Dominguice

Existe alguém que tenha a certeza de nunca se deixar corromper, de nunca vir a ceder à tentação de uma imoralidade, uma ilegalidade, uma violência? Se existe, esse alguém é tão mentiroso que nem vale a pena falar com ele. É tão alucinado que o melhor é não estar com ele.

O combate contra a violência, a ilegalidade, a imoralidade e a corrupção começa, só começa, quando aceitamos que o problema não está nos outros. Está em mim.

21 thoughts on “Dominguice”

  1. por dinheiro , até hoje, não me corrompiam , nem para ter poder , é roscoff. . mas para ter paz de espírito e sossego sem aturar sapiens , não sei não. ilegalidade faço muitas , é só achar que é abuso de poder , como taxas para pesca à linha ou cannabis ou gramas de sal ; imoralidades? é só achar que estão tontinhos da silva se pensam que não podemos desfrutar do corpo ou qualquer pecado do género -:) ; quanto à violência ? há o chamado instinto de sobrevivência , nunca se sabe quando desperta.
    era só o que faltava seguir cegamente as idiossincrasias dos donos disto tudo , até porque usos costumes valores e essas cenas são relativos à época.
    ser neandertal é o máximo.

  2. No que respeita a “uma imoralidade, uma ilegalidade, uma violência”, no meu caso pessoal, não se aplica. Ambas as três modalidades já pratiquei mais do que “uma” vez. Quanto a corrupção, no sentido de vender a alma, de me trair a mim próprio em troca de uma vantagem, um benefício, um pagamento qualquer, até hoje não aconteceu e não me parece possível, mas certezas, nesse departamento, só um santo poderá (se puder) dar-tas. Um inquérito no Céu, onde estão os santos todos, poderá desfazer a dúvida. Haverá por lá e-mail?

    Se incluis no pacote as corrupções menores, a pergunta é gratuita. Não deve haver muito pai ou mãe que pôs o filho de castigo que não se deixe corromper por um beijinho ou uma traquinice bem encenada. Não deve haver muitas zangas com motivo válido, entre namorados, por exemplo, em que o “odendido/a” não se deixe comprar por um ramo de flores, uma caixa de chocolates ou uma bugiganga qualquer.

  3. Adenda: ocorreu-me agora que muitos santos foram notórios e confessos pecadores, pelo Espírito Santo reciclados, o que obviamente os exclui do inquérito que acima sugiro, diminuindo o seu âmbito e facilitando a rapidez de uma conclusão.

  4. pescar à linha, fumar umas ganzas, sniffar cloreto de sódio e levar no cu. enfim, uma mulher moderna, desinibida e práfrentex, o sonho de qualquer de qualquer santo camacho que em troco oferece flores, chocolates e bugigangas.

  5. Ai que moralista magoado que me saíste. Vocês estão a brincar certo? Claro que é possível viver uma viva sem corrupções, basta sermos respeitadores das coisas santas. Vou vos relatar um pouco dos meus dias onde nunca houve -nem haverá- espaços para obscenidades, nem tão-pouco para saias a roçar em calças..
    Acordo e ponho o quarto e a cama a “arejar”. Começo logo o dia com uma carícia do senhor; ainda em jejum rezo -e com que satisfação- no meu altarzinho defronte ao nosso Patriarca S. José (dia 6 é dia da irma hospitaleira Santa libania, consagrado pelo bem aventurado Papa Pio – rezem!).
    Rezo contra as patifarias e tentações. Rezo por vós também. Mas a cara do Senhor está sempre triste.

  6. E haverá alguém que nunca tenha assediado, ou nunca tenha sido assediado? Possivelmente ninguém, ou quase. Mas isso não significa que antes de tal acontecer, não haja quem acredite piamente que consigo tal não acontecerá. E se houver, e é capaz de haver, chame-se-lhe apenas inocente. E só classificá-lo devidamente, se tal acontecer ,depois do acto e da sua actuação.

