Daniel Oliveira, autor de fotonovelas

«A demissão de Temido, num sistema que demonstra brutais insuficiências, acontece num caso em que ele até não falhou. Dela, não se pode dizer que servia outros interesses. O seu pecado foi não ter aproveitado a força política que ganhou na pandemia para exigir apoio para uma reforma urgente. A começar pelas carreiras médicas e de outros profissionais de saúde. Deixou-se inebriar pelo galanteio de Costa, que a levou ao palco do congresso do PS, promovendo-a a candidata a líder. Não exigiu, depois da pressão da pandemia, apoios absolutamente excecionais. Há de o ter percebido quando Medina, depois secundado por Costa, disse que o problema não era falta de dinheiro. Foi um cordeiro sacrificial. Temo que venham os interesses de sempre. Só esses compram a paz junto dos lóbis privado e corporativo mais fortes neste país. É isso que Costa quer: poucas ondas. Se não se fizer aeroporto, se as carreiras médicas tiverem de esperar, paciência. Estes quatro anos são para preparar outros voos. Os seus.
O resto vai-se gerindo. Sem lealdades. E até se perceber que os problemas nos ministérios são responsabilidade sua, assim serão as coisas. Quando fica insuportável, manda-se ministro borda fora.»

Usada e abandonada, mais uma vítima da ambição de Costa

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30 de Janeiro de 2022 foi um dos dias mais amargos na doce vida do Daniel Oliveira. Depois de ao longo da legislatura se ter entregado a um intenso, feroz, sórdido assassinato de carácter a António Costa, depois de ter garantido com soberba ao longo da campanha eleitoral ser impossível que o PS tivesse maioria absoluta, chegava às vinte horas desse domingo e via desenhar-se no horizonte o pesadelo: o triunfo absoluto do seu obsessivo ódio político e mediático.

Foi com ferros que conseguiu tirar as palavras nessa noite. A perplexidade do resultado esmagava-o e ele só queria fugir do palco. Como tinha sido possível? Tantos a repetirem o mesmo, da direita decadente à esquerda pura e verdadeira, que Costa era o pior que nos podia acontecer, que não passava de um reles manipulador dos pobres serventuários que o cercam, que já estava de malas feitas para Bruxelas e para as prebendas e sinecuras milionárias, e vem o povo e decide não só que queria mais 4 anos de Costa como agora em versão limpa das irresponsabilidades e traições do PCP e do BE.

O que especialmente lhe doía era o choque da realidade. Afinal, o que tinha acontecido às horas e horas e horas de raiva televisiva? Para onde tinha ido a bílis com que encharcou os seus textos? Seria possível que o império de Balsemão, onde ganha o pão a disparar para o mesmo alvo do militante nº 1 do PSD, não conseguisse fazer a cabeça ao Zé votante?… Desgraça.

Oito meses depois, Daniel Oliveira recuperou a forma e a fórmula. Costa é o pai de todos os males, um ambicioso que não descansa enquanto não se passear nos corredores alcatifados da alta finança a encher os bolsos. Os ministros de que se rodeia são todos vítimas do seu pérfido carácter. O valente Pedro Nuno Santos, que um dia se irá vingar do Costismo e fazer um Governo a mielas com a Catarina, é chamado para pastas altamente relevantes e complexas só para ser queimado, explicou à exaustão desde 2019. Os outros são uns títeres do novo diabo socialista. Ou uns ingénuos, como essa tonta da Marta Temido; a qual, na sua condição de volúvel fêmea, “deixou-se inebriar pelo galanteio de Costa“. Coitadinha, má sorte não ter os túbaros do bravo Pedro.

A psicologia de carroceiro que aplica nas suas análises, tal é a sanha que o consome, faz desta estrela do comentariado um promissor autor de fotonovelas. Talvez esteja na altura de ele propor ao patrão Balsemão que se volte a esse formato editorial. Afinal, quem lançou o estrondoso fenómeno de audiências chamado OPTO, o qual pagou bom dinheiro por uma série giríssima sobre os podres do Engenheiro, também pode gastar mais uns milhares a oferecer ao Daniel Oliveira o gostinho de poder ilustrar a sua campanha antiCosta com fotografias à maneira e diálogos castiços.

10 thoughts on “Daniel Oliveira, autor de fotonovelas”

  1. !ai! tanto riso neste trecho que até faz o DO andar de roda, quem me dera que ele lesse e se roesse de inveja e quisesse mesmo tentar, só tentar, fazer fotonovelas, isso é que era bom, ele só sabe fazer intrigas e guerras, badalhoco, túbaros de oxiúro. e a fazer da querida MT uma espancada por Costa quando a Senhora deve é estar a explodir de pressão, da pressão que lhe fizeram perante cenários talvez incontornáveis ao momento. e mandou-os ela pastar, fez muito bem, para que se vai morrer a arreliar com tantos ogres badalhocos a quererem vê-la, com Costa, a rastejar?

    vou-me rir o dia todo desta risota, adorei, adorei, adorei

  2. uish,

    parece que a queda da temido abanou as convicções do vapuli. até já se agarra à maioria absoluta como demonstração da capacidade de costa para bem governar e assim nos recorda os psds aquando do segundo governo do passos coelho.
    preparem-se que isto vai ser choradeira até ao fim, inimigos por todo lado.
    até deve haver aqui alguma influência da ginástica mental que teve de fazer na gestão mediática da guerra da ucrânia.
    quanto aos problemas do país, esses podem esperar.

  3. não há dinheiro?: trate dos seus graves problemas, esses não podem esperar para bem do país – ajude-se a ajudar-nos. !ai! que riso

    !viva! o Valupi; !viva! a Ucrânia; !viva! o António costa; !viva! a Marta Temido; !abaixo! o Daniel Oliveira; !abaixo! a lixeira

  4. olinda,

    tome os comprimidos.
    e rápido antes que lhe dê aquela coisinha má.
    viva os comprimidos, as novelas do shakespear reconhecidas passado 300 anos e a sanna marin a ir e a regressar dos concertos!
    abaixo o reconhecimento passados 300 anos de shakespear, a ucrânia nazista e a guerra nuclear!

  5. tens dinheiro, olinda? empresta-me, já os tomei logo de manhãzinha às 8:53h. adoro-os como daqui até ao infinito. e se quer guito ponha-se a render para o Putin e para o Daniel Oliveira, vai ver que vai gostar. !ai! que riso

  6. Até concordo que AC usou e deitou fora, ajusta-se ao perfil do sujeito. Nada de novo, pois já se tinha visto esse filme noutras situações.
    Mas também temos de dizer que a Marta não tinha estaleca para o cargo. O galanteio de Costa toldou-lhe a visão, pô-la a pensar se não seria a maior (até já se admitia como futura secretária geral do PS). A única visão da saúde que a senhora tinha é a de que o sistema nacional de saúde era apenas o público, abaixo o odioso privado. Visão doentia, com muita gente a ver (e, já agora, a sentir na pele e na alma) a decadência do sector público. Não obstante os muitos milhões que ali foram injetados.

  7. “e se quer guito ponha-se a render para o Putin e para o Daniel Oliveira, vai ver que vai gostar”

    dito com a confiança de quem sabe do que fala.
    obrigado, olinda, mas a mim não me dá jeito.
    faça a menina bom proveito

  8. O DO há muito tempo que perdeu a capacidade para o comentário político dada a sua
    insustentável leveza de pensamento e, conhecimento sobre a complexidade inerente
    á Política como arte de governar e, não a “politiquice” arte de intriga e mal dizer!!!

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