Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
“A partir de então, a língua portuguesa passou a perder o padrão diante o regionalismo da linguagem oral o que representa outra demonstração de grande ignorância, pois devemos nos basear no latim e no grego para estruturar a língua e não em dialetos semianalfabetos. ”
Primaço: lamento, mas só um analfabeto é que pode dizer uma coisa dessas.
O que ardeu? Foi o Público, ‘concerteza’.
Primão, é um luxo ter-te neste pardieiro. Quanto à citação que em boa hora te mereceu castigo, não diria que vem de um analfabeto, antes de um purista. Nota, porém, que não é essa questão filológica o cerne do artigo, antes a defesa das grafias arcaicas e obsoletas como domínios linguísticos e culturais enriquecedores da experiência de ler. Ou seja, e ironicamente para o ponto aqui discutido, o autor do artigo (que não é o da citação) está a protestar contra o purismo.
O João Pedro da Costa tem toda a razão : quem fala de um “padrão escrito” ignorando que uma lingua viva é acima de tudo uma lingua falada, e que os méritos ou desméritos da ortografia consistem em encontrar um bom compromisso entre restituição da realidade falada e transmissão, pura e simplesmente não sabe do que esta a falar. Basta notar, alias, que os adversarios do acordo criticam-no principalmente por, supostamente, não estar adaptado à lingua falada (cf. a questão das consoantes mudas que têm como função abrir vogais na variante europeia do português, etc.).
Dito isto, é obvio que retirar das bibliotecas os livros escritos com ortografia antiga parece-me ser um perfeito disparate. Penso que o comentario do João Pedro da Costa não é sobre isto.
Boas
Tá certo. Uma língua viva tem de ter memória, ir do étimo à corruptela , de Chico a Virgilio.
“A partir de então, a língua portuguesa passou a perder o padrão diante o regionalismo da linguagem oral o que representa outra demonstração de grande ignorância, pois devemos nos basear no latim e no grego para estruturar a língua e não em dialetos semianalfabetos. ”
Primaço: lamento, mas só um analfabeto é que pode dizer uma coisa dessas.
O que ardeu? Foi o Público, ‘concerteza’.
Primão, é um luxo ter-te neste pardieiro. Quanto à citação que em boa hora te mereceu castigo, não diria que vem de um analfabeto, antes de um purista. Nota, porém, que não é essa questão filológica o cerne do artigo, antes a defesa das grafias arcaicas e obsoletas como domínios linguísticos e culturais enriquecedores da experiência de ler. Ou seja, e ironicamente para o ponto aqui discutido, o autor do artigo (que não é o da citação) está a protestar contra o purismo.
O João Pedro da Costa tem toda a razão : quem fala de um “padrão escrito” ignorando que uma lingua viva é acima de tudo uma lingua falada, e que os méritos ou desméritos da ortografia consistem em encontrar um bom compromisso entre restituição da realidade falada e transmissão, pura e simplesmente não sabe do que esta a falar. Basta notar, alias, que os adversarios do acordo criticam-no principalmente por, supostamente, não estar adaptado à lingua falada (cf. a questão das consoantes mudas que têm como função abrir vogais na variante europeia do português, etc.).
Dito isto, é obvio que retirar das bibliotecas os livros escritos com ortografia antiga parece-me ser um perfeito disparate. Penso que o comentario do João Pedro da Costa não é sobre isto.
Boas
Tá certo. Uma língua viva tem de ter memória, ir do étimo à corruptela , de Chico a Virgilio.