Demasiado livre

Não confio politicamente no Rui Tavares. Parece-me uma figura volúvel e oportunista. Tudo isto com as melhores intenções, as dele. Acima de tudo, não o tenho como um democrata de raiz, posto que não se chegou à frente dando o corpo às balas quando o Estado de direito começou a ser violado na fúria de derrubar Sócrates. Terá até sido ao contrário, mal contendo o gozo por ver um primeiro-ministro a ser torturado pela oligarquia. Vejo-o como um democrata de flor na lapela, portanto. O que nos leva para o partido que acaba de fundar: Livre

Se aceitarmos que esse canal contém o essencial do que está em causa, então a promessa mais reveladora será esta:

A cooperação e convergência entre partidos da esquerda portuguesa é um dos objetivos deste partido político, bem como o diálogo com todas as forças sociais e políticas para o aprofundamento da democracia em Portugal, na Europa e no resto do mundo. Esta convergência será realizada de forma aberta e democrática, sob o princípio da subsidariedade para programas conjuntos locais, nacionais ou europeus.

Numa leitura literal, o que está aqui a ser proposto é algo do foro da consultoria ou da terapia. O Livre assume-se como o meio, a equipa, o veículo para se chegar às figuras da “cooperação” e “convergência” entre partidos da “esquerda”. Mas porquê? E para quê? Acaso o Tavares acha possível conciliar o sectarismo fanático do PCP com as responsabilidades governativas do PS? E dar-se-á o caso de o Tavares acalentar o delírio de poder escapar ao ódio eterno do BE? É muita fantasia junta num terreno onde nem sequer os comunistas e os bloquistas conseguem dar-se ao respeito mútuo, quanto mais a alianças. A menos que continue a sonhar com os votos de Alegre, o tal milhão de professores abraçados à legião dos recibos verdes que ia acabar com o PS, na gula de alcançar o que nem Louçã conseguiu.

O Livre, no seu espaço digital, apresenta-se como um produto de fácil consumo, embrulhando-se em generalidades a roçar o vácuo para digestão rápida. O mais estranho (chocante?) é o grau de abstracção que invade todas as linhas disponíveis para leitura. Onde está a situação? Onde estão as histórias e a História? Onde estão os portugueses? É que nem sequer a referência à Troika – LIBERTAR O PAÍS DA TROIKA, DA DEPENDÊNCIA, DA DÍVIDA E DO SUBDESENVOLVIMENTO – permite qualquer entendimento do que esteja a ser concretamente proposto.

Há que dizer o óbvio: a questão da convergência à esquerda começa por saber quem é que está disposto a pôr o Estado de direito à frente da ideologia. Sem esta primeira pedra, não há construção possível de uma casa comum.

77 thoughts on “Demasiado livre”

  1. concordo: parece a lengalenga da medida estímulo conducente a estágio profissional. e os portugueses não querem viver em estágio de estado torto mas antes em estado, de e com, direito.

    mas é a inteligência que anda a pretender-se negligenciar – dar a ideia de que complementar qualquer coisinha, dar os mínimos, é o bom. ao invés, declarar explicitamente oposição – arriscando-se a zona de conforto – é tido como o pior. e é assim que anda, confortavelmente sem sair da zona, a liberdade.

  2. OK, preferes pessoalmente o Socrates ao Rui Tavares e não acreditas que seja possivel falar com fanaticos perigosos avidos de sangue, ou seja com qualquer pessoa que tenha emitido, um minuto que fosse, reservas em relação ao José Socrates ou à sua politica. Optimo ponto de partida para procurar uma aliança das forças de esquerda…

    Até aqui, nada de novo.

    Tirando isso, onde é que a declaração de principios do RT põe em causa a primazia do Estado de direito ?

    Boas

  3. é a lógica do empregado de mesa que se chateou com o patrão e vai abrir uma pastelaria-pão-quente ao lado. interessante será descobrir que financia o projecto, política e monetáriamente.
    atenção bécula! ganda oportunidade de emprego, segurar no aipéde do tavares, escrever discursos para as massas, o guião do pugrama e porque não posar para um calendário “livre” de preconceitos e angariador de fundos ou mesmo de fundillos.

  4. oh nhanha! é um nicho de mercado “livre”. o jeropinga tá a pensar substituir a foice por um palhinhas e o martelo por martelado.

  5. não se põe a questão entre socrates e rui tavares, e por isso apoio o aparecimento de um partido que esteja disponivel a coligar-se com o ps depois do acto eleitoral.os portugueses estão fartos de ver a direita a governar em coligaçao e o pais a afundar-se.avançe rui tavares e tem a minha assinatura se houver esse acordo previamente negociado .este caso não é identico, ao que o pcp vai fazer para as presidenciais no chile,onde as duas candidatas mais fortes: um da direita fascista e a outra,socialista filha de um homem que esteve ao lado de allende,o pcp para lançar o caos tambem se candidata-se para atingir o conhecido objectivo do quanto pior melhor.

  6. É um projecto que vai borregar, já existem demasiados
    partidos e, nenhum parece disposto a sair da sua zona
    de conforto! As posições são clarissímas, o BE e o CDS-PP
    em próximas eleições ficarão reduzidos à insignificância,
    logo os entendimentos devem passar pelo que restar do
    PSD ou com “ascendente” PCP !
    Isto se entretanto, não surgir um Sidónio Pais montado
    num cavalo branco e ponha os trafulhas nos eixos ou no
    resort da Carregueira!!!

