Começa a semana com isto

Para quem trabalha, a maior parte do tempo e da energia é gasta a trabalhar e em situações conexas com o trabalho (por exemplo, a pensar nos aumentos, promoções, conflitos interpessoais e/ou mudanças de emprego). Servidão? Sim, para a enormíssima maioria. Mesmo para os que tal não sentem por estarem confortáveis, “realizados”, com a sua capacidade de adaptação a um qualquer tipo de banalidade, de marasmo.

Este amigo, Gary Heil, ajuda-nos a tomar consciência das dinâmicas organizacionais e de grupo que inviabilizam processos de crescimento individuais e colectivos. O trabalho podia ser escola, laboratório e estúdio, ao longo de décadas na existência das pessoas, onde o potencial humano fosse cultivado e aproveitado. Aproveitado para as empresas e, por elas, para a sociedade. Em vez disso, nas empresas reina uma cultura que boicota a inovação e anula a diversidade – a retórica da “inovação” é um chavão esquizóide, parolo porque obscenamente mentiroso. Perdemos todos, a começar pelos broncos dos patrões.

6 thoughts on “Começa a semana com isto”

  1. Vai daí, a melhor opção é continuar a obstruir a contratação colectiva e a permitir o pagamento de salários baixos, de indemnizações por despedimento baratas, períodos experimentais de meses sem fim, etc….Lógico. São os incentivos certos para os empresários né?

  2. só consigo ver e ouvir amanhã, hoje estou muito cansada: sou escrava. tenho a certeza de que vou adorar por adorar a análise do texto. mas posso desde já assegurar que trabalho em uma empresa medíocre de cultura, de boicotes, de assédio moral, de negligência. e só agora, ao fim de quase seis anos, depois de conseguir mudar tantas coisas sozinha, coisas processuais, percebo que o essencial não muda: a mentalidade. todos os dias alguma coisa me entristece ou revolta lá ou na estrada – é como se eu estivesse mil anos à frente deles todos e ninguém visse, invisível sou. e depois fazem o que eu digo como se eu nunca tivesse dito nada. e brilham. mas pelo menos na estrada sou um pouco mais livre por dentro da escravidão do que poderia, e deveria ser, um local de aprendizagem contínua. há, no entanto, uma coisa muito importante nesta experiência: as competências que adquiri ao ter de me relacionar com as pessoas mais podres que já conheci até hoje – quer na empresa quer nas empresas que visito. e, por esta razão, todos os dias me deito grata.

  3. há uma mensagem que eu absorvi daqui, nos momentos gapingvoid, há muitos anos, que carrego comigo e está, inclusive, colada na parede do cantinho onde está a minha secretária. resume muito bem o que acabei de ver e ouvir: honest feedback is hard because honest feedback is a act of love.

  4. a cultura empresarial de boicote à inovação e anulação da diversidade reflecte a cultura do estado social , quando o estado deixar de querer formatar os cidadão e de o prender numa teia cada vez maior de regras , proibições e obrigações , mermando de maneira inacreditável a liberdade de acção talvez a cultura da empresa mude para uma cultura empresarial à americana , em que quem não se adapta a não ter chicote para trabalhar possa ser despedido na boa.

  5. “a cultura empresarial de boicote blá…blá.., em que quem não se adapta a não ter chicote para trabalhar possa ser despedido na boa.”

    gostava de saber em que instituição de caridade social trabalhas e quem é que te paga para escreveres estes disparates.

  6. yo, só se deixa formatar quem quer. é inaceitável essa desresponsabilização individual que indicas no american dream invertido.

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