O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, admitiu hoje que a crise política dificultou a situação de Portugal, quando confrontado durante um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre as responsabilidades do PSD na queda do Governo.
Respondendo em concreto a uma intervenção do líder parlamentar dos socialistas europeus, o alemão Martin Schulz, que criticou a reprovação do Programa de Estabilidade e Crescimento pelo PSD, lembrando que esse é o partido de Durão Barroso, este respondeu que, enquanto presidente da Comissão, não interfere na política interna portuguesa, mas reconheceu que uma situação que já era “bastante difícil” ainda se tornou mais complicada.
Na sua intervenção, Schulz afirmara que, sendo verdade que não podem ser atribuídas culpas a Durão Barroso, por este já não liderar o PSD, foi o seu partido que precipitou a crise política em Portugal ao inviabilizar um PEC necessário para o país cumprir os seus compromissos no quadro do Pacto de Estabilidade e Crescimento.
“Meu amigo Martin Schulz, você sabe muito bem que enquanto presidente da Comissão Europeia não posso interferir na política interna portuguesa (…) mas, ao mesmo tempo, devo dizer-lhe que uma crise política em Portugal não tornou a questão mais fácil, e Portugal já tinha uma situação bastante difícil”, disse Durão Barroso, no período final de respostas de um debate consagrado ao último Conselho Europeu, de 24 e 25 de março, realizado imediatamente a seguir à demissão do Governo português.
Num discurso, no Parlamento alemão, antes do Conselho Europeu, Angela Merkel condenou a decisão dos partidos da oposição de Portugal de não apoiarem o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) proposto pelo primeiro-ministro José Sócrates, levando-o a pedir a demissão.
“Lamento que não tenha havido uma maioria no Parlamento para apoiar o novo pacote de medidas”, afirmou a responsável alemã.
É que os compromissos assumidos por Portugal no PEC IV fazem parte da estratégia da Europa para evitar crises futuras.
Merkel lembrou também que as novas medidas tomadas pelo Governo português para reduzir o défice orçamental foram de “longo alcance” e apoiadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela União Europeia.
Para Angela Merkel, Sócrates foi “correcto” e “corajoso” ao levar as novas medidas de austeridade ao Parlamento português para votação.
“Estou grata a Sócrates” por tomar a responsabilidade das contas públicas do seu País, disse também a chanceler alemã, citada na Bloomberg.
A crise política portuguesa apresenta assim um novo desafio para os líderes europeus, que hoje se reúnem em Bruxelas.
Na estratégia do salame, Portugal foi mais uma fatia. E atrás de fatia, fatia vem, e foi, e irá. Se a faca se tivesse partido na fatia portuguesa, é possível que a enxurrada tivesse sido travada e começado a fazer marcha atrás, mas as máfias globais têm sempre aliados locais, cipaios, criadões, lacaios e outros cabrões, e foi o que se viu e vê, de cagadela em cagadela até à diarreia final.
Que se lixem os cabrões!
Esta coisa de ter memórias é cá um aborrecimento…
E da Europa