6 thoughts on “Começa a semana com isto”

  1. Hoje presenciei uma cena cómica. Dois tipos encontraram-se na rua, uns metros à minha frente. Um deles tinha saído dum carro e trazia uma máscara posta. Quando ficaram a cerca de dois palmos um do outro, o tipo da máscara meteu-a debaixo do queixo, para poder falar à vontade. E falaram os dois animadamente uns bons cinco minutos, sempre muito perto um do outro. No final o da máscara voltou a pô-la, entrou no carro, onde estava sozinho, e foi-se embora.

  2. pior é ensinar ás pessoas, quando tossirem ou espirrarem colocar o braço com a roupa debaixo do nariz e dos lábios o que transmitirá os possíveis micróbios em contacto consigo e com outros. a pneumonia simples ou aguda é tão antiga como o mundo. mudam-se os nomes e as vontades. diria SHAKESPEARE TANTO BARULHO PARA NADA. .

  3. Depende da máscara e para quê. A da fotografia, como todos devem saber, é uma máscara cirúrgica. Ou seja, para os cirurgiões, num bloco completamente esterilizado, não expelirem eles próprios qualquer microorganismo, uma gotícula que seja e na maior parte dos casos com o corpo do paciente aberto, directamente para o organismo do paciente. E no fim lixo. Portanto nem de longe nem de perto foram concebidas para impedir inspirar o que quer que seja. Mas da maneira que eu as tenho visto usar pelas ruas em Lisboa, algumas quase castanhas, garantem de certeza aos utilizadores que nunca vão inspirar o vírus sozinho. Mas com algumas bacteriazinhas deve ser muito mais saboroso. Até já as vi guardar nos bolsos para depois voltar a colocá-las. Como julgo que já escrevi noutro espaço, nem consigo imaginar maior foco de infecção que andar a reutilizar este tipo de máscaras. E qualquer pessoa com cérebro que já tenha manuseado este tipo de mascaras percebe logo o que acabei de escrever. E por falar em manusear, outra atitude inteligente que tenho visto é a forma como retiram ou colocam as máscaras. Sempre pelos elásticos? Nem pensar. Mas também há realmente máscaras feitas para respirar. Ou para não inspirar partículas como os pintores na construção civil. Vulgo 3M. Mas como julgo que já corre campanha na RTP, só devem usar máscaras pessoas com alguns sintomas, no sentido de protegerem terceiros, de qualquer gotícula expelida. E nunca terceiros sem qualquer sintoma. Da minha parte, nem quero imaginar os problemas que vêm por aí do ao mau uso das máscaras. Infecções bacterianas, do foro respiratório e não só. E o uso das luvas por tudo e por nada não é menos curioso. Ainda ontem vi não sei quantas senhoras na rua com luvas de lavar a loiça, vários números acima, todas enrugadas. Que mais tarde ou mais cedo também passam pela cara. Basta pensar qual das superfícies será mais fácil desinfectar. As mãos lisas ou…. Só alguns dos efeitos secundários do pânico mais perigosos.

  4. Além da falta que fazem como é óbvio a quem verdadeiramente nos defende da pandemia. Os nossos grandes profissionais da saúde pública. Não somente como especialidade mas na sua esmagadora maioria. De qualquer forma não queria desperdiçar a oportunidade de dar um grande bravo à nossa DGS. Só de pensar em tudo que se dizia da nossa saúde pública até há bem pouco tempo… E não é que os incendiários – sempre à espera do diabo e agora a contar os mortos – tenham morrido todos. Finalmente, um abraço ao Valupi. Pela ausência.