  7. Há que dizer o óbvio: este post revela uma profunda ignorância àcerca do que é o Estado de direito, na medida em que o confunde com um indivíduo e também porque o considera como algo acima das ideologias, como se a defesa da separação de poderes ou do primado da Lei não fosse ela própria uma defesa ideológica.
    Ora, como é sabido, o Estado de direito nasceu com as revoluções liberais, e os princípios em que se apoia são, precisamente, aqueles que constituem a doutrina, ou ideologia, liberal que se limita a defender os chamados direitos civis. E por isso pode existir um Estado de direito e não existir um Estado social que garanta o direito universal à saúde ou à educação. Mais: é possivel a existência de um Estado de direito sem qualquer democracia, pois da separação de poderes não se segue necessariamente que o poder legislativo é uma expressão da vontade dos eleitores. Portanto, quando o ignorante que escreveu este post afirma que não é possível qualquer convergência à esquerda sem se começar por defender o Estado de direito, desconhece que ser-se de esquerda é defender direitos (sociais) que não se reduzem aos princípios da cartilha liberal. Se o que estivesse em causa fosse a defesa do Estado de direito, então não era preciso esquerda para nada, pois a direita adepta do Estado mínimo é adepta de um Estado mínimo… de direito.
    A convergência que o ignorante que escreveu este post anda à procura é, portanto, a convergência com os defensores do sistema tal como ele é na sua “pureza” formal; isto é, do sistema construído no respeito pelas regras do capitalismo do século XVIII, que para funcionar plenamente e de forma ordeira só necessita que o Estado garanta, através da lei, a segurança, a defesa e a propriedade.
    De facto, “porquê?” e “para quê?” uma convergência à esquerda se o sistema funciona tão bem com a convergência à direita? A liberdade, de facto, tem que ter limites, pois a existência do Estado de direito só está garantida se este for um Estado de direita!

  8. O vinho é bom para libertar o espírito. Experimenta, que pode ser que desapareçam as palas que tens diante dos olhos e que te limitam a observação da realidade.

  9. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., tens de começar por arranjar um explicador de História, para diminuíres o índice das calinadas. Por exemplo, essa de confundires liberalismo com direita, quando o constitucionalismo nascido da teorização liberal se propunha limitar os poderes despóticos da monarquia e da oligarquia e libertar o indivíduo, revela que bebes vinho, muito, e do carrascão.

  10. Agora é que disseste tudo, ó idiota! Para ti, e para a tua visão de alcance reduzido, a direita são os defensores da monarquia despótica, e a esquerda é constituída pelos defensores da liberdade individual. Um liberal do século XVIII não diria melhor, de facto! Já um neoliberal do século XXI tem perfeita consciência que tudo o que cheire a direitos sociais e do trabalho é coisa de esquerda, pela simples razão de que são “privilégios” oligárquicos que limitam, precisamente, a tal liberdade individual. Quem está a precisar de explicações és tu, pá! De História e de Actualidade!

  11. deixando a retorica os intelectuais,pergunto: se os partidos da dita esquerda não se querem unir para governar o pais,pelo contrario,fazem uniões de facto para por a direita no poder,porque não ver com bons olhos alguem que esteja disponivel,a mudar o triste rumo desta esquerda, que mesmo sendo diferente tem a obrigaçao moral de fazer um esforço para defender as conquistas de abril, e o nosso povo,mesmo com o sacrificio de alguns dos nossos ideais sempre adiados. .

  12. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., calma, nunca se diz tudo. Nem Jesus, o outro, disse tudo, ou mesmo Sócrates, também o outro, disseram tudo. Agora, a tua fixação no neoliberais do século XXI mostra bem, e mostra outra vez, que tens mesmo de arranjar um explicador de História para te conseguires orientar na dita.

  13. insisto:numa vitoria eleitoral do ps por maioria relativa,é com os suspeitos do costume e os pcps que o ps vai constituir governo? o rui tavares e seus camaradas antes de por a lista para recolha de assinaturas, tem que por as cartas na mesa e dizer ao que vem.não derrotemos logo à nascença um projecto que pode ser bom para o pais. o ps perdeu as ultimas eleiçoes a uma semana do acto eleitoral,quando todos os partidos: cds,pcp e bloco disseram claramente que não faziam coligaçoes com o ps de nenhuma especie.esta verdade é irrefutavel.todos os que se juntaarem a tavares e outros terão forçosamente que querer coisa diferente do pcp e bloco,pois para pior já basta assim!noto que este debate está a outro nivel,mas como eu há pelo menos 8 milhoes de portugueses,fartos desta democracia sem conserto.

  14. Sim, és capaz de ter razão, pá! Porque, no teu caso em concreto, dizer tudo é, como está mais uma vez à vista, dizer nada. Não consegues refutar o que eu disse a propósito do liberalismo, e por isso a única coisa que consegues “dizer” é, como qualquer ignorante que se preze, que os outros precisam de explicações de História. Ao contrário de mim, tu não precisas apenas de explicações de História, precisas também de lições sobre argumentação para conseguires justificar as tuas bocas vazias de conteúdo. E precisas também de estudar os teóricos do liberalismo para tentares “compreender” aquilo de que não consegues falar. Porque quanto mais falas mais te enterras e mais revelas a tua ignorãncia.
    Assim, eu aconselhava-te a leitura do Adam Smith, do Locke, do Hume, do Montesquieu, tal como a leitura dos neoliberais Hayek, do Mises e do Friedman. Mas como isto é capaz de ser demais para a tua cachola, vai dar uma espreitadela aos blogues liberais e constata por ti mesmo o que eles consideram ser o liberalismo e a História do liberalismo. Se nem assim conseguires compreender o básico, então podes continuar a mostrar a tua ignorância, pois, provavelmente, a tua cegueira cognitiva não tem solução.

  15. Valupi, um cidadão honesto pode ficar repugnado com as campanhas sujas contra o Sócrates e, ao mesmo tempo, ser um adversário político de Sócrates. Para que conste.

    De qualquer modo, estás ver mal a coisa. O interesse do PS, e do país já agora, é que exista uma alternativa de esquerda capaz de mobilizar os descontentes com o neo-liberalismo e a “via única”, que esteja disponível para se coligar com o PS, e ajude a criar a legitimidade popular de que este parece urgentemente necessitar para fazer frente aos interesses da banca e da finança nacionais e internacionais. Sozinhos não vão lá, com o PSD ou o CDS ainda menos. O Franklin Roosevelt explica: “I agree with you, I want to do it, now make me do it”.

  16. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates. , acho que estás a confundir liberalismo com estado e estado de direito com estado de direita. ora vê lá bem.

  17. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., vou já a correr fazer isso que recomendas. Não saias daí que assim que tiver despachado esses autores esquisitos volto cá para te pedir mais ajuda.
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    Miguel, onde é que me leste a defender, sequer a sugerir, que não se pode ser, ao mesmo tempo, defensor do Estado de direito e opositor de Sócrates ou do PS? É precisamente o contrário que realço neste texto. Rui Tavares, um declarado e activo político que abomina o que Sócrates fez como governante, não deveria ter deixado essa paixão política legítima sobrepor-se à defesa daquilo onde a comunidade se funda para viver em paz.

    Quanto ao que escreves sobre o interesse do PS, tal não está claro. O interesse do PS, como o de qualquer outro partido, é o de ter maioria para poder aplicar o seu programa. Se o País quiser mesmo uma alternativa a Passos só tem de votar em Seguro, pois eles não são ambos “neoliberais”, pois não?

  18. OK, pá! Mas tem lá cuidado com essa tua corrida, porque ceguinho como és podes perder-te pelo caminho. Daqui a uns anos, quando acabares a corrida, voltamos a falar, ok?

  19. Val, muito rapidamente, a maioria para aplicar o seu programa, bom, o PS teve-a durante 2005-2009. Mas pelos vistos não chegou, não só porque de acordo com a tua própria descrição andou a servir de alvo no jogo do tiro ao alvo por cortesia de quem sabemos, mas também pela inabilidade própria de um partido que não consegue mobilizar o apoio popular nem sequer para repelir campanhas difamatórias, menos ainda para reformar o país . Porque o PS não tem uma ideia clara de qual deve ser o papel do Estado. E mesmo que não seja nominalmente neo-liberal, acreditou no canto da sereia de que o Estado podia ser muito magrinho, e abdicar da sua função estratégica económica. E foi incapaz de começar a construir alianças políticas no seio da UE dirigidas concretamente ao desenvolvimento económico da “periferia”. E também se viu que não chega quando perdeu a maioria e não só não teve apoio político à esquerda — que devia ser fácil de negociar nas circunstâncias sabendo-se como se sabia o que aí vinha (e veio) — como foi torpedeado pelo Bloco e pelo PCP. Com os custos para o país que facilmente se podem constatar.

  20. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., claro que voltaremos a falar. Tenho sempre gosto em falar com malucos que acham que o liberalismo tal como foi pensado desde as origens é o mesmo que o neoliberalismo do século XX e tal como o Comité Central o carimba. Tem é de ser pouco tempo, pois, embora malucos como tu divirtam, a vida não é só risota.
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    Miguel, o conjunto de afirmações que fazes deixa em muito mau estado a tua honestidade intelectual. Ora vamos lá:

    – “a maioria para aplicar o seu programa, bom, o PS teve-a durante 2005-2009. Mas pelos vistos não chegou, não só porque de acordo com a tua própria descrição andou a servir de alvo no jogo do tiro ao alvo por cortesia de quem sabemos, mas também pela inabilidade própria de um partido que não consegue mobilizar o apoio popular nem sequer para repelir campanhas difamatórias, menos ainda para reformar o país .”

    O que será que isto quer dizer? Para começar, o período entre 2005 e 2009 está marcado decisivamente por concretizações internas e por conjunturas externas. Não falas nem de umas nem de outras. Enquanto não deres provas de te conseguires relacionar com os acontecimentos históricos, o que dizes só terá sentido para ti.

    – “Porque o PS não tem uma ideia clara de qual deve ser o papel do Estado.”

    Esta afirmação é interessante, mas para a podermos discutir tens tu primeiro de definir o que, para ti, seja “uma ideia clara de qual deve ser o papel do Estado”.

    – “E mesmo que não seja nominalmente neo-liberal, acreditou no canto da sereia de que o Estado podia ser muito magrinho, e abdicar da sua função estratégica económica.”

    Aqui entras a pé fundo na desonestidade intelectual. Ou, então, estás também com problemas de ligação à realidade, como o maluquinho de cima.

    – “E foi incapaz de começar a construir alianças políticas no seio da UE dirigidas concretamente ao desenvolvimento económico da “periferia”. ”

    Esta é mais uma das ideias interessantes, mas, infelizmente, o modo como a colocas não permite a sua discussão. Porque não explicas de que modo essas alianças poderiam ser construídas, em que tempo e com que finalidades. Estás apenas a fazer abstracções.

    – “E também se viu que não chega quando perdeu a maioria e não só não teve apoio político à esquerda — que devia ser fácil de negociar nas circunstâncias sabendo-se como se sabia o que aí vinha (e veio) — como foi torpedeado pelo Bloco e pelo PCP. Com os custos para o país que facilmente se podem constatar.”

    Neste último ponto só vejo uma possibilidade de explicação para o que escreveste: ou és muito estúpido ou és um sectário (sendo que um sectário é sempre muito estúpido, ficas já informado). Dizes que o apoio à esquerda devia ser fácil de negociar sabendo-se o que aí vinha, mas quem andou a votar ao lado de quem aí vinha foi o BE e o PCP, os quais disseram que o melhor para Portugal era o Governo cair e haver eleições. O mesmo PCP e BE que, quando convidados em 2009 para negociarem um qualquer acordo com o PS para dar a Portugal uma maioria de esquerda se recusaram a fazê-lo.

