Como se pode ler, a capa do CM noticia que o “Governo ataca 110 mil reformados e tira 264 milhões à função pública“. Mas este título, na sua literalidade, é um mimo de ambiguidade, apelando ao enfoque na função pública e no efeito da sua redução – ideia que agradará ao público do jornal ou que o deixa indiferente. Porém, a chamada de 1ª página para uma intenção do Governo não tem visibilidade. A caixa respectiva, já de si discreta face aos outros elementos gráficos da composição, é colocada na metade superior da mancha, junto do cabeçalho e da publicidade, levando a uma de duas consequências: ou é lida em primeiro lugar, o que aumenta a probabilidade de sair logo da atenção do leitor, ou nem sequer é lida, pois o olhar é automaticamente puxado para o destaque central dado à notícia acerca da mãe de Sócrates e logo depois para as fotografias que exibem o Cristiano Ronaldo, um espectacular acidente, uma gaja boa, um automóvel e um bolo-rei. Esta capa funciona como o letreiro de uma única mensagem, sendo o resto à sua volta apenas elementos cujo significado se transforma em sinal. Sinalizam a hierarquia da página, trabalham para enfatizar a semântica da notícia principal.
De um ponto de vista empresarial, o CM deve conseguir bom lucro com a exploração do “género Sócrates”. Terão uma equipa especializada na galinha dos ovos de ouro, ou dez, e perseguem o seu alvo sem parar como fazem os paparazzi com as maiores celebridades. Qualquer material que permita levantar suspeitas é utilizado, sejam almoços com estes e com aqueles, sejam meros telefonemas não se sabe para quem. E quando não se encontra material nessas óptimas condições, inventa-se. Aliás, o “género Sócrates” implica que toda e qualquer notícia é – e independentemente do seu conteúdo – uma fonte de suspeitas. Assim, se algum dia o CM noticiar que Sócrates se lançou ao mar para salvar uma menina de 4 anos, podemos ter a certeza que o efeito pretendido nos seus leitores é este: “Que grande cabrão este Sócrates que agora até já anda para aí a salvar miúdas de morrerem afogadas quando devia era estar preso!“.
Acontece que os ganhos comerciais do CM não se comparam com os ganhos políticos para a direita portuguesa. Num país de misérias variadas, este jornal tornou-se no campeão das vendas por se ter especializado na exploração do que há de mais sórdido na sociedade. Especialmente habilidoso é o posicionamento populista, ideal para este período de crise onde haja políticos sem escrúpulos. Cavaco, Passos e Portas correspondem na perfeição ao protótipo dos populistas à portuguesa, misturando mentiras sistemáticas, desprezo absoluto pela palavra dada e ganância desenfreada pelo poder. Para o CM, basta ir canalizando a fúria da turbamulta contra os políticos para os bodes expiatórios que, grande coincidência, estão todos no PS. Quão mais fortes forem, mais atacados serão. Com Sócrates, conseguiram uma estupenda vitória, pois obtiveram carta branca para um processo de permanente difamação e calúnia. O desgaste constante da presa e o emporcalhamento do espaço público geram um desânimo generalizado que reforça a passividade. Ganham os populistas suaves, os detentores da “verdade”, os que prometem a cirurgia estética sem dor e que depois tomam de assalto o Estado e o saqueiam e destroem enquanto puderem.
O que o CM faz tem vastas repercussões sociológicas e políticas. E é, também aqui, fascinante ver o modo cúmplice como a esquerda pura e verdadeira se comporta – não gastando uma caloria com a canalhice e aparentando não perceber que o cerco a Sócrates tem sido uma das mais eficazes manobras de condicionamento popular por parte daqueles que tudo farão para aumentarem as desigualdades entre os portugueses que vivem em Portugal.
também é isto e tem vivido disto mas não pode ser só isto – Portugal também és tu e minorias. as minorias têm de se juntar para recuperar o portugal colorido e risonho. galo de barcelos com canecas das caldas e arraiolos de força e fado na voz: tudo encaixilhado em filigrana de inteligência.
vem aí a versão 2.0 do moreia de sá patrocinada pelo carrapato da fodavone, pelo mourinho do pvc e pelo relvax – compra, venda e troca de políticos c/ ou s/ certificado energético, orientação técnica do zé manel e responsabilidade criminal do diniz. diz que se chama observador on time.
http://observador.pt/
ohbimby! tens que esfregar muito tacho pra calçares o número da moby dick vasconcellos. vai, desampara, o antónio ferro espera por ti no espelho d’água e tira daí o poster, que o toucinho já está rançoso.
