Se só duas ideias, estas: (i) o trauma psicológico (qualquer que seja a causa) é um terramoto nas crenças definidoras da nossa identidade, o que nos leva a perder o sentido da vida e a entrar em profunda (por vezes letal) crise; (ii) para sairmos desse poço de paredes lisas e areias movediças, quem conseguir imaginar um futuro melhor vai salvar-se.
foi mesmo a pensar nessa singela, mas imensamente sábia, conclusão que Carl Rogers inventou, ou desenvolveu, ou fez emergir, ou reengenhou, a noção de humanismo na psicologia – ou a sua terceira força: a certeza de que o que não nos mata torna-nos, se quisermos, se assim escolhermos, se criarmos essa realidade como possível, mais fortes e melhores. sermos em potência do que seremos. em uma perspectiva positivamente pessimista é o oxigénio a alimentar o passado a arder até às cinzas. adorei.