24 thoughts on “Começa a semana com isto”

  1. a mim deixou-me mais inteligente, mais orgulhosa, mais babada e mais curiosa: ainda mais, se é que é possível, amorosamente apaixonada e, por isso, também mais convencida da minha solidão – não no sentido melancólico mas no da invenção da liberdade, da individialidade e da subjectividade do meu lugar de me ser no mundo e vou reflectirmais e muito sobre isto. adorei, adorei, adorei (…) e muito obrigada por este início de noite para a minha harmonia generativa entre rouxinol e cotovia.

  2. (com este comentário não pretendo tirar protagonismo aos comentadores residentes)
    Conheço bem este vídeo – e outros do Professor Leandro Karnal. Não resisti a ouvir os primeiros 25 minutos outra vez. Tem cá uma pedalada – minha nossa! Mas comparar as peças de Shakespeare às novelas brasileiras do nosso tempo , bem como considerá-lo um grande adaptador não passa de mangação e traquinice intelectual. A peça Romeo and Juliet é a mais extraordinária peça de teatro que se escreveu até hoje. Respeitáveis estudiosos afirmam-no. E é adaptação de quê? Da sociedade e da vida do seu tempo. Tal como as outras peças. No fundo, todas as criações artísticas são uma produção coletiva. Dá-se, frequentemente, demasiada ênfase ao autor. Tempos houve em que o nome do Tipógrafo (meus antigos colegas) responsável pela composição, impressão e encadernação do livro, era o destaque principal da primeira página. E bem. Eu amo Shakespeare.
    O Prince, na última fala da peça que referi, a bem dizer o Exodus:
    “A glooming peace this morning with it brings,
    The sun for sorrow will not show his head.
    Go hence, to have more talk of these sad things.
    Some shall be pardoned, and some punished,
    For never was a story of more woe
    Than this of Juliet and her Romeo”

    Mas Shakespeare padece de uma desvantagem dolorosa nos nossos dias. É ocidental e nasceu e morreu no país onde se verificou a primeira revolução industrial, dando lugar ao capitalismo, contra a qual Marx e Engels se rebelaram de forma militante em defesa do regime anterior. Até escreveram livros sobre isso.

    Será que Putin e os seus apoiantes estão a pôr ordem na coisa? Expliquem-me lá isso, essa coisa do Ocidente, o que é o ocidente. Estou perdido. Nasci no ocidente e não me quero suicidar. Também não estou muito virado para comprar uma arma para defesa pessoal. Mas se for necessário. Eu andei na guerra. Cuidado comigo.
    p.s. – Algumas telenovelas brasileiras até eram boas. Expl.: Chocolate com Pimenta.

  3. Já agora….
    Li, e tenho em meu poder, O Rei Lear, de Shakespeare, que Álvaro Cunhal traduziu na prisão, ed. Caminho.

  4. em defesa do regime anterior? oh fernando, por favor, estava ir tão bem e depois deixa o seu anticomunismo primário vir ao de cima. pra quem não queria tirar protagonismo aos residentes…

  5. e o marx e o engels, eram ocidentais? é que se calhar o ocidente de shakespear também deu origem ao comunismo, ou não?

  6. o putin e os seus apoiantes estão a pôr ordem na central de zaporizhia.
    e os apoiantes do zelensky o que estão a fazer?

  7. É sempre preferível degustar o original, em vez de perder tempo com um qualquer professor Karnal. Shakespeare reflectiu a sua época e sobre a sua época, e maravilhou-nos com os modos como pintou e moldou essa reflexão. A nossa época exige-nos muita e fundamentada reflexão, mas a reflectir sobre a nossa época há os (poucos) que pensam e os bandos, cardumes, manadas e rebanhos que cacarejam ou macaqueiam vacuidades. Borregos cacarejantes e macaqueantes, um lamentável fenómeno de hibridismo pandémico!

    Esta miúda reflecte magistralmente sobre a nossa época, com uma lucidez que até dói… mas consola:

    https://caitlinjohnstone.com/2022/08/29/free-speech-doesnt-matter-if-propagandists-determine-what-people-say/

  8. Fernando, Shakespeare começou por escrever novelas – ele quis sempre chegar a todos com linguagem simples e eficaz, viva, mesmo quando escreveu outras coisas apenas reconhecidas como geniais três séculos depois na sua capacidade de adaptação à realidade tantas vezes encoberta nos cantos e nos recantos da sociedade: nascia a invenção do ser livre, individual e subjectivo também em revolução sexual. hoje não sendo anacrónico é sempre actual.

    e livre-se desse preconceito relativamente às novelas brasileiras porque poderá, em alguma delas, estar um Shakespeare de pena – e pila – na mão.

