Dominguice

A pergunta mais radical que se pode verbalizar é esta: porque há alguma coisa em vez do nada? Trata-se de uma questão sem resposta possível. Interrogação que funde a própria racionalidade e arrasta a consciência para um abismo horroroso. O Inferno do infinito.

Mas essa não é a pergunta mais importante que existe à disposição da nossa inteligência. A pergunta mais valiosa, e mais difícil, que podemos conceber é a seguinte: que devo fazer?

21 thoughts on “Dominguice”

  1. vamos lá começar, então.
    a primeira coisa que a tua primeira pergunta me sugere é outra pergunta: onde e quando é que existiu o nada? o nada pode sequer existir, sendo que a definição de nada é a ausência da existência de alguma coisa?
    a segunda pergunta é super fácil de responder: não deves fazer nada. não no sentido de nada fazeres, mas no sentido de nada deveres.
    de nada.

  2. para os mais burrinhos, ficam uns acrescentos que certamente evitarão muitos comentários desnecessários:

    – não venham com o “nada antes do big bang” porque ninguém sabe o que é que existia antes do big bang e é muitissimo pouco provavel que fosse nada.
    – para se “dever” fazer alguma coisa é primeiro necessário estabelecer-se qual o objectivo que se pretende atingir. sem objectivo definido não há forma de aferir se determinada acção foi positiva ou negativa. exemplo, nós podemos dizer que uma jogada de xadrez foi boa ou má porque aceitamos as regras do jogo e que o objectivo do mesmo é ganhar, mas na vida tais regras ou objectivos não são claros e principalmente não são comuns a todos os participantes, tornando impossível uma determinação absoluta do acerto das “jogadas”.

  3. !ai! que riso, estou há seis minutos a rir-me, olho o relógio, por conta de ter sido imediata a minha resposta à pergunta tendo-a enviesado para o meu querer que não vou dizer, pois claro, adoro, adoro, adoro, o meu enviesamento para o infinito de lua e sol com voz de mel com gengibre e folhas de papel.

    mas sem enviesar-me, desviando a pergunta para a finitude do infinito de respostas, finitude por conta do dever, eu acho que é a mais importante porque tem em si a responsabilidade além do querer sendo que também não há dever sem querer, que não anulando o querer é a força que mais e mais alto e mais longe se impõe. então medimos e avaliamos e buscamos forças e fraquezas e oportunidades, sacudimos o impulso, aferimos o equilibrio do verbo e escutamos o sábio coração e escolhemos: decidimos. fazer depois de sabermos do dever, porque queremos, fazer torna-se então uma música de orquestra, minuciosamente composta, corpórea, feliz – feliz porque saiu, e já saiu para andar, da nossa imaginação turbulenta que nos arrasta para trás e para os lados e para cima e para baixo como se andasse em uma piroga a boiar.

    cada vez adoro mais a dominguice, o orvalho e as torradas com manteiga e doce de tomate como se fossem saias bonitas a estrear para vir.

  4. “então medimos e avaliamos e buscamos forças e fraquezas e oportunidades, sacudimos o impulso, aferimos o equilibrio do verbo e escutamos o sábio coração e escolhemos: decidimos. fazer depois de sabermos do dever, porque queremos, fazer torna-se então uma música de orquestra, minuciosamente composta, corpórea, feliz – feliz porque saiu, e já saiu para andar, da nossa imaginação turbulenta que nos arrasta para trás e para os lados e para cima e para baixo como se andasse em uma piroga a boiar.”

    tanta treta pra dizer que acha devemos apoiar os nazis

  5. olhe que ainda não chegaram.
    se calhar não perceberam NADA do que a menina disse e cagaram-lhe em cima.
    é o que acontece constantemente com tudo que diz aqui.

