22 thoughts on “Exactissimamente”

  1. Não li o artigo “O único 11 de setembro”, de Isabel Moreira, aqui referido, pois gostaria de o comparar com o artigo “Um outro olhar sobre o 11 de setembro”, de Helena Araújo, publicado no blogue: “2 dedos de conversa”, de 11/9/2021, que aconselho, vivamente. Oxalá os dois se conjuguem.

  2. O artigo de Isabel Moreira no Expresso é só para assinantes do pasquim, que não sou, mas bastam o título e as três ou quatro linhas iniciais acessíveis para perder o resto de consideração que ainda tinha pela autora. Não passa de manifestação bacoca de fidelidade canina, parece um cãozinho de circo em cima das patinhas traseiras, de língua de fora, à espera do biscoito de recompensa pela “habilidade”.

    O arrepio que nos percorre a espinha ao ver os desgraçados que, nas Torres, se atiram voluntariamente para uma morte rápida para evitar a tortura da morte pelo fogo, o sentimento de impotência e perplexidade que nos invade ao imaginar três mil seres humanos reduzidos a pó em segundos, o nó na garganta e as lágrimas que não conseguimos conter ao ver e rever as caras dos bombeiros que subiam as escadas dos edifícios, tentando ainda salvar alguém, conscientes da sorte praticamente certa que os esperava, nada disso nos permite esquecer o sofrimento das vítimas do 11 de Setembro que a Isabel Moreira tem em subtexto e deliberadamente despreza, o de 1973 no Chile, que se prolongou durante anos, o do Augusto Pinochet patrocinado pela Administração americana, com os seus milhares de fuzilados e torturados, os corpos despedaçados mas ainda vivos atirados de helicópteros para o mar quando deles já mais nada conseguiam extrair. O respeito e simpatia pelos primeiros não implica, antes pelo contrário, o esquecimento e desprezo pelos outros e o texto de Isabel Moreira, se acaso continua como começa e é isso que pretende, é vergonhoso. Tenho a certeza de que a Embaixada americana a recompensará com muitos convites para recepções e beberetes, que irão chover ofertas de viagens e visitas a tudo quanto é sítio, com despesas pagas em hotéis de cinco estrelas, quem sabe se não haverá alguma medalha ou condecoração no horizonte.

    Pelo contrário, o texto que o Manojas refere, de Helena Araújo, merece respeito. É o escrito de um ser humano completo, que sente a humanidade inteira e não apenas uma parte, que vê seres humanos em todos os Sapiens sapiens e não apenas em alguns. À Helena Araújo a minha simpatia, à Isabel Moreira o meu vómito.

  3. O sangue do refundador do Tarrafal, campo de concentração e extermínio da ilha da S.Tiago, Cabo Verde, não mente !!!

  4. Link para o artigo da Helena Araújo referido pelo Manojas:

    http://conversa2.blogspot.com/2021/09/um-outro-olhar-sobre-o-11-de-setembro.html

    que ela própria completa com dois quadros que no blogue se percebem mal mas que veio buscar aqui:

    https://www.prosebeforehos.com/government_employee/09/11/perspective-on-911-and-the-invasions-of-iraq-afghanistan/

    Como diria o outro, todos os civis inocentes são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.

  5. Dizer mal de textos que não se leram não diz mal desses textos nem dos seus autores. Fica como um atestado de imbecilidade.

  6. Não fica apenas como atestado de imbecilidade. Também fica como atestado de pulhice. De que é exemplo a insinuação caluniosa de que Isabel Moreira pensa e escreve a contar com as benesses dum país estrangeiro.

  7. xpto , se uma pessoa nunca escreve nada de jeito , é legitimo esperar que nunca escreverá nada de jeito , não acha? ele há milagres , é certo , mas o estilo mecanicista autista requer um milagrão , e não sei se isto existe-

  8. Pulha é a tua tia, pá (8:33) e imbecil és tu (0:58), quando achas que as três ou quatro linhas disponíveis não chegavam para ver ao que ia a autora. Confirmei-o perdendo o amor a quatro euros e comprando o pasquim em papel, para ler a coisa na íntegra, mas a confrangedora prosa nem honras de impressão mereceu. Vá lá que o código disponível na capa da revista me permitiu lê-la online e não só confirmei o que as três primeiras linhas indiciavam como verifiquei que a coisa é ainda pior, muito pior, de um bacoquismo armado ao pingarelho cosmopolita absolutamente patético e servil.

