Cavaco convida Costa a demitir-se num discurso arrasador para os socialistas: são "mentirosos" e "incompetentes"
Cavaco Silva arrasa Governo e projecta um futuro com Montenegro
Cavaco Silva sempre foi crítico do atual Governo, mas nunca como ontem: o ex-presidente acusou o Executivo de incompetência, de hipocrisia, de mentir, de usar a propaganda para "desinformar" os portugueses.
Cavaco acusa Governo de ser "especialista na mentira" e de falta de ética no caso TAP
Ex-Presidente da República lançou o mais intenso e violento ataque de sempre de um antigo presidente a um primeiro-ministro e Governo
._.
O que restou destes e doutros títulos e cabeçalhos ditirâmbicos, passadas apenas 48 horas, foram gélidas cinzas. Na segunda-feira, o discurso de Cavaco continuava a ser arrasador mas a direcção do arraso tinha mudado — do Governo para Montenegro, agora ainda mais desautorizado após os elogios paternalistas do tutor. Marcelo assassinou o mensageiro, o escorpião a picar a víbora. E a mensagem, nas partes melhores, só alcançava ser insultuosa. Pifiamente insultuosa. Inane.
Num texto com 3531 palavras, não se encontra uma singela frase onde se prove, sequer se indique, que o Governo mente. Que alguém no Governo mente ou mentiu, algures. Injúrias, sim, em barda. Honestidade intelectual, decência, racionalidade, módica argumentação, népias. O registo foi sermonário, na intenção uma descompostura, mas a retórica foi adaptada ao ambiente de taberna onde bastava dizer que os outros gajos não prestavam para nada, eram a ralé do bairro, para garantir urros e boinas no ar dos bêbados presentes.
Mentalmente, Cavaco cristalizou-se no ano de 2008, quando planeou derrotar Sócrates através de Ferreira Leite. Daí voltar a aparecer neste seu discurso em 2023 a fórmula do “falar verdade aos portugueses” que sintetizava a estratégia do tandem PSD-Presidência para as eleições legislativas de 2009. A lógica é a de que a “verdade” é uma cena que ele tem lá em casa, uma coisa muito dele. Donde, se a tem, os outros não a podem ter, né? A cognição para se chegar à posse da “verdade” é primária, resultando que os efeitos pretendidos na sua proclamação são igual e inevitavelmente primários. Cavaco ignora o fracasso da sua estratégia, o impacto do além-Troika passista, a invenção dos protofascistas do Chega no âmago do PSD. Despreza, e ofende, a entrega ao serviço público de tantos cidadãos com responsabilidades governativas e parlamentares durante a pandemia e na guerra da Rússia na Europa. Por conseguinte, não consegue oferecer à audiência uma qualquer ideia que se relacione com a comunidade ou o futuro — ou que fosse com a realidade.
Tratar os socialistas por “mentirosos e incompetentes” nem numa juventude partidária se aconselha caso alguém tenha pretensões a fazer carreira política. Porque é uma exibição de estupidez. É garantia de derrota política. Vindo da figura historicamente mais importante da direita portuguesa, com obrigações institucionais no plano do decoro e do sentido de Estado por inerência dos cargos ocupados, fica como monumento à sua falta de empatia. Só nesse estado, onde é incapaz de valorizar a alteridade, onde está destituído de interesse pela própria humanidade, se compreende a sua preferência pela caricatura infantilóide e pela diabolização tribal.
Ora, a falta de empatia do Cavaco desperta a minha empatia. Gostei de o ver, admirei o esforço que fez para aparecer como general pronto para a batalha. Tinha folhas nas mãos cheias de banalidades e misérias para vocalizar, e levou a tarefa até ao fim com dedicação e brio. Fiquei contente por ele, a imaginar os elogios exaltados que recebeu nesse dia, no dia seguinte. Aposto que se sentiu vinte anos mais novo. Quarenta. E que sorriu de sorriso rasgado ao se apanhar sozinho. Nostálgico e ovante.
