No Expresso pode-se rir a bom rir. Com a Ângela Silva, por exemplo, não falha:
«Costa tem a direita em crise, um país cansado mas aparentemente resignado, dinheiro a rodos e, ao contrário do que ele diz, um PS com fraturas históricas. Mesmo que queira sair, não é líquido que o possa fazer. Se for necessário, talvez Marcelo lhe explique isso.»
É assim que termina uma charla onde pretendeu fazer de Costa um imitador de Cavaco. Na passagem citada, temos direito ao ramalhete completo desta quadrilheira profissional ao serviço do militante nº1 do PSD: o País está “resignado” (não pode estar satisfeito), o PS tem “fraturas históricas” (não pode ter diversidade programática, mesmo ideológica, e abundância de talento político), e Costa é um menino ao pé de Marcelo, um menino a precisar de lições e/ou tautau. Adorava saber quanto ganha para despachar estas merdas, torço-me de inveja.
Com o mano Costa também não falha, a gargalhada é garantida semana a semana:
«A ideia de que existe um pântano na direita portuguesa parece alegrar os socialistas, que este fim de semana se reúnem em congresso. Mas essa imagem de águas paradas em metade do espetro partidário é errada e, mais relevante, apresenta perigos que não existiam quando António Guterres invocou o “pântano” para se demitir.»
Aqui temos a abertura do seu exercício de alta inteligência analítica. Os incautos que forem ler rápido descobrem que este pântano segundo é, afinal, uma cena que nasceu no PSD e agora ameaça devorar o útero. E, portanto, avisa-nos esta estrela ofuscante do comentário político, o problema está no PS. Como? Aparentemente, ele está à espera que tenham de ser os socialistas a tratar da sangria que o logro chamado Rui Rio tem andado a causar na direita. E, aqui entre nós que ninguém nos lê, concordo com esse subtexto, o que só aumenta a gargalhada.
Finalmente, o Daniel Oliveira tornou-se um autor cómico de grande consistência e efeito desde que se convenceu, ou se deixou convencer, de ser cientista de socialistas, em geral, e do António Costa, em especial. Este fenómeno feirante surgiu porque o seu coração continua no BE, e o ex-camarada quer fazer tudo para mostrar a esse pessoal que é a ele e não ao Louçã que devem telefonar quando tiverem dúvidas e depressões por causa dos malvados socialistas. Apreciemos este naco de magnífico humor:
«A entrevista de António Costa ao Expresso não é de quem pretende andar por aqui depois de 2023. Mesmo não sendo um líder de vistas largas, mas um gestor de crise com invejáveis talentos negociais, só quem já está noutra é que, recebendo uma ‘bazuca’ para mudar o país, não o mobiliza para lá do seu impacto imediato. Sei que arrisco, mas a sensação é que Costa vai meter os papéis para a reforma daqui a dois anos, para usar uma expressão do próprio. Está fartíssimo, e um novo mandato em minoria não promete ser mais simples. E até o poderia fazer perder uma futura oportunidade de carreira europeia.»
Temos então a redução de Costa à caricatura inventada pelos direitolas do “habilidoso”, um eufemismo achincalhante que pretende diminuir o seu estatuto e reputação, na ocasião aparecendo sob a capa da expressão “invejáveis capacidades negociais”. Segue-se uma premissa subjectiva, inverificável, sequer entendível, acerca do que pudesse ser uma mobilização “para lá do seu impacto imediato” no que concerne aos fundos europeus. Aposto os 10 euros que tenho no bolso como este cómico ao serviço do Balsemão também não saberia explicar mas o sofisma tinha de começar por algum lado, né? Depois aparece o psicólogo de café que se esqueceu de tomar a Rennie, atribuindo cansaço a um líder partidário e chefe de Governo que tem estado a lidar eximiamente com uma pandemia, e que vê as sondagens a colocá-lo sistematicamente como o preferido para continuar a governar. Um líder sem concorrência sequer imaginável, tendo a direita portuguesa implodido sob o peso da sua própria decadência. Por fim, a projecção do seu cinismo sobre o alvo, desejando que ele seja outro Durão Barroso.
O desatino desta figura com a realidade no que toca ao PS, ele que vive de se conceber como craque do comentariado, é hilariante pelo ridículo em que se enterra.
A risota no Expresso tem outros e magníficos criadores, peço-lhes que não se sintam melindrados por desta vez não aparecerem citados. A todos, muito obrigado.
Eh Eh! Já somos dois a rir. Ao mesmo tempo, metem dó. Obrigada por partilhares, pois, para o Expresso, já deixar de dar há muitos e bons anos.
Sousa a ensinar António Costa?
A senilidade é um estado mental muito cruel.
Não consegue provocar-me riso e muito menos sarcasmo.
pois é , desopilei com o espesso , mas foi com o Sousa Tavares ( a angela não conheço ), que resumiu tão , mas tão bem , tão bem , o conteúdo das celebrações do 25 de abril e dos 50 anos de partidocracia , que até faz impressão. teve uma epifania , só pode.
https://portadaloja.blogspot.com/2021/08/este-escreve-assim-mas-nao-tira.html
a vaca a fazer publicidade ao porco da loja.
se o blogue fosse meu ias recambiada para o curral dos fachos.
o gajo que permite isto é mesmo que manda comentários para o lixo porque chateiam as amizades direitolas que tem direito à liberdade de expressão que entretanto é retirada a outros.
Gostos não se discutem. Quando eu me quero rir leio este blog e não o expresso
Pronto, já está, Valupi mudou de ídolo! Ainda ontem, amargurava com a resistência de Costa em ir a Évora, de visita, e agora este fervor!
prefiro ir pró curral com os fachos , que são assumidos , do que contigo , um perfeito do fachadista, a saber , um defensor acérrimo do regime de fachada. do fascismo passamos pró fachadismo , sempre a descer -:) ele é educação faz de conta , justiça faz de conta , desenvolvimento faz de conta …o que não é faz de conta é o exercito de funcionários supérfluos dos donos do regime de fachada.
Ó yoyozinha….., assoa-te lá a este guardanapo:
“Com cara de sonso pergunta o presidente do sindicato dos patrões “como é possível que com as colónias e um império tivéssemos cento e tal mil funcionários e agora tenhamos mais de 700 mil?” deixando de fora da equação a escola pública – básico, secundário e superior, democratizada e acessível a toda a população, o Serviço Nacional de Saúde, universal e tendencialmente gratuito, as autarquias democráticas – câmaras municipais e juntas de freguesia, com o investimento em equipamentos públicos e o trabalho de proximidade com os cidadãos; contabilizando nos “mais de 700 mil” as forças armadas que deixa de fora, mais os pides, legionários e restante bufaria, nos “cento e tal mil” do tempo em que era bom, o da outra senhora. Como é possível um desonesto e mal intencionado deste calibre ter assento e acento na Concertação Social e negociar políticas com governos democraticamente eleitos?”
Afinal parece que são mais as vozes que as nozes.