Uma célula. Cada corpo humano terá, em média, perto de 4×1013 células (é fazer as contas). Há perto de oito mil milhões de humanos. E em cada um deles, em cada uma das suas células, ocorrem por segundo milhares de milhões de reacções químicas. Em cada uma. Por segundo. Em todos nós.
Não desperdices essa trabalheira toda, pá.
Variante:
Idea cujuscunque modi quo corpus humanum a corporibus externis afficitur, involvere debet naturam corporis humani et simul naturam corporis externi.
O Maniqueísmo é um reflexo que leva quem se sente ameaçado a refugiar-se no dualismo simplista, que opõe o Bem (eu) ao Mal (os outros). Sempre foi uma falsa protecção, que se fecha a toda a realidade, inclusivamente à realidade que somos, uma vez que o que somos se explica sempre, pelo menos em parte, pelo que os outros são. Contra os excessos que derivam desta reacção simplista – a que os Gregos chamavam ὕϐρις – é que foi inventado o direito. Apesar desta arte milenar ter dado provas, a nível nacional e a nível internacional, subsistem sempre mentes impermeáveis a este tipo de inteligência. Mentes que se alienam a pretexto de se libertarem no vazio de si próprias, fechadas a tudo o que não seja o eco dos seus gritos. Por isso o direito, modalidade ética, social e política da inteligência, é cada vez mais necessário. Não sei bem porque é que isto me ocorre ao ler a tua dominguice, mas desconfio…
Boas
se o direito é cada vez mais necessário , João , é porque estamos cada vez mais tortos. que pena que o progresso seja só material.
que diria spinoza de agora?
Yo,
O direito da jeito em periodos de progresso como em periodos de retrocesso. O resto é a velha questão do pessimismo e do optimismo. Ouvi uma vez (na radio, creio que durante uma entrevista a um musico) uma definição de que nunca mais me esqueci : “O que é um optimista ? E’ uma pessoa que vive com um pessimista…”.
Boas
Platão , no diálogo do sofista , explica bem o que é o direito como arte…
é um retrocesso resolvermos todas as questões através do direito oficial e que não consigamos dirimir os nossos problemas através da mediação. recorrer a tribunais para tudo e mais um par de botas é um atraso civilizacional e sinal de uma sociedade conflituosa.
É o que vos digo: o Broas von Pingarelho und Tsé-Tsé agora só acorda pra cagar. E como até cagar dá trabalho, agora deu em cagar merda alheia, previamente cagada. E que bem que cheira, a do fake Broas trampa, de salgadinhos e vermute formada. Tens mais uma vernissage garantida… ou garantizada!
Se necessário fosse, mais uma prova do rigor e profundidade de que ultimamente vens dando provas. Não há “PERTO de oito mil milhões de humanos”, Valupi Caneças. Ultrapassámos esse número em 15 de Novembro do ano passado, hoje já temos mais 20 milhões em cima deles, Lili, mais precisamente 20.198.000 há 15 segundos.
Yo,
Percebo o que v. quer dizer mas não é como diz, é exactamente ao contrario. O direito não é mais do que a institucionalização da mediação. Institucionalização precaria e que depende sempre da vontade das partes. Nisso, os Romanos, que inventaram quase tudo nesse dominio, tinham uma visão mais clarividente do que a nossa. Por exemplo, não confundiam o juiz e o magistrado. E também não confundiam o direito e o poder. Por isso sabiam que existe um continuo entre o direito construido e o direito natural. E também sabiam da existência de um “direito das gentes”, esboço do nosso direito internacional. Eu sei que ha muita gente por ai equivocada acerca disso. E’ desse equivoco que nascem as fantasias de querer submeter tudo a tribunais, como se dai adviesse uma fantasmagorica libertação pela Verdade. A velha arte do direito que, felizmente, sobrevive a tudo, inclusive às mediocres tentativas de a teorizar, nasce precisamente da consciência de que esta “Verdade” absoluta com maiuscula, não esta ao nosso alcance. O que esta ao nosso alcance, é apenas a verdade que podemos ir construindo uns com os outros, a que se aguenta com uma espécie particular de cimento, infelizmente ignorada por muitos, e até por pessoas que enchem a boca com razões, um cimento chamado “respeito”.
Repare que assim acontece a nivel internacional, e a nivel nacional. O pior inimigo do direito, são as expectativas irrealistas daqueles que não percebem que se trata apenas de um instrumento de dialogo e de paz. Daqueles que procuram nele a Regeneração e a Purificação. Da postura que poderiamos chamar de “Justicialista”, que caracteriza tantas intervenções, neste blogue em particular, mas não apenas.
Boas
Um corpo deficiente em neurónios e células gliais tem como resultado o Ca(p)macho…
Joaquim Camacho, “perto” de um determinado número tem obrigatoriamente de ser um número ligeiramente inferior, não pode ser ligeiramente superior? Se são apenas mais 20 milhões e picos de almas é um número perto de que outro número redondo?
Já agora, tendo em conta as tuas características, e as características da maioria dos países onde nascem e morrem seres humanos, a cada segundo, é de louvar a tua crença na precisão do número que trouxeste.
pois, em cada um de nós, cada um de nós é apenas um. e as células não trabalham para fragmentos, não desperdiçam energia vital.
gostei da explicação , João. uma perspectiva nova , para mim.
estive a pensar e eu acho que o Joaquim Camacho meteu mais 12 biliões a mais a contar com os símios iguais a ele que a ONU se esqueceu de aferir.
