O discurso de Marcelo no 25 de Abril foi de uma banalidade saudável e enternecedora. Consistiu na repetição do que o autor considera ser o que de mais importante há a dizer sobre a data, isso de ela não se deixar reduzir a um qualquer sectarismo por pertencer a todos, da esquerda à direita. Inclusive, e por maioria de razão, a ele. E quem é Marcelo? É um filho-família do regime derrubado na ocasião. A parte principal da sua gente usufruía do poder e benesses da ditadura. A Revolução vai apanhá-lo no fulgor dos 25 anos, brilhantíssimo licenciado em Direito com uma fulgurante carreira académica pela frente — e com um excesso de energia vital que foi canalizado para a política e, especialmente, para o jornalismo entendido como política-espectáculo. Tem mundo, sempre percorreu os corredores alcatifados da elite, e adora ser adorado pelo povo. Daí não ser mesquinho, apenas não resiste a ser malandro. Foi disso que falou, em registo biográfico.
O discurso de Santos Silva no 25 de Abril foi uma lição, na forma e no conteúdo. Gastando metade do tempo de Marcelo, causou profundo impacto nos inteligentes ao conduzir a sua atenção para a inteligência das instituições políticas. Nesse sentido, foi uma aula de epistemologia, iluminando as condições em que se produz conhecimento legislativo e governativo. Não é de modo celerado, à bruta, à doida. Isso fica para o sensacionalismo, para o populismo, para a pulhice. É com o tempo necessário à complexidade, e dificuldade, de gerar o melhor conhecimento possível em democracia. Democracia essa que, como Cronos, vai engolindo a sua prole de representantes. As coisas mudam necessariamente, anunciou balsâmico, mas se mudarem cedo demais deixa de haver mudança, passa só a haver caos.
Um é o actual Presidente da República. O outro é o Presidente da República que nos faria parecermos melhor do que somos.
!ai! que texto tão estreladinho, adoro, como se o outro pudesse ser a carpa koi da república
“As coisas mudam necessariamente, anunciou balsâmico, mas se mudarem cedo demais deixa de haver mudança, passa só a haver caos.”
e isto foi dito para celebrar o 25 de abril? a sério?
parece-me que se fosse pelo maugusto santinho da silva ainda estávamos a discutir inteligentemente com os herdeiros do Botas a melhor forma de fazer a mudança de regime. e tudo com calma, mas muita calma.
“Um é o actual Presidente da República. O outro é o Presidente da República que nos faria parecermos melhor do que somos”
Por isso mesmo está na altura da direita o começar a cozinhar em lume brando. Os cozinheiros do costume rumam já para a cozinha.
Pedro Feytor Pinto – Director de Informação de Marcello Caetano (entrevista de Isabel Tavares, 29/12/2019)
“Marcelo Rebelo de Sousa é uma criatura de Marcello Caetano”
(…)
O Dr. Marcello Caetano era um professor e era um jurista. E era incapaz — foi incapaz — de assumir a revolução (descolonização), por exemplo. Quando aquilo era inevitável. Podia ter sido feito de outra forma, eu sugeri-lhe que demitisse o almirante Américo Thomas. E ele respondeu: “Nunca poderei cometer um erro arbitrário.” Porque era um jurista, um administrativista, um institucionalista. E tinha um afilhado — não é afilhado, mas deu-lhe o nome — que nem o conhece, para quem parece que nunca existiu.
Está a falar de Marcelo Rebelo de Sousa?
Há dias, numa reunião com jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que começou a ser jornalista em 1975. Quando na realidade tinha uma coluna no “Expresso” que era temida por toda a gente, escrita com um pseudónimo, intitulada “Veja”. E escrevia ao mesmo tempo n”O Diabo”, a contradizer o que tinha dito no “Expresso”. Marcelo Nuno sempre foi manipulador, muito inteligente, muito culto. Um criador de factos políticos. O grande objectivo dele é divertir-se. E diverte-se. Mas para quem tem memória histórica é profundamente irritante. Ele jantava todos os fins-de-semana em casa do professor Marcello Caetano, ajudava a escrever as “Conversas em Família”. Depois vinha e dizia tudo ao contrário. E o professor Marcello Caetano gostava tanto dele — porque se sentia responsável por ele. O pai do Marcelo Nuno quis que o professor Marcello Caetano fosse padrinho do filho. Mas Marcello não aceitou porque o padrinho substitui o pai caso este desapareça e ele era muito mais velho.
(…)
O que diria hoje Marcello (Caetano) sobre Marcelo Nuno?
