Dominguice

Não se escapa ao tribalismo. O mesmo mecanismo que garante a nossa sobrevivência, essa confiança inata dos animais acabados de nascer em relaçâo às criaturas que lhes dão calor e alimento, é o que nos leva para vieses cognitivos de protecção daqueles com quem nos identificamos e do que calhar acharmos que somos numa dada situação ou momento. O feio que amamos bonito nos parece; logo, bonito é. A nossa sardinha merece mais a brasa do que as sardinhas dos outros; ai dos outros que a puxem para as deles. E quem parte e reparte, etcétera e tal. O tribalismo acaba invariavelmente no mais encardido egoísmo.

Nada a fazer? Ao contrário, tudo por fazer. Sempre e sempre. Porque não é possível deixarmos de ter identidade, identificações, pulsão identitária. Podemos é escolher uma nova identidade — ou uma identidade nova, alérgica ao tribalismo e inimiga do egoísmo.

9 thoughts on “Dominguice”

  1. sabes, eu acho que se nascemos tribalistas também nascemos prescientes. e ao nascermos também pelo segundo grito, este último confere-nos espontaneamente a capacidade de desenvolvermos a virtude da beleza e dela fazermos o caminho e o destino desconhecidos. e depois fica qualquer coisa assim: só consigo, porque só sei, porque só quero, amar o que bonito é, lailailai

  2. enquanto et al, só quero o que vem de dentro. arranje outra diatribe, teste, ganhe vergonha nessa fronha e vá largar o pombo nos tachos da sua cozinha. !ai! que riso fixe

  3. hum..compreendo
    suponho que amanhã , 2ª feira começamos a semana com um vídeo sobre como competição , complexidade , artificialismo , consumo a potes , materialismo e outros ismos da moral capitalista são extraordinário benéficos para o homem e o planeta. nós , os da tribo errada , é que não percebemos.

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