Estudos socráticos

Nove meses depois de ter apresentado a demissão de secretário-geral do PS, e de ter abandonado o País para um recolhimento privado só interrompido pela obsessiva perseguição dos caluniadores, Sócrates continua a ser a principal personalidade na política portuguesa. As manchetes são diárias, os publicistas direitolas carimbam como socrático qualquer sinal de pensamento próprio no PS, os tribunais fervilham com processos que directa e indirectamente afectam o seu bom nome e futuro político e o Presidente da República declarou-o persona non grata do regime em mais um inédito ataque ao prestígio da soberania que lhe foi confiada unipessoalmente. Seja qual for o ponto de vista da análise, é indiscutível que estamos a testemunhar algo completamente novo em quase 40 anos de democracia. Soares, Cavaco, Santana, nomes que podemos associar a períodos de grave austeridade, prepotência e desvario, respectivamente, foram deixados em paz com a sua honra intacta assim que abandonaram o poder. E nenhum deles foi alvo das escabrosas golpadas a que assistimos com os casos “Freeport”, “Licenciatura”, “Casas da Guarda”, “Face Oculta” e “Inventona de Belém”, os quais exibiram um assustador conluio entre magistrados e jornalistas na violação da deontologia e da lei para fins de derrube político através de escutas e campanhas negras. O resultado lateral deste vale-tudo é quantitativamente aferível: nunca houve, depois do 25 de Abril, um político tão devassado policial e jornalisticamente como Sócrates.

A que se deve esta fúria que não conhece distinções ideológicas e de classe, reunindo manipuladores profissionais com fanáticos, membros das elites sociais e intelectuais com analfabrutos, ranhosos com imbecis, e que até conta na sua legião odiosa com figuras gradas do PS? Antes de todas as variadíssimas respostas, uma aparece em primeiríssimo lugar: só a quem se reconhece poder para alterar factores culturais que estruturem a vivência dos grupos se fazem maldades de tipo, duração e logística como estas a que assistimos desde 2004. Caso Sócrates fosse apenas mais um, banal na sua idiossincrasia, não se perderia tempo com ele. Acontece que são os seus declarados inimigos que não o largam, sugerindo algo mais do que oportunismo táctico dada a intensidade das paixões expressas: tudo indica estarmos perante uma resposta do foro traumático. Algo se terá passado neste últimos 6 anos que até levou a referência máxima da direita, Cavaco Silva, a perder por completo o sentido das responsabilidades e a conspurcar a Presidência da República no seu afã de ostracizar Sócrates. Que terá sido?

O socratismo não tem ideias nem programa, e por isso nem sequer há socráticos. O que fez o Governo PS a partir de 2005 teria sido imitado por qualquer outro Governo da direita que se limitasse a seguir o bom senso: levar a cabo reformas que continuassem a modernização do País de acordo com as circunstâncias. Porém, Sócrates transmitia a imagem de conseguir resistir às pressões corporativas e oligárquicas, o que começou por causar uma calada admiração e depois explodiu em violência sobre si quando a banca laranja e aristocrática ruiu. Até finais de 2007 os resultados foram unanimemente reconhecidos como válidos para o interesse nacional, levando a que essa ocupação do centro ameaçasse a própria sobrevivência do PSD; o qual entrou em profunda decadência política com o falhanço de Marques Mendes e a subida de Menezes. Tão paupérrimo foi o capital intelectual utilizado pela liderança social-democrata a mando de Belém que conseguiram perder as eleições de 2009 apesar da crise, da selvagem campanha de assassinato de carácter liderada pela TVI do casal Moniz e de uma nunca antes vista, nem imaginada como possível, golpada presidencial. A partir dos casos BCP e BPN a direita entrou numa guerra de vida ou de morte, tendo sido congeminados planos que iriam levar as conspirações políticas para o seu grau último antes de um conflito armado: a manipulação policial recorrendo a escutas para efeitos de acusação judicial. Nascia em Aveiro um pífio e infundado “atentado contra o Estado de direito” programado para cair em cima do período eleitoral de 2009.

