Judite – Mas, por exemplo, o sr. Presidente da República, volto à questão, ficou melindrado com as referências, que foram públicas, quando se diz, por exemplo, que o senhor podia ir para casa cuidar do netos?
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Foi esta a única citação das escutas publicadas que a Judite utilizou para confrontar Cavaco. Estamos perante uma curiosidade voyeurista, veneno alcoviteiro. Mas não só.
Estamos também perante a legitimação da devassa da privacidade. Partindo do princípio que a Judite não ouviu a gravação onde supostamente se encontra essa passagem, como se permite utilizar uma transcrição escrita, descontextualizada e não confirmada para com ela tentar invadir a intimidade do Presidente da República? É a perversão máxima, explorar a espionagem a terceiros para espiolhar a primeiros.
Muitas pessoas só aprenderão com a experiência de serem vítimas da completa ausência de escrúpulos. Ou talvez nem aí. Mas é nosso dever fazer o possível para que nunca passem por ela.
Eu não me acredito que ela não tenha ouvido as gravações. Sendo ela uma incondicional da Manuela F.Leite (não esquecer a entrevista da campanha eleitoral, em que no final do debate diz: “esta pergunta foi boa, não foi?…”)e relacionada na alcova com quem é e estando num órgão de comunicação importante, onde chega toda a gama de “produtos”, por certo, terá ouvido as gravações, mas não quis importunar demasiado o “chefe”, que apesar de tudo fez esgares de desprezo pela pergunta. Mas é um facto, mesmo assim, que a alcovitice ganhou foros de “informação” por estes dias e o pior de tudo é que não há ninguém que possa pôr travão a estes desmandos.
Usar referências ao elefante no meia da sala para entrevistas é mau, para posts no Aspirina é bom…