Estou curioso a respeito do resultado que Maria de Belém obterá. Por diversas vezes, no contexto da escolha do candidato do PS para as presidenciais de 2011, aqui defendi ser ela a melhor candidata no páreo com Cavaco. A ter concorrido nessa altura, teria ao seu dispor a máquina do partido e pela frente um Cavaco debilitado pelo rancor e perfídia da sua luta contra Sócrates e os Governos socialistas. Poderia, nessa altura, ir buscar uma parte importante do voto do centro e das mulheres, suficiente para obrigar a uma 2ª volta. Lá chegada, teria fortes possibilidades de ganhar. Em vez disso, Alegre e Louçã boicotaram essas eleições e levaram à incrível derrota da esquerda. Incrível porque é absolutamente incrível que Cavaco tenha sido reeleito depois de ter feito o que fez a partir de 2008, culminando na “Inventona de Belém” e na armadilha de permitir um Governo minoritário num contexto de desvairadas e colossais crises internacionais que deixavam Portugal num estado de emergência financeira, económica e política. Sabemos o que aconteceu logo a seguir à sua reeleição e como daí vieram 4 anos e meio de insanidade e castigo.
Agora, Belém fala para velhinhos e empregados do Estado. É apenas uma entre várias candidaturas que se nivelam por baixo, tamanha a falta de legitimidade histórica e de carisma. Para o cenário ser completamente mau, a crise entre Seguro e Costa revelou-lhe uma faceta sectária que tinha ficado mais ou menos abafada enquanto Sócrates foi secretário-geral. Isso retira-lhe, aos meus olhos, estatuto presidencial. Vê-la a concorrer em 2016 significa apenas que é essa a energia onde carrega as pilhas, ficando como a representante de Seguro nas tais primárias referidas por Costa.
Ignoro por completo por que é que Carlos César, por exemplo, não está na corrida após ter ficado encerrado o capítulo Guterres. Se calhar, por alguma circunstância da sua vida pessoal ou familiar, se calhar porque não teve vontade para tal, se calhar porque o partido não quis. Apenas sei que ele seria o candidato natural do PS, trazendo uma experiência, um perfil e uma atitude que não teriam rival no campo das qualidades que associamos a um Presidente da República de todos os portugueses.
Azar o nosso.
Sim, Carlos César poderia ser um bom Presidente da República, mas não esteve pelos ajustes, resolveu avançar noutra direcção e, entretanto, apoiou, abertamente, para a presidência, o candidato Sampaio da Nóvoa.
Maria de Belém é a pequena vingança de Seguro. A direita deve estar satisfeita com este estorvo colocado no caminho de Sampaio da Nóvoa. Mas estas coisas “pequeninas” são o normal na casa do PS. Na falta de um qualquer Alegre, veio esta senhorinha. Os eleitores são presenteados, mais uma vez, com o PS partido ao meio. Assim, também mais uma vez, a direita pode eleger o seu presidente. Pensei que se tinha aprendido alguma coisa com a união das esquerdas para afastar a direita do poder. Era pedir de mais ao PS português.
A falta de resposta do governo aos ataques cerrados da imprensa vai permitir que dentro de algum tempo o governo de Costa seja visto pelo povo em geral como o rosto da incompetência, do despesismo, do facilitismo e do nepotismo. O governo de Costa está a deixar-se grelhar na praça pública. A direita tem o treino todo para assar socialistas.
Assobiar para o lado vai dar para o torto, muito para o torto, como ficou demonstrado na complacência de Sócrates com a perseguição do Freeport (aceitou ficar anos e anos sobre suspeita, sendo PM de Portugal, julgando que só importava a (boa) governação).
Sim, também nunca percebi por que razão Carlos César nunca avançou. Tinha um historial político de sucesso, fala bem, tem experiência, é muito conhecido, enfim, tem “gravitas”. Mistério.
Marcelo, mesmo que não ganhe as eleições, historicamente, ficará no espírito dos portugueses, como o “Candidato de todos os portugueses”.
Mesmo, e involuntariamente, ficará como o candidato presidencial de todos os seus adversários políticos e de todos os outros concorrentes.
Não haverá nenhum português nestes 105 anos de república, mais “exposto” do que ele.
A Biografia de Marcelo, é actualizada diariamente por toda a gente, aliados e adversários.
Ali não há sombras.
Carlos César é um tiro nos pés dos socialistas do cont’nente.
Mais sorrateiro que o Jardim madeirense dentro do psd.
Muitos já viram e estão calados.
Que remédio se não aguentar, até ver!
Fez bem. Se Cesar passasse esse Rubicão seria karmicamente apunhalado na AR. A segunda os dados estão viciados.
O papel de Ccesar e outro. E o homem de confiança de Costa, todos os PM’s tem um. Segura o partido e serve de conselheiro-mor.
Este país já e suficientemente claustrofobico e nepotista (basta ver os apelidos e afinidades, por exemplo no jornalismo e o condicionamento e mediocridade que gera) não creio que lucrasse muito em ter dois amigos em cargos tao importantes. A politica tem que ser feita com guts e distanciamento pessoal.
não tenho opinião formada sobre esse senhor César. não posso é deixar de referir o que o marido da Belém disse: nunca andou nem na frente nem atrás dela – andou sempre ao lado. tão queridinho. ele é que devia candidatar-se. :-)
O César NÃO porque é preciso para governar o país a partir da Assembleia, carago !
Com efeito, é muito curioso como no PS não se tiram lições dos
erros praticados! Na realidade Cavaco só foi reeleito pela divisão
do PS e pela falta de visão do grande lider sibilante Anacleto, hoje
menos, porque já subiu as escadas do Conselho de Estado!
Das indecisões resulta um consecutivo aumento da abstenção e,
será nesse campo que se poderá obter um forte apoio para a elei-
ção do próximo Presidente … falta aos candidatos, um trabalho
específico para trazer os que desistiram de ir às mesas de voto!!!
É positivo e justo reconhecer o valor de Carlos César, até porque ele ao não se candidatar à presidência apontou a sua escolha para Sampaio da Nóvoa.
Ó Manojas, deves ser açoreano, só pode.
Carlos César?
Os açoreanos acham-se os melhores.
O Narana Coisoró tambem anda agora a gabar muito o António Costa.
Como o Mosquito já comprou o Sporting…já não chegava a invasão pelo mediterrâneo, agora também pelo atlântico.
Ah Septuagenário, a sorte do país é que há muitos da sua idade de olhos abertos para os democratas de 26 de Abril, os que se colaram ao MFA, ao PSD, a tudo e ao seu contrário para singrarem na vida. E então os que se penduram na Igreja, pior um pouco: uns fariseus que julgam ter o privilégio de medidas excepcionais. Sobretudo no que respeita a uniões de facto, mancebias e algumas rebalderias. Só é pecado para os outros. E como a hierarquia da Igreja Católica tem dois pesos e duas medidas, pelo facto de querer estar sempre perto do poder, esses chicos espertos andam em toda a impunidade. Mentem, intrigam, conspiram, caluniam, difamam, como se houvesse um Deus especial para eles. Não há-de andar o Papa Francisco revoltado e a partir a loiça.