É completamente indiferente o resultado das eleições gregas. Tanto faz que vença este ou aquele. Tanto faz que haja Governo de maioria sólida, frágil ou sem ela. Pode a Grécia ser mais forte do que a Europa e a economia mundial? Podem 11 milhões de habitantes esvaziar as carteiras aos restantes 480 milhões, fora os americanos, chineses, russos, indianos e timorenses?
O grau de leviandade que se instituiu no comentário político profissional, onde se diz haver uma senhora alemã má como as cobras que estará a dar cabo da civilização por pirraça ou onde consta que o empobrecimento é merecido por nossa grande culpa, estupidifica o espaço público e consagra o absurdo como a nova normalidade. Que os políticos tenham de repetir fórmulas convencionais para irem mantendo a ordem social evitando ou reduzindo o pânico sempre pronto a irromper por influência mediática, está de acordo com o seu job description. Que os patrões de imprensa prefiram o circo à escola, eis um dos preços a pagar pela democracia.
A complexidade da arquitectura do Euro à mistura com a complexidade dos sistemas económicos e financeiros globais gerou esta situação em que ninguém vislumbra uma solução óbvia, ou consensual, ou meramente razoável para os sucessivos problemas europeus. Atacar os políticos por causa da sua desorientação e impotência é dar um notável sinal de estultícia. Pura e simplesmente, não saber o que fazer resulta da lucidez. Nunca na História apareceu desafio igual, precisamente por causa desta democracia cada vez mais enraizada no futuro e das suas dinâmicas culturais, sociais e eleitorais.
Nos últimos 100 anos o nosso continente foi destruído duas vezes. Ficámos a saber que o mal pode ir sempre aumentando, mesmo para lá do imaginável, e que só a inteligência, servida pela coragem, se lhe pode opor. Em nome de todas essas mortes, desse horror abissal, temos de festejar a felicidade de viver numa Europa onde o povo soberano se cumpre em liberdade. O resultado, seja ele qual for, será este: já ganhámos!
Se isto se recompuser sem recurso às armas, também digo “já ganhamos”. E muito. E nada será como dantes. Pode ser mesmo o inicio de uma nova era se, entretanto, do outro lado, Obama não for esmagado pelas máfias, quero dizer, pelos “mercados”.
tipo perigoso , colaboracionista ,tu. tb os havia dantes , nada mudou mesmo debaixo do sol , então. democracia patati patata ? daaaa. jajajaaaa ele há cada uma.
e larga lá a retórica , não tens jeito nenhum para arengar. é só disparates.
e sim , espero que hoje à noite a 1ª machadada a sério seja dada na europa dos políticos néscios e que se começe a desmoronar o império. sensatos os políticos ? burros , vendidos , corruptos , cobardes , isso sim.
O chamado «problema de Gulliver» que vai definir as relações europeias no futuro previsível é mais simples do que parece. Resume-se a isto: como é que os liliputeanos conseguem manter o gigante amarrado mantendo as aparências de «igualdade e conveniência mútua» decretadas no papel?
A resposta, em minha opinião é «não conseguem».
Mas seriam conseguidas outras coisas bem mais desejáveis se as potências vencedoras da última guerra mundial — já nem digo sequer «pedissem desculpa» pelos crimes do passado, como está na moda pedir aos raríssimos sobreviventes das câmaras de gás antisemitas do nosso imaginário, que de vez em quando emergem da obscuridadee aqui e ali, para receber uns dinheiritos neste ano da graça de 2012, quase 70 anos depois do alegado extermínio de homens, mulheres, velhos, recém-nascidos e fetos — mas tão só procurassem evitar a acumulação de mais e mais insultos, atoardas, e calúnias, procurando finalmente a reconciliação, a verdade e a justiça.
A primeira coisa a fazer é rever o que tem de ser revisto. «Rever» quer dizer olhar outra vez, ver de novo. E «reconciliação» é um conceito que requer mais do que um participante.
Pois é, é preciso é manter o status quo, apesar de o criticarmos. Eu, pela minha parte e pela primeira vez na vida, desde o 25A74 não vou votar. Não votarei mais, enquanto a democracia for o sustento do capitalismo, cada vez mais desbragado, a que se vai assistindo. Vivemos em democracia, só porque vamos votar? Não creio, e os resultados estão à vista, nunca o estiveram tanto.
Parece-me um sintoma do síndrome de Estocolmo!
«Síndrome de Estocolmo»? Sem dúvida. Para além de arrependidos das suas próprias patifarias — reais e imaginárias — os alemães continuam a adorar pedir perdão pelos crimes de que foram vítimas.
E que ninguém se engane: em matéria de censura sobre a verdade histórica, os governos alemães rivalizam com os franceses e restantes euro-censores a soldo do estado judeu, vulgo a «Pequena Democracia do Médio Oriente», primeiro regime a criar a nova censura global totalitária, instituindo-a no seu território e procurando expandi-la, com considerável sucesso, a todo o mundo, através das Nações Unidas:
1) Proibição de debater o «Holocausto», ou Lei da Proibição nº 1187 (passada em 1986) contra o “denial, trivialization, praise or approval of acts committed under the Nazi regime which are crimes against the Jewish people or against humanity”:
http://www.jpr.org.uk/Reports/CS_Reports/no_3_2000/main.htm#Israel
2) Alargamento do trabalho pioneiro ao resto do mundo:
http://www.mfa.gov.il/MFA/The+Iranian+Threat/Holocaust+denial+and+Antisemitism/Israel+welcomes+UNGA+Resolution+on+Holocaust+Denial+26-Jan-2007.htm
Caro Gungunhana Meirelles,
Referia-me à pergunta:- “Podem 11 milhões de habitantes esvaziar as carteiras aos restantes 480 milhões”?
Estamos reféns de troikas e mandantes e ainda estigmatizamos as vítimas?