Duas notícias recentes chegam para evidenciar a exploração política da Operação Marquês:
MP ´vigia´ sorteio do recurso de Sócrates
Investigação a Sócrates centrada entre 2000 e 2005
Na primeira, Rosário Teixeira – o qual não negou, muito menos repudiou, a notícia – lança o anátema da suspeição para cima dos juízes, de repente candidatos a estarem ao serviço de Sócrates caso algum se atreva a dar razão ao recurso apresentado. Pouco importa que o procurador não chegue a cumprir a promessa da notícia, podendo mesmo ainda vir a desmentir o seu teor. Para o que interessa nesta manobra, a percepção pública, foi transmitida a ideia de que haverá juízes corruptos ao serviço do corrupto Sócrates. Teixeira propõe, via Correio da Manhã, que a avaliação do recurso se transforme no ordálio da integridade dos juízes que calharem no sorteio. Caso discordem do Ministério Público passam a ser alvo da ira de Deus.
Na segunda, repete-se o modelo: pouco importa que a investigação esteja mesmo a investigar esse período ou não – para efeitos de construção da opinião pública está e estará. E quem fica apanhado nessa rede? Guterres, o candidato presidencial que a direita mais teme e que essa direita adoraria igualmente ver como fortíssimo candidato a ex-primeiro-ministro que tinha na sua equipa de secretários de Estado e de ministros um corrupto do calibre de Sócrates.
As motivações de Rosário Teixeira, Carlos Alexandre e Joana Marques Vidal nas decisões respeitantes à génese e condução da Operação Marquês podem não ter qualquer contaminação partidária, ideológica ou pessoal. Podem essas decisões decorrer estritamente da sua interpretação da Lei e das responsabilidades profissionais que cada um entende como inerentes e incontornáveis na sua função pública. Esta é a explicação mais provável, porque a mais benigna, na ausência de outra que ganhe maior credibilidade. Por sua vez, Sócrates pode mesmo ter cometido crimes e ilegalidades, como ser humano que é (ou parece ser), e estando agora esse eventual delinquente a repetir a ladainha da inocência que milhões de criminosos antes dele cantaram em qualquer prisão do Mundo. Creio que se deve partir destes pressupostos em ordem a avançarmos para a seguinte constatação: a 21 de Janeiro de 2015 já não é possível negar que a detenção e prisão de Sócrates configura mais um caso de ataque político antidemocrático e anti-republicano, na senda do que foi feito com o processo Freeport, com a operação Face Oculta e com a Inventona de Belém – só que agora elevado ao grau máximo da degradação do nome e imagem de Sócrates que for possível atingir. As notícias sobre episódios do seu quotidiano como recluso humilham e achincalham a sua pessoa de forma cruel.
Não se conhecem órgãos de comunicação social que sejam vazadouros de sistemáticas fugas ao segredo de Justiça para atacar políticos de direita. Contudo, só o processo BPN daria dezenas ou centenas de manchetes caso se quisesse fazer dele o que se tem feito com os processos que envolvem directa ou indirectamente Sócrates. O facto é esse e é crucial: a direita, sob o olhar divertido da esquerda pura e verdadeira, serve-se impune e criminosamente, desde 2004, de agentes judiciais e policiais para manter uma permanente campanha negra a correr contra o PS. No tempo em que Pacheco Pereira e Ferreira Leite lideravam essa estratégia, estes mimados caluniadores chegaram ao ponto de garantir que Sócrates usava “técnicas dos serviços secretos” e que teria posto o Estado a escutar a líder da oposição. Enquanto o casal laranja envenenava a opinião pública, muito provavelmente tendo tido também acesso a material de escutas em segredo de Justiça, quem andava a ser devassado pelo Estado era um primeiro-ministro em funções. E depois, tendo a golpada do “atentado ao Estado de direito” sido parada a poucos meses das legislativas de 2009 por quem não cedeu às ameaças, foram Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento os alvos das calúnias – inclusive no Parlamento pela boca de deputados do PSD. A este respeito há que relembrar as vezes que forem necessárias o argumento de defesa do então Presidente do Supremo: “Se as escutas a Sócrates contêm elementos de prova, porque não aparecem eles publicados nos meios que publicaram excertos das mesmas?”.