  5. Já agora e até posso estar a dizer uma grande asneira, não sou médico e muito menos de saúde pública, nunca percebi porque entraram em desuso os hygiaphones em muitas repartições públicas e nomeadamente nos centros de saúde. Se bem que nos centros de saúde mais modernos o atendimento passou a estar relativamente mais distante. As crises também servem para corrigir muitos aspectos no seguimento da aprendizagem que nos chega. Veremos. Da minha parte, mais do que os casos na Ásia, que até já tinha conhecido um Corona vírus com a epidemia SARS em 2003, que felizmente não chegou à Europa, só depois de vermos uma das zonas mais industrializadas da Europa, numa Itália que até tinha um dos melhores SNS do Mundo, pelo menos antes da Republica do Juízes – que também já se insinuou por cá, para agora chegar ao debate instrutório e proclamar que depois do escarcéu todo que andaram a fazer têm que ir a Tribunal e provas zero – e quase duas décadas de populismo. Sempre a destruírem Instituições que demoraram tanto a construir. Claro que os mais broncos podem sempre dizer que se o Salvini não tem saído… Porque com a sua omnipresença reconhecida colocava-se em todos os faróis ao longo da costa e em todos os controles de tráfego aéreo e em todas as fronteiras terrestres e o Corona nunca tinha ousado sequer pisar Itália. No SCP depois de toda a destruição também ainda há quem diga que com sociopata do BdC é que era…

    Itália que em duas semanas passou de ter três doentes diagnosticados com covid-19 para o país com o maior número de casos e mortes fora da China. Números que já vão respectivamente em 35 713 e 3 000 mortos e estes sim, fizeram soar todas as campainhas da UE. Onde independentemente de todas as razões e mais uma, como os milhões de turistas, alguma coisa correu mesmo muito mal. Itália, com quem os adoradores do diabo estão sempre a tentar comparar com Portugal e onde ao contrário do que aconteceu por cá – com todos os primeiros casos identificados e ainda mais importante, as suas cadeias de transmissão – ainda hoje não identificaram o paciente zero, um dois, três e etc e mais grave, com o vírus literalmente a laurear pelas ruas. Porque como todos sabemos também não se conhecem limites para a estupidez humana. Ou talvez porque até o nosso primeiro caso foi uma cortesia das autoridades de saúde italianas. Porque ao contrário do que outro bronco português pensava, na UE os testes de despistagem nas fronteiras fazem-se sempre nas saídas e nunca nas chegadas.

    Mas dizia eu que – e não querendo de maneira nenhuma retirar um pingo de gravidade que seja à questão da saúde pública pandémica que todos atravessamos – também temo muito pela destruição económica. Sobretudo num país ainda tão endividado como Portugal. E dizia eu em contraponto com alguns oráculos que até já adivinham um novo sistema económico pós pandemia?! Quem dera! Normalmente recorrendo ao exemplo da peste nas transformações que já idealizam. Porque a peste também acabou com o sistema feudal e tal?! Para já não houve uma pandemia de peste mas várias. Bastava nascer uma geração menos imunizada. A única coisa com que a peste acabou foi com cerca de 1/3 da população só na Europa. E o que acabou definitivamente com a peste foi o melhoramento das condições de salubridade. A peste na Europa só acabou quando deixámos literalmente de dormir com os ratos.

    E vinha isto a propósito do que aprenderemos com mais esta crise? E se eu não acredito de todo em todo que a ditadura dos mercados financeiros com as suas agências de rating como braço armado e a consequente concentração da riqueza vai acabar de um dia para o outro, já acredito que desta vez o termo regulação não vai ficar de todo esquecido como aconteceu depois da crise das dívidas soberanas. Ela própria uma consequência da desregulação total dos mercados financeiros com o subprime na América. E só por esta via, de que todas as nações têm que forçosamente chamar a si uma série de regras e recomeçar a regular outra vez vários aspectos fundamentais da vida em sociedade, consigo ver alguma luz ao fundo do túnel da pandemia. Até lá é fazermos rigorosamente o que mandam as nossas autoridades de saúde pública. Que têm vindo a desenvolver um trabalho simplesmente sublime. Depois de toda a asfixia a que estiveram sujeitas nas últimas décadas e contra todos os diabos. Que ainda há pouco tempo nem podiam ouvir falar em saúde pública em Portugal. E para quem estiver mais esquecido recomendo sempre a leitura da agora ex-lei de bases da saúde de 90. Onde está preto no branco que visava essencialmente a descaracterização constitucional do SNS para reduzi-lo ao objectivo de um serviço público de índole caritativa para os mais pobres. Em prol do grande negócio dos privados. Que agora havia de ser bonito.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *