José Diogo Quintela, um homem do cacete

O braço direito de Ricardo Araújo Pereira vendeu um serviço ao Observador intitulado Em Portugal pensa-se pouco Inês Pedrosa. Trata-se de um exercício de humor muito bem conseguido, tendo deliciado a audiência do meio. Vale a pena analisar o seu conteúdo para entendermos o que faz rir aqueles a quem o brilhante Zé Diogo vai buscar os aplausos quando não está a dar emprego a padeiros.

Começando pelo fim, Sócrates e o PS. A malta adora o Sócrates e o PS, precisa que haja alguém a falar deles diariamente. Para dizer algo de novo? Isso causaria horror nos limites cognitivos destas boas pessoas, pelo que os profissionais do socratismo, esses craques que enchem os bolsos a vender Sócrates e socialistas ao povão, apenas têm de pôr a cassete “Sócrates corrupto! Socialistas ladrões!” e ’tá feito. Funciona como antidepressivo.

É no miolo que encontramos a parte mais gostosa do casqueiro servido pelo Zé Diogo, mais gostosa do ponto de vista dos consumidores do produto. O autor aproximou-se do teclado com uma ideia bem amassada: ia defender João Miguel Tavares do ataque de uma mulher. Um ataque inaceitável não por esta ou aquela razão, coisa em que não perdeu um grama de farinha, mas por vir de uma mulher que não lhe dá tesão. Dêmos a palavra ao patrão de padeiros:

– “Comparada com Raquel Varela que, por ser jovem, bonita, esguia e bem arranjada, acaba por parecer superficial e fútil, Inês Pedrosa ganha uma gravitas que não possui.

– “Inês Pedrosa é uma porteira

– “Inês Pedrosa pode pensar em padeiros. Pode até pensar sobre padeiros. Mas vê-se que não pensa padeiros. Há quanto tempo não verá um?

Ou seja, o Zé Diogo usou o Observador para partilhar connosco a sua experiência visual quando olha para Inês Pedrosa. E o que ele vê é uma fêmea que não é “jovem”, nem “bonita”, nem “esguia”, nem “bem arranjada”. Aquilo lembra-lhe uma “porteira”. Uma porteira sem vida sexual, conclui à patrão agarrado ao seu cacete.

Este texto coloca um dilema: devemos denunciá-lo se com isso estamos a contribuir para dar notoriedade à violência que espalha no espaço público? Cada um que responda por si. Por mim, conhecer a miséria moral dos actuais triunfadores mediáticos é pedagógico. Quem pretende humilhar alvos sociais ou políticos através do género, da idade e de características físicas é perigoso. Para além dos danos que causa quando espalha esse tipo de discriminação, danos nas vítimas e danos pelo contágio social que promove, fica ainda a certeza de que se está pronto para cometer danos maiores. É do fermento.

25 thoughts on “José Diogo Quintela, um homem do cacete”

  1. O artigo do fedorento, como foi publicado no Observador, é lá que está bem. A mim não me incomoda por que não o leio, e a quem o lê como periódico de referência também não porque os níveis de um e de outro são semelhantes. A Inês Pedrosa que lhe responda e lhe chame aquilo que ele é, se entender que vale a pena.

  2. “Obrigado” pelo Valupi, e para poder opinar com conhecimento de causa, fui ler a prosa do engraçadinho, após o que tentei igualmente ouvir a Pedrosa, na RTP Play. Logo a abrir, debitou o apresentador do programa, um tal Pedro Vieira, a seguinte pérola:

    “Começamos, como sempre, com o FAITE DÁIVAR da semana, eleito pelo nosso painel.”

    O quê??? What??? Comment??? Tive de meter dois dedos numa tomada para energizar os meus pobres dois neurónios solitários e tentar decifrar a misteriosa referência, o que consegui depois de três sessões de 220 volts que quase me fritaram a nevróglia. “FAITE DÁIVAR” é simplesmente uma maneira pós-pós-pós-pós-pós-pós-moderna de referir aquilo que os antigos, os cotas afrancesados como eu, conheciam como “fait-divers”. E o “FAITE DÁIVAR” eleito, para nossa felicidade, era precisamente o discurso da importante figura que, no pretérito 10 de Junho, teve a generosidade de nos brindar com o que pensa do/no/sobre/o/a porra do país, lançando o país pensante e opinante num estado de doloroso priapismo de que, provavelmente, só conseguirá sair com duas dúzias de punhetas bem esgalhadas.

    Derreado por esta cansativa odisseia, confesso que, sobre a prosa da Pedrosa, pouco consegui ouvir, graças àquele estimulante e esclarecedor modelo de “debate” em que os participantes se atropelam democrática e constantemente uns aos outros, não conseguindo o pobre ouvinte acompanhar um único raciocínio até ao fim.

    Quanto ao fulcro da complexa problemática que aqui nos traz, admito que nunca pensei no padeiro humorista, nunca pensei sobre o padeiro humorista e não tenciono, no futuro próximo ou remoto, pensar o padeiro humorista. Confesso, aliás, que quero mesmo é que o padeiro humorista se foda.