Não apareceram porque não existiam, é a única conclusão possível. E agora não aparece a acusação a Sócrates, havendo mais 10 meses de notícias plantadas na comunicação social à disposição para se violarem direitos de cidadãos, desgastar o PS, emporcalhar as legislativas e as presidenciais e perverter a vida comunitária. Só para os pulhas é que este estado configura uma situação de regular funcionamento das instituições.
primeiro – a notícia plantada pelo rosário & teixeira é para antecipar justificação à merda que fez antes que a relação diga que o processo é um fiasco conduzido por loucos.
segundo – período 2000-2005 já prescreveu, inventem outra.
Eu queria estar enganada. Oxalá que esteja, mas tudo me diz que não: nada vai acontecer que altere o curso normal de uma justiça colocada ao serviço da direita mais pulha que era possível imaginar nestes primeiros anos do segundo milénio. Não faço ideia por quantos anos mais vamos estar debaixo da pata dos magistrados colocados ao serviço das máfias nacionais.
ai! que isto é badalhoquice a mais para a minha cabeça!
A manobra do título “MP vigia sorteio do recurso de Sócrates” é extraordinária. Uma notícia revelando uma intenção que só poderia ter sido transmitida pelo seu autor aparece “desmentida” por um terceiro
http://expresso.sapo.pt/rosario-teixeira-nao-pediu-para-assistir-ao-sorteio-do-juiz-do-recurso-de-socrates=f907266
Como o Val diz e bem, para efeitos de manipulação de opinião pública e criação da suspeita na seriedade dos juízes escolhidos, o objectivo está mais que conseguido, seja qual fôr a origem deste golpe.
A imaginação tem dificuldade em ultrapassar a realidade neste romance policial. Abunda excelente material para quem estuda o fenómeno de alucinação colectiva.
Não acredito que o processo venha a ser “beliscado na Relação. Não foi por acaso o pedido de Habeas corpus para ser recusado pelo Supremo, caucionando, de certa forma, a medida de coação a Sócrates. Não foi por acaso que, em vez de ser o Rosario Teixeira a desmentir o CM, tenha sido precisamente a Relação a fazê-lo, como anotou o Lucas.Tudo parece estar preparado ao milímetro para manter Sócrates na cadeia pelo menos até que passem as eleições. Também penso que, perante a actuação dos agentes da justiça, neste caso como no do Freeport e da Face Oculta, não haverá necessidade de provas para condenar. À semelhança do Casa Pia, bastará a “ressonância de verdade” e a condenação popular já feita e gritada em toda a comunicação social. Não queria estar na pele de Sócrates. Poderia ainda pensar que os dirigentes do PS se deixassem de meias-tintas e confrontassem o poder judicial com esta pouca vergonha. Mas não vejo ali gente capaz de tal gesto.
a relação não desmentiu o rosex. a relação limitou-se a pôr os pontos nos is, não recebeu qualquer pedido do magistrex para assistir ao sorteio e não põe objeções à pretensão, mas considera-a inédita.
“… Sócrates pode mesmo ter cometido crimes e ilegalidades, …”
“… já não é possível negar que a detenção e prisão de Sócrates configura mais um caso de ataque político antidemocrático e anti-republicano …”
Sinceramente não percebo como concilia estas duas frases.
anonimo, com a maior das facilidades. A primeira dá como possível que um inocente venha a ser considerado culpado. Creio que acontece com todos os inocentes, continuarem inocentes até prova em contrário. Sócrates está numa situação em que agentes da Justiça estão convencidos de virem a conseguir provar que é culpado. Mas até esse eventual desfecho, o homem é inocente. Se tiveres dificuldades com este raciocínio, avisa.
A segunda remete para os factos à volta da situação legal e existencial de Sócrates. À sua volta, venha ele a ser considerado culpado ou a nem sequer ser acusado de coisa alguma, está em curso um ataque político contra ele, contra o PS e contra a esquerda que o PS representa. Esse ataque é diário e conta com forças poderosas na comunicação social que transmitem e deturpam informações obtidas de agentes da Justiça que estão a cometer crimes ao violarem o segredo dos processos. Essas fugas têm como propósito alimentarem esses ataques, e esses ataques têm como propósito servirem de munição numa guerra política antidemocrática e anti-republicana. Se tiveres dificuldades com este raciocínio, avisa.
A manobra por trás da alegada investigação centrada em 2000-2005 está na oportunidade que dá aos mafiosos de injectarem na cabeça do pagode a convicção de que o homem só se safa por os crimes estarem prescritos. O truque foi usado com sucesso absoluto noutras ocasiões, nomeadamente na Casa Pia, para achincalhar Ferro Rodrigues e Jaime Gama, por exemplo, que foram objecto de acusações exactamente iguais às que foram feitas a Carlos Cruz, Paulo Pedroso e outros. E o que os do correio da manha e restante máfia merdiática então vomitaram à saciedade foi que eram tão pedófilos como eles e ficavam impunes apenas porque os coitadinhos que os acusavam se referiam a pedofilices já prescritas. O objectivo, porém, foi plenamente conseguido, pois o rótulo ficou-lhes colado para sempre.