Só neste texto vi pra aí 5 características da Yo:
– Primária
– Estupidez
– Bêbados
– Caricatura infantilóide
– Diabolização tribal
Broas
“e, Cavaco cristalizou-se no ano de 2008, quando planeou derrotar Sócrates …”
Esquecer uma paixão intensa
Numa noite de Lua Minguante, vá até o quintal (se mora em apartamento, vá até uma janela através da qual consiga ver a Lua) com um copo cheio de chá de erva-cidreira. Pegue três pedrinhas de sal grosso e coloque uma de cada vez dentro do copo, ofereça à Lua e diga: “(Fale o nome dele), você foi tudo em minha vida, mas agora, com a ajuda da irmã Lua, te esqueço para nunca mais voltar a sofrer”. Jogue tudo no ralo. O copo pode voltar a usar normalmente, depois de lavado.
que texto magistralmente bem escrito e com imagens riquíssimas como se os adjectivos tivessem, e têm, vida. é que Cavaco conseguiu mesmo ser o dom ditirambo do meu riso. adorei, adorei, adorei
de resto, é mesmo isso: às vezes sentimos empatia, em forma de contentamento, pelos tristes malvados
yo, dedique-se à magia branquinha: vá lavar a sua casa, aniquilar germes e deixar tudo a brilhar. !ai! que riso
“O que restou destes e doutros títulos e cabeçalhos ditirâmbicos” foi o alívio e a plena certeza de que finalmente acabou a ligação da imprensa de “referência” ao poder socialista. Enfim, agora resta-me apenas a preocupação com a saúde do venerando ex-Chefe de Estado, o trabalho que lhe deve ter dado escrever esta excelsa peça iniciada nos gélidos degraus do ex-BPN e terminada nas portas do ex-BES, tentando um derradeiro olhar sobre a ponte Salazar (perdão, 25 de Abril). Pois é, o passado é que nos lixa.
E já agora, Viva o Coelho ( o Passos, está bem de ver, insigne professor catedrático), o Relvas (agora comentador encartado pela sua licenciatura), o Mendes (aquele que o Belmiro dizia que nem para contínuo das empresas dele serviria) o Montenegro (projecto de primeiro-ministro) e já agora também o Monedas (mais a sua voz de contra-tenor). Que venham depressa “keu nem auguento a iscitação”!!!!
diabolização tribal? sou ferrenhamente individualista
bêbados? não bebo
adoro caricaturas infantiloides , reconheço.
quanto ao resto , para mim o cavaco morreu há bués , é um não assunto. mais me preocupa a obsessão doentia do escriba por outro morto político.
e toma lá jp , para troca , para ver se te curas da diabolização tribal , de seguidismos acéfalos e de emprenhamentos pelos olhos (que fácil é não mentir quando se proíbe falar..)
A lei da rolha na Casa da Democracia
Na Assembleia da República, nota-se mais que nunca o rolo compressor da maioria absoluta. Transformando o parlamento numa caixa de ressonância do PS. Só ontem, os socialistas chumbaram seis pedidos de audição apresentados por vários grupos parlamentares na comissão de inquérito à TAP. Com este veto rosa, a mando de António Costa, não irão ali depor o director nacional da PSP, o ministro da Administração Interna, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, o director do SIS e a secretária-geral do SIRP (Sistema de Informações da República Portuguesa). Além do próprio chefe do Governo, que tinha a prerrogativa de responder por escrito a questões tão essenciais como estas que continuam sem obter resposta:”
https://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/a-lei-da-rolha-na-casa-da-democracia-15689640
o texto faz uma boa parelha com este do valupi, mas
esse pedro correia não foi uma vez almoçar com o passos coelho por engano? lembro ter lido qq coisa acerca
Cavaco e os esbirros plantados em toda a comunicação social aianda não perceberam o óbvio : os Portugueses querem segurança e previsibilidade o que não existe na oposição e como disse um dia Cavaco deixem o governo trabalhar .
