Obrigado Fernanda Lapa. Traduzes, encenas, representas. Fumas. E eu, no meio da sala, contei: 1 minuto. Para as primeiras moléculas activarem o meu olfacto. O Virgílio também fuma. Cachimbo. 1 minuto igual ao teu. Pensei: é proibido fumar em recintos fechados. Pensei: um teatro, mesmo que se chame São Luiz, é um espaço livre.
Antes de o ser já o era. Banal, a trama. Era-o em 1978, mas não era o que importava. O cinema faz-se com histórias banais e olhares nunca vistos. Com que então, a mãe não ama a filha. Ora a grande merda.
E depois subimos. Para o beberete. Era noite de estreia. De beberete. Fernanda Lapa tem um cão que me fez rir.
Sempre. Que vou pouco ao teatro.
Já sei, para te fazer rir, o cachorro contou-te o que faz aos serões com a dona.
Não. O cão não me disse nada de nada. Nem olhou para mim.
ficamos sem saber o que te fez rir. ou era um caninche? (nesse caso fica automaticamente explicado.)
Não era um caniche. Parecia um cão rafeiro (mas deve ser um cão de marca, eu é que não sei identificar), bizarramente magricelas, frágil. E algo tímido, constrangido por estar ali. Nisso, não era o único; magricelas e constrangido.
A comunhão entre dois seres constrangidos é, talvez, uma das mais fortes que a natureza pode construir. É o efeito espelho. Mas por dentro.
Grande abraço, amigo Valupi.
Confúcio amigo, e que me dizes à comunhão entre dois seres magricelas? É uma das mais fracas que a natureza nos arranja. É o efeito palito. E já sem quase nada dentro.
(este pastiche do teu comentário é uma reles homenagem às primorosas http://www.intermitenciasdacorte.blogspot.com/)
Grande abraço.
Agradeço-te a deferência. De primoroso têm muito pouco. Só, talvez, quem as visita.
Abraço. Mais um.