Como, no caso Sócrates, existe o perigo de mesmo os mais burros começarem a ver que as provas são uma mão cheia de nada, ou de merda, o truque é começar já, subliminarmente, a instilar na cabecinha das pessoas a mensagem de que “o gajo só se safa por causa das prescrições”. O tempo que vai ainda passar na prisão continuará a reforçar a ideia e, se um dia tiverem de o soltar, da presunção de culpa nunca mais se safa.
O que fica, porém, por perceber é a que título andam estes heróis de pacotilha a gastar o dinheiro dos contribuintes investigando crimes de que sabem antecipadamente não poder acusar ninguém. Enfim, mistérios do Senhor. Oremos.
Correcção ao meu comentário anterior: “O tempo que vai ainda passar na prisão continuará a reforçar a ideia de que, se está preso, alguma coisa fez e, se um dia tiverem de o soltar, da presunção de culpa nunca mais se safa.”
ontem vi mas esqueci, Val, tinha sono. vê aqui : investigar esses período (no segundo parágrafo).
Mais palavras para quê?
Obviamente, Valupi.
Caro Valupi,
obrigado por tornar mais claro o seu texto: embora não ache verosímil a segunda parte, concordo que ela é possível. Já a primeira parte, embora à primeira vista me tenha parecido clara (e com cujo o sentido concordaria), numa segunda leitura levantou-me dúvidas quanto à frase seguinte:
“A primeira dá como possível que um inocente venha a ser considerado culpado. ”
Esta frase, tal como está escrita, pode ser interpretada de três formas:
– Sócrates é inocente, mas é possível que venha a ser considerado culpado pelo sistema judicial; ou
– Mesmo se considerado culpado pelo sistema judicial, Sócrates pode não ter praticado os crimes que lhe imputaram; ou
– Admite que Sócrates possa mesmo ter praticado os crimes de que é acusado (corrupção, …) mas deve ser considerado inocente (do ponto de vista jurídico) até uma sentença final em sentido contrário.
Julgo que se refere à terceira interpretação (com a qual concordo a 100%) mas ainda assim, admitindo que há hoje em Portugal quem defenda a primeira opção, pedia-lhe este esclarecimento extra.
A culpa, sabe-se, é a da direita e da esquerda pura e dura. O PS é uma virgenzinha muito ingénua. O que me espanta é o PS não dizer o que sabe e não usar toda a veemência para se defender, defendendo os seus. Os interesses do PPD e do PS cruzam-se e daí os silêncios e as complacências.
E que dizer da máxima de Costa: à justiça o que é da justiça e à política o que é da política?
Aí por 1958 havia um anúncio na rádio que dizia o seguinte:” Médicos de todo o mundo recomendam a binaca. Eles lá sabem porquê!”
O Manuel Barata diz o óbvio. A Direcção do PS está-se borrifando para a perseguição que lhe é movida, desde que se vá safando quem fica de fora da alçada dos justiceiros. Em boa parte Sócrates fez o mesmo quando as vítimas eram Paulo Pedroso e o Ferro Rodrigues, na pedofilia. Talvez por medo que lhe chegasse a calúnia. Se era isso, pouco adiantou, porque sobre ele vieram a cair todas as calúnias mais negras. Até à prisão. O PS confiou na direita e, de facto, aliou-se ao diabo. Em vez de ir à luta com tudo o que tinha e não tinha, foi encaixando a perseguição politica e judicial. Na sua falta de vergonha (quem não sente não é filho de boa gente) e de coragem foi alegando que o interesse do país estava acima de tudo. Nunca se lembraram os dirigentes do PS (sobretudo Sócrates que teve a maioria absoluta) de que todo o seu trabalho poderia ser desfeito numa legislatura, no caso de vitória dos caluniadores e dos justiceiros. Foi um “deixar andar” até ficarmos reduzidos à democracia formal. Sócrates está preso por ser PS ,ser ingénuo e ser inocente. Se não estiver enganada, o PS nunca mais dará nada de jeito ao país, depois de ter chegado ao ponto a que chegou de completo desleixo em relação à defesa das instituições da República. Permitiu que os abutres comessem tudo e não deixassem nada. Os da Face Oculta estão condenados, a Lurdes Rodrigues está condenada, Sócrates está destruido pela calúnia e pelos justiceiros. E o PS pensa que vai a algum lado com um Costa contemporizador. Espero que Guterres tenha o bom senso de não se candidatar a PR. Ele que atente na investigação em curso! Já recuou ao seu último governo. O o aviso foi dado. Sócrates ministro do ambiente e Gueterres PM. Um candidato a PR que liderou um governo de corruptos?
