Quando, há quatro anos duvidei da nacionalização, quase todos (incluindo bons amigos e especialistas em Economia) me alertaram para o facto de haver um risco sistémico grande em deixar o BPN falir. Sempre contra-argumentei, que não se pode distribuir os danos de alguns por todos – o que se está agora a fazer.
Já nem digo que gostava de ver todas as responsabilidades apuradas. Dos nomes citados, de outros que por aí andam, daqueles que nacionalizaram o banco e dos que permitiram que ele fosse governado criminosamente.
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Como se pode ler pelo seu teclado, este bacano nunca teria nacionalizado o BPN em 2008 calhando ser o ministro das finanças ou o primeiro-ministro à época, nem mesmo que à sua volta os especialistas em economia o alertassem para um sem-número de consequências imprevisíveis naquele contexto que só comparava com o crash de 1929. Por outro lado, tivesse ele sido nomeado procurador-geral da República, há muito que já tinha metido a malandragem no chilindró, não esquecendo esses bandidos que nacionalizaram o banco, mais aqueles no Banco de Portugal que fecharam os olhos, apesar do que o ex-director do Expresso pensava e publicou ao tempo – isto é, ao longo dos anos, mais que muitos, em que teve um jornal à disposição para educar o povo e moralizar a Grei. Tudo somado, faz sentido entregar-lhe o país que ele resolve logo as cenas.
Entretanto, uma das dissonâncias cognitivas literalmente mais espectaculares que anda a ser promovida pelos ranhosos e pelos imbecis diz respeito a este caso: parece que os odiados, boicotados, achincalhados, perseguidos, devassados e derrubados socráticos e demais socialistas malvados foram cúmplices da colossal roubalheira e a eles se deve que a direita do Cavaquistão se tenha safado com os milhões. A troco de quê? Talvez da tal vida luxuosa que o rei da quadrilha tem em Paris, onde se farta de gastar dinheiro em jantares, casacos de marca e telefonemas para deputados socialistas. Pelo menos, é o que o Correio da Manhã garante estar a acontecer, e jamais me passaria pela tonta cabecinha que um dos futuros donos da RTP mentisse aos portugueses em matérias tão importantes. Seja como for, esperarei deitado pela opinião do Henrique Monteiro antes de ter a veleidade de me pavonear com certezas a respeito deste ou de qualquer outro assunto.
Tudo fazem e propagandeiam estes henriques monteiros para lavar a cara dos criminosos cavaquistas que fabricaram o BPN. Querem fazer-nos acreditar que se tratou de um grupinho de adolescentes mais ou menos irresponsáveis e que os tutores, em devido tempo, deviam ter metido na ordem. Infelizmente, esta é a narrativa que está a vingar, de tanto ser repetida. Não fora o caso “Duarte Lima” vir a lume, muito pot culpa da justiça brasileira e, neste momento, os únicos responsáveis e criminosos do BPN seriam o Victor Constancio e Sócrates.
Em vez de termos a fina flor do PSD na grelha, por este BPN do cavaquismo, temos dois socialistas a servir de bode expiatório e o PSD a gozar o panorama.
Constancio foi apanhado de surpresa, como o governo de Passos foi apanhado de surpresa com o ineditismo das contas escondidas do Alberto João, descobertas, imaginem, pela troika! E ninguém se lembra de grelhar o Tribunal de Contas como se grelhou o Banco de Portugal no caso BPN.
Quando é que o PS vai deixar de ser anjinho nas mãos dos sabidões da direita?
Penso que nunca. Até Sócrates caiu como um pato, neste caso do BPN. Que os clientes do BPN ficassem sem o seu dinheiro e pedissem responsabilidades aos cavaquistas! Com a nacionalização, quem ficou sem o dinheiro fomos nós e os criminosos são Constancio e Sócrates. Os que enriqueceram com o BPN estão a rir-se como tolinhos.
Pelo menos que fique a lição, para memória futura, que esta guerra do BPN foi uma cabazada histórica do PSD sobre o PS anjinho.