  9. “shakespear começou por escrever novelas” é genial fodasse

    e “reconhecidas como geniais três séculos depois” quando as suas peças eram apresentadas à rainha e ele era um dos mais celebrados autores da época também é qualquer coisa

  10. o ocidente era o supra sumo , mas uns que não fazem parte do conjunto , e que habitualmente noutras épocas eram postos na ordem de quando em quando , tomaram conta de tudo, Fernando, e converteram isto num campo de trabalhos forçados , todos a trabalhar para , com uma frequência cada vez maior , sermos espoliados.
    de aí que algumas pessoas estejamos desejando que a china e a rússia mandem no mundo , apoiados pelos muçulmanos , para os por na ordem novamente. são um perigo para os outros. e os tais , já devem ter reparado nisso , na perda de poder que significa uma mudança de eixo, e vai daí quererem rebentar com tudo.

  11. ignorância matinal, se considera que ser o maior da sua casa é ser genial então fez bem em atribuir-se o cognome que escolheu para me explicar o sentido de genialidade. já eu considero genial ser lido e vivido à escala do universo enquanto novelista – novelista que foi no ir e regressar ao lugar onde ficou, de onde nunca saiu, no novelizar a realidade telescópica a cru e a nu em todas as variantes de escrita incluindo a ficção.

    (acabei de levar o meu polegar aos dentes para chupá-lo) !ai! que riso

  12. olinda,

    a sua ignorância é atrevida e ninguém consegue estar constantemente a corrigi-la, é um trabalho de sísifo. mas neste particular, como sou adepto do autor e da obra em questão, não pude deixar de lhe apontar o erro. a menina podia ter ficado agradecida, pois apenas evitei que passasse vergonhas fora da internet, mas o seu carácter não a deixa. temos pena.
    o resto que diz é tão relevante e perspicaz como o grasnar dos patos, pelo que me abstenho de comentar ou dar qualquer importância.

  13. teste, sr. teste,
    Não sou anticomunista. Sou um marxista de sempre, não militante há muitos anos.
    Vou preparar um comentário sobre o assunto, incidindo sobre Putin e a Rússia atual e os apoiantes de putin no exterior.. Um dia destes boto-o aqui. Prometo que o dirigirei a si. E pedirei ao Joaquim Camacho que se pronuncie sobre ele. Os meus neurónios já entraram em louca agitação. Arremedando Oscar Wilde, a tragédia da velhice não consiste no facto de sermos velhos, mas no facto de ainda nos sentirmos novos. Isso passa-se comigo.
    Agora vou-me preparar para ver o jogo do Benfica e posso garantir ao sr. Valupi que sou um espetador que sabe muito, mesmo muito, sobre futebol. Mas quando vejo os jogos na Catedral gosto de estar sempre aos gritos, a ralhar com os jogadores e a chamar toda a qualidade de nomes aos árbitros. De cabrão para cima. Sou assim. No final uma boa jantarada com os acompanhantes num restaurante a preceito, rematado com uma agressiva bagaceira.

  14. camarada fernando,

    esteja à vontade, ficarei a aguardar ansiosamente. mas tem de me perdoar a confusão, é que “em defesa do regime anterior” quando aplicado ao advento da *inspira fundo* codificação filosófica da perspectiva comunista (não se esqueça que marx se dizia marxista) parece-me algo absolutamente sem sentido ou muito rebuscado. e foi sobre isso o meu comentário, que reiterei mais tarde com a alusão à origem “capitalista” do comunismo e à sua génese filosófica, como dizer, do mesmo ramo, se é que me faço entender. repare, duvido muito que discordemos acerca da russia e do putin, a nossa discordância na análise à situação geopolítica provocada pela guerra na ucrânia é toda acerca da bondade de quem nos pede sacrificios para apoiarmos esse confronto e não procurarmos todas as alternativas para que ele cesse.
    quanto ao seu benfica, desejo-lhe obviamente o pior. porque não é só o fernando que gosta de ver futebol assim. diria até que assim, é como vê futebol um adepto.

  15. fernando,

    sou um nabo e não percebi.
    as minhas desculpas por qualquer coisinha e fico a aguardar o comentário na mesma.
    acredita, paços.

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