    Não abras a pestana, não.

  21. val,é natural que haja ressentimentos,face ao comportamento de rui tavares em determinados momentos,eu tambem os tenho.mas neste momento a mim, o que me interessa é que esse novo partido seja diferente dos que convidaram a troika para o “banquete” e agora os querem correr, culpando terceiros como o ps.se o “partido livre” quer fazer diferente dos seus ex camaradas,venha ele e rui tavares não quererá fazer o papel de francisco louça no bloco,que tanto criticou. será mais um elemento, num partido que esteja disponivel para alianças e para partilhar o poder se assim o desejarem as partes.quem deve estar preocupado é o bloco e o pcp.eu nunca abandonando a defesa do socialismo democratico, sinto-me feliz neste momento,por ver surgir uma oportunidade de corrermos com a direita,mas, cada um na sua “bicicleta” como disse jeronimo a francisco louça. o fiasco da frs ainda não está esquecido !

  22. nuno cm, mas não há qualquer problema no facto de Rui Tavares, ou seja lá quem for, fundar um partido. E se ele vier a ser benéfico para a democracia, tanto melhor. Isso, contudo, não impede que se tenha uma opinião do que neste momento está à mostra.

  23. Ainda estás aí, ó palerminha ignorante? Não disseste que ias fazer uma corridinha para te informares melhor àcerca de uns “autores” esquisitos?
    Tu és um gajo atrevido, como essas tuas bocas idiotas e repetitivas (mas já desmontadas) revelam, mas que a ignorância é atrevida isso também não é novidade nenhuma.
    Continua assim, de forma orgulhosa e exibicionista, a expôr a tua ignorãncia, porque pelos vistos o ridículo não mata.

  24. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., explica lá: tu ganhas ao comentário? Não achas que seria melhor pegares num livrinho de História e começares a tratar dessas calinadas que te pesam no bestunto?

  25. Mas que calinadas, ó ignorante atrevido? Já tive a oportunidade de mostrar que a única “calinada” que tu conseguiste descobrir e apontar só pôs a descoberto uma coisa: a tua própria ignorância e incapacidade para refutar o que eu disse. E os teus comentários repetitivos seguintes só revelam que tu, tal como os papagaios, gostas de exibir a tua ignorância. Mas, como eu disse, pelos vistos o ridículo não mata.

  26. Val, queres que eu te faça aqui na caixinha de comentários o trabalho de casa que toda a nossa classe política não fez durante anos? Conheces a receita — deixa o vinho, pá. Tu és inteligente, não precisas que eu te faça o trabalho de casa. Quanto ao último ponto a propósito do qual dizes que sou sectário ou estúpido (ou ambas as coisas), não finjas que és burro. Perdeste a cabeça? Eu escrevi que o PS (devia ter escrito o governo socialista) foi torpedeado (e o país com ele). Achas que ao escrever que foi “torpedeado” estou a defender “os outros”, os que torpedearam? Não estou. E é justamente pelas razões que enuncias que o PS tem todo o interesse em ver uma mudança qualititativa do panorama à sua esquerda. Sozinho lixou-se e lixar-se-á de novo. Sim, as contingências externas gravíssimas pesaram enormemente, e até posso aceitar que foram demasiado rápidas e inesperadas para conseguir vencê-las na altura. Mas o “silêncio socialista” que se seguiu, e persiste, é para todos os cidadãos assustador e inquietante.

    Como é muitíssimo provável que a conjuntura externa vá melhorar em breve (ironia, para que te não passe ao lado), tem toda a lógica em insistir no papel de cavaleiro solitário (idem) — deixa o vinho, hombre. Se o Livre pode ou não cumprir esse papel o tempo o dirá. Mas a necessidade para o país está lá.

  27. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., pedes explicações. Fazes muito bem. Comecemos por garantir que estás na posse das tuas faculdades mentais, respondendo se reconheces ter escrito estas calinadas:

    – “Portanto, quando o ignorante que escreveu este post afirma que não é possível qualquer convergência à esquerda sem se começar por defender o Estado de direito, desconhece que ser-se de esquerda é defender direitos (sociais) que não se reduzem aos princípios da cartilha liberal. Se o que estivesse em causa fosse a defesa do Estado de direito, então não era preciso esquerda para nada, pois a direita adepta do Estado mínimo é adepta de um Estado mínimo… de direito.”

    – “A convergência que o ignorante que escreveu este post anda à procura é, portanto, a convergência com os defensores do sistema tal como ele é na sua “pureza” formal; isto é, do sistema construído no respeito pelas regras do capitalismo do século XVIII, que para funcionar plenamente e de forma ordeira só necessita que o Estado garanta, através da lei, a segurança, a defesa e a propriedade.”

  28. Miguel, neste último comentário corriges o rumo e apontas para uma visão das questões que melhora a tua relação com os acontecimentos.

    Quanto ao silêncio do PS, lembro-te que o PS se afundou no nada sonso que é Seguro, pelo que não sei a que silêncio te referes. Quanto à utilidade do Livre, pois têm o futuro todo pela frente para mostrarem ao que vêm e do que são capazes.

  29. Peço explicações? De um tipo que desconhece os teóricos do liberalismo e o que estes disseram, desconhece a História do liberalismo e desconhece os princípios básicos do liberalismo? Estás a delirar, pá!
    Não, pá! Eu só estou à espera que tu te enterres ainda mais, quando começares a “justificar” por que é que o que acabaste de citar são “calinadas”.

