Dominguice

Se um dia votar for algo que se faz no telemóvel, isso corresponderá a um acrescento de qualidade na democracia? Teríamos uma redução drástica na abstenção, inevitavelmente. E, só por isso, parece justificar-se essa evolução eleitoral. Aparentemente, o protocolo de segurança necessário não difere daqueles usados para entrar em contas bancárias ou gerir o cartão de cidadão. Porém, parece haver algo de radicalmente fundamental no acto de entregar o poder político a terceiros que exige a prova do corpo vivo e consciente, volitivo.

A democracia nasceu do convívio dos melhores para garantir o convívio de todos.

3 thoughts on “Dominguice”

  1. Bem tinha dito, que a ‘Democracia’ era um regime ideológico esgotado, ao ter escolhido para se legitimar um critério quantitativo (maioria do número de votos).

    A ‘maioria’ advém de se ser em maior número. Ora, esse critério adquire-se com uma população maior do que a de outros Povos e Nações de menor população. O mesmo para qualquer outra decisão, em qualquer outro domínio.

    LOGO, será anti-democrático se alguém em Portugal se revoltar por os «Federalistas da União Europeia» (com a imposição do voto «por maioria» em vez de «por unanimidade» como tem sido até agora) decidirem que Portugal perde parte do território (Açores, Madeira, zona marítima exclusiva, etc.), ou mesmo a Independência.

    O mesmo para se uma ‘maioria’ decidir que perdemos a nossa casa e bens.

    A Democracia é um regime fascista e colonialista dos «mais fortes e numerosos» sobre os «mais fracos e menos numerosos». A legitimação através do voto é um acto contra a Liberdade da Pessoa Humana.

    Quanto mais, quando for decidida pela IA de quem manda nas plataformas digitais que sustentarão o voto.

  2. E, AGORA?

    COMPARAR A PARTICIPAÇÃO ELEITORAL NAS ‘EUROPEIAS’:
    2024/06/09 = ?
    2019/05/26 = 30,75%
    2014/05/25 = 33,67%
    2009/06/07 = 36,78%
    2004/06/13 = 38,60%
    1999/06/13 = 39,93%
    1994/06/12 = 35,54%
    1989/06/18 = 51,10%
    1987/07/19 = 72,42% (primeiras eleições para o Parlamento Europeu, 1 ano depois de Portugal entrar para a CEE)

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