  7. Manojas, agora não é o lambisgoia que fala. No outro dia li no expresso um texto do José Gil. Abordou, entre outras coisas, tensões sexuais nos locais de trabalho e o benefício que trazem em vários campos.
    Quando estou a falar com funcionárias, a primeira coisa que faço é procurar o nome delas, e trata las pelo nome. É tão bonito sentir que o humor das pessoas se transforma, e consigo descortinar o sorriso, mesmo estando tapado com a merda da máscara.

  8. Exatamente. Já Terêncio o dizia ” nada do que é humano me é estranho”. Aplicado sem freios levaria a uma subversão da Justiça porque compreender é perdoar, não punir. E a Justiça precisa ser subvertida para nos livramos da sua violência. Claro que temos o poder normalizador – o verdadeiro poder segundo Foucault – que reduz a subversão consciente a um mera disputa de códigos. Mas tomemos o fio do post e meditemos mais um pouco nas autênticas construções criminosas que constituem as acusações da dupla Alexandre e do gajo que é herdeiro da loja Rosa&Teixeira, todas consecutivamente derrubadas em julgamento. Não estão ali duas verdadeiras mentes criminosas? com os esquemas que criam, as hipóteses mirabolantes e criativas que traçam, com os alçapões que dão a conhecer? Não é cada acusação uma projeção do seu caracter? Claro que são criminosos e o facto de trabalharem para a Justiça não os iliba. A violência simbólica – e não só – que criam deveria ser matéria seria de análise no próximo congresso da Máfia Calabresa e, remetido o “juiz” Moro ao degredo, dos Juízes portugueses.

  9. O melhor é escrever se um catecismo que enumere os pecados mortais e os veniais que em vez de ser o catecismo da igreja seja um catecismo de laicos de profanos , de ateus e de gente que tem dificuldade em conhecer onde começa a consciência deles ou a dos outros, , onde começa o seu auto-retrato projetado no outro e onde acabam e começam os escrúpulos próprios. . E já agora algo que substitua o pecado original pelo da corrupção , pois que a igreja terá muita dificuldade em explica lo tal como ele é nomeado. Já agora estou farto de catecismos e de moralistas . Prefiro a Ética . Por isso não gosto de pulhas .

  10. eu desejo ardentemente que os pirómanos ardam. eu desejo, portanto, matá-los a todos. e se um dia estiver lá empurro-os, cheiinha de lume, para uma cova de fogo para salvar os bichos e as árvores. sou uma assassina em potência. mereço mudos. :-)

  11. Já que estamos para as gargalhadas, ontem provei um petisco do cinema português, uma maravilha da arte. Tudo é arte. Tudo tal como é e como se apresenta pode se considerar arte. Um homem que caça ou coleciona pentelhos, que fuma e que arrota, come enquanto é vigiado por um santo ou anjo.

    Vejam estas reacções à saída da branca de neve (coitado do César Monteiro que já morreu, mas isto não é nada realmente)
    É só a minha opinião, sei que não tenho autoridade para definir o q é ou o que não é arte.

    https://youtu.be/tX3EPiyMid8

  12. Valupi, já que costumas ver a CNN, sugiro-te o programa ‘Reliable Sources’ de hoje, com início às nossas 16:00. Tens (mais ou menos a partir das 16:05) uma entrevista interessante com a ‘tua’ Clarissa Ward, já nos EUA; logo a seguir um minidebate sobre as acusações a Biden pelo modo como tem corrido a evacuação (e sabes que, não sendo fã do homem, não vejo como fosse quem fosse podia ter feito melhor); e, por fim, uma parte que aconselho vivamente a negacionistas.