Diria, como já disse, que ele não era um democrata. Admiro a inteligência de Marcelo, diverte-me. E o que eu o ajudei por causa da coluna no “Expresso”. Ainda não estive com ele [desde a eleição], mas quando o encontrar hei-de dizer-lhe: está muito envelhecido para quem só tem 40 anos. Porque parece que nasceu a 25 de Abril de 74, que não existia antes. É um produto do regime. O Pedro [irmão] é muito mais honesto. Até o António [irmão], sendo de esquerda.
A minha pergunta era o que diria hoje Marcello Caetano sobre Marcelo Nuno Rebelo de Sousa…
Para já divertia-se. Tinha por ele e pela inteligência dele uma admiração extraordinária. E continuaria a ter uma admiração extraordinária. É a história do crocodilo e do passarinho. E ele, Marcelo Nuno, tem expressões e ideias e coisas que são do Marcello Caetano. Marcelo Rebelo de Sousa é uma criatura de Marcello Caetano.
Os discursos foram bons e acho que estás a ser um bocado injusto com o do Marcelo.
Mas o que eu gostaria mais neste tipo de discursos (que remetem ao passado hegemónico de Portugal) não só enfatizassem a coragem e o heroísmo -expressa na literatura e outras formas de arte que todos devemos ler/analisar- mas (sobretudo) a preparação (repito, preparação), estudo, desenvolvimento científico etc que foi necessário para tais expedições. É que os “descobrimentos” iniciaram 100 anos antes com o Infante D. Henrique e a sua estratégia (coisa q nao temos hoje). A fundação da escola náutica, desenvolver a arte da cartografia etc isso tudo é estratégia. Portugal precisa disso mesmo nos dias de hoje. Ao contrário dos países desenvolvidos que têm estratégias (em mercados proeminentes, reparem por exemplo que Espanha tem duas marcas de carro) nós não temos nada a não ser o dinheiro que nos emprestam. Temos que apostar em caminhos pioneiros e que serão importantes no futuro (dessalinizacão , energia, novas tecnologias para a medicina por exemplo, é indiferente! Mas que sejamos bons em alguma coisa.
Ou acham que os navegadores foram um bando de malucos e corajosos que simplesmente reuniram e partiram para o mar à toa ?
https://www.jn.pt/nacional/santos-silva-pede-desculpa-a-quem-foi-filmado-sem-autorizacao-16253757.html
filmado sem autorização? mas aquela filmagem foi feita com algum telemóvel às escondidas? é que não parece nada
o que parece muito é que quem se vai lixar outra vez é o “motorista”
Vou trocar a minha televisão, seguramente que quer as imagens quer o som estão avariados pois não vi nem ouvi nada daquilo que é escrito neste post
então já no ano passado tinham gravado imagem e som exactamente no mesmo local e circunstância e com alguns dos mesmos protagonistas e o augusto santos gaidó não se tinha lembrado de rasgar as vestes em nome da privacidade?
porque terá sido????
CA, agradeço a demonstrativa citação.
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Eduardo Ricardo, estou contigo: falta-nos, presentemente, uma estratégia para os descobrimentos. Isso é indesmentível.
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José Marques, não te desfaças já do televisor. Partilha antes connosco o que viste e ouviste. Aposto que foram cenas muito mais interessantes do que aquelas que passaram na minha pantalha.
Não estás a ser irónico pois não? xD é que andas um bocado estranho
Valupi, em modo fofinho:
“O discurso de Marcelo no 25 de Abril foi de uma banalidade saudável e enternecedora. ”
Antes, imediatamente antes, desembainhava a espada de papelão e atacava a personagem: “Marcelo, sibila da decadência” e “Marcelo causa do irregular funcionamento das instituições”.
Valupi, em modo psicanalítico:
“Tem mundo, sempre percorreu os corredores alcatifados da elite, e adora ser adorado pelo povo. Daí não ser mesquinho, apenas não resiste a ser malandro.”
Claro, todos sabemos que o cosmopolitismo e as mordomias nos livram dos maus sentimentos e, uma ou outra picardia, além de apimentar a existência, acaba, até, por humanizar os poderosos. Invejosos sãos aqueles que todos os dias acordam sem saber se vão conseguir por pão na mesa, para alimentar a prole!
Valupi, em modo reverente, mas autoconvencido:
“O discurso de Santos Silva no 25 de Abril foi uma lição, na forma e no conteúdo. Gastando metade do tempo de Marcelo, causou profundo impacto nos inteligentes…”
É preciso fazer parte do futuro, estar na corte dos excepcionais, dos super, mega, hiper inteligentes, no linguajar dos adolescentes.
Valupi, em modo “pela boca morre o peixe”:
“Um é o actual Presidente da República. O outro é o Presidente da República que nos faria parecermos melhor do que somos.”
Ser? Para quê ? O que conta é parecer!
Abaixo o real, percepcões ao poder!