  30. “Mas a necessidade de uma união/frente de esquerda para o país está lá.”

    mas qual união, qual caralho! o que é necessário é votarem no partido socialista ou frente de esquerda, se preferirem. o bloco deixou de existir e o resto da comunada vai pelo mesmo caminho se os tratarem como merecem. deixem-se de impossíveis, há 40 de fascismo e outros 40 de democracia que andam a falar de uniões, convergências, frentes unidas e outras utopias que só servem para prolongar a existência duma porra que serve para coisíssima nenhuma, o partido comunista.

  31. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., então, mas que impaciência é essa? Achas que te basta o Spectrum donde teclas e a tua assinatura mensal da Wikipeida para deixares de bolçar calinadas? Não, pá, isso só lá vai, se for, com muita disciplina da tua parte, muito juizinho. Ora chega aqui a cachimónia.

    Na primeira calinada afirmas que existem “direitos (sociais)” que poderão ser concretizados politicamente sem ser preciso que ocorram adentro de um Estado de direito. A consequência desta calinada é a de estares a defender um regime onde o poder da força impõe aquilo que lhe interessa sem validação democrática.

    Na segunda calinada ignoras que desde o século XVIII até ao século XXI aconteceram algumas coisinhas por aí, uma delas foi o desenvolvimento do projecto social europeu nascido da Segunda Guerra e da social-democracia. A figura regimental e constitucional que enquadrou estas opções políticas não é outra a não ser a do Estado de direito democrático, o garante de todos os direitos, pessoais e sociais, que as soberanias decidam assumir.

    Em suma, és um bronco furioso que nem sequer quanto ao que se passou no século XVIII consegue acertar.

  32. eu acho que o L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., calcou o plano marshall e entretanto também o muro de berlim. ah!

  33. Mas afinal, quem é o Rui Tavares? Acaso a implementação de um partido no terreno da política é feito por decreto? Afora as “elites” universitárias de Lisboa, Porto e Coimbra, quem mais conhece Rui Tavares? O povo das vilas e aldeias já terá ouvido falar nesse senhor?
    A Direita está unida, na Esquerda, os esquerdalhos continuam a dividir. Haja bom senso. Ou será que RT precisa de ajuda para continuar em Bruxelas como euro-deputado? Será esse o motivo que o leva a “decretar” mais um partido?

  34. 1- A tua interpretação da minha primeira “calinada” mostra que não distingues Estado de direito de democracia, quando, como eu já disse, é possível a existência de um Estado de direito sem haver qualquer democracia. É que o Estado de direito nasceu com o objectivo de limitar o poder arbitrário do governo, e daí que o que o caracteriza seja a separação dos poderes, por um lado, e a defesa dos chamados direitos civis (ou liberdades negativas), por outro. Ora, daqui não decorre qualquer defesa dos chamados direitos sociais ou da democracia, porque, como eu já disse, os direitos sociais são, numa perspectiva liberal, obrigações impostas aos indivíduos e que entram em choque com as ditas liberdades negativas. Basta olhar para os EUA e para toda a sua História para se verificar que um Estado de direito pode conviver alegremente com a ausência do direito universal à saúde e com a ausência de democracia, pois durante largos anos não tiveram quaisquer problemas nem com a escravatura nem com a segregação racial.
    Mais, se reparares, na Constituição Portuguesa é afirmado no artigo 2º que “a República Portuguesa é um Estado de direito democrático”, querendo isto dizer que não basta ser um Estado de direito para ser uma democracia. Em suma, o que eu quis salientar com a minha primeira “calinada” é que o teu paleio a propósito de uma hipotética convergência da esquerda mostra que não sabes o que caracteriza um Estado de direito, como não sabes o que caracteriza a esquerda. E por isso, volto a afirmar, se o que estivesse em causa fosse a defesa do Estado de direito então não era precisa a esquerda para nada. A direita adepta do Estado mínimo (ou o Tea Party, por exemplo) é suficiente para isso.
    2- A tua interpretação da minha segunda “calinada” mostra que quem ignora o que se passou ao longo do Século XIX e XX és tu, pois a grande novidade ideológica destes séculos foi o aparecimento dos movimentos socialistas (para além da reacção fascista), dos quais depois derivou a social-democracia. A social-democracia nada tem que ver com o liberalismo (como tu pretendes dar a entender), e é por isso mesmo que qualquer liberal europeu que se preze fica arrepiado (ou confuso) quando fica a saber que um partido chamado PSD faz parte da sua família política no parlamento europeu. Portanto, ao contrário do que tu pensas, o liberalismo clássico e neoliberalismo partilham os mesmos princípios básicos, enquanto a social-democracia é uma derivação do socialismo que nasceu em oposição ao liberalismo, que é a ideologia que suporta o capitalismo. Se actualmente os partidos sociais-democratas reclamam a defesa de princípios liberais, isso só mostra como perderam a sua identidade e por que é que estão em processo de morte lenta (como o partido social democrata holandês e o partido socialista do hollande revelam), e isto porque não constituem qualquer alternativa ao liberalismo, precisamente.
    Em suma, és um ignorante atrevido, como eu sempre disse, e toda a tua “sabedoria” politico-ideológica que teimavas em não mostrar era mesmo só garganta de quem acabou por se enterrar ainda mais, como eu previ.

  35. L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., é que só te sai merda, ó pá. Tens de mudar de fornecedor dos fardos de palha.

  36. Ainda bem que voltaste ao teu registo anterior, pá!
    Está mais de acordo com a tua ignorância atrevida.

  37. já percebemos todos, L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., que antes mesmo de cá vires já sabias que irias terminar por dizer isso – é o que fazem os que se julgam livres para não carregarem com a sabedoria dos outros. e gastam o tempo a picar sem sequer ouvirem comentários laterais. também podes fazer um blogue e escrever sobre liberalismo, à tua moda, no contexto em questão. depois deixa o link.