A liderança de Sócrates neste período histórico foi um meio acaso, bastando recordar que o próprio verbalizou aquilo que todo o partido queria depois da saída de Ferro Rodrigues: venha António Vitorino. Caso tivesse vindo, provavelmente até conseguiria uma maioria ainda mais larga do que aquela alcançada pela primeira vez pelos socialistas. Vitorino era um D. Sebastião que prometia imitar Cavaco quanto à sua mítica competência técnica, mantendo os valores de esquerda património do PS. Mas ele cortou-se, fosse lá por que razão fosse que creio não ter sido explicitada, e o partido confrontou-se com o candidato da esquerda bacoca, Alegre, o candidato da esquerda dinástica, João Soares, e o candidato do futuro da esquerda, o enérgico Sócrates. O partido não teve qualquer dificuldade na escolha. E o novo secretário-geral cercou-se da melhor inteligência à disposição nas hostes, de que o paradigmático exemplo é o de Augusto Santos Silva, apoiante de Alegre, o qual viria a integrar o núcleo mais íntimo de decisão estratégica e daria o corpo às balas na defesa do Governo, do PS e de Sócrates.

O trauma da direita com Sócrates remete, em parte essencial, para o seu gosto sanguinário pelo debate, o qual foi exibido com quinzenal e cruel frequência no Parlamento e contra o qual nenhuma manha jornalística tinha sucesso. Invariavelmente, a direita e a esquerda foram corridas não só com argumentação que não desmontavam como, acima de tudo, com uma atitude de desafio que deixava ferido o orgulho de quem aparecia com a endógena retórica das inanidades. Isso gerou nos espoliados de auto-estima respostas patéticas, mas eficazes para quem a estupidez basta, que pintavam Sócrates como “arrogante” e alguém que “não respondia a perguntas”. Ora, a arrogância era a de continuar a ter razão depois de exposto às razões, ou falta delas, da concorrência. E as perguntas a que não respondia eram aquelas que tinham sido feitas para declarar ou boicotar, não para interrogar. Gradualmente, outra faceta de Sócrates foi ganhando maior visibilidade através das queixas dos oligarcas e dos carentes. Queixavam-se de autoritarismo, de asfixias, de atentados contra a democracia só porque não conseguiam levar a sua avante. O choque da resistência, para quem estava habituado a comprar políticos por atacado, deu lugar ao ódio e à vingança. Belmiro de Azevedo e Soares dos Santos, dois dos mais poderosos e icónicos empresários cá da terrinha e representando toda a direita ressabiada, declararam guerra aberta ao primeiro-ministro. Para a esquerda verdadeira, isto era apenas um teatro divertido, brincadeiras palacianas a que eles também se foram juntando para o tiro ao boneco.

A característica principal dos ataques a Sócrates, o combustível para as incessantes difamações e calúnias, consiste em evitar discutir qualquer das culpas que se lançam sobre ele. O propósito não é – nunca, nunca, nunca – o de apresentar provas, confrontar interpretações, validar argumentos e chegar a uma conclusão que clarifique ou encerre o assunto. Mesmo em figuras estimáveis e politicamente neutras, como Pedro Mexia, ou até politicamente louváveis, como Pedro Marques Lopes, o modo como se ficam apenas pela insinuação, acompanhada de um tormento emocional que os faz agudizar a voz e largar suspiros de exasperação, é um eloquente espectáculo da lógica negacionista em vigor. Nega-se o exercício de discussão racional de Sócrates porque tal levaria a ter de abandonar aquilo que é um gigantesco e imparável processo de assassinato de carácter. O corolário desta redução da política à caricatura da moral já foi atingido faz tempo: personalidades com idade para terem vergonha na cara compararam Sócrates a psicopatas e monstros, deixando a inequívoca percepção de desejarem a sua destruição política, cívica e até física. E este fenómeno não se explica só pelos inevitáveis conflitos partidários e de posse dos recursos do Estado ou dos negócios em ciclo de colossal crise económica, um outro factor veio da feroz inveja e do alucinado ressentimento daqueles que não suportavam a superioridade carismática de um socialista sem medo de governar. Muitos políticos, muitos empresários, muitos magistrados, muitos jornalistas, muitos publicistas, e tudo o que era gente séria, saíram a correr para a rua de archotes e paus na mão.

