Para quem ainda se lembra da histórica emissão da TSF no incêndio do Chiado, em 1988, e que depois passou uns 20 anos com o hábito de acordar com a TSF, e com a TSF ir para a faculdade e para o emprego, a perspectiva de esta estação de rádio vir a desaparecer surge como uma perda pessoal. Até à compra pelo Marco Galinha, em 2020, a TSF continuava a ser um dos raríssimos meios de comunicação social onde o editorialismo não afectava o noticiário. Apesar de ter tido directores com agenda política (sempre laranja), ou mera preferência militante (laranja sempre), o corpo redactorial produzia conteúdos que respeitavam o que de melhor o código deontológico do jornalista coloca como ideal. Algo aparentemente simples de servir ao público: “Just the facts, ma’am”. A presença de Fernando Alves, verdadeiro artista da recriação poética do poder da rádio como experiência de intimidade através dos sons da palavra, igualmente conferia à TSF um estatuto único onde conviviam a feérica atenção à actualidade com o respiro de uma tradição arcana de fazer rádio. A crescente e imparável digitalização da sociedade, com o inerente hibridismo de linguagens mediáticas, permitiu uma fluída e enriquecedora transição para o modelo de rádio pós-antenas. Parecia ter tudo para ficar como património nacional do que o jornalismo deve ser, não parece que vá resistir ao dinheiro e à falta dele.
Ou o Estado financia o jornalismo como serviço público ou um investidor interessado nesse paradigma terá de compreender que a informação e a opinião não valem nada, por existirem em excesso. O que vale, o que merece ser pago, é a coragem da integridade e a cultura da inteligência.
Há muito que a TSF deixou de ser uma referencia. A que restou ou resta é o Fernando Alves.
Há já alguns anos que deixei de a sintonizar com tanta frequência… Então os fórum´’s com corte de palavra aos que não estavam alinhados e o seu inverso ( esticar quem estava alinhado) era m diários.
Já não vão ao fim do mundo nem ao fim da rua pela notícia .
No final não deixa saudades
O Estado financia?
Nada disso. Quem financia são os contribuintes.
E sim, a TSF há muito deixou de ser referência.
Cada vez mais a sugarem cada vez menos. A coisa está difícil!
sobre as interferências e desejos presidenciais, em forma de opinião desinteressada e amigável, para o destino da tsf, não há rumores, suspeitas ou notícias de pressões de belém. vamos ver quem é que fica com aquilo de borla e se um próximo governo de direita não vai dar uma ajudinha financeira a troco de inundar aquilo com comissários políticos que ajudem a reabilitar marcelo livre do demónio socialista.
aproveito para lembrar o dos memes que estado e contribuintes são o mesmo.
A TSF – Rádio Jornal começou como uma rádio pirata da região de Lisboa. Foi uma abertura à iniciativa privada decidida pela própria iniciativa privada de um grupo de jornalistas, antes de o Estado a enquadrar legalmente. A TSF conquistou o público, primeiro o lisboeta depois o nacional. Foi a experiência mais original e bem sucedida de toda a comunicação social portuguesa pós-25A. Depois desfez-se o grupo romântico que a lançou, vieram os abutres do costume e a experiência acabou por redundar nisso que praí está, que já nada tem a ver com o projecto tremendamente inovador que a TSF foi nos seus primeiros tempos. Se morrer, não deixa realmente saudades.
Parece que precisamos de mais espírito pirata, mas verdadeiramente pirata, dando luta aos grandes piratas estabelecidos que hoje dominam a comunicação social.
E de quem é a culpa?
Não fizeram à TSF (a Portugal, e à Pessoa humana) o mesmo?
Onde está a raiz do problema?
O Fernando Pessoa contribuiu para essa traição a Portugal e à Pessoa humana, com mais uma machadada (se calhar acompanhada de um copito de absinto).
Ontem ouvimos e vimos em directo na TV mais um desses traidores, na RTP 3, num debate com a Alexandra Leitão a propósito dos símbolos da bandeira.
Dizia ele, todo ufano, que (passo a citar): “Patriotismo não é Nacionalismo. Devemos ser contra o nacionalismo, e sermos patriotas”.
O Pessoa também veio dizer o mesmo (passo a citar): “a minha pátria é a língua portuguesa”.
Apetecia dizer a esse traidor Pessoano que, se assim é, então, podemos confiscar-lhe a casa. Pois, para Ser pessoa, não precisa dela para nada.
Afirmar que pode haver Pátria sem Nação (país), Identidade sem território, Ser sem corpo, etc., é uma traição a Portugal e à Pessoa humana.
Foi o mesmo que aconteceu à TSF. Acharam que «o Ser da TSF» se mantinha sem os corpos de quem a fez inicialmente. Ou seja, é (plagiando VALUPI) “exactissimamente” a mesma traição.
É, aliás, a mesma traição a Portugal que cometeram com a dita “União Europeia”. Tanto faz serem portugueses ou estrageiros para haver Pátria. Então, o que impede de ficarem com o território (substituírem os corpos, e ficarem com a estação radiofónica, a antena, os direitos legais, e tudo o resto que era a sua materialidade)?