Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
eu acho que ele lhe chama Pontas, à nossa Dulce, propositadamente: em canta como se estivesse, e está em pontas: ela tem ballet na voz. adorei, adorei, adorei
se mais provas fossem precisas de que a nossa cultura está mais próxima da da ucrânia do que da da líbia, né?
olhem só para a cara de “nem acredito que isto está a ser tão fácil” do montenegro
Se há coisa que sempre me espantadou e encanitou é esta comoção bacoca, este orgulhozinho basbaque de cada vez que um estrangeiro qualquer subitamente “descobre” a excelência de um produto nacional. Sublinho o “qualquer”, pois outro “mérito” não encontro no caramelo do vídeo além da qualidade de estrangeiro. É como se a excelência do produto nacional precisasse do carimbo da estranja, de um qualquer zé-ninguém “lá de fora”, para como tal ser reconhecido. É lamentavelmente patético, este complexo de inferioridade “nacionalista”, este “nacionalismo” bacoco ansioso pelo generoso reconhecimento do estrangeiro, mas é o que temos.
No caso concreto, porém, tenho a dizer o seguinte: a Dulce Pontes tem uma boa voz, sim senhor, e pulmões a condizer. Mas é com demasiada frequência uma diva fora de tom (sem o exagero que a Meryl Streep tão bem retratou, num dos melhores papéis que dela já vi). Lamento muito, mas a Dulce Pontes desafina frequentemente e disfarça a coisa porque, quando a nota lhe sai ao lado, consegue manter a desafinação em contínuo, de tal modo que o desvio de tom parece fazer parte da melodia. Até parece que é mesmo assim, mas não é. A histrionia, a teatralidade “fadista” (bué da typical para estrangeiros) que é sua imagem de marca ajuda a manter a ilusão e mantém os basbaques embasbacados, mas eu, que tenho muito bom ouvido, não consigo evitar o desconforto e torço-me todo na cadeira (se estou sentado), como se assim conseguisse fazê-la encarrilar de novo. Debalde, claro, chego sempre ao fim inevitavelmente todo torcidinho.
Embasbacamento bem merecido do planeta inteiro pelo produto nacional vejo-o por exemplo num Salvador com a canção que há dois ou três anos ganhou o Festival da Eurovisão, numa Amália, por vezes numa Mariza, mas não me parece que a histrionia desafinada da Dulce Pontes seja disso merecedora.
Quando ouço uma criatura assim, seja lá ela de que terra for, eu quero mesmo (com todo o respeito) é que a Dulce Pontes se trompique:
bem sei que preferia que fosse no rabinho e no carocha, Joaquim Camacho, mas é no braço a preparação da pica. ande lá, ela está para chegar, vai ser desafinadamente espectacular. !ai! que riso
eu acho que ele lhe chama Pontas, à nossa Dulce, propositadamente: em canta como se estivesse, e está em pontas: ela tem ballet na voz. adorei, adorei, adorei
se mais provas fossem precisas de que a nossa cultura está mais próxima da da ucrânia do que da da líbia, né?
olhem só para a cara de “nem acredito que isto está a ser tão fácil” do montenegro
https://www.jn.pt/nacional/ou-o-governo-muda-de-vida-ou-os-portugueses-exigirao-mudar-de-governo-15588248.html
Se há coisa que sempre me espantadou e encanitou é esta comoção bacoca, este orgulhozinho basbaque de cada vez que um estrangeiro qualquer subitamente “descobre” a excelência de um produto nacional. Sublinho o “qualquer”, pois outro “mérito” não encontro no caramelo do vídeo além da qualidade de estrangeiro. É como se a excelência do produto nacional precisasse do carimbo da estranja, de um qualquer zé-ninguém “lá de fora”, para como tal ser reconhecido. É lamentavelmente patético, este complexo de inferioridade “nacionalista”, este “nacionalismo” bacoco ansioso pelo generoso reconhecimento do estrangeiro, mas é o que temos.
No caso concreto, porém, tenho a dizer o seguinte: a Dulce Pontes tem uma boa voz, sim senhor, e pulmões a condizer. Mas é com demasiada frequência uma diva fora de tom (sem o exagero que a Meryl Streep tão bem retratou, num dos melhores papéis que dela já vi). Lamento muito, mas a Dulce Pontes desafina frequentemente e disfarça a coisa porque, quando a nota lhe sai ao lado, consegue manter a desafinação em contínuo, de tal modo que o desvio de tom parece fazer parte da melodia. Até parece que é mesmo assim, mas não é. A histrionia, a teatralidade “fadista” (bué da typical para estrangeiros) que é sua imagem de marca ajuda a manter a ilusão e mantém os basbaques embasbacados, mas eu, que tenho muito bom ouvido, não consigo evitar o desconforto e torço-me todo na cadeira (se estou sentado), como se assim conseguisse fazê-la encarrilar de novo. Debalde, claro, chego sempre ao fim inevitavelmente todo torcidinho.
Embasbacamento bem merecido do planeta inteiro pelo produto nacional vejo-o por exemplo num Salvador com a canção que há dois ou três anos ganhou o Festival da Eurovisão, numa Amália, por vezes numa Mariza, mas não me parece que a histrionia desafinada da Dulce Pontes seja disso merecedora.
Quando ouço uma criatura assim, seja lá ela de que terra for, eu quero mesmo (com todo o respeito) é que a Dulce Pontes se trompique:
https://youtu.be/dLk9pzmaFHY
bem sei que preferia que fosse no rabinho e no carocha, Joaquim Camacho, mas é no braço a preparação da pica. ande lá, ela está para chegar, vai ser desafinadamente espectacular. !ai! que riso