    Primeiro, tal como suspeitava, o objectivo principal é cuspir nos 3065 mortos ou desaparecidos que resultaram do 11 de Setembro de 1973 no Chile, em número ligeiramente superior aos 2977 do 11 de Setembro de 2001 nos EUA. Sem referir o país uma única vez, o Chile impregna toda a trampa… perdão, toda a magnífica prosa. Isabel Moreira nasceu depois, em 1976 (de acordo com a Internet), mas uma data gravada a ferro e fogo na memória de várias gerações, incluindo a do seu pai, devia merecer-lhe mais respeito. A não ser que o desprezo que manifesta seja precisamente influência do pai, que em 1973 fazia ainda parte de um regime que festejou o 11 de Setembro chileno como uma vitória contra o comunismo… num país que nem comunista era. Para lembrar e honrar as vítimas do 11 de Setembro chileno, eu, Joaquim Camacho, não preciso de esquecer, desprezar e desonrar as vítimas do 11 de Setembro americano, que me merecem exactamente a mesma simpatia e as mesmas lágrimas. O americano mereceu-me aliás mais lágrimas, porque o vi em directo e o impacto foi maior, mas para quem sofreu e morreu, no Chile ou na América, certamente que não houve diferença. Que porra de canto escuro da sua alma leva Isabel Moreira a sentir a necessidade de desprezar uns para honrar os outros?

    Isabel Moreira: “Houve assim quem preferisse, nessa data, relativizar o carácter democrático dos EUA, apontar o dedo a vários presidentes americanos apelidando-os de terroristas, ou de verdadeiros terroristas, e “recordando”, do alto de uma altura qualquer, as “verdadeiras” vítimas, as das guerras injustas, claro que com isto apagando as vítimas de 2001.”

    Não sei com quem se dá a Isabel Moreira (“Houve assim quem…”), mas eu não me dou com idiota nenhum capaz de apagar as vítimas de 2001. Agora que houve presidentes americanos terroristas, lá isso houve. Quanto às ““verdadeiras” vítimas”, não sei que merda é essa. Vítimas são vítimas, tanto as do 11 de Setembro de 1973 no Chile (com patrocínio americano) como as do 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, a que podemos acrescentar as do bombismo humanitário americano na Sérvia, Afeganistão, Iraque, Iémen ou Paquistão, as do nazismo, estalinismo, maoísmo, colonialismos vários (incluindo o nosso) ou das inúmeras variantes do terrorismo islamita, serpente que nasceu e cresceu com o carinho da América e depois se voltou contra o criador.

    Isabel Moreira: “E quem é democrata, penso, sentiu que estávamos todos a ser atacados e é por isso que num certo sentido só há aquele 11 de Setembro, aquele em que numa manhã de céu azul linda, particularmente linda, dezanove terroristas sequestraram quatro aviões (…).”

    “Numa manhã de céu azul linda, particularmente linda”, mas em Setembro de 2004, um bando de mais de 30 terroristas chechenos (carinhosamente classificados pela América de Isabel Moreira como “freedom fighters”), armados até aos dentes e envergando coletes explosivos, invadiu uma escola na Rússia, tomou como reféns centenas de crianças e professores e, depois de três dias de desespero, numa situação totalmente nova que as autoridades russas foram gerindo o melhor que puderam e souberam (e há alturas em que ninguém sabe nem pode nada, como se viu em Setembro de 2001), o saldo final (excluindo os terroristas, dos quais sobreviveu apenas um) foi de 334 mortos, dos quais 186 crianças. Decerto que Isabel Moreira já nem se lembra disso, as crianças da Moscóvia não passam de uma vírgula incómoda na narrativa heróica que gosta de declamar, não fazem certamente parte do “todos” a que vaidosamente julga pertencer.