“Para que tudo fique na mesma, é preciso que alguma coisa mude.”, não é?
É este o seu programa político, foi um vulgar lapsus linguae, ou está a gozar com a malta, Valupi?
“o tempo democrático também é cíclico” …que é que será que isto quer dizer?
nem sabia que o conceito de democracia metia tempo pelo meio.
e isto? “um certo ritmo e uma certa duração” para esse mesmo tempo.
eleições de 4 em 4 anos , será isto a que o senhor se refere?
“acerto” nas políticas do Governo,” e “crise económica e social que o país atravessa.”
´ó pá , nem quero imaginar se não houvesse “acerto ” nas políticas do governo.
este bocado , então , vacuidade total : ““o tempo tem sido um marcador essencial da vida coletiva democrática”, que está “sujeita à pluralidade e diversidade das representações a seu propósito”.
deve achar que está a dar uma aula de sociologia à baudrillard , muita palavra , sentido nenhum.
em definitiva , o augusto está obcecado com o tempo. suponho que está a pedir tempo ao ti marcelo , podia ter poupado a malta a este chorrilho de pseudo intelectualidades e dizer claramente o que pretende.
Eduardo Ricardo, irónico?! Atão, mas como, se está na cara que não há ninguém no Governo, ou seja lá onde for no Estado, com planos para construir uma caravela que seja?…
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JA, já falámos sobre isso de te pores a teclar sob o efeito da vinhaça. Vê lá isso, cuidadinho com os acidentes cognitivos.
também gostava de saber o que será a produção de conhecimento democrático e como se fará. será por tentativa e erro ? por experimentação no povo? temos aprendizes de governantes? ó pá.
tanto o o discurso como a loa a ele produzem de facto grande impacto nos inteligentes….
Enfim, pode ser que daqui a nada alguém melhor do que eu te responda com categoria
Viva el rey!! faz toda a diferença num país ter uma instituição que não dependa dos tempos cíclicos , rítmicos, ou esotéricos , no caso do augusto, das eleições , Eduardo…
!ai! que riso: marcelo do restelo e marcemastor, não entendeis povão
A fabrika de onde se alimentam (são alimentados) os trolles do aspirina B,
https://flagelorusso.blogspot.com/p/a-guerra-da-informacao-na-era-digital.html
Valupi, explique lá onde viu fumos de álcool. Isto de querer estar no espaço público, lançando umas atoardas, tem consequências! Diz você que escolher ASS para PR significaria “… Que nos faria parecermos melhores do que somos.”. Ou seja, se bem o entendo, a eleição do dito daria uma melhor imagem de nós, portugueses. Mas, na essência tudo continuaria igual. Certo? Ou, estou errado na interpretação que faço daquilo que escreveu? Quer dizer, no seu entender, muito mais do que mudarmos a nossa qualidade, para melhor, claro, o importante é vendermos bem a nossa imagem! São tendências de meados dos anos 80, mas já deram tudo o que tinham a dar, julgo! Cá, o apogeu desses tempos chamou-se cavaquismo, e já lá vai. Hoje, falar por falar, palrar, começa a não render. E, confesso, não é isso que espero de si! Portanto, deixe lá o vinho e explique aos humildes que o vão seguindo, qual o melhor entendimento que deve ser dado á afirmação transcrita.
JA, tens toda a razão, como sempre. Irei fazer o que mandas. Mas, primeiro, responde-me só a uma pergunta, em ordem a melhor poder enquadrar as minhas futuras palavras para ti e para o mundo: o que esperas de mim?
Espero que cumpra o que anuncia e promete aos pacientes, Valupi, que é, ser: “antianalgesico, piretico e inflamatório…” . Caso contrário, incorre em publicidade enganosa, punível por lei!
E, já agora, que, ao menos, não fuja á discussão… Tudo, sem “submissões” expressas a coberto de ironias disfuncionais…
maioria parlamentar estável, “acerto” nas políticas do governo, ausência de alternativa credível, boas relações entre órgãos de soberania e crise económica e social que o país atravessa são os pressupostos que permitem que o governo continue em melhoria contínua – respeitar a responsabilidade em mãos, muito mais do que bom senso, é o bem comum a respirar. atropelar esta dinâmica de ciclos é uma transpiração nefasta que, acima e antes de tudo, prejudica o país.
JA, parecer e ser podem significar a mesma coisa se o fundo for igual à superfície. adoro. o Valupi, por exemplo, é disso o meu exemplo preferido.
JA, agora compreendo. Tu és um verdadeiro fã do Aspirina B e estás a exigir que se cumpra esse ideal. Muito bem!