Muito bem, Valupi. Esta sequência interminável de “primeiras páginas persecutórias”, lançando suspeições até à calúnia, são a prova cabal da falência da deontologia do jornalismo em PORTUGAL e a prova de que a nossa justiça foi metida no bolso dos mafiosos. É fartar vilanagem! As nossas elites calam e consentem no abandalhamento de todos e tudo. E agora vem aí o jornal do Relvas. Foram ao pote lamber mais uns milhões para “comprar” mais jornalistas e magistrados. Ocorre-me dizer que fomos dos últimos, na Europa ocidental, a deixar o fascismo, e agora estamos a ser os primeiros a regressar a ele. Bravo, Jerónimo! Bravo Louçã! Bravo Carrilho, Alegre e soaristas, tão empenhados que se mostraram no combate ao PS Sócrates. Aliaram-se, de facto, (admitamos que ingenuamente) aos fascistas piores que os da ditadura. Os seniores não deviam ter desculpa. Chorem, agora, sobre as ruinas da breve democracia. Nos tempos que correm não são precisos pides e tribunais plenários. Basta dinheiro, muito dinheiro, do assalto ao pote em que se transformou o “Portugal Democrático”. Dinheiro e fachada democrática que a turbamulta quase aplaude. Já começa a ser “voz corrente” que estes novos fascistas são os libertadores que vão arrancar o país das mãos dos políticos que usurparam o poder em 25 de Abril e levaram Portugal à ruina. E a “voz corrente” ribomba em tudo o que é órgão da comunicação, até convencer a esmagadora maioria. Até parece que Relvas saiu do governo para preparar eleições 2015. O novo “Otelo”, de um novo regime: a ditadura do mais rico. Pode ser que venha um vento de mudança, mas não estou a ver donde.
A versão Moreira 2.0, não vem aí. Já está implementada e a funcionar. Basta seguir os comentários em noticias que podem colocar qualquer dúvida e o matraquear é atroadeor…
os ratos do esgoto contnuam apostados em fazer regressar portugal à idade média. e a bazuca continua cheia de munições. agora vêm aí mais chumbo com o dito observador sob a batuta de reacionários como o zé manel ou o rui ramos. o pcp deve estar a adorar…
“o pcp deve estar a adorar…”
nem duvides, é veres a cobertura que a comunicação de direita deu à fuga de peniche. com uma epopeia tão mal contada e uma encenação tão desastrada, só falta revelarem um acordo secreto com a pide para despacharem os excedentes de colecção. 14 anos depois retribuiram com a libertação de 89 pides, aí vai música da efeméride.
http://www.youtube.com/watch?v=eospRAdw2No
Valérico, para quando um incitamento à violência, consonante com a raiva e o ódio que emanam dos teus textos?
Só agora é que os americanos deixam os escuteiros homossexuais, montar a tenda.
E nós nem à lua fomos!
Quem é mais atrasado, nós ou os américas?
Ena, pá! Onde vês raiva eódio, eu vejo clarividência e fidelidade aos factos. Prova aí o contrário, se és homem ou mulher, porque “enapa” dá para os dois lados.
Fez anos que Cunhal foi para a Rússia, via Peniche.
Daí o pé da cadeira ter partido passados 8 anos.
Já tinha ficado o pé da dita a abanar quando o Delgado ganhou as eleições.
A viúva de Delgado faleceu agora com 105 anos.
Paz à alma de todos eles!
canalhice, manobras de condicionamento, mentira, perseguição, aumento de desigualdades, ou seja, destruir o país. o que te suscitam estas palavras, paz e amor? quem as escreve sente o quê, esperança? em quê? quanto tempo é que vamos ficar a ler as constatações fidelíssimas do valérico? eu sei até quando, até a desgraça te bater à porta e for tarde de mais.
