Cuidem-se

Aproveitando a boleia da Fernanda – Carrilho trágico – importa lembrar que Carrilho foi e é alguém que é recompensado com dinheiro e espaço mediático para exercícios de ódio que, pela sua extensão no tempo e pela tipologia maníaca, configuram um caso patológico óbvio. E por óbvio quero dizer evidente. E por evidente quero dizer que é preciso ser um calhau com dois olhos para ter caucionado ou continuar a explorar a sua gravíssima perturbação.

A política, porque implica uma luta pela sobrevivência social e pelos recursos materiais, gera amiúde fenómenos de ódio. É uma ameaça sempre latente que tem sido utilizada como estratégia generalizada em Portugal pela direita desde 2008 até hoje. Mas é diferente o ódio assimétrico nascido das desigualdades económicas ou dos preconceitos de classe do ódio fulanizado e narcísico. Carrilho revelou-se um farrapo humano na obsessão com que persegue Sócrates, sendo que aqui o que menos importa é o nome do seu alvo. Como hoje sabemos, até a mãe dos seus filhos e respectiva família, a qual é igualmente sua por laços de sangue, lhe aparece como alvo legítimo para um ódio que, diz-nos a literatura clínica e policial, ameaça consumar-se em crime de morte. Quem diz o que Carrilho já disse publicamente não está mais num plano de domínio psicológico onde seja capaz de se responsabilizar pelas suas acções.

Todos os episódios de violência doméstica são criminosos e, potencialmente, podem gerar a perda de vidas. A haver alguma utilidade social na cobertura mediática do caso Carrilho-Bárbara é mesmo esta de estarmos perante a exposição de uma doença grave, a qual convive connosco no meio da nossa indiferença ou cobardia.

Os que aplaudiram o Carrilho raivoso e patético só porque partilhavam um ódio comum que se cuidem. Literalmente.

29 thoughts on “Cuidem-se”

  1. anda um, mais um, raivoso à solta a espumar-se todo por conta de não poder consigo próprio. e as pessoas são cada vez mais tolerantes à violência doméstica – a velha lengalenga de que ela deve ter feito alguma coisa para ele lhe bater. todos os agressores deveriam ter a falta de liberdade como castigo. mas depois surge a questão do que é não ter liberdade para uns e para outros. no caso de carrilho, continuar a pensar e escrever e falar é a maior liberdade de todas – a que, do mesmo modo, lhe permite continuar a acumular frustrações e engarrafá-las. para em outro dia qualquer, talvez mais e pior, as lançar em alguém. gente assim não é gente, que nojo.

  2. esses ensaios filosóficos sobre as depressões da bábá e das investidas do corno lusitano são trivia do marialvismo e fado lusitanos, quanto muito poderiam ser rentabilizados num enredo simplesmente maria ou num fado fiz a barba à guimarães e ela pôs-me os cornos. o que realmente interessaria saber à cusquice do contribuinte, é quanto custou o engate, sedução se preferirem, da bárbara aos cofres do estado, quando o escroque era ministro da kultura. segundo rezam as más línguas da época, a coisa foi dois em um, a sic ganhou um patrocínios do ministério da cultura e o manuel maria foi promovido pelo canal e de brinde levou a gaja para casa, onde desatou a fabricar mariazinha(o)s para exibir como argumento eleitoral.

  3. quem previu tudo isto,foi futre,quando numa gala da sic e no palco, acompanhado por barbara guimaraes,lhe perguntou :se ainda estava casada! depois de varios elogios à sua beleza, e com o filosofo a assistir na plateia. o culpado de tudo isto, foi socrates quando o mandou a regressar a portugal de paris.

  4. Baixeza similar às do Carrilho contra Sócrates ouvi há dias na Quadratura do Circulo da boca do Lobo Xavier. Porque Sócrates chamou estupor a quem andava a malhar no nosso País (sabe-se lá com intenções) e porque chamou bandalho ao Santana que levou a luta política para a sarjeta, insinuando a homossexualidade do seu adversário directo, com a intençâo de o rebaixar. O que pensa o Lobo Xavier que devemos chamar a esta gentalha? Mas ele soube fazer um ataque violento à pessoa do ex-PM e foi só isso que “leu” no livro sobre a tortura. Se isto não é bandalhice em directo, então o que é? E ele ali, a tentar dar lições de moral. “Filhos da mãe”, sim senhor. Também eu digo.

  5. a ordinarice de carrilho sobre outro ordinário, ma non troppo e ninguém lhe parte os cornos, só lhe reforçam o stock.
    «…e aí está, pronto, aqui recordei-me das suas próprias palavras, em oportuna e pré-eleitoral confissão televisiva, é aí que podemos encontrar a explicação — e desde logo a antecipada desculpa — dos despautérios de Morais Sarmento, então certamente mais tentado pela assídua frequência do Casal Ventoso do que pela visita a boas livrarias, umas horas de biblioteca ou até, se calhar, pela simples leitura de jornais.
    «São opções, pensei, ainda bem que o Governo do PS alicerçou a sua inovadora política no domínio da toxicodependência na ideia — aceite pelo actual governo — que ela é uma doença, e que, como tal, tem causas e consequências: e mesmo quando não se conhecem as causas, as consequências, às vezes, ficam bem à vista.»
    http://ocanhoto.blogspot.pt/2005/09/no-h-skip-que-limpe-esta-ndoa.html

  6. Está tudo muito bem, mas esta frase:
    “Os que aplaudiram o Carrilho raivoso e patético só porque partilhavam um ódio comum que se cuidem. Literalmente.”… é absolutamente amoral.

  7. É muito simples: Quem como Carrilho, criticou Sócrates, também é um pulha.
    Não tentes fazer de nós burros. Tu é que tens de controlar a tua raiva.