Olinda, thanks!
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anonimo, não há no caso de Sócrates algo que justifique tratá-lo diferentemente de qualquer outro arguido no que diz respeito à presunção de inocência. Por mim, não faço ideia se ele cometeu crimes, ilegalidades, se passou vermelhos ou se cuspiu na sopa. A dar-se como provadas algumas destas suspeitas (e esquecendo a sopa), algo de normal – embora errado do ponto de vista da comunidade – terá acontecido: um indivíduo teve um comportamento que merece sanção do Estado.
Também creio que não ignoras que a Justiça é ministrada por seres humanos, e que os seres humanos podem errar, seja voluntária ou involuntariamente, seja por terem sido enganados ou por não terem informação suficiente. É por isso que, em qualquer parte do Mundo, se poderão apontar decisões judiciais que se vieram a comprovar estarem erradas. Inocentes foram presos e inocentes terão sido mortos por causa deste tipo de erros. Será o caso de Sócrates? Até agora, não há provas para o afirmar, e, se vier a ser acusado e julgado, teremos de esperar para ver. Mas é uma possibilidade como outra qualquer que vem acumulando indícios de poder estar a acontecer dado que não conhecemos as provas da sua suposta corrupção, por um lado, e dada a exploração política da sua pessoa num ano duplamente eleitoral, por outro.
Caro Valupi,
Mais uma vez, concordo com o que escreveu do ponto de vista formal. Mas, admitindo que Sócrates poderá ter efectivamente cometido crimes, acho que está a tratar com alguma ligeireza a natureza desses crimes (“não faço ideia se ele cometeu crimes, ilegalidades, se passou vermelhos ou se cuspiu na sopa”).
Trata-se de um ex ministro e primeiro-ministro de Portugal que é acusado de corrupção. Devemos, nesta fase, admitir que Sócrates é inocente. Não conhecemos provas, mas conhecemos o tipo de crimes de que é acusado e a sua gravidade não tem nada a ver com “se passou vermelhos ou se cuspiu na sopa”. E mesmo quem considera que tudo isto é uma cabala, não devia ignorar ou relativizar a gravidade de um crime desta natureza e estar preparado para admitir que algo de muito grave pode ter ocorrido.
anonimo, estás a chutar a bola para a frente de cada vez que te respondo. Se se vier a provar que Sócrates cometeu actos de corrupção, tal será não só inaudito na História de Portugal como tem tudo para ser um terramoto político para o PS e um choque profundo para milhões de pessoas. Obviamente, os teus comentários mostram que não leste o que já escrevi sobre o assunto nessa dimensão a que agora te agarras.
Também revelas não estar a compreender o que escrevo, pois a cada texto onde me pronuncio sobre a inocência de Sócrates, a qual neste momento em que dialogamos é factual, acrescento que antes e acima dele, como de todos nós, está o Estado de direito.
A Isabel Moreira, num texto publicado no Expresso, sintetizou perfeitamente esta atitude cívica ao escrever:
“quando observamos um caso de justiça a desenrolar-se, devemos tomar partido pelo Estado de direito e não pelo sentimento de amizade ou de inimizade que um detido ou um arguido nos desperta. A não ser assim, estamos a pôr em causa a cidade, nós, o derrube do fascismo, a essência dos direitos fundamentais.”
alguém se candidata a iscrebere um artigu sovre discriminassãoe entre presus in Ébora? Socrash baie telefunarre ao gavinete do diretorre e este saie. istu é legale, eue, pazinhu travalhadorre, amarradu dimpostos, talquale o guliver do filme, tenhu da pagarre os telefunemas do recluso, hum?
1. O jornal i volta hoje à carga com relatos de escutas a Sócrates, envolvendo, neste caso e segundo o jornal, “José Almeida Ribeiro, o espião do SIS que foi secretário de Estado adjunto de José Sócrates e que, depois de uma curta passagem pelo SIED, voltou à política, desta vez como conselheiro político de António José Seguro”.