Na 1ª República, quando foi da Noite Sangrenta, aquela em que foram tirados do seu domicílio e assassinados António Granjo, Carlos da Maia e outros democratas, um guia dos marinheiros assassinos era um redactor do Correio da Manhã, jornal que tinha em sua posse a lista de todos a abater e suas moradas. Já nessa altura o Correio da Manhã era um covil de facínoras. Grande passado, grande presente.
oh enapai, vai tu! pensas qu’isto é jardim escola para actividades pedófilo-bombistas da comunada a troco de xupas? deve ser nostalgia dos tempos do botas quando punham os filhos da burguesia a distribuir avantes a troco de currículo anti-fascista, com denúncia à pide garantida. se estivéssemos à espera do pcp, o 25 de abril ainda estava por fazer e metade do país já tinha sido denúnciado à pide.
Eis o Portugal do “Correio da Manhã”.
Lendo aquele diário ficamos a saber que “Cristiano Ronaldo apoia a família” ao incentivar “a mãe e a irmã mais nova a perderem peso e a fazerem alguns tratamentos de estética”. Numa outra notícia, a namorada do futebolista, Irina Shayk, mostra-se “sedutora em biquini”. “A manequim russa, de 27 anos, surge com vários modelos da marca que realçam a sua excelente forma física. Para a produção, que teve como cenário de fundo uma praia paradisíaca de Belize, Irina colocou extensões no cabelo, o que realçou a sua sensualidade.”
Mais abaixo, eis Cavaco Silva a intrometer-se, pela mão da narrativa omnisciente do Correio da Manhã, no palco da muito invejada e mediatizada estrela. Anuncia-se, com grande pompa, que “o Presidente da República vai condecorar o jogador de futebol e capitão da seleção nacional Cristiano Ronaldo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.” visando com isso “distinguir o atleta de renome internacional que tem sido um símbolo de Portugal em todo o mundo” e, mais que isso, “um exemplo de tenacidade para as novas gerações”. Trata-se, contudo, das novas gerações de uma pátria que Cavaco Silva, com a sua desindustrializante governação e a sua obcessão na adesão ao euro, custe o que custar, ajudou a austerizar. Mas esta é uma contradição que não transpira, nas páginas do periódico!…
Descobrimos também, no Correio da Manhã, que o futebolista agradeceu o gesto honroso do representante máximo da austerizada nação portuguesa, em mensagem postada no facebook:
“É com um indescritível sentimento de orgulho e honra que recebi a notícia de condecoração com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Portuguesa.”
Em aparente contraste estilístico já Luís Duque afirmara precisamente o mesmo, socorrendo-se então de outra semântica mais distinta — a económico-financeira — ao destacar o augusto exemplo dos executivos empresariais portugueses obrigados a emigrar, por falta de oportunidades cá no burgo. O par do reino Luís Duque é adepto ferrenho do futebol do clube leonino, mas escondeu isso bem; a mensagem era matéria a contemplar por outras audiências, que não a do Correio da Manhã.
Eis mais uma campanha pró-asusteritária, ensaiada pelos suspeitos do costume. Quando é que se vão cansar, de jogar este jogo torpe e ridículo?
É realmente incrível o património adquirido pela mãe do Sr. Pinto de Sousa. estudante, engenheiro técnico (???), e homem de capital!
Que bela merda de jornalismo temos nós cá pelo burgo…
Um outro efeito que me perece não referido ou incluído no post é precisamente a disposição das duas manchetes: a a amarelo sobre o ataque aos reformados e à função pública e a outra a letras gritantes sobre Sócrates.
O que o “manhas” pretende é fazer a ligação causa-efeito: a caixa a letras gritantes, sobre Sócrates, para ser lida primeiro e de seguida, logo por cima a amarelo saliente, o “ataque” aos reformados e “cortes” aos funcionários públicos. A sequência de leitura montada pelo “manhas” é a mensagem de que os ataques e cortes são um consequência dos roubos de Sócrates, da família e dos amigos.
