Diga 133

«O inquérito também incidiu sobre a distribuição dos processos, nomeadamente à revelia das normas estabelecidas. Portugal, com 27%, e Espanha, com 26%, são os países que mais concordaram que “durante os últimos três anos, foram distribuídos processos a juízes à revelia das regras ou procedimentos estabelecidos, a fim de influenciar o resultado do(s) litígio(s) em questão”.»

Fonte

Este estudo já tem mais de um ano desde a sua publicação. Ignoro por que razão está agora na berlinda. O que me leva também a ignorar por que razão não se falou dele, ou com o actual destaque, o ano passado. Seja lá qual for a explicação, o que temos à frente é uma pedrada no charco.

Imaginemos que um órgão de comunicação social qualquer investia uma pequena fortuna para investigar a Justiça em Portugal. E que depois de meses e meses de encontros secretos conseguia obter de 133 juízes portugueses declarações que lançavam a suspeita de haver processos distribuídos irregularmente com a finalidade de influenciar litígios. Não de cidadãos envolvidos em processos, não de advogados com interesses em processos ou em mediatismo, não de comentadores, não de jornalistas. De juízes. Juízes a denunciarem juízes. E não só um ou dois mais avariados da corneta mas 133. Qual seria o impacto social e político de uma peça dessas?

Desde que há tribunais, em qualquer parte do mundo, que há suspeitas sobre a idoneidade dos juízes. É inevitável por razões que nem sequer carecem de esclarecimento. Daí, a problemática que o inquérito da Rede Europeia de Conselhos de Justiça também aborda relativamente às disfunções individuais geradas pela comunicação social ser relevante mas não crucial para o diagnóstico que se nos apresenta. Qualquer juiz é um sujeito antropológico, com as condicionantes inerentes no plano cognitivo, ideológico, emotivo, moral e circunstancial. O que fica como indelevelmente espantoso é o reconhecimento por 133 juízes de existir corrupção sistémica na Justiça portuguesa.

133 juízes não é um pequeno número, é gigante. Este inquérito recolheu respostas de 494 juízes portugueses, o que corresponde a perto de 30% do total dos juízes em funções na Grei ao tempo. Não estamos, pois, no território das sondagens com amostras ínfimas. Estamos é no domínio dos referendos. E, na enxurrada, todo o sistema político mais a comunidade ficam aqui expostos como cúmplices, traficantes e algozes.

Abate-se sobre a indiferença generalizada a tragédia de não termos quem nos defenda do pior inimigo que é possível conceber: aquele a quem entregamos a administração da Justiça.

37 thoughts on “Diga 133”

  1. é mesmo isso, excelente conclusão, é o cento e trinta e três da vergonha como se um médico estivesse a meter um pau, não por cima da língua para chegar às amígdalas, mas em forma de colher para depurar o caldo adulterado, maquiavelicamente adulterado, cheio de germes e parasitas, do caldeirão. e o velho chavão de que a culpa é do sistema começa a cantarolar – como se o sistema não fosse composto de gente, cada um com a responsabilidade de que é feita o mundo. badalhocos, eu vivo em um mundo de gente badalhoca e estou constantemente a ser penalizada por não disso ser. badalhocos.

  2. também estamos no domínio das percepções subjectivas achaste que estava a chover porque te caiu água na cabeça mas afinal era o vizinho a regar as árvores.

  3. e vá se lá saber até que ponto as notícias e posts sobre este assunto das “influências e pressões ” sobre a independência na justiça influenciaram as percepções dos juízes.

  4. Como ontem linquei, esse sim é o problema, a pressão interna. Para os juízes menos avisados; a pressão mediática (externa)dos processos destina-se a convencer a populaca, a fazer o julgamento popular e aceitar a distribuição manual dos processos ao juiz estrela de ocasião. Sugiro uma nota interna de esclarecimento para que no próximo ano o resultado do inquérito seja melhor. Mas a câmara de eco também é fixe, envia-se o processo em segredo de justiça para os media para fazer o julgamento, aceita-se a pressão e decide-se de acordo, apresenta-se queixa em “inquérito” para aliviar a culpa, é -se absolvido com umas penitencias. Tal&qual o culto do Papa Xico.

    Pior é existir um PM que tenha dito qualquer coisa como ” À Justiça o que é da Justiça, à Política o que é da Política ‘. Uma absoluta falta de sentido de estado e cobarde deferimento de responsabilidade.

