Sinto as dores de Joana Marques Vidal. Foi escolhida por um certo primeiro-ministro e um certo Presidente da República para apanhar um certo homem e cumpriu exemplarmente. Ao sair, em 2018, o homem já tinha sido posto no chilindró durante dez meses e estava política e socialmente destruído. É agora um pária em terras nacionais, à espera que a Justiça enterre o mais fundo que conseguir o trabalhinho feito por Carlos Alexandre a mielas com o mandato da santa Joana.
Mas não só, a missão era extensível a todo o PS. Quando Paula Teixeira da Cruz, então ministra da Justiça (!!), resolveu associar as buscas feitas pela Polícia Judiciária nas casas de Mário Lino, António Mendonça e Paulo Campos — buscas que tiveram cobertura mediática em direto — com a bandeira passista do “fim da impunidade” estava, acto contínuo, a julgar e a condenar sumariamente esses ex-governantes socialistas. Passados 10 anos do início da operação “Buraco no Asfalto”, a única coisa que o Ministério Público conseguiu provar foi que todos os investigados não tiveram qualquer recebimento financeiro ou de vantagem pelas decisões tomadas para a construção das auto-estradas do Norte e Grande Lisboa. O processo ainda não foi fechado nem deu origem a uma acusação porque é útil politicamente, aparecendo notícias dele em períodos eleitorais ou se algum alvo tiver protagonismo que possa ser explorado contra o PS ou um Governo socialista. A Senhora da Cruz fez o que não há memória de mais nenhum governante ter feito em democracia, para mais sendo a responsável da pasta onde ainda menos o poderia fazer em nome do juramento que proferiu na sua tomada de posse, e não sentiu sequer uma leve brisa de escândalo. À sua volta, os impérios de comunicação da direita rejubilavam com a pulhice, espalhavam e amplificavam as calúnias em subtexto, enquanto o PS de Seguro concordava calado e a esquerda pura e verdadeira concordava sorrindo.
Este o ecossistema decadente onde Joana Marques Vidal se tornou uma estrela brilhante das capas do esgoto a céu aberto e restantes imitadores. A Vidal, o Calex, o xerife da bigodaça, qualquer um que mostrasse serviço na caçada aos “socráticos”, foram festejados como heróis de uma luta contra um partido tratado como agremiação criminosa à boca cheia. No final do seu mandato, viu um ex-Presidente da República e um ex-primeiro-ministro a dizerem que só a santa Joana é que conseguia lutar contra o polvo socialista, só ela é que era íntegra e corajosa o suficiente para lidar com tão perigosos agentes do mal. Pelo que devia ficar pelo menos mais seis anos a engaiolar essa bandidagem com covil no Rato, de preferência tornando-se a procuradora-geral da República vitalícia. A campanha não teve sucesso mas foi todo um programa.
Chegados a 2023, o Ventura nascido no e do passismo radical é o herdeiro mais eficaz da aposta no “fim da impunidade”, enquanto Lucília Gago comanda uma máquina de entalar governantes socialistas que ameaça derrubar de um dia para o outro o Governo de maioria absoluta daquela gente tão odiada pela “gente séria” e pelos “portugueses de bem”. Isto enche Joana Marques Vidal de dolorosa inveja. Afinal, ela precisou de uma maioria parlamentar, de um Governo e de um Presidente da República para erguer a sua obra, soltar os cães.
!ai! que riso este mini conto da caçada da gente séria e de bem aos socráticos e socialistas com a dor de dentes em redor. quero mais
coitada é da maioria absoluta dos entalados – ou será enlatados?, governantes “socialistas” que para fazer frente ao “fim da impunidade” desse ventura só conseguiram parir um questionário ao qual depois não têm coragem de responder. isso é que te devia fazer chorar e se calhar até faz.
https://sicnoticias.pt/pais/2023-01-18-Antonio-Costa-defende-utilidade-politica-do-questionario-do-Governo-ao-contrario-de-Socrates-7a8d79d8
teste, eu trago-lhe uma bacia com água e vinagre para meter os pés e a dor de côto de molho. !ai! que riso