  8. José Soares Pinto, quem odeia um cidadão, qualquer cidadão, apenas por divergência política, é um pulha.

    Não sei quem é que anda a tentar fazer de ti burro, mas desconfio que talvez sejas tu próprio.

  9. Estás a desconversar… Analisa bem os teus posts e vê lá se não estão carregados de ódio. Não consegues escrever sobre nada que não destiles ódio a torto e a direito. Consideras-te um pulha? Acho que não. Simplesmente não consegues controlar a tua raiva quando alguém tem o desplante de criticar Sócrates, e escreves a primeira calinada que te vem à cabeça.
    Tem calma e goza lá bem o fim-de-semana.

  10. José Soares Pinto, começo a perceber o teu mundo interior. Nele, tu achas que isto das bacoradas que se escrevem nos fundilhos da Internet é algo igual às bacoradas que se escrevem na imprensa de referência. E mais achas, portanto, que a emissão de opinião cidadã sobre o que aconteça na governação do País é um acto de alcance equivalente ao que acontece por via dos protagonistas políticos do regime.

    Mas o essencial da tua lógica está nesta parte:

    “não consegues controlar a tua raiva quando alguém tem o desplante de criticar Sócrates”

    Achas, assim, que aquilo que estava em causa no que Carrilho fazia dizia respeito à “crítica”…

    Pois é, cuida-te tu também.

  11. Nem é preciso saber ler as estrelas, para desde há muito
    ter identificado o personagem em causa, bem retratado
    no boneco Sarilho do “Contra-Informação”!
    Esparramou-se em directo na televisão após um debate
    na campanha para a Câmara de Lisboa, com a atitude
    grosseira ao não cumprimentar o adversário! Ponto final!
    Só tem a seu favor o facto de não ter aceite o convite do
    Tózé Seguro para liderar o laboratório de idéias deste!
    Pior, até se deu ao luxo de cuspir no prato de “sopa” da-
    do por aquele que, ele ajudou a “denegrir” acabando por
    exorbitar das suas funções!!!

  12. «Todos os episódios de violência doméstica são criminosos e, potencialmente, podem gerar a perda de vidas.»

    não podia concordar mais, assim…afinal trata-se de uma sanjoanense creio e se não é igual…aqui vai:

    CRUZ VERMELHA – DELEGAÇÃO S JOÃO DA MADEIRA

    III CICLO DE CONFERÊNCIAS SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – 8 DE NOVEMBRO, SÃO JOÃO DA MADEIRA
    Entrada: 5 euros
    programa:
    – Quando a violência não termina com a separação – Universidade do Minho
    – Exposição das crianças e jovens à violência doméstica – INMLCF,I.P.
    – As competências emocionais em mulheres vítimas de violência conjugal – UFP, PORTO
    – Perícias Forenses: Caracterização e impacto nas sentenças judiciais, Universidade do Minho
    – Violência entre parceiros íntimos, significados, manutenção e transformação na perspectiva de vítimas, agressores e profissionais, Universidade de Coimbra
    – Práticas de prevenção da violência nas relações da intimidade juvenil, APAV

    CONTACTO: dsjmcvp@gmail.com

  13. Essa do «como hoje sabemos» parece-me um pouco na linha da sabedoria do Correio da Manha. A violência doméstica é crime? Claro que é. A difamação caluniosa é crime? Também é. Interessa saber? Claro que interessa.

    Mas também interessa perceber que certas acusações condenam à partida, quer se seja culpado ou não. Cuidado com as evidências à portuguesa.

  14. Val, o meu apreço pelo carácter do hedonista na berlinda, que não conheço de parte nenhuma, a não ser pelas suas aleivosias anti-socráticas, é nulo; mas das duas versões desta novela eu cá não sei qual é a verdadeira e a falsa, nem se há ou não há matizes de verdade e falsidade em alguma delas ou em ambas. Se alguém sabe de provas, o melhor é comunicá-las às autoridades.

  15. Gungunhana Meirelles, começas por citar uma parte do que escrevi para a ligar ao Correio da Manhã, portanto à prática caluniosa. Pergunto-te onde está o problema e tu vens agora falar em versões. Ora, aquilo sobre o que escrevi, e para que remeteste, não é relativo a versões mas a declarações públicas.

    Terás a ganhar em pensar mais um bocadinho no assunto.

  16. Val, «ligar ao Correio da Manha» sem mais, não é o mesmo que ligar um determinado “sabemos” — quiçá irreflectido ou fruto da indignação — aos “sabemos” do Correio da Manha.

    Ignatz, se for mentira chega; se não for, não chega.

  17. oh nhanha, o que é que interessa se é verdade ou mentira aquilo que o carrilho diz? o gajo diz aos jornais que a mãe dos filhos, menores, é bêbada, maluca e drógada, que a avó é fraca dos miolos e que o avô é bêbado e pervertido, mesmo que tudo isso e o resto seja verdade, achas que o pai dos marias tem o direito de escarrapachar esta merda na comunicação social?

  18. Ignatz, se é verdade tem; se não é, não tem.

    A minha relutância em correr atrás das foices e dos archotes rumo ao castelo do filósofo não passa por nenhuma adesão à sua filosofia, mas apenas pela desconfiança precaucionária até nova ordem (judicial).

    Há acusações — e convergências de acusações que a isso se prestam pela sua própria natureza — de que ninguém mais, culpado ou inocente, se consegue libertar. É um problema delicado, mas é assim mesmo e há que usar de precauções redobradas.

  19. tás a nhanhar com a malta, só se as declarações forem falsas, mas até agora já teve tempo de as desmentir ou de dizer que foi um sósia dele que apareceu na televisão.

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