Podemos fazer da força da gravidade a origem da vida. Sem ela, não haveria estrelas. Sem estrelas, não teríamos os elementos químicos que permitem a biologia. Parece um nexo evidente. Então, será a gravidade também a fonte da consciência? A consciência consciente de si própria gera um núcleo, que na humanidade se identifica como “eu”. E esse ego apresenta como característica mais notável, e mais inexplicável, a sua continuidade no tempo. Uma continuidade que não é apenas o resultado da soma dos instantes, é também a simultaneidade da percepção do seu passado e da antecipação e expectativa do seu futuro.
Assim, a consciência consciente de si própria está, de certa forma, fora do espaço e do tempo. Exactamente o que se supõe acontecer no âmago de um buraco negro. O triunfo supremo da gravidade, o eu infinito donde nem a luz consegue escapar.
a luz escapa sempre de tudo porque aguenta a vida. e se o buraco negro for tudo o que houver para nós – então podemos devolver com a luz de ironia de uma pila em riste de plástico, de modernidade de plástico.
um dia, se algum dia, perder a luz, mato-me: espeto uma faca, depois de afiá-la muito bem no amolador que renovei no outro dia, andava às compras e lembrei-me disso, como estava a dizer, espeto a faca afiadinha, com cabo cor de rosa, no coração. depois rodo-a com jeitinho, como se faz na máquinha a burilar o folhinho da renda, até conseguir fazer um buraco rendilhado e espero, entretanto, conseguir apreciar o sangue bibinho a jorrar sem parar, atestar um jarro de cristal; tenciono bebê-lo e ainda conseguir sacar o coração e espremê-lo no coisinho de triturar os alhos e, enfim, deitar-me no meu ninho queen size em conchinha. só fico aflita por ter de deixar os lençóis com nódoas difíceis e não poder metê-los, depois, em lixívia e vinagre para corarem ao rico sol. quer dizer, não vou deixar tudo sujo para outros lavarem – não quero dar ralações a ninguém, pra bem era, decidi agora que nunca me vou matar. !ai! que riso
Não diria melhor sobre o eu consciente. Contudo, nos tempos que correm, mercê de circunstâncias várias interrogo-me muito sobre se os humanos conseguirão manter tal estrutura no futuro próximo. Alguns nem parecem ter ideia da sua continuidade consciente, parecem mil egos fragmentados, de tal modo apanham no vento o que é conveniente dizer em cada momento. Bela dominguice.
~CC~
chamar vento a uma pseudo-realidade de tretas não é apanhar momentos. pois fique a saber, CC com babados, que tretas leva-as – e muito bem, em brisa ou ventania ou tufão, é de sentir na pele -, o vento.
Amigo, se a única força do universo fosse a gravidade, o universo seria apenas um gigantesco buraco negro. Ao invés, são as forças electromagnéticas e nucleares com as suas características repulsoras que permitem evitar o estado de entropia/ordem minima/maxima.
Se se vir isto do ponto de vista político, percebe se porque o progressismo e tão atrativo.
as nucleares , como são subatómicas , o V não dá por elas -:) a consciência também tem limites..
Manuel, concordo muito contigo.