Parece-me a mim que a mensagem central pretendida é esta enquanto o resto é chamariz para levar ao encontro do pretendido.
Opah!!!!
Voxes tem e’ inveja, pk naum tem um amiguh k compre kasas pás voxas mães.
O que o “manhas” noticiaria nesse caso de salvamento de uma menina seria mais depressa qualquer coisa como:
‘Sócrates cai ao rio com uma menina de 4 anos numa violenta tentativa de violação’.
O querido líder e os ataques à sua santa imagem continuam a ser os assuntos favoritos da seita que anseia pelo seu regresso. È isto a que está reduzido o “pensamento” político da esquerda impura e falsa, que, em vez de se questionar àcerca do rumo ideológico que seguiu nos últimos anos, prefere culpar a “esquerda pura e verdadeira” por não se empenhar na defesa desse líder cada vez mais oprimido, explorado e condenado à miséria.
Assim, a esquerda para ser alternativa à direita e às suas políticas neoliberais devia unir-se, não em torno de um projecto económico e social comum, mas sim na defesa daquele que se descreveu a si mesmo como o “chefe que a direita sempre quis ter”. Porreiro, pá! A luta contra o aumento das desigualdades sociais passa, fundamentalmente, por combater as “canalhices” que a direita e o cm fazem ao “queriducho”! Que o querido líder tenha iniciado o processo de precarização laboral, de cortes na Saúde e na Educação e que tivesse na Banca o seu maior aliado estratégico, nada disso interessa.
Enfim, um tipo que pensa a política e a economia em função das capas do CM é evidente que vive completamente alheado da realidade e nunca perceberá que o querido perdeu o poder e o pote não porque a “esquerda pura” se aliou à direita, mas antes porque os seus aliados de sempre (Banca, PSD, Merkel, etc) entenderam que o seu tempo tinha chegado ao fim, e que era preciso um outro fantoche para dar continuidade à aplicação do projecto neoliberal europeu em Portugal. Mas lá está: o culto das celebridades ou dos queridos líderes e o “pensamento” político fundamentado em manchetes do CM e que só vê canalhices contra a boa fama e imagem daqueles estão fortemente associados. Maior miséria intelectual é impossivel.
“Fuga de Peniche – Um passo para a Revolução de Abril”
com ondas fascistas e bandos de gaivotas ao serviço da pide
http://dorl.pcp.pt/index.php/histria-do-pcp-menumarxismoleninismo-103/85-momentos-da-historia-do-pcp/207-artigos-de-85-momentos-da-historia-do-pcp/535-fuga-de-peniche-um-passo-para-a-revoluo-de-abril
A função atual dos jornais não é de informar, mas de influenciar opinião.
Os jornais (e televisões) são empresas privadas, orientadas para o lucro, em que os pricipais clientes são empresas de promução publicitária e os partidos políticos.
O correio da manha tem medo…muito medo… de deixar de ter Sócrates como a galinha dos ovos de ouro….As tiragens cairiam a pique !!! é só tentarem para ver o resultado….. Não há notícia mais chamativa…e também não há limite ao tamanho das letras da 1ª.página….!!!.não há limite à trafulhice, à difamação, ao despudor….!!!Há um objetivo pensado…conduzido…e declarado…: perseguir com ódio doentio para…de caminho vender ..tanto quanto possível …até que os leitores comecem a ver a manha com que os iludem….!!!! Só é cego quem não quer ver !!! Folhetins, reality shows, romances de cordel, vendem como milho…!!! Mas o povo não é parvo nem sonso !!!! Finge acreditar, mas lá no fundo desconfia de tanta conversa fiada !!!!
John Silva, se eu cagar uma poia do tamanho de um bolo de anos e lhe puser uma vela em cima também cantas o parabéns a você ? Aguardo resposta.
Na primeira oportunidade alterar a lei, calunia via orgao de comunicação social obrigaria a um pagamento ao estado no valor minimo de 5 milhoes de Euros, solidariamente entre o jornalista autor, director da publicação e os proprietarios a mesma.