  6. O big bang pode nem ter existido

    Sobre o que devemos fazer, acho que pensar antes de falar e agir.
    Por exemplo, no teu post sobre a pobreza, achei o interessantíssimo a tua tentativa de nos pôr a pensar, fui reler umas páginas dum estudo “olhar sobre a pobreza” de bruto da costa e outros académicos. E fiquei mais rico (olha q ironia).
    Mas.a lição foi: pensar antes de falar

  7. “O big bang pode nem ter existido”

    é uma forma de desviar a atenção do essencial da resposta à pergunta que colocava a possibilidade da existência de um momento em que não havia nada. a verdade é que ninguém estava lá para dizer o que aconteceu ou não.
    mas a não ter existido nenhum big bang – cuja definição ninguém aqui pelos vistos arrisca – é preciso encontrar outra explicaçao para a radiação cósmica de fundo bem como para a aparente expansão espacial do universo.
    já podes aproveitar para investigar estas coisas, eduardo, e assim pensares antes de falar.

  8. Orc putinista… Obrigado pelo vídeo (enviou o dono para hoje?!). Há muito tempo que não ria tanto. Apenas uma demonstração perfeita das teorias de conspiração tão em voga em cérebros com deficit de redes neuronais. A lógica não está tão distante dos Terraplanistas e Q-Anon…
    Continuem com “o olho bem aberto”…

  9. O universo pode ser mais antigo e estático do que os cientistas acreditam.
    Digo isso com base nos vídeos de YouTube sobre a matéria que vejo. Não leio livros sobre esta temática, Mas gosto muito de relaxar a ver vídeos sobre o espaço

  10. 0 nada não existe.
    O que cada um deve fazer ?
    Aproveitar a escola da vida, – para uns um lugar de aprendizagem, para outros uma prisão ( na realidade, uma prisão de porta aberta ) para muitos ambas as coisas, – para evoluir .
    Viver honestamente, saber viver ( com o quê e com quem ) procurar a todo o transe não prejudicar ninguém, não se desiludir com os outros, nem iludir ninguém.
    A verdade ( de ou para cada um ) é difícil de descobrir, mas mais difícil ainda, é, uma vez descoberta, cada um se manter estritamente, dentro dela.

  11. vou dizer uma asneira…
    o que devemos fazer? talvez foder .:) a única coisas realmente boa e se lhe juntarmos amor , então nem vos digo , é o céu na terra.
    de resto , às vezes é um tédio total. só mesmo se aguenta com um mistério interessante.

  12. E se o nada fosse o tudo?
    O que é hoje tudo o que existiu há mais de vários séculos? O que seremos nós daqui a 200 ou 300 anos? o que é agora o que eventual e provavelmente existiu antes do big-bang? O que será de todos os seres vivos passados milhares de anos?
    Afinal não é comum dizermos que tudo vai dar ao nada?
    Então, se tudo vai dar ao nada, consequentemente, o nada é também o tudo!

    Também na matemática o 0 que representa o nada é, igualmente, um tudo pois sem o zero o calculo matemático não é possível.

    Que devo fazer para obter a melhor vida?
    Essa era a pergunta da vida de Sócrates, à qual, ele próprio e depois Platão procurou uma resposta durante toda a vida e nunca encontrou. Nem eles nem ninguém depois deles.
    O dever é uma causa abstrata da ordem da moral, do cognitivo e não do físico. Foi Kant, hoje em dia muito criticado por isso, quem criou a ideia filosófica do dever como uma obrigação e que, como tal, a religiosidade transformaria numa lei obrigatória. Afinal, sem sentido, pois que a moral muda, no tempo, como um catavento.

  13. A razão é simples. A demonstração por absurdo. Vais tirando tudo até não restar nada. Nessa altura, quando faltar apenas tirar o nada, onde haverias de o pôr? Francamente, pá.

  14. já nem distingue entre conceitos abstratos e realidades palpáveis. assim já se entende melhor o apoio à guerra nuclear na ucrânia.
    é tudo um jogo de palavras para ele.

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