  3. O Quintela é cheio de trampa, aquela de argumentar com a falta de padeiro num discussão politica é mesmo rasca. Juntando-se-lhe as graçolas do Araújo podemos dizer que os gatos fedem como nunca.

  4. já sei mais alguma coisa… quem começou as hostilidades foi a senhora pedrosa , além disso nunca ouvi piadas sexuais com padeiros ( carteiro e leiteiro é o usual) , mais parece uma manobra valupina a chegar a brasa a sua sardinha como se fosse uma peixeira , interpretando a cena de uma forma completamente abusiva. leu o nome sócrates e espumou de raiva , vai tudo à frente.

    “Pedrosa acrescentou outras considerações que merecem ser reproduzidas ipsis verbis:

    “(…) Aquele discurso deve ser feito por quem está habituado a pensar sobre o país (…) É ofender o país todo, chamar alguém que não é adequado, cuja função não é aquela [pensar sobre o país]. (…)”
    “Ele não é um escritor… Ele próprio [JMT] se assumiu, e bem, que foi chamado por ser um homem comum”.
    “Essa ideia de se chamar um homem comum, então que chamassem o melhor padeiro de Portalegre (…) Isto é populista e anti-democrático.”

    Toda esta narrativa de Inês Pedrosa, complementar à de Porfírio Silva, reflete bem a arrogância social, cultural, política e ideológica da esquerda bem pensante — que já tinha descrito aqui. Encarcerados nos seus castelos do mundo cultural lisboeta, adulando o P”

    https://observador.pt/opiniao/por-que-razao-a-esquerda-tem-medo-dos-padeiros-de-portalegre/

  5. Já que o homem fala do seu negócio de padarias será oportuno lembrar um post de Daniel Oliveira comentando declarações do sócio do Sr. Quintela (janeiro de 2017): “Note-se que 25% da massa salarial implica uma percentagem absurda de trabalhadores (perdão, “colaboradores”) com salários abaixo de 557 euros (perdão, em “regime de transição”)…. Não me espanta que quem baseie o seu negócio nos salários baixos considere que a grande prioridade dos portugueses não é o aumento do salário mínimo (que só interessa aos políticos, claro), mas a liberalização dos despedimentos, o fim dos limites legais ao horário de trabalho e uma redução considerável do pagamento de horas extra, não penalizando as empresas que contratam menos trabalhadores do que aqueles que necessitam para funcionar”
    https://expresso.pt/sociedade/2017-01-25-As-declaracoes-do-patrao-da-Padaria-Portuguesa-que-estao-a-marcar-o-dia

  6. E se fosse o Vieira? Sei lá…

    Ó Valupi, já viste no que está transformado o teu blog? Tens a certeza que isto não é o forum dos diabos vermelhos?

  7. Arrisco-me a dizê-lo, sóbrio: Este blog aceita todo e qualquer comentário, encapotado ou não, é uma opção que tem de se respeitar, embora custe e, na minha opinião, não esteja bem: direita e direitista, esquerda e esquerdista, democrata e fascista, pacifista e trauliteiro, racista e anti-racista, bronco e educado, linguagem correcta e linguagem rasteira, etc e tal. Não sou pela censura, conheço-a bem, vivi com ela mais de quarenta anos; sou pela liberdade de expressão, de opinião, mas há limites, até legais, que devem ser respeitados e defendidos, intransigentemente.

  8. Magnífico texto, Sr. Valupi. Adoro vir aqui ler estes textos tão esclarecedores e sensatos! Obrigada. Já ao estabelecimento do padeiro Zé Diogo, nunca irei lá por os pés, nem dar dinheiro a ganhar, pois, além de tratar mal os funcionários, segundo li na comunicação social, agora ainda mais constato o seu grau de mediocridade e cobardia quando ganha uns cobres lambendo as botas aos poderosos com uns comentários misóginos…tomara ele chegar aos calcanhares de Inês Pedrosa….

  9. Tem razão, foi um excesso da minha parte.
    A exasperação que sinto quando vejo as suas opiniões, sectárias e maliciosas, é tal que não me contenho.
    Como se pode confirmar, vossa excelência lança boatos, repisa falsidades e, percebe-se, que acampou no blogue para destabilizar e descredibilizar. Parece concertado. É comum nos poucos blogues que não fazem a apologia do discurso de politica baixa da direita, papagueado pelo mainstream mediático.
    Defende o indefensável: a boçalidade, a mentira, o assassinato de caracter, a calúnia, etc. Tudo serve para justificar ou enaltecer a “bondade” dos seus eleitos: Cavacos, Loureiros, Passos, Durões, Portas,…e outros criminosos.
    Quanto ao “Paper” que me sugeriu, penso que nem sequer o leu, pois ilustra técnicas que não pratica.
    Dada a função (paga, calculo) que você desenvolve neste blogue e a forma pouco construtiva como a pratica, seria frustrante e ridículo discutir consigo fosse o que fosse (era o que eu resumidamente afirmava na posta anterior)
    O Valupi permite estas intrusões porque deve pensar que são salutares para a actividade do blogue. Não o creio. Nas transmissões militares chama-se “empastelamento”.
    Posto isto, gostaria de lhe sugerir que se deslocasse ao pénis mais próximo e por lá se deixasse ficar.
    Está melhor assim?
    ?
    Obrigado

  10. ok, permita-me esclarecer alguns pontos :

    Acampo aqui há bem mais tempo que o Vieira, antes da paixão do Valupi pelo zézito, quando o Daniel de Sá e o Fernando Venâncio aqui escreviam e a caixa de comentários estava cheia de gente gira , como Tubarão e o Z , continuo a vir cá porque o Homem é um animal de hábitos e às vezes os posts fazem-me rir( também dou uma espreitadela à igreja protestante aqui ao lado ,simples curiosidade).

