6 thoughts on “Começa a semana com isto”

  1. eu acho que ele lhe chama Pontas, à nossa Dulce, propositadamente: em canta como se estivesse, e está em pontas: ela tem ballet na voz. adorei, adorei, adorei

  2. se mais provas fossem precisas de que a nossa cultura está mais próxima da da ucrânia do que da da líbia, né?

  3. Se há coisa que sempre me espantadou e encanitou é esta comoção bacoca, este orgulhozinho basbaque de cada vez que um estrangeiro qualquer subitamente “descobre” a excelência de um produto nacional. Sublinho o “qualquer”, pois outro “mérito” não encontro no caramelo do vídeo além da qualidade de estrangeiro. É como se a excelência do produto nacional precisasse do carimbo da estranja, de um qualquer zé-ninguém “lá de fora”, para como tal ser reconhecido. É lamentavelmente patético, este complexo de inferioridade “nacionalista”, este “nacionalismo” bacoco ansioso pelo generoso reconhecimento do estrangeiro, mas é o que temos.

    No caso concreto, porém, tenho a dizer o seguinte: a Dulce Pontes tem uma boa voz, sim senhor, e pulmões a condizer. Mas é com demasiada frequência uma diva fora de tom (sem o exagero que a Meryl Streep tão bem retratou, num dos melhores papéis que dela já vi). Lamento muito, mas a Dulce Pontes desafina frequentemente e disfarça a coisa porque, quando a nota lhe sai ao lado, consegue manter a desafinação em contínuo, de tal modo que o desvio de tom parece fazer parte da melodia. Até parece que é mesmo assim, mas não é. A histrionia, a teatralidade “fadista” (bué da typical para estrangeiros) que é sua imagem de marca ajuda a manter a ilusão e mantém os basbaques embasbacados, mas eu, que tenho muito bom ouvido, não consigo evitar o desconforto e torço-me todo na cadeira (se estou sentado), como se assim conseguisse fazê-la encarrilar de novo. Debalde, claro, chego sempre ao fim inevitavelmente todo torcidinho.

    Embasbacamento bem merecido do planeta inteiro pelo produto nacional vejo-o por exemplo num Salvador com a canção que há dois ou três anos ganhou o Festival da Eurovisão, numa Amália, por vezes numa Mariza, mas não me parece que a histrionia desafinada da Dulce Pontes seja disso merecedora.

  4. bem sei que preferia que fosse no rabinho e no carocha, Joaquim Camacho, mas é no braço a preparação da pica. ande lá, ela está para chegar, vai ser desafinadamente espectacular. !ai! que riso

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