E como é que nasceu em ti essa fé? Com tanto para ler, tanta oferta de actividades onde gastares o teu rico tempo, tanta gente com pensamentos tão mais melhores bons do que os meus que adorariam ter-te como leitor e ouvinte, donde vem essa preferência por este pardieiro onde dás por ti irritado – e justamente, pois tens absoluta razão – com a fraquíssima qualidade dos meus textos?
Eu não estou irritado! Gosto, sim de polemizar, de ser “antianalgesico, piretico e inflamatório”, ajudar a cumprir as suas promessas, na medida das minhas competências! Foi isso que entendi como escopo do seu blog. Se você entra na modorra eu pico! É o meu jeito de procurar ser útil!.. se isso o incomoda, corte-me o pio, tem poderes para isso! Pela minha parte, quando considerar que devo sair daqui, ausentar-me-ei. Como vê é simples! Quanto á qualidade dos seus textos, nunca disse que é “fraquissima”, descanse. Aliás, não podia fazê-lo, pela simples razão de não me considerar competente para tal análise. Ou seja, a principal divergência consigo é substantiva e tem a ver com política e, de modo especial, com geopolítica. Sem sobranceiras descabidas, acho que há realidades que lê de pés para o ar. É a minha opinião…
eu acho que o JA podia fazer um pino assinado para repor a verticalidade do Aspirina com os pés no chão. !ai! que riso
estou em pulgas pelo proximo “vamos lá a saber, como fica a reputação de joão galamba após esta debacle”
JA, agradeço o teu jeito de ser útil. Bute lá aproveitar a grande sorte de te ter por aqui a ajudar. Falemos, então, de geopolítica.
Parto do princípio que os teus conhecimentos de geopolítica são infinitamente melhores do que os meus. Ou seja, acho que deténs a verdade a respeito disso da geopolítica.
Agora, peço-te é que nos expliques como é que chegaste aí, a esse estado onde dominas a coisa geopolítica e, portanto, consegues identificar os infelizes que lêem a realidade de pés para o ar.
Força nisso!
valupi,
assumir uma posição anti diplomacia desqualifica e apresenta imediatamente os conhecimentos de qualquer um em termos de geopolitica, pá
não podia ir à naninha sem dizer que acho que será tudo uma questão de geopélítica. !ai! que riso
Grande JA, o anfitrião não tem pedalada para ti. E nos esforços para te acompanhar já partiu a bicicleta toda. Quero ver como volta para casa, numa bicicleta sem pedais nem guiador.
Valupi, vamos a uma coisa de cada vez, seja metódico na discussão! Não vale a pena saltitar de questão em questão, como forma de esconder as incoerências! Desafiou-me a dizer-lhe o que espero de si e eu respondi-lhe: cumpra o seu programa, aquele que, diariamente, encima este seu blog. Assim, nas circunstâncias em que o mundo se encontra, por uma vez, seja “antianalgésico” e fale de PAZ!
JA, é para já: PAZ! Aqui está, pronto. Feito, falado.
Se não chegar, continua a ajudar com o teu método pois tens deixado contributos preciosos para a minha aprendizagem.
Muito obrigado, JA!
Kenteviu e kentevê. Lamentável.
“25 de Abril para Totós”, numa banca perto de si:
https://aviagemdosargonautas.net/2021/04/25/25-de-abril-o-grande-vencedor-de-adao-cruz/
Valupi, dou-me por satisfeito! Depois desta sua resposta, as posições de cada sobre o assunto ficam mais claras.
finalmente, Valupi!
foi assim tão dificil? caiu-te alguma coisa?
ah… e bem vindo ao lado dos “putinistas”
putinista castrado, a paz é a retirada de Putin da Ucrânia, não há outra. dah
!viva! a paz
idiota sádica degenerada,
ainda bem que não é você que decide, senão paz só depois de milhões de mortos. e como ninguém liga puto ao que você diz, logo veremos quantas pazes é que há afinal.
e não chame castrado ao putinista valupi, olhe que ele ainda lhe bloqueia o IP
pois, já se sabe, invejoso dissonância cognitiva: vós queríeis era ter uma pila e uns sinos pacíficos como o Valupi tem. mas sois castrados, castradinhos, castradões, castradíssimos. !ai! que riso
estérilinda,
foi o facto de não conseguir ter filhos que a levou a esse ódio tão grande aos homens? porque não tentou a fertilização in vitro? a adopção percebo que não tivesse chances devido à avaliação psicológica a que seria sujeita
não querer ter filhos de qualquer um para encher a vida, a coisa mais fácil do mundo, é ser estéril. não ser estéril é encher a vida dos filhos dos outros de amor.
mas aposto que o dissonância cognitiva que ganha a vida nas curvas informáticas há-se conseguir fazer um filho a um IP. !ai! que riso
Santos Silva, presidente da República???
Deus nos livre …