2. As ditas escutas, tal como as feitas às conversas de Sócrates com Proença de Carvalho e relatadas pelo Correio da Manhã (“CM”), foram manifestamente realizadas já há algum tempo. Pelo que das duas uma: ou o i (tal como o CM), já as tinha na sua posse (esta e outras, se calhar) e está judiciosamente a administrar os tempos da sua divulgação, em função de interesses, seus ou de terceiros, ou essa administração é feita pelas costumeiras “fontes do processo”, que vão libertando a informação para os seus canais de eleição (i, Sol, CM) também de acordo com a uma agenda, própria ou de terceiros.
3. Do que li, trata-se, quer no caso das conversas com Almeida Ribeiro, quer das conversas com Proença de Carvalho, de escutas sobre assuntos que parecem não ter qualquer relação com os crimes de que Sócrates parece estar indiciado, mas que, mesmo assim, estão, ou já estiveram, no processo, ou, em qualquer caso, não foram destruídas antes da sua divulgação.
4. Se, como se diz, Sócrates está a ser investigado/escutado desde 2013, então é de crer que haverá muitas escutas de conversas com muita gente, particularmente, políticos, sobretudo do PS, e sobre os mais variados temas.
5. Logo, terá sido feito um verdadeiro maná de escutas, que previsivelmente não foram destruídas, mesmo que, como as das conversas com Almeida Ribeiro ou com Proença de Carvalho, nada tenham a ver com os crimes atribuídos a Sócrates.
6. Serão escutas que, tal como as que envolvem Almeida Ribeiro ou Proença de Carvalho, ou já estarão na posse dos habituais canais de eleição das “fontes do processo”, que as divulgarão oportunamente na forma e nos tempos que melhor sirvam os interesses que visam, ou serão, também oportunamente, divulgadas por essas “fontes do processo”, igualmente de acordo com uma agenda cuidadosamente administrada.
7. Por uma via ou por outra, é, assim, previsível que lá por alturas das eleições surjam mais divulgações de escutas envolvendo, previsivelmente, gente do PS.
8. Não é de excluir, bem pelo contrário, que uma divulgação adequadamente calendarizada das escutas possa influenciar os resultados das eleições, sobretudo se essa divulgação lançar “suspeitas” que seja já tarde para poder desmontar e desmentir.
9. A isto na minha terra chama-se golpada. Gente mais erudita chamar-lhe-á “atentado contra o Estado de Direito. Em qualquer caso é algo de muito grave.
José Pires, exactissimamente. Aliás, esse é o aspecto que é mais preocupante, o facto de haver escutas para efeitos de utilização política e/ou empresarial, mesmo que nunca cheguem ao público.
Se as violações ao segredo de Justiça ocorrem com a impunidade e abandalho que se regista há anos, então ainda mais facilmente elas ocorreram no segredo de vários interesses que, quiçá, até as poderão encomendar ou ordenar.
hum, o proença de carbalho sem «bê» e a sua noçãoe de istado de dirreito, já foi tanto usada no seu discursoe, que perdeue sentido, esbaziando-se. ó pázinhu, deixem os magistrados travalharre meues, os gajus savem o ca fazem, carago.
Não é a sucessão de atropelos à LIBERDADE a que estamos a assistir no “caso Sócrates”, manifestamente engendrados e conduzidos por anti-democratas, que me preocupa. O que me preocupa mesmo, e até assusta (é esse o objectivo, assustar) é a classe politica e judicial, à qual ainda resta alguma réstia de democracia no pensamento e nas práticas, estar a assistir do camarote ao enterro da sua própria liberdade.
Quanto a mim, já estava a cair o processe e após a notícia do CM sobre a exigência ou não do Procurador em assistir ao sorteio, caiu mesmo. O resto é novelada para manter a lavar o cérebro público o mais tempo possível e no fim, sem provas, Sócrates sai porque as destruiu (fora avisado por Camões, a tempo) ou por prescrição. Com um currículo de fazer inveja a Oliveira e Costa.
A não ser que Sócrates vá para bingo e recuse o arquivamento do processo. Defendendo-se de tudo do que “não” foi acusado e processando novamente o CM por todas as calúnias publicadas e pedindo ao MP uma indemnização por lesarem a vida dele de modo irreparável. Os contribuintes vão ter de dar o dizimo habitual.
mas onde é que esta gente vai buscar tanta certeza de calúnias, Maomé? :-) oxalá que não, assim o desejo, mas ainda vão dar com os cornos na parede e ficar com a mão derretida pelas chamas.
Maomé, onde? Não pxebi