é capaz , just asking , no tasco há fãs do coelho e o Pedro Correia , para além de ser uma excelente pessoa , que o é , não tem a visão do Luís Naves , o meu delito preferido. mas sei que ele não gosta do montenegro nem um bocadinho.
agora , se querem saber , quem almoça com o coelho continua a ser o relvas…cohorror.
Yozinha usa o cérebro, pelo menos de vez em quando, fizeram bem pois estes acontecimentos, nada têm a ver com a TAP.
Que criem ouuuutttttrrrraaaaa comissão de inquérito para a atuação dos diversos serviços de segurança.
nunca ouviste falar em produtividade? fazer o mais possível com o menor gasto de recursos possível? não consegues fazer duas ou três tarefas ao mesmo tempo que partilhem algumas acções ? qual é o mal de esclarecer a actuação das forças de autoridade , numa situação relativa à tap , na comissão de inquérito a decorrer?
é por causa de burocratas formalistas como tu que este país não anda para a frente e gasta recursos como se fosse a suécia.
E é por causa de gente burrinha como tu, que o populismo não pára de crescer.
Gasta recursos…
Foda-se!!! Uma comissão de inquérito que recursos gasta?
tempo e dinheiro , além de que desvia aquela gente de outros trabalhos mais produtivos. se é que produzem alguma coisa mais do que vento pelos corredores e lustro de cadeiras.
Foda-se uma afirmação e o seu contrário numa frase, é obra!!!
… “Despreza, e ofende, a entrega ao serviço público de tantos cidadãos com responsabilidades governativas e parlamentares… Na guerra da Rússia na Europa.” . Na presença de tanta loquacidade, aguarda-se que Valupi gaste umas parcas palavras para explicar quais os ganhos públicos que vislumbra no empenho dos governantes portugueses na guerra. Que “serviço público”, Valupi? Explique lá! Ah, mas não se esqueça de enquadrar a lição na ideia do agravamento brutal das condições de vida do povo, conforme escreveu em post recente. E, já agora, explique, no caso, a coincidência de posições entre Cavaco e os ora por ele visados. O seu silêncio será considerado…
o contrário da afirmação é uma dúvida…é suposto fazerem alguma coisa , mas como não estou lá para ver , é uma dúvida legitima. não havia uma que pintava as unhas?
Cavaco foi sempre uma caricatura do que sempre tentou representar como governante. Como ator real da política portuguesa foi sempre de um miserabilismo prático unipessoal como imagem desfocada retirada do salazarismo sendo, contudo, intelectualmente um anão face ao ditador. A sua preocupação maior foi sempre tentar fazer passar por sábias as suas lições de simples mestre-escola.
Trabalhou toda a vida para obter reconhecimento pessoal e ser nomeado pessoa importante segundo a pequenez da mentalidade provinciana de Boliqueime, contudo, nos últimos anos da sua vida política estragou todo o miudinho trabalho de aparências que premeditara representar para ficar na história.
Ele, vencera o fracasso de, logo no início se sua carreira política, ter sido demitido por Sá Carneiro de ministro das finanças por ter valorizado o escudo ( uma ideia de sempre do salazarismo de uma moeda forte) em 6% o que criou um sobressalto negativo na economia portuguesa; ele, venceu no congresso da Figueira da Foz por via de uma ação conspirativa interna do partido; ele, por uma situação de conjuntura política favorável chega a primeiro ministro e depois na continuação obtém uma maioria absoluta; ele, faz passar a sua imagem de “honestidade” perante o Zé, contudo, a força de sua persona real começa a ser notada pelas elites e depois pelo próprio Zé. Ele é a hostilização ao 25A pelas interpostas figuras de Salgueiro Maia e condecoração dos pides; ele é a hostilização de Saramago em favor do sacristão Lara; ele é o padrinho do BPN para ida ao pote e saque dos seus apaniguados; ele é a troca de moradia de habitação propria, engendrada desonesta e ilegalmente, donde retirou elevados proveitos pessoais; ele é o apoiante, senão o mandante, da invenção e acusação das “escutas” do palácio de Belém (Presidente) pelo palácio de S.Bento (primeiro ministro); ele é o o Presidente que, face à ilegalidade de poder juntar dois vencimentos (Sócrates decretou) pensão + salário, decidiu receber uns euritos mais com a pensão (pensões) e desprezou a valorização de integridade profissional e moral do trabalho que exercia; ele é aquele, que por fim, se desmascarou inteiramente face ao Zé quando se lamentou de que o vencimento que recebia não lhe chegava para as despesas de casa.