  5. Nada que espante quem tem um minimo de atenção às sentenças mais díspares com evidente
    não cumprimento da justiça ou o falsear da vetdade jurídica basta ter bons amigos que a sentença será tudo menos imparcial com justificações inacreditáveis como é possível um Juiz permitir ser usado para situações eleitorais em que são ditas as maiores barbaridades tais como : tenho um Juiz conselheiro e 2 procuradores do ministério público com o maior dos desplantes e depois há tráfico de influência
    não nos podemos admirar dos 133 ou 30%

  6. os que admitem 30% são os casos menos graves, 60% deve negar a pés juntos porque estão envolvidos até às orelhas e os restantes 10% são sonsos, não sabem o que é, nunca ouviram falar e só respondem a inquéritos depois de notificados presencialmente pelo oficial de justiça e na presença do advogado. a corporação tem que dar resposta a esta infâmia e publicar o seu próprio com números que não envergonhem a classe e sobretudo não estraguem o negócio, que foi para isso que tirei um curso.

  7. Já há governo na eslováquia?!

    Verdades duras e cruas, como a frase com mais de cento e tal anos:
    – Nunca se mentiu tanto como nas vésperas das eleições, durante a guerra e depois de uma “caçada”.

  8. Joe,

    A distribuição indevida dos processos é analisada no estudo como uma modalidade de pressão externa (e não interna). Pressões internas são as ameaças de procedimentos disciplinares, as metas e exigências de resultados etc. Quanto à imprensa, é dificil identificar o que seja uma influência “indevida” mas com certeza que não estamos a falar de investigações jornalisticas sobre casos judiciais de uma maneira geral. De resto, esta longe de ser claro se estamos a falar de um “indevido” da responsabilidade dos jornalistas (a priori deveria ser o caso, uma vez que estamos na parte dedicada a pressões externas), ou de um “indevido” da responsabilidade do juiz que se deixa convencer com facilidade pelo que diz a imprensa sem que isto esteja realmente reflectido nas provas do processo (caso em que estamos a falar de enviesamento). Dada a forma como a questão foi colocada, é impossivel excluir que os tais 40 % correspondam a ambas as coisas…

    Boas

  9. diga sem tu tlinta e tlês e mais nã sêi o quê e pronto no mo(nu)mento seguinte a seguir continua a mesma merda por quê cá sô bonzinho senão seria . ……. o que berda d’eira mente interessa é cús gaitos do chagas foram à manif prá aprenderem pródepois fazerem quando forem homenzinhos e não os deixaram entrar e ficaram os anjinhos muito confusos ao ponto de nã saberem o caminho de voltar pra trás nã sei se prá sé ó prá igreja de são cristóvão por a ponte dom nélito que lamente e atão teve que se virem os pelintras de insegurança púdica prós levarem ós pais e ás mães que já se encontravam na Santa Casa Alfama pensando queles por ali tariam perdidos e misturados ca populaça e pronto foi assim que tudo terminou bem porque lá foram os srs pelintras de insegurança púdica. os esquerdelhos que nã se atrevam a introduzir-se nas festas de anus dos anjinhos porque aí os srs pelintras de insegurança púdica terão que lhes indicar o caminho de regresso prá feira da ladra com o dito simbolo da matilha que é o dito cacete.

  10. Viegas

    A interpretação e catalogação é minha não segui a do estudo. Considero que a pressão externa mediática é fomentada em grande parte pela fuga ao segredo de Justica por parte dos operadores de Justiça, daí que a “pressão” é interna, ainda que indirectamente. O conubio da Justiça com o pior jornalismo criou um monstro que se reflecte na percepção do que é a Justiça e visa destruir a presunção de inocência e facilitação de condenações sem prova substancial, “a íntima convicção” etc..puro lawfare.
    A análise da distribuição dos processos recai sobre a pressão externa no estudo, certo, creio que a pergunta feita no estudo é a que dá origem título ao gráfico da pág 27 , figura 21 “Acredito que, durante os últimos três anos, foram distribuídos processos a juízes à revelia das regras ou
    procedimentos estabelecidos, a fim de influenciar o resultado do(s) litígio(s) em questão”
    Ora isto, além de ser ilegal, e suficientemente grave, pre-configura, a meu ver, uma pressão interna para qualquer juiz que venha a receber um processo pela mesma via.
    Parafraseando Nietzsche para a Justiça não há factos, só condenações

  11. A torneira começa a fechar = extrema direita republicana boicota orçamento usa
    E Eslováquia muda as agulhas = extrema direita ganha eleições

    qual é a novidade? nazis solidários com nazis.