  38. Val, também eu me interrogo sobre qual seja o “beneficio” para a esquerda da criação deste partido “LIVRE”, até porque recentemente já apareceram mais movimentos/ frentes, conotados com o socialismo democrático/reformista e que pouco desenvolvimento têm tido no sentido de “congregar” a “esquerda”…

    Mas, por outro lado – e claro, aguardando mais informação sobre as bases programáticas e os objectivos que se propõem, – considero que poderá ser uma via para desbloquear o “sonsismo” da actual direcção do PS, i. e., do seu “chefe mole” e talvez provocar “um golpe de estado interno”.

  39. M.G.P.Mendes, tudo o que este Livre conseguir alcançar de benéfico será uma grande ajuda para todos. Apenas se dá o caso de, neste momento, não ter nada de bom para mostrar.
    __

    L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., és um calhau com dois olhos que veio por ai a rolar aos trambolhões e que, felizmente, acabou por parar onde há quem possa tratar de ti e dessa mioleira queimada. Ora, vamos lá:

    1- Apontei-te o disparate, ou tentação, de falares em “direitos sociais” sem a defesa prévia do Estado de direito e, já agora porque vem tudo junto, do constitucionalismo. Que me respondes? A bosta que andas a mastigar à pressa na Wikipeida mas que só te faz é mal à digestão. Se tivesses estudado, saberias que o liberalismo começa por ser equivalente a “esquerda”, pois o seu projecto era o de dar a cada cidadão o poder para decidir politicamente o seu futuro. E isto é a definição mesma da democracia: um homem, um voto.

    2 – Quando dizes que a social-democracia nada tem a ver com o liberalismo, estás a revelar o teu problema maior e mais grave: tu não percebes o que significa a expressão “democracia liberal”, aquela onde vivemos e onde há um conjunto alargado de liberdades consagradas pela Constituição e garantidas pelo Estado de direito. Mas podes vir a perceber, claro. Tens é de arranjar o tal explicador.

  40. oh bécula! vê lá se te cai o resto da placa com esse riso malcariado. desde que encalhaste na praia da areia branca, os banhistas queixam-se de poluição visual e da areia estar contaminada com banha, o que torna a praia rançosa e fez voar a bandeira azul.

  41. “o liberalismo começa por ser equivalente a “esquerda”, pois o seu projecto era o de dar a cada cidadão o poder para decidir politicamente o seu futuro. E isto é a definição mesma da democracia: um homem, um voto.”

    Val, tem lá calma, mas em lado nenhum o liberalismo começou por propôr “um homem, um voto”. “Um proprietário, um voto” estará mais próximo do que era então a realidade. Entretanto, as coisas continuaram a evoluir. Com guerras e muitos escolhos pelo caminho, nomeadamente as questões da raça, escravatura, da mulher, de classe (indigentes, proletários, etc), a questão colonial, desigualdades enormes que fazem com que os indivíduos estejam cada vez mais impotentes para lutar pelo seus direitos — desigualdades essas que se voltaram a acentuar tanto que hoje voltaram a atingir níveis próximos dos que existiam no século XIX, consultar “Le Capital au XXI siècle” de Thomas Piketty (2013), http://piketty.pse.ens.fr/fr/

  42. val,tudo bem,vamos ver o que ele tem para dizer ao povo.jã não tenho idade para ir em cantigas.subscrevo o texto do ignatz em que diz :que o que é preciso é arrumar com a comunada e com o “berloque” de esquerda.no alentejo, dizem os medicos que anda muita gente a fumar por causa da crise!

  43. “desigualdades enormes que fazem…”

    Correcção: (…) desigualdades enormes que faziam com que, na prática, os indivíduos tivessem enormes dificuldades, fossem praticamente impotentes, em lutar pelos seus interesses e pelos seus direitos — (…)

  44. Caros,

    Desculpem mas a querela terminologica em torno do liberalismo é futil.

    A esquerda identifica-se sem problema com a reivindicação das liberdades fundamentais, apenas pretende que elas não sejam meramente formais e, por vezes (isso ja épor vezes menos nitido), sulinha que a palavra “liberdade” não tem apenas um conteudo negativo. Portanto a vossa discussão é teologica.

    Em contrapartida, o Valupi ainda não explicou onde é que as declarações do Rui Tavares põem em causa a primazia do Estado de direito (ou das liberdades fundamentais).

    Ja agora, eis um site interessante para aqueles que, como eu, continuam à espera de respostas do nosso querido anfitrião :

    http://buscando.extra.com.br/loja/Sofa%202%20E%203%20Lugares%20Barato

    Boas

  45. entender a democracia como um projecto do liberalismo, uma espécie de consumação dos pressupostos, não é equivalente a dizer que o liberalismo nasceu, pelo tal homem-voto, na democracia. vês a diferença, Miguel?

    e depois, joão viegas, quando o estado de direito está a ser violentado e aparecem novas propostas – que supostamente existem para combater a violação – ele, o estado de direito, é o único que não pode ser esquecido. e é nestes casos que as vítimas têm mesmo de ser usadas para produção de alternativas em melhoria do bem comum.