    Isabel Moreira: “Os campeões da relativização atual não parecem perceber que decorre do seu desdém pela América que deixa de haver bússola mundial de referência e há também uma falta de noção da história que aflige, essa de não reconhecer o papel dos EUA na resistência e na manutenção da Europa que conseguimos ser. (…) Estarei sempre de olhos postos na bússola mundial e quando passam 20 anos sobre o 11 de Setembro, sei que só há esse 11 de Setembro: fomos atacados no que somos.”

    A “América bússola mundial de referência”?!
    Estará a referir-se à Escola de Tortura das Américas, com catedráticos americanos? Às “armas de destruição maciça” do Iraque? Ao fornecimento de informações de satélite a Saddam Hussein sobre as posições de soldados iranianos, cujo país invadira, para ele os gasear e matar aos milhares? À cobertura que a América deu ao mesmo Saddam quando gaseou os seus próprios cidadãos curdos em Hallabja, promovendo depois campanhas de desinformação na ONU e tentando proteger o então amigalhaço, atribuindo consciente e mentirosamente as culpas do crime ao Irão? Às aldrabices sem freio para bombardear e roubar outros países e povos, por dá cá aquela palha? Talvez seja defeito meu, mas bússolas bombistas, com escolas de tortura e protectoras de genocidas e criminosos de guerra, não conheço.

    Quanto ao “papel dos EUA na resistência e na manutenção da Europa que conseguimos ser”, que papel é esse? Que Europa é essa? Resistência a quê ou a quem?

    “Fomos atacados no que somos”?!
    Não “fomos” não senhora. O que aconteceu foi que a criatura ingrata virou-se contra o criador. E acontece ainda que o criador não aprendeu nada e continua a semear, regar e adubar criaturas semelhantes, como acontece hoje na Síria. Quando as doces criaturinhas deixarem de ter na Síria o seu pátio de recreio, para onde irão? Morder o dono, como os outros? Talvez alguns, mas a maior parte, infelizmente, seremos nós, na Europa, a ter de lidar com eles.

    Isabel Moreira: “porque a América, certamente com muitos defeitos e tendo vários dos seus presidentes cometido erros gravíssimos, somos nós. A América somos nós.”

    A América somos nós? A humanidade somos nós, digo eu. E a humanidade está na América, na Europa, no Afeganistão, em Israel, na Palestina, na Austrália, na China, Vietname, Angola ou Burkina Faso. E quanto à comovente admissão de que os presidentes americanos cometem “erros”, é claro que cometem. Porque aquela outra coisa de crimes contra a humanidade, de genocídio, de guerra, etc., bom, isso são os outros. A não ser que estejam ainda na fase de “freedom fighters”, pois aí nem erros são, entram na categoria de luta pela democracia. Pois…

    Ora vamo lá a ver, como diz o nosso primeiro. O que é que há de errado nos valores de liberdade, democracia e direitos humanos que a América apregoa e deixam Isabel Moreira tão comovida, com um sentimento de pertença tão sentido? Eh pá, essa é fácil! Nada! Absolutamente nada nadinha! Nada há, na minha opinião, de errado nesses valores. Esses valores são os meus e estou disposto a defendê-los ferozmente, se necessário, cá pelo rectângulo ou seja onde for. O que há de errado é que os valores apregoados não são praticados, a não ser de modo puramente formal, internamente, para manter os indígenas distraídos ou adormecidos. Cosmética, meus caros Watsons, toneladas de pó-de-arroz, rímel, verniz, Chanel n° 5 e tudo o que drogarias finas e grossas tenham para oferecer.

  9. Quanto à “pulhice de que é exemplo a insinuação caluniosa de que Isabel Moreira pensa e escreve a contar com as benesses dum país estrangeiro”. Eh pá, alto e pára o baile, não foi bem isso que eu disse! Até porque a única pessoa que é legítimo acusar de estar ao serviço de um país estrangeiro (a Moscóvia) sou eu. Além disso, sendo filha de quem é, Isabel Moreira conhece certamente os cantos à casa a dezenas de embaixadas, desde criancinha, que culpa tem ela disso?

