[para ler melhor as legendas, ver o vídeo em ecrã inteiro ou na página do YouTube]
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Desconfio que Jeannie Suk Gersen é um nome em que não se tropeça com facilidade nos recantos de Portugal. Desconfio também que quem calhe assistir a este vídeo não faça a menor ideia da originalidade da sua biografia e percurso intelectual.
Nesta palestra, e daí a ter escolhido, fala de diversidade, racismo e feminismo de uma forma que não é feminina nem masculina, antes tradicionalmente académica – o que significa que é, simultaneamente, perfeitamente adequada ao tempo e ao espaço onde se efectiva. O espaço é uma sala de aula na prestigiadíssima Harvard Law School, o tempo algures no século XXI.
O tema principal do seu discurso e interacção com os alunos consiste na apologia do “método socrático”. Para quem goste de professores, e adore esses momentos em que são melhores do que eles próprios ao se apresentarem à nossa frente com os pés no chão e os olhos apontados ao mais alto, esta lição sobre uma prática de crescimento pessoal cada vez mais impopular é de uma convicção admirável.
E o que é o “método socrático”, afinal? É a coragem de pensar pela própria cabeça. E não ter vergonha que se oiça o resultado.
Excelente palestra.
Acho que agora ia gostar de ter aulas deste tipo, mas desconfio que não ia achar grande piada há 10 anos.
Lá está não vou abordar o tema da cidadania, que já está escalfado, mas sim o da filosofia que é fundamental e provavelmente se as cabecinhas conservadoras nacionais estivessem atentas deveria sem dúvida ser uma disciplina não facultativa mas a abater, já que como todos, penso eu, sabem, têm a particularidade de ousar na medida em que ajuda ao desenvolvimento do raciocínio (e da mecânica do pensar e eventualmente solucionar, criar, aprender entre tantas outras coisas) até mais que a matemática (minha perspetiva pessoal :-) ), e claro, quando se pensa por si, e se põe em causa, seja deus, seja determinadas ideologias de rígidas influências familiares, está-se então em perigo, porque a pessoa em causa pode até, sei lá perceber que é humana e não um ser superior ou um ser divino, e lá está ter livre vontade, espírito e liberdade mental para tomar as decisões mais adequadas e provavelmente mais corretas para a sua própria vida. Os conselhos e a educação que nos ministram ou não os nossos país e o nosso caminho educativo, são o início da descoberta da vida no sentido de aprendizagem diária e para o resto da vida e claro esses mesmos conselhos não são esquecidos nem imortalizados, pois através da vida pensante podem ser alterados, mudados e claro substituídos, tudo dependendo da própria filosofia de cada um. É pena a filosofia não seja uma fonte de inspiração para a sociedade portuguesa no que diz respeito à resolução dos seus graves problemas a todos os níveis, mas lá está o deus dinheiro que dá a “felicidade” a quem nos governa e a grande parte dos governados, cega-os a todos filosoficamente falando, a verdadeira felicidade não se compra, cria-se, inventa-se, recicla-se, poupa-se e claro, ser-se consumidor compulsivo de tudo o que os outros também consomem não é uma doença mental, é uma virtude sensacional, enquanto que aqueles que reciclam, reutilizam e compram os mínimos são uns atrasados mentais ou dementes já que não contribuem para a economia, como todos devem, para assim infinitamente e alegremente continuarmos a alimentar os mais ricos que destroem e poluem o mundo e depois nos queixarmos que nada se muda, porque afinal, provavelmente não filosofamos, ou eventualmente não lutamos pacificamente para mudar o nosso mundo e o resto, maneiras não faltam. Os problemas têm sempre solução (menos a morte, claro) e a filosofia obriga-nos a solucionarmos pela nossa cabeça, o que é um princípio muito útil que pode e deve ser partilhado, e claro e importante sentimos-nos valorizados e até alimentamos a nossa autoestima. O problema seja das raças, seja dos géneros, seja da educação sexual, resolve-se com filosofia de uma forma simples, faz tudo parte da raça humana, logo são todos iguais, por isso tem todos os mesmos direitos e deveres.