Inacreditável a imagem dos conselheiros atravessando a Sala das Bicas em grupinhos de conversas e risadas no final do Conselho de Estado. Tão ostensivo o modo jovial que até pareceu coreografado para transmitir um ar de descontracção a raiar o despautério. Se fossem a caminho de um jogo da bola ou de uma sardinhada não estariam num espírito diferente daquele que exibiram para os jornalistas captarem.
Depois seguiu-se o comunicado. Diz que a crise do TSU acabou. Que o Governo vai combinar umas cenas diferentes com os parceiros sociais, já se falando cá fora que o saque voltará a ser nos subsídios. E pronto. Nem sequer o estado da coligação provoca qualquer angústia, são todos bons rapazes.
Isto significa que nenhum órgão de soberania pretende assumir qualquer responsabilidade pela situação. O Governo recua derrotado e humilhado e aquelas cabeças acham que este é o fim da história. Acontece que se trata do começo de uma outra coisa onde o primeiro-ministro está definitivamente desautorizado, como já estava a maioria dos seus ministros. Nem sequer se deve falar em diminuição da credibilidade pois o estatuto deste Governo passa a ser o do escândalo. É um escândalo ter uma figura reles como Relvas ou inane como o Álvaro, é um escândalo ser uma coligação cujos partidos se agridem em público no meio de uma emergência nacional, é um escândalo ter o primeiro-ministro com a sua tonteira finamente modulada afundado ainda mais o País numa crise económica que agora passou a ser também de confiança e respeito nas principais instituições da República. Esta gente conseguiu destruir com o seu revanchismo e fanatismo o frágil tecido de esperança que ainda resistia pela ignorância de muitos e pela resignação de tantos.
Isto quer dizer que o povo do 15 de Setembro foi deixado ao abandono. Não tem um líder, o que faz do Medina Carreira, do Marinho Pinto e da Ferreira Leite fortes candidatos ao lugar. Mas também quer dizer que a própria lógica da austeridade está ferida de morte, pois quem se revoltou contra os 7% da TSU mais facilmente se irá revoltar agora contra novos cortes nos subsídios e o cambalacho que está a ser preparado no IRS. Os cenários futuros são completamente imprevisíveis, só a incompetência das actuais elites políticas continuará fatal.
Que medidas tomarias no lugar do primeiro-ministro val?
Quanto ao Val não sei mas eu, no lugar do PM (valha-nos Deus nestes tempos em que qualquer um pode lá chegar), começa por reconhecer que seria preciso dar lugar a quem tivesse mais do que um dedo de testa, ou que conseguisse perceber minimamente as implicações das politicas do outro PM, o que de facto dirige a politica nacional, o professor Pardal de Gaspar e Manteigas. Assim , demitia o dito Ministro do Empobrecimento e depois a mim mesmo. Tudo a Bem da Nação.
Valupi, o que é que eu faço com os rascunhos sobre esse bando de irresponsaveis lunaticos que não sabem ouvir os protestos da rua e que se estão a cortar cada vez mais da realidade do pais ? Deito no cesto dos papeis, ou pode ir também com os garrafões de vidro ?
Boas
O que o povo pede não é o fim de um governo, mas de um regime manhoso, de barrigudos, encostados ao orçamento e corruptos.
Os encargos de estradas, campos de futebol, piscinas municipais, presidentes de câmaras e e deputados desnecessários e inúteis têm que ser pagos sim, mas à maneira de “pobrezinhos”, como no tempo de botas de Santa-Comba.
E os banqueiros reais e virtuais têm que sair das esquinas de cada rua porque não há mais dinheiro para porra nenhuma.
oh rural surreal! será este cromo de santa comba que eleges para salvador da pátria?
http://www.dn.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=1199312
tás enganado, o povo pede claramente a demissão do governo. é só conferires as imagens das últimas manifestações.
oh viegas! limpa o cu com eles e de seguida engole-os com um copo de óleo de raciocínio, vais que tudo fica mais claro.
Val, talvez até tenhas ido à Manif mas como não vais às outras não percebes que boa parte daquele pessoal é do que não dá descanso às troikas, que vai a todas.
Só um gajo a viver noutra dimensão consegues imaginar a MFL a discursar para aquela malta.
“Só um gajo a viver noutra dimensão consegues imaginar a MFL a discursar para aquela malta.”
a velha tem o bom senso de não se meter nisso e o gerómino manda o trolha da areosa apalpar para ver se não lhe acontece em público uma vaia igual à do louceiro.
Ó rr diz-me lá quem és tu, que eu depois te explicarei que medidas tomaria no lugar de “um verdadeiro primeiro-ministro”, coisa de que anda muito afastado o triste que mais não faz que usar o título!
Val,
o pindérico comunicado no fim da reunião para analisar “Portugal no contexto da crise da Zona Euro”, é tão caricato que acaba por transmitir apenas o que já se sabia pelas notícias.
O CE e o PR tentam agora atirar o odioso das medidas para cima da concertação social!
Espero que os parceiros sociais estejam com os olhos bem abertos e os mandem àquela parte.
O espetáculo continua, agora em intervalo donde se saírá para nova sessão ou para uma “tomatina”.
Alea jacta est.