Livro de Recitações
“Estranho povo este, que não olha para as eleições como se de um circo se tratasse”
Luís Aguiar-Conraria, in PÚBLICO, 24/09/2019
Com esta frase irónica, o professor de economia da Universidade do Minho e colunista deste jornal terminava um artigo onde mostrava que há sinais claros de que o modo como a campanha eleitoral e os debates entre os partido são tratados pelos jornalistas, em que o pressuposto é que o povo fútil e ignaro quer é espectáculo de diversão, não corresponde à verdade e é afinal esse jornalismo que oferece o espectáculo pindérico da sua ignorância e irresponsabilidade. Uma pesquisa mais funda e alargada talvez mostrasse que este equívoco está generalizado e as elites responsáveis por um “editorialismo” que tudo faz para satisfazer o cliente afinal satisfaz menos clientes do que supõe e aliena grande parte da clientela que, à partida, estaria segura. Quando as “elites” já nem sequer estão ao nível das massas porque estão abaixo, então algo está errado nisto tudo e precisa de ser repensado.
Lapidar, mesmo. e estão a fazer a mesma coisa com o gravíssimo problema, o pai de todos os problemas, que é a destruição do nosso inimitável habitat : os jornais estão a fazer disto um circo, metem nojo.
bom , pensando bem até há uma certa coerência na cena , posto que nos merdia já não há jornalistas, só há palhaços.
Se for verdade que os inscritos nos cadernos eleitorais com menos de 40 anos de idade não votam, e que a maioria desses nunca votou, é provável que seja comercialmente vantajoso fazer das eleições um programa de entretenimento, tipo big brother ou as tardes da júlia, destinado a ser consumido pelos outros eleitores.
Isso não é bom nem é mau. É o resultado da confluência das condições objetivas com subjetivas, as duas simultâneamente.
As objetivas: existência de televisões que fazem entrar nas casas das pessoas todo o género de programas rascas.
As subjetivas: eleitores que vêm, com gosto, sofregamente, durante todo o ano, esse tipo de programas. Estão treinados no seu consumo. Com agrado.
A importância que as coisas têm é apenas a que nós lhe atribuímos. Nada mais.
Os mérdia portugueses continuam a não perceber que já perderam o jogo e que o seu poder, afinal, não é ilimitado, como chegaram a crer nos “anos loucos” da crise internacional e do Governo de José Sócrates. Resta-lhes esbracejar e espernear, no seu estertor ridículo.
Tele-espectadores escaldados, de televisões apagadas têm medo… Safa!
o conamaria é palhaço de serviço na universidade chen de braga. oposição ao regime que o subsidia como forma de chantagear mais subsídios e continuam a pagar a traidores em nome da liberdade de aspersão.
Lapidar, de facto. Excelente texto.
o melhor escritor de opinião da nossa praça #handsdown
Trata-se do resultado a que chegou, não as “elites” mas os tacanhos “donos” dos media que, desde a falsa ideia de que vendiam um Presidente tal qual um sabonete, interiorizaram tal ideia e logo trataram de planear “redacções” dispostas a concretizar o plano de conseguir “vender” como sabonetes na praça pública das TVs todos os políticos dispostos a tornarem-se “produtos transacionáveis” fabricados nessas “redacções” dos media.
Contudo, tal como todas as teorias histórico-sociais-filosóficas, sistémicas ou não, vão falhando, elas sim, sistematicamente, também uma simples ideia “de super-marché” jamais poderá subsistir além de poucas décadas.
Por mais que queiram reduzir o homem a uma máquina e um funcionamento nunca o conseguirão pois aquele tem dois mundos que se interpenetram; o do pensamento que interpreta e forma juízos e o outro da existência sobre o qual age como comportamento.
A história da civilização comprova que o homem reage sempre à tentativa da imutabilidade.