Mas, sobretudo, a sua maldade máxima foi o seu contributo essencial para a reprovação do PEC IV no que pode considerar-se uma traição de lesa-pátria. A realidade é que podia e DEVIA ter sido decisivo para aprovação de tal medida já decidida pela Merkel e UE e, contudo, mentiu descaradamente fingindo que de nada sabia e desse modo carregou para cima dos portugueses o pesadelo do FMI prenho de cortes de salários, pensões e impostos jamais vistos, de emigração em fuga recomendada pelo próprio governo de Passos Coelho, e, claro, dos maiores sacrifícios e miséria da democracia pós Abril.
Desde então, Cavaco Silva é um nado-morto na política portuguesa como, aliás, sempre foi na política europeia ou internacional e, por mais roteiros falsos que escreva ou discursos biliosos que pronuncie o seu futuro na história será a de alguém que se julgou um grande homem mas foi apenas a sombra de um fantasma que andou a meter medo aos portugueses.
continua a pairar sobre a cabeça do governo
https://www.jn.pt/justica/ministra-da-agricultura-vitima-de-burla-ola-pai-ola-mae-16418001.html
espero que tenham activado o SIS…ter!
hehehehehhehehehehhe, cada cavadela, cada minhoca
https://www.jn.pt/nacional/brilhante-dias-pede-desculpa-pelas-suspeitas-na-cpi-a-tap-16418655.html
Esse Dias Brilhante tem umas ventas boas para levar umas valentes bofotedas, gajo nojento, autêntico especimen daquilo que nós na tropa chamávamos um lateiro.
Yo, por isso é que, embora digam que o nosso sistema parlamentar, se baseia na democracia representativa, eu continuo e continuarei a dizer que é falso, o que temos é uma democracia electiva, em que, após termos cumprido o acto de votar, termina o vinculo entre o eleitor e o elegido, até porque, exceptuando cartolas e grandes interesses, locais e até nacionais, não termos forma sequer de contactar, quanto mais controlar o elegido, este, a primeira coisa que faz, é romper o vínculo com o eleitorado, passando a tratar da sua “vidinha”.
Não diz, nem precisa de dizer “Habituem-se” a lei, isenta-o disso.
O povo, não tarda muito, tem voto obrigatório…
Entretanto, o beijoqueiro continua a bafejar-nos com a bênção da sua judiciosa palavra, em média, 35 vezes por dia, sem folgas nem dias santos. Bora organizar um crowdfunding para que Sua Excremência… perdão, Sua Excelência Reverendíssima nos bafeje (com “b” e não com “f”) o juízo em pelo menos 36 ou 37 sessões diárias? Quem discordar cheira mal da boca e é putinista!
No dia em que foi condenado a oito anos de prisão Ricardo Salgado, anfitrião dos casais Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso e Cavaco Silva para a preparação da vitoriosa candidatura do último a PR, enquanto a AR continua a novela de um computador, volto ao salazarista Cavaco.
Aníbal Cavaco Silva pode ter pago a Casa da Coelha* e as ações da Sociedade Lusa de Negócios e não ter interferido na compra do Pavilhão Atlântico pelo genro, mas devia ter evitado trapalhadas fiscais e esclarecido as suas relações com o BPN, mas…
Melhor do que a nebulosa vida privada ou as faltas injustificadas na Universidade Nova, para lecionar na Católica (mais lucrativa), definem-lhe o carácter as decisões políticas que urge recordar por ter perdido a memória e a vergonha:
1 – A reintegração no serviço ativo das F. A. e promoção a CEMGFA do general Soares Carneiro, ex-diretor do Campo de S. Nicolau e candidato derrotado à PR, contra Eanes depois de ter saído para a vida política como capacho;
2 – A atribuição de pensões a dois destacados elementos da Pide, por relevantes serviços à Pátria, pensão que recusou ao heroico capitão Salgueiro Maia;
3 – Em 1987, quando mandou votar Portugal ao lado dos EUA, de Reagan, e do RU, de Thatcher, contra uma resolução que exigia, entre outras coisas, a libertação de Mandela. [Resolução da Assembleia Geral n.º 42/23A – “Solidariedade com a Luta de Libertação na África do Sul”. (129 votos a favor, 3 contra e 23 abstenções). Mandela ficaria ainda preso mais três anos dos 27 que passou na prisão.]. Que vergonha para os portugueses!
4 – O seu governo vetou a candidatura de Saramago ao Prémio Literário Europeu, 1992, e agraciou o censor, Sousa Lara, com a Ordem do Infante D. Henrique, reservada a “quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro”, em 18-02-2016, prestes a perder o alvará das condecorações.
5 – No fim do último mandato, em desvario, quis dividir o grupo parlamentar do PS e fez ameaças nocivas ao País, na tentativa de evitar o primeiro governo de António Costa, enfurecido contra a AR, que o viabilizou através da maioria dos deputados, democraticamente eleitos.
6 – A censura a programas de humor e a vigilância por Marques Mendes dos noticiários da RTP-1
7 – A nomeação da cunhada para assessora de Maria Cavaco, a quem destinou gabinete no Palácio de Belém, transformando o órgão unipessoal em condomínio familiar.
* casa com três pisos, seis quartos (cinco duplos) e seis casas de banho, piscina e 1600 metros quadrados de área descoberta, cuja matriz não constava nem dos registos da Conservatória do Registo Predial, nem do cartório notarial de Albufeira. Absorvido com a Pátria até se esqueceu do cartório onde fez a escritura.
ó pá , diz que a “Alemanha entra em recessão ” e que os “EUA aproximam-se a todo o vapor do icebergue do incumprimento”… sanções boomerang? os russos devem estar-se a mijar a rir.
e não se percebe como uns gajos endividados até ao pescoço empatam dinheiro na ucrânia , devem estar áà espera de um retorno astronómico , tipo o desmantelamento da rússia , converter depois as pequenas nações à democracia partidária , corromper os seus governantes como têm feito nos outros países “democráticos” , roubarem os seus recursos , e de caminho cercarem a china.
Anormal das 10:58 não me insulta nem me ofende quem quer, o salgado de que falas é o mesmo que o vosso patriarca foi buscar ao Brasil para, segundo palavras de Salgado, que não queria, e vendia colchões no Brasil, vivendo modestamente, está dito e escrito que era tudo gente pobre, até as amas do clan que tomavam conta das crianças na praia, vir salvar Portugal, com o dele, salgado, génio empresarial ?
Je nê pá de capital, respondeu salgado, réplica de soares, pá de probleme, je parle a monami miterrond est il arranje moné. E meteram dinheiro do credit agricole – que se pôs ao fresco mal se apercebeu do descalabro – e retomaram o banco com aldrabices de devoluções aos expoliados do 25 de Abril, espero que o Louça e o Rosas se divirtam a investigar a questão, para apurar exactamente, quanto recebeu salgado em cash, para além do banco .
Enfim, redações do estilo, era uma família muito pobre, o chauffer era pobre, a cabeleireira privativa era pobre, idem prá manicure e o calista, o jardineiro era pobre, assim como todos os restantes serviçais, até o capelão privado, era pobre …
Nem precisas de responder ….
Dou a palavra ao Miguel Sousa Tavares: “A insuportável futilidade da política”
“Perguntava às tantas ao ministro João Galamba o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira, após fazer uma excitada e demagógica descrição dos acontecimentos vividos no gabinete do ministro, e na ausência dele, na noite de 26 de Abril: “E quem é o responsável político por isto?” Imaginei a mesma pergunta feita ao deputado, se o PSD tem despedido um assessor do seu grupo parlamentar e este, 15 minutos volvidos, tem entrado pelo gabinete do grupo adentro e, após confrontos físicos de responsabilidade por determinar, tem fugido com o computador do partido, queixando-se depois de ter sido “sequestrado” por ter sido pedido ao segurança que lhe barrasse a fuga com o computador. De quem seria a “responsabilidade política”: do líder do grupo parlamentar, do presidente do partido ou das “desvairadas” assessoras, para usar a elegante expressão do deputado Rios de Oliveira?
Convocado para assistir ao momento político mais importante dos últimos seis meses, o país mediático-lisboeta-parasita lá se instalou diante das televisões durante dois dias (e eu também, por dever de ofício e alguma curiosidade antropológica). Do alto da sua coluna no “Público”, o nosso comissário para a Repressão do Vício e Promoção da Virtude, João Miguel Tavares, chegou mesmo a fornecer aos leitores o horário das inquirições da CPI, para que pudessem partilhar com ele os orgasmos múltiplos que já antecipava. E o que vi eu? Nada que não esperasse e que não tivesse já previsto aqui. O professor de andebol e adjunto Pinheiro, cerimoniosamente tratado por “Sr. Dr.” o tempo todo, apresentou-se como o herói do dia, disposto a gozar até ao último minuto a sua tarde de glória e a fazer abalar sozinho o regular funcionamento das instituições democráticas. Acompanhado por um advogado criminal, de Código Penal em punho (não percebi se porque achou que lhe dava status, se porque temia poder auto-incriminar-se), o herói começou por ler um relambório de 40 minutos de auto-elogio, onde se apresentou como homem íntegro, servidor público exemplar, técnico absolutamente indispensável à reestruturação da TAP e, porém, despedido sem causa, ameaçado com dois “socos” pelo ministro (não murros, como toda a gente diz, mas sim “socos” — talvez um uppercut e um “gancho” de esquerda), “empurrado” e “pressionado” por quatro mulheres e obrigado a fugir, ele, um atleta, depois sequestrado, ameaçado pelo SIS e ofendido e caluniado pelo ministro e pelo PM, contra os quais iria interpor as respectivas acções de reparação do seu bom nome (todavia, após 48 horas de ponderação, já só cogitadas). Anos de tribunal no meu longínquo passado fizeram com que, após ouvir o sofrido depoimento do adjunto Pinheiro, tivesse comentado para mim mesmo: “Mas que grandessíssimo vendedor de tapetes!” Mas também aprendi que há que esperar sempre pela outra versão da mesma história.
Porém, não foi o que sucedeu. Mal o adjunto Pinheiro tinha acabado de falar e todos — todos — os jornalistas e comentadores de serviço, sem sequer ouvirem os outros intervenientes, sem nenhum interesse no contraditório ou no que não convinha à versão dele, adoptaram-na de imediato como verdade única e inquestionável. Os “socos” que o ministro lhe terá oferecido e de que ele não tinha prova alguma, antes pelo contrário, ficaram de tal forma estabelecidos que Ana Sá Lopes pôde titular no “Público”: “João Dois Socos Galamba”; a demissão por telefone foi unanimemente tida como ilegítima, como se a demissão de um cargo de confiança política e pessoal pudesse esperar pela publicação em “Diário da República” — que, neste caso, demorou 14 dias; as queixas das agressões do adjunto a quatro mulheres, que teriam sido um escândalo se tivessem sido ao contrário, foram abafadas pelo invocado “crime de sequestro” do alegado agressor e apesar de este ter ficado manifestamente perturbado quando se sugeriu que as filmagens das câmaras de vigilância do Ministério fossem enviadas à CPI; o dito “crime de sequestro” deu-se por consumado apenas porque alguém tentou impedir, trancando as portas e chamando a polícia, que ele fugisse com o computador do Ministério; e a “ameaça” do SIS, objecto de nova anunciada CPI, consistiu em um agente ir a casa de Pinheiro pedir-lhe que entregasse o computador a bem para evitar mais chatices. Mas ninguém estranhou que nem um daqueles inquisidores da CPI, tão obstinados em outros pormenores, se tivesse lembrado de perguntar ao “Dr. Pinheiro” o essencial: porque não acatou a ordem recebida do ministro de não voltar ao Ministério e o fez logo 15 minutos depois? Se queria reaver as suas coisas, como disse, porque não combinou a entrega delas com a chefe de gabinete, como seria adequado? Que outras coisas suas reouve nessa incursão? Considerava o computador coisa sua? Ao fugir com ele, não considerou que o estava a roubar? Que continha o computador de tão importante para justificar tamanha urgência e tamanho desespero em ir buscá-lo? O que fez durante o tempo em que esteve com o computador — apagou ficheiros ou notas ou acrescentou outras?