  13. a pergunta não é adequada , pq se me perguntassem se me podem corromper , sabendo que esse acto de corrupção prejudicaria terceiros ou que vai contra o que digo em voz alta defender , resposta é de caras não.
    sendo que é a esse tipo de corrupção a que se dedicam tipos que batem no peito nas campanhas eleitorais… não há nada que desculpe a corrupção no serviço da Cidade e do Soberano , não achas estado de direito Valuoi?

  14. Para mim o cinema português (e o europeu) em linhas gerais é fraco. Manoel de Oliveira é um homem que merece respeito por ser um jovem a vida toda, mas não gosto dos filmes. Acho que Nicolau Breyner é o melhor ator português (filmes dramáticos); não vejo comédias nem gosto.
    António Pedro Vasconcelos é um bom realizador, recordo um filme que vi e gostei muito, os imortais com um bom elenco (também com Nicolau Breyner)
    César Monteiro é um pseudo excêntrico.

  15. No regresso da Costa da Caparica, a fila de quem vai para a ponte, no IC20, começa lá muito atrás. É feita de gente que, sabendo que vai para o mesmo sítio onde vão os que lá estão parados, toma o seu lugar no fim da fila. Há, todavia, outros (tinha um adjectivo, mas tirei-o) que, apesar de também irem para a ponte, ao verem o fim da fila, aceleram para a fila esquerda (que vai para Almada) ou mais para a direita (que vai para a auto-estrada na direcção de Setúbal), certos de que algum dos lorpas da fila, lento a arrancar ou com medo de bater, os vai deixar meter-se lá mais à frente. Imagino-os a dizer “Existe alguém que tenha a certeza de nunca se deixar corromper, de nunca vir a ceder à tentação de uma imoralidade, uma ilegalidade, uma violência? Se existe, esse alguém é tão mentiroso que nem vale a pena falar com ele.”

  16. mesmo sem trânsito engano-me sempre nesse acesso da ponte e de seguida falho a via verde.
    o primeiro engano resolve-se indo até à rotunda fazer inversão de sentido e entrando no acesso da ponte pela faixa do bus e o segundo com umas apitadelas dos comunas residentes.

  17. Margem sul para totós

    Quando há muito trânsito para o acesso a Lisboa (a maior parte gerado por lisboetas poluidores) para quem vem da Costa, melhor mesmo é ir pela faixa da esquerda passar o centro sul por baixo, pelo túnel, inverter a marcha na última rotunda frente ao estádio do Cova da Piedade, voltar pelo túnel e sair na direção de Setúbal, quando estiver na A2 vira novamente para Almada. Vai sair precisamente antes da entrada do acesso à ponte na via rápida, com a vantagem de ter prioridade perante quem vem da Costa.

    Lição para adoradores do vate ultramontano Carlos Alexandre : Nem todos os que passam pela esquerda são potenciais energumenos, neste caso, como na ideologia,são apenas mais inteligentes. Os que circulam pela direita sim, querem aproveitar o facto de que tanto no código da estrada como no Ministério Público, terem o direito de precedência, e com isso amedrontar quem está na fila.

  18. É muito agradável ouvir dois cavalheiros a falar com sabedoria e sobre coisas que convém ouvir. Da mesma forma que também é agradável ver, bem à nossa frente, pessoas a beberem uma bebida alcoólica, sabe bem e nem sabemos bem porquê.
    Só tenho pena que não tenham criticado, porque se esqueceram certamente, os telejornais e canais de notícias. Não há nenhum país no mundo em que se dedique tanto tempo ao futebol como este, nem no Brasil (acho eu). Aqui chega-se ao ponto de canais de notícias relatarem um jogo de futebol. Espelha bem o atraso. Tem que haver autoridade para acabar com isso, não podendo deixar à mercê dos canais de notícias passarem o futebol com o argumento das audiências. Essa racionalidade (económica) não pode ser permitida em coisas tão sérias quanto estas. As pessoas precisam de pedagogia e o futebol só (n)os torna mais burros. Futebol não é desporto. Desporto é outra coisa.

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