Os beneficiários da burla pertencem ao bloco central. Aqui não há anjinhos…Melhor, anjinhos foram os não beneficiários que votaram no PS e PSD e que ora, como eu, são pagantes. Foram, porém, coniventes; embora, concedo, involuntariamente,
A aspirina B obviamente não faz parte dos prejudicados…
a grande questão é como é que um tipo como o monteiro chega a director do expresso? o monteiro faz comntários políticos com a mesma seriedade com que faz comentários sobre o jogo de berlinde. e não fosse estarmos nestes anos de pomposa ignorância dos jornalistas da nossa praça e certamente teríamos o monteiro a mandar os seus bitaites como taberneiro ou como chofer de automóvel de praça. claro que para o monteiro, ter deixado ir o bpn à falência não teria custo nenhum ou vá lá 10 centavos ou uma quantia irrisória de que nem sequer vale a pena falar. aliás os brutos do espanhóis continuam a nacionalizar e lá foram enterrar 25 mil milhões no bankia porque não ouviram o monteiro e as suas certeiras profeciais sobre o passado (e também os austríacos essas bestas, os franceses e belgas com o dexia, e tudo isto bem depois dos anos de chumbo de 2008/2009). o monteiro pertence a um conjunto de ignorantes pomposos que tornaram a classe jornalística naquela que é, hoje em dia, a mais incompetente das classes profissionais na sociedades portuguesa.
“Os beneficiários da burla pertencem ao bloco central. Aqui não há anjinhos…”
qual boloco central, qual caralho, são do psd e amigos do cavaco.
Desde que qualquer patego passou a poder ser jornalista, e até poder alcandorar-se a lugares que lhe dão direito a debitar idiotices em jornais que já tiveram boa reputação, já nada será de estranhar.
O texto, que habilidosamente mistura culpados e decisores, é mais uma amostra da bestialidade duma sociedade que não vê, nem pretende querer ver, mas anseia pelo popular linchamento do primeiro à mão a fim de poder esconder nas sombras quem tem grandes culpas no cartório.
Porque que é que este Monteiro não se dedica à investigação e procura saber o que de facto tem acontecido com as fortunas rápidas deste país?
Não acharão estranho que tanta gente que ainda come à mesa do OE tenha saído das escolas e universidades com os fundilhos rotos e agora, trinta anos depois, seja dona de fartos senhorios e possuam bolsa bem recheada?
Quererá algum dia o sr. Henrique Monteiro contar-nos como vem fazendo a sua deriva?
Donde lhes surgiu a sorte se não acertaram na lotaria ou no euromilhões, nem lhes terá morrido parentela de que herdassem algo que se visse?
O Monteiro é um iluminado com a lâmpada fundida. Esquece a conjuntura, propositadamente, para não abordar a estrutura.
Quem julgou e condenou o Engenheiro Alves dos Reis?
Quem tinha tomates, mas caiu da cadeira.
Mais tarde esse tipo com tomates estava tão cercado que teve que deportar gente para ilhas atlânticas.
E deixou a malta emigrar para que o pão chegasse para os que ficavam.
Este estipêndiado da comunicação social (direitos pª B.B.), mostrou toda a sua
pequenez quando resolveu ir depor na famosa comissão de inquérito sobre o
atentado ao Estado de Direito sancionado por um procurador que, até dizem ser
um bom escritor de ficção, baseado na compra de parte do capital da Média Capital
por parte da PT! Então, esse tal jornaleiro apesar, de ser tu cá tu lá com o Sócrates,
teve com P. Ministro uma conversa de quase uma hora, sofrendo uma tortura, blis-
cões e quase foi “sodomizado”! Por isso, o fulano gosta de ser apertado dado a
conversa ser pelo telefone bastava premir uma tecla e acabava com o “sofrimento”!
Logo, não pode ser um verdadeiro Jornalista é um mero profissional da comunicação
social que trabalha à peça e por encomenda, daí a sua coerência nos comentários ao
caso BPN, que a SIC resolveu mostrar e dar relevo a uma pequena parte!!!