A democracia concebida como luta do poder pelo poder é uma continuação da guerra. E, enquanto guerra, desperdiça recursos na ambição de conquistar recursos. Vinga a lei do mais forte, o bem comum não passa do acordo mínimo para manter a espada embainhada.
Há uma outra forma de concretizar a democracia. Aquela onde os políticos concorrentes, em vez de se boicotarem e tentarem destruir, se ajudariam mutuamente. Se ajudavam a pensar para melhor se diferenciarem e melhor decidirem. Essa seria uma democracia de heróis.
cada um só dá aquilo que tem para dar, não para o bem comum, para o seu próprio ego. e os que são heróis por natureza ou se corrompem ou são invadidos. na democracia cabe tudo, lamentavel e copiosamente. eu queria que houvesse uma democracia para a democracia – uma democracia com auto-censura para a democracia, uma democracia mãe que ensinasse a liberdade no fazer crescer a democracia; uma democracia que com toda a sua força justa cortasse os pés a quem na democracia ousasse nessa outra democracia andar – seria também uma democracia de mulher confiante e segura e apaixonada, corajosa, valente sem se envergonhar do que só se sabe ser. era isso que eu queria, um mundo de Homens que fizessem da democracia uma heroína.
e a exportação da ” democracia” não resulta nada…
https://www.publico.pt/2022/07/02/mundo/noticia/manifestantes-invadem-incendeiam-parlamento-libia-2012294?fbclid=IwAR1xI-f4y18n_tESjZeZuCg-VCJyRtUCkFKZCeieYEonwtpa-EqTt_57G4o
tenho uma dominguice bem mais gira. e proveitosa. torna.te livre. o meu modelo.
https://www.robgreenfield.org/
” era isso que eu queria, um mundo de Homens que fizessem da democracia uma heroína.”
isso é vintage, se pedires heroína aviam-te uma joana do arco, agora tens que pedir cavalo.
sendo assim ,cooperante , não seria preciso democracia , bastava um conselho de cidadãos ( como era no couto misto , em montalegre)
a democracia serve para dividir os que querem governar em blocos que abocanham o dinheiro dos pacóvios à vez. pelo menos é ao retrato que chegamos quando observamos a cena com olhos de ver e não com óculos utópicos. persistir em fantasiar a realidade também não ajuda nada …
as isto não significava que o Couto Misto não era governado. No fundo, este microestado era uma República, onde as cabeças de família elegiam por voto um governo, cuja autoridade máxima era um juiz. Cabia a este juiz escolher outros dois por cada povoação, chamando-se estes homes de acordos.
As decisões do governo eram tomadas em praça pública pelos moradores, estando prevista a possibilidade de revogar o poder dos eleitos antes do mandato acabar, elegendo-se um novo juiz, em caso de incumprimentos. Assim, os habitantes do Couto Misto raramente precisavam da intervenção das autoridades portuguesas ou espanholas, embora pudessem recorrer a elas (sendo que cada família recorreria à Casa com a qual se identificasse).
e o presidente era um unicórnio que todos amávamos e respeitávamos e quando algum menino não “ajudasse” os outros, pimba, matavamos-lhe a familia toda, destruiamos-lhe a vida.
cum carago, a olinda tambem já escreve postas no blog?
vou-me dedicar ao hermetismo , está decidido. a arrumar cenas em que nunca mexo , encontrei hoje um livro do meu pai , “o circulo hermético” suponho que é uma orientação.
até assusta , tal pai , tal filha -:)
ó pá
“Que felicidade, digo, encontrar-me hoje almoçando aqui, na sua companhia!… — Nada sucede casualmente, responde Hesse. Aqui só se encontram os CONVIDADOS CERTOS: é o CIRCULO HERMÉTICO. …”
cheguei ao destino.
É isso mesmo ou praticamente isso mesmo que escreveste, Valupi.
Contudo, em Portugal, só o que diz respeito ao 1ºparágrafo não só tem sido predominante como caminha, tal como os misseis hipersónicos russos, para a destruição de qualquer poder estável construtivo. César, em pouco tempo que por cá andou, topou logo que, – nem governam nem se deixam governar.
O nosso modo operacional face ao poder é destruí-lo qualquer que ele seja e quaisquer que sejam as circunstâncias em que se exerce. O nosso feitio político face ao poder é clubístico; todos os meios são válidos para derrubar e liquidar o adversário e de seguida criar uma guerra loquaz infinda entre fações opositoras e apoiantes.
O bem comum ou a defesa do mal menor não coexiste nunca com o poder; este é sempre intrinsecamente o mal. É como nos ensina a multifacetada política yo da caixa de comentários; ora se expressa anarquista libertária exigindo liberdade individual total, ora exige um Leviatã à Hobbes que, pelo terror, imponha uma vontade a todos, ora tornando-se solipsista quando pensa que a única realidade que existe é ela própria; ao morrer acaba a realidade sem parar um cagasésimo de tempo para pensar que antes de ter nascido já havia uma realidade e que esta continua após a sua morte.
Uma oposição à portuguesa nunca é boa e nem é oposição sequer se, em algum momento colaborar com o poder, pois logo é vista como um colaboracionista ou vendido ao outro clube; uma oposição política deve comportar-se como o soldado de arma na mão na trincheira oposta.
Veja-se o caso alemão. O atual chanceler colaborou com Merkel durante pelo menos dois governos e não foi por isso que o povo alemão deixou de eleger o “colaboracionista” para chefiar um novo governo pós-Merkel. Seria tal possível por cá dado a lógica inserida no caudal do pensamento clubístico por via cultural de massificação.
E, em estado de massa, a possibilidade de pensar fora da manada torna-se quase impossível.
ganda autocritica, neves
O botas de Santa Comba não filosofaria melhor, ó abominável homem das neves. Já tás comadezir, e de lá não tens volta.
Essa ideia de política foi inspirada em Rui Rio, e funcionou a cem por cento.
Foi uma Maioria absoluta!
Foi ou não foi?