    Não gosto de políticos no geral, detesto banqueiros e financeiros em particular, a minha onda é o anarcocristianismo : acima de mim , só Deus.

    Percebe-se que é tuga pois não consegue entender a ironia.

    Diga lá que carácter assassino eu : o do zézito Kitsch que plagia capítulos inteiros de livros? não preciso, o homem pratica a autodestruição.

    Obrigada por me ter mandado para o pênsis mais próximo, é exactamente desse que eu gosto.

    Sem mais, até qualquer dia.

  11. ó yo até podias se fundadora deste pardieiro (como o val o classifica), quando debitas uma asneira, ela não deixa de a ser.

  12. Dantes:

    “Beija-me na boca e chama-me Tarzan. Let’s live in a tree!”

    Agora:

    “Agarra-te ao silicone (na mesa de cabeceira mais próxima) e chama-lhe Zezito. Let’s live in Aspirina box!”

  13. “A abertura a novas informações e a procura de erros são os dois factores fundamentais para compreender adequadamente a natureza das provas em geral. Porém, porque o papel das novas informações é também corrigir os erros anteriores e não apenas acrescentar crenças, o factor realmente cimeiro com respeito às provas é a procura de erros.”

    do meu amigo Desidério Murcho

    não percam tempo comigo , se alguma vez ligasse aos que os outros dizem teria tido uma vida miseravelmente infeliz e andaria sempre tão mal disposta como os senhores. Olé !!!

  14. “Novo Dicionário dos Zezito Lovers”, pág. 666, linha 69:
    ‘mal disposto’ – indivíduo do sexo masculino, feminino ou LGBTABCDEFGHIJKLMN… alérgico ao silicone.

    “Dicionário dos Cotas Irrecicláveis”, pág. 666, linha 69 e seguintes:
    ‘maldisposto’ – indivíduo do sexo masculino, feminino ou LGBTABCDEFGHIJKLMN… que tem por hábito rir a bandeiras despregadas de uma boa anedota.
    NOTA: Este dicionário, destinado apenas a cotas alfabetizados, não regista ‘mal disposto’.

  15. “…meti-lhe um dedo no cu e ficámos assim”
    do meu amigo João de Deus ( aka João César Monteiro)

    Não vale a pena tentar puxar pelos galões que não ganha nada com isso. Entretenha-se, antes, a puxar pelo apêndice mais próximo enquanto bolsa mais umas tretas sobre o Zézito kitsch.

    Nem me estava a referir ao desgraçado do mafarrico mas, por acaso, leu algum livro dele?
    Diga-me onde descobriu plágio em “A confiança no Mundo” e porque terá ele escolhido um tema desses para desenvolver? Porque não terá este “criminoso” escrito um romance histórico/fantástico/conspirativo à la Orelhas? Quem terá, então, tido paciência para expressar uma linha de raciocínio tão convicta e assertiva, revelando preocupação com assuntos ligados à qualidade da democracia, para depois deixar este “bandido” assinar a obra?

    Já o disse e repito: Teria, concerteza, muitos defeito a apontar ao Zézito mas, tendo em conta o cerco/circo mediático montado ao personagem permito-me divergir da borregada que diz que não gosta de políticos (principalmente dos de esquerda e PS então…) e desconfiar da unanimidade que junta certos jornalistas, comentadores, empresários, militantes partidos de direita e outros filhos de puta. Eu nunca vi indīcios daquilo que se apregoa e nada foi provado. É o: conheço um gajo, que é primo de uma gaja, que diz que ouviu dizer, que diz que disse, que diz que sim, que ele é paneleiro. Mas o Zézito já não se levanta e o pessoal continua a sua masturbaçãozinha doida até à ejaculação final.

    Lembro-me da raiva que um amigo tinha ao Zézito, porque era corrupto, ladrão e falava mal inglês. Ora, este rapaz trabalhava numa agência de viagens, aceitava subornos para direccionar grupos e não debitava uma palavrinha que fosse no referido idioma. Enfim, mesmo à tuga.
    Quer queiramos, quer não, todos somos políticos, todos fazemos escolhas.
    Mas eu não preciso de um bode espiatório para justificar a merda que sou ou faço.
    Ai, ai, defendi o Sócras. Sacrilégio!
    Mais uma carpideira do querido líder p’rá fogueira.
    Ora fodei-vos, digo eu.

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