O que ninguém poderia ter previsto, por ser demasiado grotesco, era que o próprio PS viesse a replicar os estratagemas usados contra o seu anterior líder. Contudo, o incrível acontece com a sua enigmática periodicidade. A eleição de Seguro, uma infeliz figura basto treinada na técnica do silencio venenoso contra Sócrates, levou o PS para um radical corte de relações com o seu imediato e mui relevante e meritório passado. Essa obliteração, juntamente com sinais ambíguos do novo líder que tendiam a confirmar as atoardas contra o antigo, introduziu um curto-circuito político que confundiu não só o eleitorado que votou socialista como a própria bancada parlamentar que deu o seu nome pelo partido no momento mais difícil. Um deles sendo o próprio Seguro, para o absurdo ser monumental. Este é o homem que se andou a passear ao lado de Relvas antes das eleições, ouvindo dessa boca suja as maiores ofensas contra o secretário-geral do PS e de quem o acompanhava. Este é o homem que foi capaz de fazer da diatribe do Vasco Graça Moura contra uns correctores ortográficos em meia dúzia de computadores ali para os lados dos Jerónimos o tópico principal de um debate na Assembleia da República com o Primeiro-Ministro, mas que teve o desplante de guardar para o fim da sua intervenção algumas perguntas acerca das Novas Oportunidades, dizendo a Passos para lhes responder caso lhe sobrasse um tempinho aquando das suas respostas aos outros intervenientes seguintes. Este é o homem que não se dignou defender a Parque Escolar contra uma infame calúnia, ficando a ver o BE a fazê-lo e nem sequer apoiando as explicações de Maria de Lurdes Rodrigues. Este é o homem que queria o fel nojento de Carrilho a iluminar o seu frankensteiniano Laboratório de Ideias. Em suma, também Seguro pretende ostracizar Sócrates e qualquer uma das suas memórias, não gastando uma caloria a explicar porquê e criando uma situação aberrante na política nacional. O que está a acontecer ao PS entrou na fase de escândalo lesa-dignidade da instituição.

A importância simbólica de Sócrates, apesar da proximidade da sua actividade política e do eventual futuro nessas lides que ainda acalente, já mais do que justifica a sua entrada na academia como matéria de investigação. Para a ciência política, sociologia, comunicação social, história contemporânea e antropologia há nesta figura dimensões para análise e reflexão que nenhum outro político do regime democrático oferece. O impacto sísmico do seu exercício do poder – em parte fundamental por ter coincidido com as maiores crises da economia internacional dos últimos 70 anos e a maior crise da Zona Euro e sua moeda – permite ver as estruturas sócio-culturais de Portugal com ofuscante nitidez e profundidade. E é mesmo esse excesso de luz que continua a guiar os ceguinhos para os abismos chamados Passos-Relvas, Portas-Feiras, Jerónimo-Louçã ou Seguro, o abstencionista violento.

31 thoughts on “Estudos socráticos”

  1. Bom texto. Parabéns. Falta dissecar as motivações do “Portugal Profundo”sempre a acender rastilhos.

  2. Val, na “mouche”
    Só que resta saber aonde é que tudo isto irá desembocar. Já alguém “alvitrou” uma suspensão da democracia. Ironia das coisas, na minha opinião de há alguns meses para cá que ela está suspensa, não ainda nos seus aspectos formais, mas na sua essência. Na realidade nós estamos a viver num período pós golpe de estado. Só daqui por algum tempo se saberá que tipo de regime irá emergir.

  3. a lucidez sempre me ofusca…
    Num conto oriental: um mestre da aldeia foi informado por uma entidade etérea de que brevemente iria ser atacado e ameaçado por toda a gente da aldeia. Não acreditou: como é possível, se toda a gente me escuta agora com respeito? Ao que a entidade retorquiu que deveria guardar o máximo de água em casa, para seu consumo, sem recorrer à fonte comum. O que fez. Algum tempo depois, por artes de demónios vindos sabe-se lá de onde, a água da fonte ficou envenenada e toda a gente que a bebeu, ficou louca. Vendo que o tal mestre não dizia o mesmo nem se comportava de forma igual, viraram a loucura contra ele, acusando-o de louco e perverso por não fazer nem dizer como eles. Pretenderam matá-lo, por isso. Mas ele defendeu-se bebendo a água da fonte, e assim provando que era como eles. E viveram harmoniosamente para sempre.