  46. Tu, para além de seres um ignorante atrevido, tens uma compreensão muito lenta. Caso contrário não repetias as mesmas idiotices mal assimiladas que eu já refutei.
    Insistes em identificar Estado de direito com democracia, quando nem filosoficamente, nem historicamente, as coisas são assim. Só a tua ignorância àcerca dos acontecimentos históricos dos últimos 200 anos, assim como da História do liberalismo, pode levar-te a dizer que o projecto liberal consistia desde o seu início em estabelecer o regime de “um homem, um voto”. Só um papagaio que foi submetido a uma lavagem cerebral pelo discurso dominante, diz coisas dessas sem se aperceber da sua ignorância crónica. Revelador disto mesmo é também a tua afirmação de que “o liberalismo começou por ser equivalente a esquerda”. Sim, pá, já disseste isso, o liberalismo surgiu para combater a “direita” “despótica monárquica”, e tu como tens uma visão de alcance reduzido, como eu já demonstrei, pensas que isso se tornou numa verdade válida para todo o sempre, até porque a grande ameaça aos regimes liberais actuais está nas monarquias absolutas que ganham cada vez mais apoio popular. Já te disse que não é só de lições de História que estás a precisar, um estudo de Actualidade também pode ajudar-te a clarificar conceitos digeridos à pressa e vomitados sem pensar. Vê lá se percebes uma coisa essencial a respeito do liberalismo: o seu projecto inicial era o de garantir a limitação do poder arbitrário do Estado e o respeito dos direitos civis, apenas, nomeadamente o direito à propriedade e à segurança, coisas que uma burguesia em ascensão reclamava contra o poder oligárquico.
    Quanto à tua segunda idiotice em identificar liberalismo e social-democracia unificando-os na expressão “democracia liberal” também já mostrei que isso é uma convicção de quem nem sabe o que é o liberalismo, nem o que é a social-democracia, e é apenas mais uma demonstração de como tu és um especialista no vomitar e no papaguear da propaganda que o poder vai produzindo. Pareces os tipos do PSD que perante a acusação de que pretendem destruir o Estado social, contestam essa ideia afirmando que são sociais-democratas. Porque, caro ignorante atrevido, se tu tivesses estudado Filosofia política como deve ser, em vez de andares a papaguear o que ouves os líderes do momento presente dizerem na televisão, tinhas a perfeita consciência de que a expressão “democracia liberal” começou por seu usada por, precisamente, teóricos liberais. Com o evoluir do tempo a expressão foi-se tornando dominante nos discursos políticos dos liberais, e os sociais-democratas em processo de morte lenta primeiro, e os papagaios (como tu) depois, seguiram a onda e por isso mesmo nem sabem do que estão a falar. Até porque a compração entre as duas expressões revela a qualquer tipo que perceba Português onde está a diferença. A social-democracia é uma democracia SOCIAL, e a democracia liberal é uma democracia LIBERAL. Só mesmo um analfabeto incapaz de perceber o significado básico das palavras confunde LIBERAL com SOCIAL.
    Portanto, o teu problema não está na leitura da Wikipeida; o teu problema é que a tua cabeça consegue estar recheada de mais gases nauseabundos e de mais merda que a tal Wikipeida.

  47. olinda, o Val escreveu que o projecto original do liberalismo “era dar a cada cidadão o poder para decidir politicamente o seu futuro. E isto é a definição mesma da democracia: um homem, um voto.” Ora isso não corresponde à verdade histórica. É verdade que a luta dos pais fundadores contra os privilégios associados às classes superiores (nobreza e clero) em detrimento dos outros (povo, incluindo a burguesia ascendente) esteve na origem do longo processo histórico que ao fim de mais um século deu origem aos sistemas democráticos da época moderna. Mas ainda assim é necessário recordar que esse foi um processo indirecto e não de causalidade directa (liberais lutaram e por fim conseguiram obterr o sufrágio universal). Houve muitos outros protagonistas nessa luta, incluindo movimentos de operários, vários tipos de socialistas, com os quais tiveram conflitos graves. E não é apenas um questão de não se ter começado com “um homem-um voto” pois na verdade os pais fundadores do liberalismo não defenderam o sufrágio universal e sim a sua restrição à classe de proprietários de terras, muitos apoiaram a escravatura e eram proprietários de escravos ou accionistas das companhias, defendiam o colonialismo, e que durante todo o século XIX os ditos liberais em várias instâncias se opuseram ao sufrágio universal .

  48. Miguel, com que então, o liberalismo não propunha “um homem, um voto”, mas “um proprietário, um voto”… As coisas que tu és capaz de descobrir… Estou banzo.
    __

    joão viegas, tens tomado o xarope a horas? Vê lá isso…
    __

    L’Ètat, c’est Louis XIV. L’Ètat de droit, c’est Sócrates., não, meu calhau com dois olhos, tu é que tens de ir devolver o cartão de borrego à Soeiro Pereira Gomes e ir a correr estudar a Revolução Americana e a Revolução Francesa, nascidas ambas do liberalismo.

  49. eu ia arriscar-me a dizer, aliás, que a contra revolução ao bloco liberal e constitucionalista foi já, naquela altura, feita por gente da direita – ameaçando o continente europeu com enorme fraccionamento extremo. olha que actual.

  50. e foi lá, no calor da revolução, que houve a sedução das massas para a participação nas decisões da nação. para mim é aqui, na segunda metade do século dezoito, que entra o projecto da democracia nas luzes do liberalismo.

  51. Realmente só um tipo cheio de “sabedoria” como tu é que podia revelar ao mundo que a Revolução Americana e a Revolução Francesa nasceram ambas do liberalismo.
    És um papagaio com a mania de que és “original” mas só dizes banalidades e coisas que se aprendem no ciclo preparatório…

  52. Tenho tomado o xarope todos os dias, como todos os teus leitores. Que rémédio ! Mas por uma estranha razão, o remédio não surte efeito e continuo sem saber colocar as unicas perguntas que queres ouvir e a que te dignas responder. Fui queixar-me ao farmaceutico e este vendeu-me um xarope ligeiramente diferente. Vamos ver se resulta, reformulo a pergunta :

    Tens razão em relação ao Rui Tavares. Temos de desconfiar de todas as iniciativas que não centram a questão da convergência da esquerda na questão suprema da literacia.