  12. ó facho apoia facho,
    por acaso, o partido que venceu as eleições na Eslováquia representa a esquerda moderada e faz parte do mesmo grupo do PS no Parlamento Europeu. Vê lá tu

  13. A realidade não interessa a esta gente, Lucas. A realidade é o que eles gostariam que a realidade fosse. A realidade é o que eles inventam com a ponta dos dedos quando não gostam da realidade.

  14. “o partido que venceu as eleições na Eslováquia representa a esquerda moderada e faz parte do mesmo grupo do PS no Parlamento Europeu. Vê lá tu”

    o ping é anti-capitalismo popular, o puting é anti-imperialismo democrático e o donald é banda desenhada.
    o que eu vejo são palhaços nazo-fachos fantasiados de socialistas, com discursos populistas a bem do povo e da democracia, a tentar embarretar ignorantes e grunhos para lhes sacar o voto, como a brigada qanon que frequenta os caixotes de comentários na net.

  15. reboque puxado pelas mulas ruSSas,
    aficcionados da paZ ruSSa,
    otários que comem os fardos de palha que a central envia,

    “o ping é anti-capitalismo popular [a coreia do norte é uma democracia como muito bem disse o bernardino da paZ), o puting é anti-imperialismo democrático e o donald é banda desenhada.
    o que eu vejo são palhaços nazo-fachos fantasiados de socialistas, com discursos populistas a bem do povo e da democracia, a tentar embarretar ignorantes e grunhos para lhes sacar o voto, como a brigada qanon que frequenta os caixotes de comentários na net.”

  16. mula russa e o atrelado da palha publicam toda a merda e carradas de linques com entrada directa e sem restrições.

  17. Há muito que sou fã desta miúda, aliás já por mais de uma vez aqui despejei vídeos com as suas inacreditáveis proezas. Por isso acho que não merece o que, à boleia dela, fizeram com a designação anterior do seu último desafio à gravidade. Anteriormente designado “Yurchenko Double Pike”, o salto foi agora rebaptizado como “Biles II”. E sim, caro pardieirista, adivinhaste: o nome anterior, Natalia Yurchenko, era de uma russa.

    Claro que a criadagem do costume se apressa a “esclarecer” que não é bem o mesmo salto, que há uma altura em que uma das mãos é posta de maneira diferente, etc. e tal. Ora se o salto é diferente e Simone Biles, com enorme mérito e risco, é a sua criadora, mais do que merecido é que o novo salto leve o seu nome. O que não se percebe, ou aliás se percebe demasiado bem, é que a criadagem mafiosa aproveite oportunística e maliciosamente a festa de uma para apagar da história do desporto o nome da outra, apenas porque cometeu o inaudito crime de ser russa. Mas mais irónico e estúpido ainda (porque os criados do império são por via de regra estúpidos) é que Natalia Yurchenko emigrou em 1999 para os Estados Unidos, vive presentemente em Chicago e provavelmente terá também já nacionalidade americana.

    Bardachiça para a criadagem!

    Simone Biles Dials Up the Difficulty, ‘Because I Can’ https://www.nytimes.com/2021/05/24/sports/olympics/simone-biles-yurchenko-double-pike.html?smid=nytcore-android-share

  18. gostava de ter os mesmos direitos da mula russa para desmascarar a propaganda russa que aqui faz sem limites.

  19. Uma das cómicas pretensões de certas criaturas que se movem nos tugúrios da ruSSofilia é a de que só elas pensam pela sua cabeça, só elas estão informadas, só elas são capazes de ver todas as vertentes do problema, em contraste com os outros do seu grupo, aquela massa ígnara, estúpida, boçal, manipulada pela televisão e por forças ocultas, secretas e poderosas, num delírio que entretece todas as teorias da conspiração e todas as paranóias.
    Estes indivíduos consideram-se a si mesmos a fina flor que vê mais além, que percebe o que a massa não percebe, que conhece a Verdade por detrás das aparências, e é nesta competição com os “boçais”, que por contraste, se envaidece de si mesma.
    Nesta questão da Ucrânia, este mecanismo está amplamente exposto, naqueles que odeiam a sua civilização, o seu grupo, a sua identidade e pertença, e tomam partido pela RúSSia, no fundo para serem diferente[s], para suprirem a necessidade de alcançarem um senso superficial da própria singularidade.
    Contrariamente ao que julgam, não são uma “élite iluminada” [intelectuais a reboque] ou a última bolacha do pacote, mas apenas pessoas perturbadas, que sublimam a dissonância construindo um mito de imaginária superioridade face aos restantes membros do seu grupo, a plebe, os “carneiros”, os “boçais” e os “deploráveis”, naquilo que Freud designou por “narcisismo das pequenas diferenças”.
    É um transtorno!