    Sócrates não bebeu a água.

  4. Calma Valupi,
    cavaco, o mal de Portugal há 30 anos, deixou a pior e mais trapaceira escola política de que há memória neste país. Quase uma doença crónica que, no actual cavaquismo à moda salazarenta de gaspar, brevemente mais se parecerá com um cancro ruim que terá de ser extirpado.
    Mas, segundo a doutrina do fluxo e dos contrários que Heraclito nos deixou, tal como não nos podemos banhar duas vezes na mesma água do rio a vida e a consciência dos homens também não pára até porque, tal como dita a lei dos contrários, ao errado e mal político legado por cavaco, cavaquistas-velhos e cavaquistas-novos, contrapõe-se a visão de futuro e alma de estadista de vistas largas de Sócrates e sobretudo a escola de política feita com honestidade tendo sempre em vista o interesse e bem comum.

    A pressão constante dos media a martelar e insinuar ininterruptamente a associação de Sócrates às conspirações que eles próprios congeminaram, é a face oculta e sombria do medo e horror que um possível retorno de Sócrates, apoiado nos cidadãos não apanhados ou já desligados da propaganda, mete a toda a casta de mediocridades e incompetentes oportunistas interligados pelos interesses desde o mel até às migalhas que caem do pote.
    A guerra quase nunca é ganha por quem ganha as primeiras batalhas e parece imparável: o fluxo de pensamento dos guerreiros altera-se com a situação no terreno e as suas vontades mudam.

  5. é mesmo, nesta triste história a machadada final não é que exista no ps um seguro com as suas ambiçõezinhas políticas e vazio de ideias e de carácter, mas que tenha sido eleito??

  6. chess, (se me é permitido o tratamento)

    só fazer-te voltar aos comentos da aspirina já era bom, mas com a saia que me ofereceste ainda ficou melhor. Gostei muito.

  7. Porra, Valupi, o conteúdo quase cega de lucidez e a forma escorre como água de fonte cristalina. Se eu fosse professor, este teu texto era de leitura obrigatória para os meus alunos, uma espécie de vacina antipoluição, a ver se lhes desengordurava a nevróglia e estimulava algum pensamento digno desse nome.

  8. Um texto de fôlego. Conta bem uma fase em que o país substituiu a verdadeira política (determinar o nosso destino) pela política do ódio (a um homem). Não concordo com tudo o que Sócrates fez, ou como o fez (essa é a parte que faltaria numa análise mais fina: o que correu mal), mas a reacção que tal homem provocou é a prova de que, por cá, queremos águas podres e detestamos quem se meta a mudar o mundo (o nosso mundo real, não o temível “paraíso dos trabalhadores”). Decididamente, há homens que valem mais do que aqueles que os exilam.

  9. Perfeito, Valupi.
    Augusto Ferreira do Amaral, “pretendente ao título de barão de Oliveira Lima, que foi utilizado pelo seu pai e pela sua trisavó” (ver Wikipedia), resolveu ontem dar o seu nobre contributo para o processo patibular geral e permanente e para o esterco jornaleiro ao declarar ter ouvido de um arguido acusado de tentativa de extorsão e atualmente a ser julgado que o então ministro do Ambiente exigira 500 000 contos. De imediato grandes títulos e, sem surpresa, em fim de notícia, o motivo por que estavam justamente aqueles dois a ser julgados. A campanha prossegue, pois … sendo o objetivo as pessoas reproduzirem o que leram nas primeiras parangonas, coisa que já testemunhei. Tudo isto é miserável.

