Na prática, a revisão reforçou os poderes do Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas (CEMGFA) sobre os ramos do Exército, Marinha e Força Aérea. O que já tinha sido um dos aspectos centrais das alterações levadas a cabo em 2009.
Foi no processo de preparação dessa lei que tanto o almirante Melo Gomes como o general Pinto Ramalho – na qualidade de chefes da Marinha e Exército – expuseram “a sua oposição a quem de direito”, recordou Melo Gomes. E foi o almirante quem confirmou ao PÚBLICO que “o porta-voz do principal partido da oposição nessa altura” deu a entender que “concordava com a posição dos três chefes”. Esse porta-voz era, recordou, Aguiar-Branco. Contactado também pelo PÚBLICO, o general Pinto Ramalho confirma a posição do actual titular da pasta.
Melo Gomes não deixa de assinalar a mudança em Aguiar-Branco. “Passados cinco anos, as posições inverteram-se e a política mudou”, surpreende-se o ex-chefe da Marinha. E Pinto Ramalho regista ainda que Aguira-Branco, com a sua revisão, “queria ir ainda mais longe” do que a lei acabou por ir no reforço dos poderes do CEMGFA. “Na política acontecem destas coisas. Porventura, na altura, o agora ministro disse aquilo que pensava que gostaríamos de ouvir”, analisa Pinto Ramalho.
A chefiar a Defesa está um catavento, concluem antigas altas patentes
não sei explicar o mecanismo intuitivo,
só o resultado da intuição,
mas o sinónimo que me veio à cabeça
depois de ler tudo
foi D. Colhão. :-)