    Boas

  53. oh viegas! se não resulta com xarope, experimenta o supositório tavares, dizem que liberta.

  54. joão viegas, se a questão que careces de ver atendida é esta “o Valupi ainda não explicou onde é que as declarações do Rui Tavares põem em causa a primazia do Estado de direito (ou das liberdades fundamentais)”, então o que tenho para te dizer é o seguinte: as declarações do Rui Tavares não põem em causa a primazia do Estado de direito (ou das liberdades fundamentais) nem o que o Valupi escreveu o sugere seja de que forma for.

    Claro, para compreenderes a problemática terias não só de continuar a tomar o xarope como também o de ires à farmácia aviar os comprimidos.
    __

    Miguel, tu ainda vais acabar a explicar-me que na Idade da Pedra os liberais não deixavam as senhoras tirar a carta de condução ou usarem o telefone. Toma cuidado contigo, não passes o dia sentado em frente ao monitor.

  55. por acaso a proposta demasiado livre a mim sugere-me omissão de oposição à violência de que está a ser alvo o estado de direito. mas foi o documento, não foi o que o Zeus escreveu. :-)

  56. A conclusão do teu post :

    “Há que dizer o óbvio: a questão da convergência à esquerda começa por saber quem é que está disposto a pôr o Estado de direito à frente da ideologia. Sem esta primeira pedra, não há construção possível de uma casa comum.”

    Era so para enfeitar ? Ou não foste capaz de ler as inumeras referências no site que linkaste à primazia do Estado de direito ? Eis os dois primeiros principios da declaração, para quem não recorda :

    “Entendemos como universais os direitos humanos, tanto na sua dimensão civil e política, como económica, social, cultural e ambiental. Na defesa destes direitos não deve haver exceções ditadas por conveniências táticas ou proximidade políticas ou quaisquer outras assimetrias.”

    “Como autonomia pessoal, realização de potencial humano e desenvolvimento coletivo, a Liberdade é o ponto de partida da nossa prática partidária, mas também o ponto de chegada da nossa prática política.”

    Mas, como sempre, o teu post era so para falar do sporting. E nos a aturar-te…

    Boas

  57. joão viegas, as tuas dificuldades de interpretação já mereciam uma estátua, é sabido. Pelo que talvez precises é de começar por ti próprio. Ora, nos textos que trouxeste, indica lá em que linha é que se podem ler referências ao Estado de direito, ou à Justiça, ou à Constituição.

    O modo como termino o meu texto não implica que o Rui Tavares, ou algum dos textos presentes no website do Livre, está a pôr em causa a primazia do Estado de direito. O que implica é outra coisa, esta: que enquanto a esquerda pura e verdadeira alinhar com as pulhices dos ranhosos, sendo que para alinhar basta ficar calada a assistir, então essa imbecilidade nascida da cegueira ideológica torna qualquer uma das suas afirmações uma anedota.

    Pura e simplesmente, não encontras no Livre ou no Rui Tavares nenhuma referência ao que se fez em Portugal para derrubar Sócrates e isso é um sinal das hierarquias cívicas em causa. Para ti, que és burro como as portas, falar neste assunto equivale a defender o político e o partido atingidos pelas campanhas e golpadas em vez de estar a defender o regime e a sociedade conspurcados num vale tudo a que só faltou a violência física. São escolhas.

  58. Val, tens razão, é absurdo, “um homem-um voto” por definição exclui escravos, senhoras e povos colonizados. (o único senão é que os tais liberais e seus opositores passavam parte do tempo, não em frente do monitor, mas a acusar-se de hipocrisia e inconsistência a propósito das suas posições e acções sobre a escravatura)

  59. Portanto em traços largos, o Rui Tavares podia escrever o que quisesse, fosse como fosse, estaria sempre errado por não colocar no centro das atenções as tuas obcessões sobre o calvario de Socrates. Existir esquerda sem falar principalmente nisso, é um pouco como existir cristianismo antes do nascimento de Cristo.

    Quanto ao resto, meu caro, como dizer… o melhor é não ligar. Alias, com o teu magnifico sentido da coerência, admites agora que a tua conclusão não diz o que diz que diz que não diz…

    A convergência da esquerda vai fazer-se à volta da tua augusta pessoa e do culto socratico, ja amanhã. Podes ir preparando o vinho…

    Boas

  60. joão viegas, para além do xarope e dos comprimidos, olha que também se vendem umas injecções muito jeitosinhas para o teu problema.

  61. A Carmelinda Pereira também queria a união da esquerda, isto nos idos de 74/75….clamando a plenos pulmões que era para isso que se propunha criar um partido politico -o POUS- que , penso, ainda existe….!!!
    Quanto ao LIVRE , entalado entre os partidos já existentes, tem que se esgueirar, contorcer e passar à frente dos já existentes, ou em vias de extinção. O Bloco já está para o requentado e com as birras UDP e PSR vai desintegrar-se. Já não se aguenta a gritaria da Catarina Martins….utópica e o João Semedo a tender para o revolucionário fora de tempo…!!!! Precisamos de uma esquerda sem complexos, pragmática e corajosa para derrotar a “corja” mentirosa e trafulha que é a direita portuguesa !!!!

  62. A verdade é que não há pachorra para esta converseta inútil mascarada de “discussão”.

    Como se tivesse hoje algum interesse prático discutir uma coisa datada e tão desvirtuada como o “liberalismo”, essa puta velha do neo-Capitalismo…

    No meio de todo este disparate indigesto e estéril, o único que se mantém lúcido e sereno é o Miguel. Parabéns, também pela paciência…

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