Disse então a Veloso um companheiro
(Começando-se todos a sorrir):
– «Oulá, Veloso amigo! Aquele outeiro
É milhor de decer que de subir!»
– «Si, é (responde o ousado aventureiro);
Mas, quando eu pera cá vi tantos vir
Daqueles cães, depressa um pouco vim,
Por me lembrar que estáveis cá sem mim.
Lusíadas, Canto V, estrofe 35
*
Em toda a obra, não há passagem que se iguale a esta em intemporalidade e portugalidade. A malícia afectuosa ao despique, simultaneamente de traço popular e de ironia sofisticada, é uma das nossas mais fundas características culturais. E permanece como um veio de humor esquecido dos actuais comediantes, mas tão delicioso hoje como há quinhentos anos algures na costa de África, onde portugueses valentes arriscavam a vida em terra e no mar.
Que maravilhosa oportunidade para lembrar os Lusíadas e esta estrofe…
Parabéns!
Leonor Pinto
10 de Junho: Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O feriado nacional assinala ainda o dia da morte do poeta Luís Vaz de Camões, em 1580, autor d´ Os Lusíadas.
“Esta é a ditosa pátria minha amada,
à qual se o Céu me dá que eu sem perigo
torne, com esta empresa já acabada,
acabe-se esta luz ali comigo.
Esta foi Lusitânia, derivada
de Luso ou Lisa, que de Baco antigo
filhos foram, parece, ou companheiros,
e nela antão os íncolas primeiros.”
“Em 1578, D. Sebastião morreu na batalha de Alcácer-Quibir, no norte de África. Portugal ficou, assim, sem rei, pois D. Sebastião era muito novo e ainda não tinha filhos, não havia herdeiros directos para a coroa portuguesa. Assim, quem subiu ao trono foi o Cardeal D. Henrique, que era tio-avô de D. Sebastião. Mas só reinou durante dois anos porque nem todos estavam de acordo com ele como novo rei.
Mas atenção: estas coisas nunca são simples, houve muitos pretendentes e isto deu muita confusão…
“ Em 1580, nas Cortes de Tomar, Filipe II, rei de Espanha, foi escolhido como o novo rei de Portugal. A razão para a escolha foi simples: Filipe II era filho da infanta D. Isabel e também neto do rei português D. Manuel, por isso tinha direito ao trono.”
Ainda me lembro dos tempos da minha meninice. Neste dia todas as crianças que frequentavam o ensino primário iam em duas filas indianas com umas oferendas – arroz, massa, azeite e outras coisa mais – para doar à cantina escolar com a finalidade de fazer face às dificuldades de várias crianças menos afortunadas com o serviço diário de pequeno-almoço e almoço. Íamos todos contentes a cantar “Lá vamos cantando e rindo” depois havia quase sempre uma peça de teatro infantil interpretada pelos alunos.
Há datas em que sou apologista com a sua celebração mas as que mais recordo são o 10 de Junho, 1 de Dezembro e 25 de Abril. Não sou como muitos que gostam de celebrar umas e não outras. É ver o caso do PR que por a AR estar demissionária não se celebrou o 25 de Abril. Hoje anda com pompa e circunstância a celebrar o 10 de Junho e não se importa da mesma AR estar demissionária. Agora até diz que os Portugueses devem estar todos unidos. Quando era o governo de Sócrates era só piadas de fraco gosto e conversas com dois sentidos.
Forma de ver as coisas. Ao menos elogiou Castelo Branco. De certeza não se apercebeu que a maioria do que elogiou é obra do governo de Sócrates. De vez em quando faz bem engolir sapos vivos em vez de bolo-rei
só não continua esquecido, e sempre com humor, o veio possante de explorar o preto. :-) de resto, os portugueses são os maiores: preferem sempre, pelo próprio pé, descer que subir e continuam a preferir estar mal acompanhados que sozinhos. viva o Luís e a sua go(e)la alta! :-)
Nada como o Camões para nos recordar que esta nossa ditosa pátria derivou dos filhos de um grande borrachola, talvez por isso a bebedeira coletiva se aguente até aos dias de hoje.
Bebamos então…
Mais uma acção dos ranhosos, de certeza com o apoio do Cavaco. Não há palavras para tanto ódio escondido por todo o país. Devem ser os mesmos que rastejam aqui no aspirina. De certeza, gandas cabrões …
“O primeiro-ministro cessante, José Sócrates, foi hoje vaiado em Castelo Branco, quando entrava no Cine-Teatro Avenida, onde decorre a sessão solene comemorativa do Dia de Portugal.
José Sócrates, que tem ligações familiares, profissionais e políticas ao distrito de Castelo Branco, foi recebido com vaias e assobios de populares concentrados na rua de acesso ao Cine-Teatro da cidade.”
Já não há paciência para tanta ignorância.
Os ranhosos conseguiram colocar ódio no povo. Não há nada que se possa fazer