Guida, não louves o que não existe, pois a minha crença na precisão do número que acima deixei é bué da relativa, como se diz agora. Como conseguirás entender, se fizeres assim a modos que um esforço pequenininho, a pseudoprecisão pretendia ser irónica. A fonte, cujo link tentei despejar mas não entrou, é o site worldometers, que se dedica a estatísticas várias e a que conseguirás aceder se fizeres uma reza na capelinha de Nossa Senhora do Santíssimo Google. O número que lá aparece para a população mundial muda não de segundo a segundo mas de fracção a fracção do dito, tanto quanto percebo sempre à mesma velocidade, tratando-se evidentemente de um artifício, uma média calculada em evoluções anteriores (mensais ou anuais, sei lá), com base em dados que eles coligem nas estatísticas oficiais (quando disponíveis) dos vários países. É claro que pretende apenas lembrar-nos que, no planeta Terra (na Estação Espacial Internacional, que eu saiba, nunca nasceu nem morreu ninguém), há nascimentos e mortes a um ritmo acelerado, que resulta num saldo. Felizmente ou infelizmente, o saldo, a nível global, é “positivo”, no sentido aritmético, e é isso que o worldometers nos oferece.
Em 1600 éramos (calculam os que a esses cálculos se dedicam) 515 milhões (eles dizem 515.764.773, o que obviamente é um pseudo-rigor.
Em 1900, 1591 milhões.
Em 2000, 6009 milhões.
Em 2020, 7656 milhões.
Em 2022, 8000 milhões (em 15 de Novembro).
Como diz o Valupi, é só fazer as contas, cujas dão:
Em 300 anos (1600-1900) aumentámos 1076 mil milhões, ou seja, só o aumento foi de mais do dobro da base de partida (não havia televisões nem smartphones, fartavam-se de trompicar, topas?)
Em 100 anos (1900-2000) aumentámos 4418 milhões, ou seja, em um terço do tempo o aumento foi de 8,58 vezes a base de partida de 1600 (cem anos depois da chegada de Álvares Cabral ao Brasil, repara bem!).
Em 20 anos (2000-2020) aumentámos 1647 milhões (a um ritmo que, se fossem 100 anos, daria mais 8235 milhões, ou seja, um aumento de quase o dobro dos 100 anos anteriores.
Hoje, menos de quatro meses depois de 15 de Novembro do ano passado, já crescemos 20,232 milhões. A este ritmo, nos próximos 100 anos seremos (serão) mais 6838 milhões (uma ligeira desaceleração, fruto eventual de Faecesbook, ToEatYou-ToCheatYou&ToShitYou e afins), a adicionar aos 8020 milhões de “ontem”! E é claro que isto é optimismo, pois o crescimento é exponencial e não aritmético (bardachiça para o rigor que me atribuis!).
Portantes, como não acredito que daqui a 100 anos sejam todos vegan, imagina a quantidade de vacas, a peidar-se continuamente para a atmosfera, que vão ser necessárias para matar a fominha a toda essa gentinha. E que se trompique o aquecimento global, será que a Greta já pensou nisso? Vai ser interessante de observar, lá do cabrão do Inferno onde nessa altura estarei domiciliado. A não ser que: “Soylent Green is people! Soylent Green is people!” Será essa a solução?
Já quanto ao “perto de”, no meu manual é apenas ligeiramente inferior. Para dar para os dois lados (vade retro!), eu usaria “à volta de”, “mais ou menos” ou coisa que o valha que agora não me vale, baronesa von Alzheimer oblige.
Beijinhos!
Já cá faltava a Miss Piggy… quer dizer, Transpiggy, a querer namorar com o suinicultor! Não estou interessado, porcanídeo, mesmo esse neurónio solitário já devia ter dado para perceberes isso, estúpida/o de merda!
Joaquim Camacho, com tanta prosa pensei que tinhas feito as contas e provado que na frase “Cada corpo humano terá, em média, perto de 4×1013 células (é fazer as contas).”, o “perto” também não se aplica.
sim, Joaquim Camacho, o meu sonho é namorar consigo. fico toda extasiada só de saber que a terra tem vinte biliões de gente, que o Putin é um invasor pertinente e que continua na expectativa de que eu tenha um marsápio moreno de óleo com sol de dunas para lhe afinfar a boca e o bocão. !ai!, está-se mesmo a ver: o que poderia eu mais querer.
Caríssima Guida, se há coisa que levo muito a sério é o não me levar muito a sério. Isto a mim, porque muito a sério levo sempre as coisas sérias. E se há outra coisa que também levo a sério é o
não me poupar a esforços nem a prosas tanto com as coisas sérias como quando toca a brincar. Dá-me gozo exercitar a verve, o ké ke kéres! Mas vou seguir a tua sugestão e começar a contar as celulazinhas do meu coirão, para ver se o Valupi tem razão ou não.
não percebi nada foi desta dominguice. uma ameba só tem uma ..e não lhe falta nada.
( queres reduzir.nos a matéria e reações químicas ? que raio de dominguice , parece mais uma coisa de 2ª feira , com a ressaca)
Stephen Hawking , foi o que apareceu na mente , com isso das células e trabalheira.
aqui está. portugal no pelotão da frente da europa. obrigado, antonio costa!
https://www.jn.pt/nacional/alimentos-basicos-mais-caros-do-que-em-espanha-e-quase-ao-preco-de-franca-15950319.html?target=conteudo_fechado
“O pior inimigo do direito, são as expectativas irrealistas daqueles que não percebem que se trata apenas de um instrumento de dialogo e de paz. Daqueles que procuram nele a Regeneração e a Purificação. Da postura que poderiamos chamar de “Justicialista”, que caracteriza tantas intervenções, neste blogue em particular, mas não apenas.”
viegas anti diplomacia mais uma vez a falar ao espelho