Nada disto interessou aos senhores deputados da CPI, aos jornalistas e aos comentadores. O juízo já estava feito, e mesmo a desilusão que tiveram ao não obterem a esperada execução sumária do ministro Galamba os fez mudar de opinião. Galamba enfrentou cinco horas de perguntas repetidas até à exaustão e, perante a complacência de quem dirigia os trabalhos, encaixou o interrogatório mal-educado e ao estilo KGB do deputado do BE (substituindo uma Mariana Mortágua que, tendo exigido esta CPI, achou mais importante depois abandoná-la para se dedicar à sua eleição interna), encaixou a pseudo-ironia, apenas provocatória, do deputado Rios e esteve 20 minutos a ouvir o deputado André Ventura a querer que ele entregasse o seu telemóvel para, através dele, tentar saber o que se tinha passado no telemóvel do adjunto Pinheiro, numa pura tentativa de devassa pessoal sem qualquer sentido. E, obviamente, com a única excepção do deputado Bruno Dias, do PCP, em nada lhes interessou saber da TAP, mas sim eternizar o folhetim do gabinete, usando ainda o truque da sessão de perguntas ao primeiro-ministro em plenário para a transformar numa extensão da CPI.
De tudo isto resta uma forma de fazer política e de fazer oposição que parece que excita muito toda a gente que pensa, que causa muito ruído e muito escândalo mediático, mas que nada tem a ver com política, nada tem a ver com jornalismo e nada tem a ver com o exercício parlamentar de fiscalização da actividade governativa. Eu compreendo e subscrevo que muita gente esteja zangada com a governação e que queira coisas diferentes. Mas isso começa por fazer as coisas e a política de forma diferente. Esta CPI e esta forma de fazer oposição talvez desgaste o Governo, mas desgasta por igual a democracia e a oposição. E não é também porque, nos intervalos do frenesim criado artificialmente, o Presidente da República, na angústia para o jantar de que falava Sttau Monteiro e que Helena Matos tão bem analisou, sai do palácio e vem à rua à procura de jornalistas junto de quem fazer prova de vida que as coisas passam a adquirir uma importância que não possuem.
Como também não é porque, sazonalmente, Cavaco Silva precisa de destilar a sua dose de veneno para fazer prova de vida que nós ou as instituições devemos estremecer de medo. Sobretudo quando ele, ex-Presidente de todos os portugueses, dispara sempre ao abrigo do estrito círculo partidário de onde veio e, acusando o Governo de viver na mentira, nos prega três solenes mentiras: que o PSD tem causas, que tem propostas alternativas e que Montenegro está preparadíssimo para governar. Quais? Quem? Como?”
Esse gajo, desde que a filha casou com um espírito santo, virou, agora é do reviralho. Grande apreciador de vinhos, lugar que disputa com o cineasta pedro vasconcelos, cai bem aplicar o larga o vinho …