    Mas reitero o que disse: “Tenho a certeza de que a Embaixada americana a recompensará com muitos convites para recepções e beberetes, que irão chover ofertas de viagens e visitas a tudo quanto é sítio, com despesas pagas em hotéis de cinco estrelas, quem sabe se não haverá alguma medalha ou condecoração no horizonte.” As embaixadas estão atentas, é uma das suas funções, e incompetentes seriam se não acarinhassem quem têm todo o interesse em acarinhar. A questão que se pode pôr é se o/a convidado/a aceita ou não o/s convite/s.

    E mais reitero: o que Isabel Moreira escreveu no Expresso “não passa de manifestação bacoca de fidelidade canina, parece um cãozinho de circo em cima das patinhas traseiras, de língua de fora, à espera do biscoito de recompensa pela “habilidade””.

    No caso vertente, creio que como “biscoito de recompensa” lhe bastará, certamente, o apreço, o reconhecimento expresso, a gratidão pela declaração de amor assolapado que, quanto a mim bacoca e canhestramente, fez. Adivinho até uma lagrimita de comoção… e comunhão.

  10. a isabel moreira é venenosa e postiça, falsa democrata, snobista e ditadora, quer impor os pontos de vista dela aos outros .
    não me surpreenderia que fosse ela o “ignatz”.
    ou o cara de lenine trasnfuga do pc e ora sucialista, o magalhoes.
    O 11 de Setembro de 1973 foi o dia mais triste da minha vida, tinha terminado a minha recruta no RI6 .

  11. O parvalhatz é um aldrabão e um vigarista. A Isabel Moreira é criticável, mas sente e acredita no que diz e escreve. E até tenho uma coisa “em comum” com ela”: vou votar, nas próximas autárquicas, em quem ela votou nas últimas presidenciais, João Ferreira.

  12. Ainda quanto às bacoquices do “fomos atacados no que somos” e da América como “bússola mundial de referência”, sugiro vivamente o artigo do New York Times que o Lucas linkou às 21:46. Se “o que somos” é a política da facada nas costas e trair e vigarizar os amigos para acumular mais uns cobres, pois a América que o seja, que eu não sou nem quero ser e não o é ninguém que tenha como amigo.

  13. I acto – o pecado original de não ter lido às 18:59
    abertura:
    “Não passa de manifestação bacoca de fidelidade canina, parece um cãozinho de circo em cima das patinhas traseiras, de língua de fora, à espera do biscoito de recompensa pela “habilidade”.
    fim:
    à Isabel Moreira o meu vómito.

    II acto – o arrependimento custou-lhe € 4,00 às 3:54

    “Pulha é a tua tia, pá (8:33) e imbecil és tu (0:58)”

    lençol de justificações mal amanhadas do que não disse para justificar aquilo que disse e não dar o braço a torcer, tendo partido ambos e as pernas:

    “O que é que há de errado nos valores de liberdade, democracia e direitos humanos que a América apregoa e deixam Isabel Moreira tão comovida, com um sentimento de pertença tão sentido? Eh pá, essa é fácil! Nada! Absolutamente nada nadinha! Nada há, na minha opinião, de errado nesses valores. Esses valores são os meus e estou disposto a defendê-los ferozmente, se necessário, cá pelo rectângulo ou seja onde for.”

    III acto – a confissão 4:50 e 5:21

    “Eh pá, alto e pára o baile, não foi bem isso que eu disse! Até porque a única pessoa que é legítimo acusar de estar ao serviço de um país estrangeiro (a Moscóvia) sou eu.”

    “A Isabel Moreira é criticável, mas sente e acredita no que diz e escreve. E até tenho uma coisa “em comum” com ela”: vou votar, nas próximas autárquicas, em quem ela votou nas últimas presidenciais, João Ferreira.”

    cai o hino e toca o pano

    declaração de interesses: não vou à bola com a isabel moreira e sempre a critiquei quando escrevia regularmente neste blogue, coisa que o idiota dos fardos de palha nunca fez e aparece a fazer agora por destrambelhamento conspiracionista e protagonismo parolo. acaba dizendo que vota no pcp, mais uma mentira e uma traição anunciada, um gajo com este perfil vota no xunga. é comparar aquilo que o gajo escreve com aquilo que os candidatos xungosos dizem, cartilha qanon adaptada a toscos rurais e grunhos suburbanos.

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