  20. Putim está a recrutar…

    reboque, mula ruSSa, raJÁ e outros,
    aproveitem e alistem-se pela paZ!
    sempre pela paZ!
    e ainda pela paZ!

  21. e a ucrania está a desrecrutar….aquela malta que vive mais perto, polónia, eslóvaquia , e vamos ver quem se segue, desatou a fazer piretes ao zelérias.

  22. Putim está a recrutar…

    reboque, mula ruSSa, yo, raJÁ e outros (peço desculpa pelo esquecimento, embora estivesse nos outros),
    aproveitem e alistem-se pela paZ!
    sempre pela paZ!
    e ainda pela paZ!

  23. A merda da massa ignara, estúpida e boçal, como é próprio da massa ignara, estúpida e boçal, não se apercebe de quão ignara, estúpida e boçal é a exibição permanente da sua ignorância, estupidez e boçalidade. Aposto o colhão esquerdo e metade do direito em como ainda não é desta que o ignorante, estúpido e boçal de serviço (um deles) aprende que ignaro/ignara não é esdrúxula. E muito menos esdrúxulo ainda é o ignorante, estúpido e boçal de serviço (um deles), muito bem comportadinho, disciplinadamente dentro da norma e do penico, não cai uma pinguinha fora do vasilhame. Não era boçalidade que querias, parvalhão? Chega-te assim ou queres mais uma dose?

  24. Ao outro atrasado mental, obcecado pelas SS: SS autênticos, da Bayer… perdão da Waffen®, podes ir chupá-los ao Canadá. Só da Waffen SS ucraniana foram lá recebidos de braços (e pernas) abertos, depois de 1945, uns dois mil, sem contar com os seus irmãos de armas alemães, austríacos e tutti quanti. À conta disso houve até um grande boom de oficinas de recauchutagem, elas próprias mais tarde recauchutadas em McDonald’s e outros estaminés de venda de carne moída e afins. Vai lá encher a mula, querido, dizem que aquela merda emagrece.

  25. Antes que o anfitrião o faça, hoje não resisto a uma salutar valupiação. Porque continua vivo e a espernear um homem que não verga a mola, bendito seja, e ainda lhes esfrega no focinho a assinatura com que eles pensam enterrá-lo: “Antigo primeiro-ministro e principal arguido na Operação Marquês.” Tomates de chumbo, foda-se!
    ________________________

    NAS MURALHAS DA CIDADE

    https://www.dn.pt/opiniao/um-pais-doente-17096833.html

  26. “Vai lá encher a mula, querido, dizem que aquela merda emagrece.” [moi dixit]

    Pardon que m’inganei! Mula é o bicho, e como tal herbívoro, mas em vez de carne moída podes sempre encher-te de batatas fritas e ketchup. Sumo de tomate, filho, não aquele branquinho de que gostas tanto, mas, enfim, estamos em guerra, tudo o que vem à rede é peixe!

  27. Mula russa faz-me um filho… és tão intéligente. Foda-se és bués de bom e detectas erros orto gráficos. Porra, que mono! Máior não existe. É o máior.
    Também quiero ser aSSim.
    És tão burro que nem te dás conta.
    A representação acentou que nem uma luva.
    A tua reacção mostra.
    Doeu?! Burrinho!
    Fez dói, dói?!

  28. Ai, filho, és tão mau para mim! Por tua causa já esgotei os analgésicos de todas as farmácias do bairro, amorzinho! Tem dó! Pelize pelize pelize! Aproveitas o tempo livre para comprar uma gramática e um vocabulário da língua portuguesa, enquanto assentas a peida na arrastadeira e esperas que a oficina te recauchute os pneus do táxi. O Google também poderia ajudar, mas acho que nem um berbequim conseguiria enfiar-te nada nesses cornos! Ai que giro, um burro com cornos, um cabrão de um híbrido! E ainda por cima palhaço! Ainda se fosses palhaço rico, querido, casava-me já contigo, que andas há tanto tempo a pedir-me namoro. Mas não, calhou-me na rifa a merda de um palhaço pobre, principalmente de espírito, que não percebe que nem sequer para a 10ª Divisão reúne os mínimos. Tens um cliente à espera, pá, vê lá se não o enganas na quilometragem, que a ASAE está atenta.

  29. Tão bom que és…
    Continua a doer.
    Coça… e lambe!
    És mais burro (e engraçado) que um bloco de cimento C35…

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