  10. estou impressionada, congratulo-te, com o teu resumo. quem não tinha percebido o sê rei de ti próprio, pinceladas disto em avulso, tem aqui uma excelente oportunidade de encaixe. :-)

  11. Nem o Pinto da Costa falaria melhor sobre o árbitros!! Não muda nada os factos, mas os militantes aplaudem de pé!!!

  12. Em síntese, a grande verdade é só esta:

    os portugueses da última década não estiveram à altura de José Sócrates!

    E eu penso que, infelizmente, nem daqui por vinte anos estarão ainda…

  13. pois… se alguem tiver uma palavrinha de esperança no que toca à resolução deste circo, por favor, não hesite. Sem ideologia politica fixa, a simples observação dos factos leva-me a acreditar em tudo o que o Valupi diz. Mas tambêm é verdade que tenho demasiadas vezes a sensação que só eu vejo as coisas assim. Será que como dizem alguns comentarios as pessoas começam a aperceber-se do logro em que cairam ?? será que algum dia essas pessoas conseguirão ver para lá do correio da manhã ?? é que por enquanto, não me parece. Antes me parece que a propaganda governamental é cada vez mais eficaz !! assustador, na verdade !!

  14. “… tenho demasiadas vezes a sensação que só eu vejo as coisas assim.”

    não, isabel! haverá com certeza alguns que viram isso primeiro que tu, mas como não dá prémio, não reclamaram a visão.

  15. espero que haja algum advogado que se lembre de:(1) demonstrar a ilegalidade de passar dados confidenciais não só dos ministérios, mas facultados pelos juízes (segredo de justiça) a um sindicato e (2) se não vingar, invocar precedência para julgamento de todos os ministros e primeiros desde, pelo menos, o 25 de Abril incluindo o Cavaco das oportunidades perdidas a favor do cúmulo(em termos de capital desviado) de corrupção do seu período governativo; também a Manela por ter falsificado as contas e mascarado o défice e nunca mais acabávamos. Mas pronto, podem começar pelos telemóveis do governo de Sócrates, que nós não temos mais nada com que nos preocupar. Felizmente, temos uma Comissão europeia que (de vez em quando) zela por nós e já impediu o negócio do BPN nos termos em que estava previsto: a malta dava 600+300 sem juros e recebia 40(que não equivale, sequer ao valor do prédio da Rua do Ouro). Agora está muito melhor: os 300 milões sempre levam com um juro de 3%. Catita.

  16. Espero que o movimento para substituição do Seguro já tenha começado.O País definha o atual PS assiste eo futuro vislumbra-se assustador.Há que mudar o rumo para que este (des)governo nos conduz.

  17. A autenticidade deste texto será uma peça importante para o Juizo Histórico que o seu caldeamento legará presumo brevemente.Embora o tempo histórico necessita de tempo para depurar as suas contradições,este tempo que vertiginosamente trás para o palco da Polis os mais imprevisiveis aports axiológicamente contraditórios contribuirão para que esta poeira intencional desapareça e na sua sequência como no eterno devir aparecerá a claridade a repôr a nú os interesses,os Kafkianismos estrategemas de uma imprensa dominada e que abdicou da sua nobre missão de mediar o interesse público,para se pôr a jeito das Corporações e na figura de um Homem determinado na implementação de um ideal de sociedade maisa solidária,combatertem todo o seu reformismo-para que o “miguelismo” perdurasse como força contra toda a lógica civilizacional.Sou seu conterrâneo,conhece-o,tal como conheço toda a sua honrada familia,pessoas de trabalho,que lutaram pelo bem estar e esse emprendorismo familiar proporcionou-lhe desafogo financeiro e estatuto social. Mesmo de posse desta informação a estratégia racionalmente seguida é desonesta intelectualmente e retrata alguns algozes mentores deste regime com práticas putrefactas.Haja decência e analize-se com imparcialidade o seu impar contributo na inovação do País.A crise foi sistémica afectou Portugal tal como o ocidente,mas essa a outra conversa que aproveitada pelos neoliberais/primos dos autores do modelo da crise,aves carnívoras do desemprego.da desigualdade social,do abate do Estado Social,servem-se dela como instrumento do empobrecimento dos Povos e da tentativa do retrocesso civilizacional. O motor da História reporá toda a verdade da mesma.Sejamos firmes no combate à calúnia.

