«Com a legitimidade de quem no primeiro Governo de António Guterres, enquanto ministro das Obras Públicas, enfrentou a corrupção na Junta Autónoma de Estradas, com uma sindicância que levou ao fecho daquele organismo estatal, Cravinho propunha então um conjunto de ideias em que constava já a criminalização do enriquecimento ilícito. A proposta mereceu a oposição de vários socialistas, a começar pelo líder do PS e primeiro-ministro José Sócrates, e a terminar no líder parlamentar de então, Alberto Martins, que travou formalmente a iniciativa. O incómodo que o pacote Cravinho causou entre os socialistas levou mesmo a que Sócrates nomeasse João Cravinho como representante de Portugal na administração do BERD, despachando-o assim para uma espécie de prateleira dourada em Londres até ao final do seu consulado governativo.»
__
São José Almeida pertence ao grupo de jornalistas, com cópia exacta num grupo de políticos (estou a pensar em ti, Ana Gomes), que degrada o espaço público de cada vez que escreve textos como este acima citado. Aparentemente, são posições inquestionáveis contra a corrupção. Ao nos aproximarmos, o fedor a impotência e calúnias genéricas torna irrespirável o ambiente criado.
Neste parágrafo, volta uma das pulhices repetida aos anos e vezes sem conta por pregoeiros armados em representantes do clamor do povo. Eis o que se afirma num jornal dito de referência por um dos seus mais importantes quadros redactoriais: que João Cravinho foi um herói da luta contra a corrupção, e que este herói foi comprado por políticos que não queriam lutar contra a corrupção. Certo? Certíssimo. Sócrates e Alberto Martins, “incomodados” com o “pacote” do Cravinho, deram-lhe um pontapé no dito e lá foi ele para onde o mandaram ir; satisfeito e, segundo a São José Almeida, até agradecido. É que ninguém o obrigou a aceitar a “prateleira dourada” e abdicar da sua missão higiénica, pelo que temos de concluir pela cumplicidade de Cravinho com a máfia do PS (a qual está feita com a máfia do PSD e do CDS, como qualquer esquerdista puro e verdadeiro aprende desde o berço). Também de referir que em passo algum é apresentado qualquer argumento que explique a posição do PS ao tempo.
Para que serve este tonto emporcalhamento? Para nada de nadinha de nada a não ser o gozo decadente de o poder fazer sem consequências. O ataque lançado contra casos não identificados onde há sinais de riqueza que escapam na sua génese ao conhecimento da articulista é primário de mais, confundindo-se com a expressão de uma posição ideológica onde qualquer riqueza seria proibida ou, em alternativa, passava a ter de ser aprovada pela incorruptível São. Estamos neste grau de sofisticação intelectual.
Este artigo é paradigmático da suspeita que o Pedro Marques Lopes deixou na secção extra do Bloco Central a propósito da denúncia da Paula Lourenço. É de audição obrigatória para quem se interesse pelo Estado de direito e conta com um complemento igualmente a não perder do Pedro Adão e Silva sobre a questão.
o enriquecimento ilícito é crime há bués, o que os gajos querem é acabar com o principio de presunção de inocência, que foi chumbado pelo tc e daria muito jeito à polícia de investigação para prender a torto e direito sem ter cumprir regras e respeitar direitos. o burburinho actual é ressonância da frustração do super alex em não conseguir provar nada.
Para melhor avaliar os contributos de João Cravinho, Paulo Morais, Maria José Morgado, São José Almeida e outros paladinos da cantiga do ‘todos são corruptos menos eu’ seria útil saber quantas denúncias estes apresentaram na justiça de casos concretos de que tiveram conhecimento e o resultado dessas diligências. Dizer que há muita corrupção porque se pergunta às pessoas e elas acham que há muita corrupçâo e utilizar o esse papão vago para sua própria promoção pessoal à custa da descredibilização das instituições é política reles.
Exacto Lucas, uma coisa é o que é outra coisa é a sua percepção. Se os media estiverem sempre a dizer que há muitos assassinatos, será essa a percepção das pessoas.
O enriquecimento ilícito incomodaria muito, sobretudo se passasse a inversão do ónus, evidentemente. O que acho muito estranho é que os alegados democratas do Estado de Direito esqueçam outras matérias, gravosas pelas consequências que geram no sujeito ( processual), previstas no direito fiscal, e mais designadamente em sede de reversões fiscais. Eventualmente o conhecimento de tais matérias conduziria alguns comentadores a outra posição na questão do enriquecimento. Permite-se num lado o que se não quer no outro?
E os socialistas, alegados defensores do fruto de Abril, que se quedam nestas mesmas matérias? Eu direi que não sabem, não se dão ao trabalho de saber e vivem no espírito (frustrado) do punho arregaçado da rua, alardeando mudança, mas sem saberem como a concretizar. Preferem incendiar, com recurso a fórmulas genéricas de discussão.
rert – repatriamento de capitais, lei inventada pelos direitolas para legalizar as luvas das tramóias, aplicada por sócras para não se perder tudo e que já vai na versão iii, para o governo actual já nem é preciso trazer para cá a massa. moral da história: o capital move-se e os ceguetas querem que o contribuinte guarde os recibos e tenha escrita organizada. nem no tempo dos urssos era assim, além da moral bacoca e liberalismo enviezado de comunismo, só conbersa táxista-leninista de incêndios e cataestrofres de sonetos alexandrinos.
De como o CIMENTO e INTELIGÊNCIA não combinam. A recorrente coroa da ignorância devidamente retratada na identidade do burrídico. É a cultura do concreto democrata. A catástrofe acontece, contudo, quando o «ser» se reproduz…
Pois é, acabei mesmo por deixar de comprar o Público quando tive que me render à evidência de que estava a gastar o meu tempo e dinheiro a ler uma coisa escrita por uns quantos estagiários (com os erros de português inerentes) e mais dois ou três velhos maoistas ressabiados e vingativos. Medíocres todos, cada um em seu género. Compreendo que tenham medo de perder o emprego e que ladrem à vontade do dono. É a sua pequena miséria e lamento que assim seja. Eu é que não pago mais para isso.
a são josé de almeida fala para aqueles que não têm memória. e que, infelizmente, são a maioria. se não se lembram do que ocorreu há 4 anos (de como estavam todos, jornalistas, políticos, cidadãos, extasiados com a entrada da troika só porque isso significava a derrota do supra-odiado mas agora, esses mesmos, dizem que sempre foram contra a troika) como é que lembram do que se passou há 15? e o que se passou há 15 anos foi o secretário de estado garcia dos santos, capitão de abril, a denunciar a corrupção que grassava na então junta autónoma das estradas e o ministro da tutela (cravinho) nas tv´s incomodado com as denúncias, o secretário de estado a bater com a porta com críticas à inacção do ministro nas denúncias de corrupção e, depois disto tudo, o ministro a mudar o nome da junta autónoma das estradas para instituto de estradas de portugal (para dizerem que não tinha feito nada).
é esta a legitimidade do cravinho na opinião da douta são josé. ah, cacetes!..