«Dos eleitores, quando tudo correr como evidentemente correrá, virá a justificação de que não havia escolha melhor. Tinham um corrupto e um palhaço pela frente. Mas a democracia não é um mercado onde consumimos o que nos é oferecido sem produzirmos nós próprios a oferta. Não somos agentes passivos da nossa própria História. Se a escolha era entre o corrupto que elegeram nas últimas eleições e o palhaço que elegeram nestas é porque a sociedade ucraniana não soube produzir melhor do que estas alternativas.
A relação dos povos com a política infantilizou-se. O padrão da eleição de idiotas incapazes, que ou divertem os eleitores ou “dizem as coisas como devem ser ditas”, é retrato de uma cidadania adolescente que se revolta sem assumir a responsabilidade de construir qualquer coisa com essa revolta. Ao ponto de um humorista e ator vencer umas eleições presidenciais porque as pessoas se sentem inspiradas pela personagem que ele representa numa série. A ponto de, como as crianças, deixarem de distinguir a realidade da ficção. Mas mesmo onde ainda o conseguem fazer parecem optar pela birra. O chamado voto de protesto não pune o “sistema”. O “sistema” que julgam punir safa-se bem quando a escolha do povo é inconsequente. Não são os ricos que pagam a fatura das crises, não são os poderosos que sofrem com o medo no meio do caos, não são os milionários as vítimas da ausência de Estado, não são os políticos que precisam da democracia. Não vale a pena rirem-se da partida que pregaram a si mesmos. A fatura de transformarem uma eleição numa anedota será paga por eles. E pelos seus filhos e netos.
Não se pode mudar de povo e de nada serve criticar as escolhas erradas que faz. Temos de ser capazes de compreender as origens da revolta. Mas também temos de parar de falar de “eles” e de “nós”. “Eles” que se revoltam e “nós” que temos o dever de perceber a sua revolta. Porque “nós”, os que agem com responsabilidade cívica, também sentimos a revolta quotidiana com a injustiça. E, ao contrário de quem elege imbecis ou palhaços, não desistimos. Não há razão para sermos condescendentes. O que temos de exigir aos nossos concidadãos, em cada país, é que se comportem como adultos, não como eternas vítimas dos seus próprios erros.»
“Não são os ricos que pagam a fatura das crises, não são os poderosos que sofrem com o medo no meio do caos, não são os milionários as vítimas da ausência de Estado, não são os políticos que precisam da democracia.” isto é para rir, não? são precisamente os políticos que precisam da democracia representativa para viverem à conta, de não ser assim já tínhamos um sistema a la suíça; e é precisamente por não serem os ricos blablabla , e os milionários as vitimas da ausência do Estado nesta treta de merdocracia partidocrata que votamos no diferente.
cresça ele, não somos todos crianças. às vezes os adultos querem é que as crianças sofram, até às últimas, as consequências dos seus actos , para ver se aprendem alguma coisa. e ao caos sucede a ordem, já dizia Maquiavel.. provavelmente virá de uns hitlerzinhos, e a culpa é dos palhaços amadores que temos como representantes, não é do povo. espero que os hitlerzinhos os ponham a ferros, aos palhaços amadores a.k.a. políticos profissionais.
Eu percebo e concordo com o texto, já no que diz respeito à solução o problema é global Valupi. Andámos a 2ª metade do sec. XX toda a promover o conhecimento como objectivo de vida e de repente a infantilização que o texto aborda e que mais não é que uma das consequências da sociedade de consumo torna tudo muito complicado. São as próprias pessoas que se escravizam porque no fim do dia é disto mesmo que estamos a falar- de auto-escravidão. Mental, laboral, etc, etc, etc.
Como previsto por Pulitzer, este é o resultado do controlo do espaço mediático pelos grupos económicos que abastardam e descredibilizam toda a classe politica.
“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.”
Joseph Pulitzer
Ele diz que quem vai decidir tudo é o povo mediante referendos. A primeira coisa vai ser a língua já em Abril e o Tribunal já suspendeu a separação da Igreja Ortodoxa que seria decidida no dia 26. A sr.ª Merkel ficou muito desapontada por o seu afilhado ter sído derrotado e os americanos querem saber quem é este homem que tem uma série de televisão, uma telenovela, muito popular e muito apreciada também na Rússia.
Claro que ele fala na Crimeia e diz que vai querer o Ocidente e o que pode mais dizer se o Parlamento não é dele? Em Outubro vai haver eleições e depois se verá. A Ucrânia está em desintegração, a economia a morrer as fábrica a fechar e o desemprego sempre a crescer. Acredita na mineração mas o povo é que vai dizer o que há-de fazer. Parece o Simplicio que assumia afinal o papel de defensor de Aristóteles e assim ilibava Galileu perante os doutores da Igreja, em vão afinal.
Tão Valupi ?
Não vai uma posta sobre o insulto do neo-fascista Sérgio Moro ao Estado de Direito Democrático de PORTUGAL ? e a figurinha triste do ministro Santos Silva, hein ?
Isto hoje é só grunhos com smartphones Jasmim. Sabem lá eles o que é um Estado de Direito Democrático e sobretudo os esforços necessários para o conquistar em Portugal. Inclusive com muitas vidas humanas. Para alguns a ditadura portuguesa nem nunca construiu campos de concentração, foi só o Hitler.Vivemos um tempo em que se chama bancarrota à especulação dos mercados face a um euro sem quaisquer mecanismos de defesa à época. Hoje por exemplo já nunca precisávamos de recorrer à troika. E muito menos a um governo de imbecis que só não vendeu o que não conseguiu. Nem depois das desculpas do Gaspar conseguiram perceber que a economia também é confiança. Perante isto tudo o que é um filho da puta brasileiro corrupto vir insultar o nosso Estado de Direito Democrático? Chamou criminoso a um ex-PM que ainda nem julgado foi? Só porque em Portugal quem persegue ainda não pode julgar. Com muita pena para alguns grunhos com smartphones.
o daniel tem a cabeça enfiada no próprio cu e bem fundo. mas gostaria de destacar aqui o comentador que decidiu dizer que a servidão laboral é auto-imposta para apontar claramente aquele espírito de soberba e arrogância tipico de algumas pessoas que se julgam mais educadas, talvez por não andarem a “botar massa” para fazer muros, e que levou o daniel a escrever o texto que escreveu.
afinal quem são e foram os intelectuais, ideologos e propagandistas, responsáveis pelo “estado a que chegamos”? ah pois, é daniel, ah pois é. ficava-te bem te-lo assumido no teixto do mal
Pelo contrário! o Povo escolhe sempre bem, e escolhe em função da percepção que tem daquilo que o rodeia.
Pois se este partido parece querer tirar-me o smarthone ou a possibilidade de trocar de carro de 4 em 4 anos, então eu não voto nele. Voto em todos menos nele. E se não houver nenhum partido que pareça ir manter o meu estatuto de consumo, então, não voto em ninguém, porque são todos uns palhaços.