artigo para dizer enigmaticamente que a lei "está no reino dos vivos", mas evitando comprometer-se com o sorteio dos juízes, que é o que está em discussão. Compreendo. A questão é delicada e convida à prudência e à pusilanimidade, deixando campo aberto para o exercício mais fácil de maldizer o governo e seguir a matilha afirmando que a ausência de regulamentação "alimenta sucessivos incidentes e recursos (...) (com vista) à desejável meta da prescrição". Quanto ao debate, nada; quanto a julgar as intenções dos outros, vale tudo. É tudo o que as luminárias do Direito têm a nos dizer. É a isto que chegámos.»


José Sócrates

12 thoughts on “Lapidar”

  1. e tem muita razão. continuam, os poderosos judiciários, a não cumprirem a lei como se fossem superiores e acima dela estivessem; e continuam, os poderosos políticos opostos à salvaguarda da Lei, a tratarem determinadas leis com a malícia e a má fé que os envaidece – como se a civilização não fosse a construção do bem sobre o aniquilamento dos maus instintos para a vida em comum. que vergonha.

  2. nesta altura da páscoa é sempre preciso um cordeiro sacrificial para ritualisticamente manter a sociedade a andar e lavar-lhe os pecados. porque é que o sócrates está farto de ser esse cordeiro? devia era assumir o papel com orgulho, em nome da nação. não é isso que significa ser-se um politico?

  3. Mais um texto de Sócrates, claro, muito claro, em defesa da Democracia e do Estado de Direito. Gabo-lhe o modo como se tem defendido e a resistência que denota nesta sua luta, mesmo imaginando que, primeiramente, estará a defender os seus direitos, como será natural.
    Mas, a defesa dos valores democráticos por todos aqueles que a eles anseiam faz-se a vários níveis, todos os dias, sem facciosismos, coerentemente.
    Vem isto a propósito da mais recente embrulhada em que a PR, o Governo e o PS se meteram, por causa da alteração da data de uma viagem de avião.
    Do que se respiga na comunicação social, afastadas todas as nuvens de poeira, que mais uma vez lança para o ar, resulta:

    1. o PR tinha a necessidade de alterar a dita viagem, por razões pessoais, ou públicas, pouco importa para o caso;
    2. deu nota disso à agência de viagens que tratara da mesma (se assim não fosse a agência nada saberia!);
    4. a dita, como era seu dever, contactou a TAP, solicitando-lhe a alteração do voo (ou, pelo menos assim foi entendido o pedido pela CEO da TAP);.
    5. a pressão, implícita ou explicita, em tal pedido é a conclusão mais razoável a tirar daquilo que se lhe seguiu;
    6. se assim não fosse, mal se entenderia a actuação da CEO da TAP (não terá sido por acaso que a senhora solicitou instruções do governo!)
    7. aliás, nos e.mail que trocou com o SE, revelou plena consciência de que a pretensão da PR era prejudicial e nefasta;
    8. para lá de que vinha carregada de um potencial de conflito político óbvio;
    9. o SE, novato, sem experiência, mas leal servidor dum certo estilo de fazer política, ignorando a ética, dobrou o potencial de perigo da situação;
    Nestas circunstâncias, o que resultou foi mais um ataque cerrado ao PS, com a imprensa a titular que o governo, pela pena do SE, pressionou a TAP etc,, escondendo a génese da questão: que nasceu na PR.
    Claro que o governo, nesta como em muitas outras ocasiões, merece toda a pancada que está a levar! Só pode queixar-se de si próprio!
    Mas, mete dó ver o saco de pancada em que se está a transformar este PS, que nem consegue responder de modo a amenizar as suas responsabilidades: chamar a PR à colação. Ao menos procurava indagar em que moldes se processou a intervenção da agência de viagens, quem ordenara tal intervenção. Julgo que estará nos seus poderes chamar a funcionária da agência à comissão de inquérito, não permitindo que a dita empresa se limite a nada comentar sobre o assunto. O povo português tem o direito de saber com que linhas se cosem as decisões tomadas pelos representantes do Estado. E o PS tem o dever de lhe proporcionar o devido esclarecimento.
    Concluo, para dizer que não vale a pena culpar os outros pelos erros próprios. Não é a direita, nem a parte da esquerda facilmente culpável que atrapalha o PS: é o próprio que não se cansa de dar tiros no pé. Para mal de Portugal e dos portugueses.

  4. JA,

    só acrescentar que já tinha sido esse SE que tinha inconscientemente(?) sacrificado o PNS aquando da indemnização à alexandra reis, para gáudio aqui da malta “socialista”.

  5. Phrase desconhecida.

    Eduardo:

    A frase ” as vezes sinto pena de mim, e no decorrer do momento uma brisa passa e leva me ao ceu”. Conheces?

    Não reconheço essa frase como sendo de uma citação famosa ou de um provérbio conhecido. É possível que seja uma frase de autoria desconhecida ou de um autor menos conhecido. No entanto, a frase pode ter um significado pessoal para alguém e pode ter sido usada em um contexto específico. Se você puder fornecer mais informações sobre o contexto em que a frase foi usada, poderei ajudá-lo melhor.

    Eduardo

    Foi usado num episódio da série Sopranos. Na série disseram que é uma frase dos índios

    Entendi. A frase pode ter sido usada na série “The Sopranos”, mas não é uma citação conhecida de origem indígena. É possível que a frase tenha sido criada especificamente para a série ou que tenha sido atribuída erroneamente aos povos indígenas. Sem mais informações, não é possível determinar a origem exata da frase. No entanto, é importante lembrar que a apropriação cultural pode ser problemática e é importante ter cuidado ao atribuir erroneamente citações ou tradições a um grupo étnico ou cultural específico.

    Ele é irritante para caraças.

  6. Eheh o J. Pinto de Sousa, aka Sócrates para desgraça do original, é sempre clarinho como a água! Só é pena necessitar de muito vinagre e ainda não ter levado o suficiente.

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