  18. Adoro-te Val
    Vamos os dois lamber o cu ao Nosso Senhor
    Graças a Deus pela sua existência
    Só Nós podemos Vê-lo
    Um dia destes ao limpar a fossa da minha quinta vi aqueles ólhitos arremelgados de filho da puta trapaceiro. E o perfume. Claramente era ele. O fedor a merda não engana.
    Aliás se lhe trocarmos o cu com a cabeça, ninguém nota a diferença.
    Vê só tu irmão Val que os cabrões da TVI teimam em continuar a persegui-lo. Agora dizem que o Nosso Senhor vive em Londres e continua a burlar toda a gente. Chamam-lhe agora Val e Azevedo.
    Como se enganam os gentios
    Só nós sabemos que o Nosso Senhor vive num Altarzinho na 5ª. prateleira da Notre Dame, com cuequinhas de seda e umas botinhas de lã, que tua mãe lhe ofereceu pelo Natal
    Adoro-te Val
    Vamos os dois lamber o cu ao Nosso Senhor

  19. Quando o Valupi escreve: O que fez o Governo PS a partir de 2005 teria sido imitado por qualquer outro Governo da direita que se limitasse a seguir o bom senso: levar a cabo reformas que continuassem a modernização do País de acordo com as circunstância. Tem inteira razão e foi por isso que foi derrotado nas eleições . E preciso nao esquecer que o Sócrates foi derrotado pelo Povo que nao lhe reconheceu o mérito que o Valupi lhe atribui.
    E o Valupi estará de acordo comigo, que ainda o que conta e o que o Povo quer.
    Ou nao será assim?

  20. o Povo quer DINHEIRO na carteira… em breve crucificará o atual como fez ao anterior.
    Farinha do mesmo saco são aqueles que nas campanhas prometem o paraiso para nos mandaram depois para o inferno. A falta de um politico com verdadeiro carisma e sem rabos de palha faz de portugal um País ingovernavel e infelizmente essa pode ser a nossa desgraça!

  21. Porque é que António Vitorino não aceitou liderar o PS depois de Ferro Rodrigues?

    Ora aí está uma boa pergunta.

    Vitorino, antigo esquerdista que em 1975 abandonou o PS para ser co-fundador da FSP, MSU e UEDS, escolheu 30 anos depois a vida de negócios como advogado de luxo da Cuatrecasas e administrador de grandes empresas. Aparentemente, aproveitou o melhor da sua experiência política para – legitimamente – lançar a sua carreira de advogado de élite e tratar da sua vida pessoal. Arrisca-se, porém, se um dia quiser regressar à política, a que lhe perguntem por onde andou quando era necessário.

    Entre o jovem idealista e o actual super-advogado e empresário muita coisa aconteceu. Em 1997, há muito regressado ao PS, era ministro da Defesa. No dia seguinte à publicação de uma notícia que apontava uma irregularidade fiscal (história do monte alentejano em ruínas que terá comprado por valor superior ao declarado) demitiu-se. Um bom exemplo para muitos políticos que fizeram e fazem mil vezes pior, como o actual inquilino de Belém, mas é o lado para que dormem melhor. Vitorino foi ilibado pelo fisco e pela Procuradoria-Geral da República: afinal não devia nada! Foi depois comissário europeu e chegou a ser falado para voos mais altos. Mas em 2004 podia perfeitamente ter largado tudo para liderar o PS. Não largou nada. Deixar o bem bom para se ir meter no buraco fedorento e mal pago da política portuguesa, no vespeiro desnorteado do PS, eventualmente na alhada de chefiar um governo?

    Especula-se que é cobarde. Ou que tem telhas de vidro (será que Belém também preparou um dossier sobre ele?). Eu acho, simplesmente, que para Vitorino a carreira profissional e a vida pessoal pesam mais que a política. Quando o seu “idealismo” de antanho desapareceu, nada lhe ocupou o lugar, a não ser a grande ambição pessoal, alimentada pela consciência que tem das suas competências. O que não é pecado, mas é pouco para se dizer socialista.

    Estará a pensar em Belém para a reforma? É menino para isso, mas eu não votarei nele.

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