Castanhas

O Diário de Notícias entrou em Janeiro com uma nova configuração da edição digital. Não sei qual a conexão dessa alteração com a celebração dos 160 anos do jornal, provavelmente nenhuma, mas a efeméride redondinha liga-se incautamente a uma enigmática decisão tomada pelos donos do jornal: deixaram de destacar na página os artigos de opinião. Quem quiser ler esses autores, tem de ir à barra superior, entrar e depois escolher sem qualquer destaque editorial. Anteriormente, como em todos os outros meios e desde sempre, os artigos de opinião mais recentes estavam presentes logo abaixo dos destaques do dia. O mundo continua a girar, mas que terá levado à duvidosa inovação?

Tenho uma hipótese explicativa: os actuais donos do DN querem agradar ao Montenegro, e passaram a ver nas opiniões publicadas o rosto feroz do extremismo. Os tempos parecem, assim, propícios aos “moderados” que se calam e deixam passar as camisas castanhas.

9 thoughts on “Castanhas”

  1. “Tenho uma hipótese explicativa: os actuais donos do DN querem agradar ao Montenegro, e passaram a ver nas opiniões publicadas o rosto feroz do extremismo. Os tempos parecem, assim, propícios aos “moderados” que se calam e deixam passar as camisas castanhas.”

    Já estava inaugurado este discurso subliminar, o valupi apenas vem tentar borrifar-lhe uma pingas de gasolina. Daqui a escrever diariamente que tudo à direita do PS é perigosa extrema direita vai ser um tirinho. É a estratégia que tem que ser cavalgada, rumo à reconquista do poder.

    É curioso como desapareceu o arco da extrema esquerda (esfumou-se até a expressão – são todos moderados democratas) e se pretende instaurar que o arco da extrema direita começa logo à direita do PS. É a luta desejada e está em marcha.

  2. Porque os comentadores são a lepra dos jornais, as raparigas de alterne sentadas no bar dia e noite, de segunda a domingo. Quando apertados não são jornalistas e também não são analistas nem peritos. São moças de alterne, sempre disponíveis para explicar a quem quiser pagar o jornal qual a narrativa que deve usar no café na cavaqueira com os vizinhos.

  3. Assim é a cabeça do faccioso, do fanático, do carneiro, do piaçaba: todo o mundo está sempre contra os seus heróis; e nunca, jamais os seus heróis são maus, trafulhas ou favorecidos.

    Tudo o que dizem dos seus heróis são calúnias: todos eles – os 44s, os Costas, os Galambas, os Varas, os Farfalhas – são vítimas, mártires, gente corajosa e bem-intencionada que é injustamente acusada e perseguida por forças poderosas. A justiça, os jornais, todos estão contra eles.

    Os seus heróis nunca têm culpa de nada. A culpa é da ‘crise internacional’, da conspiração dos maus, da ‘coligação negativa’ que sabota os seus governos esforçados, honestos e bons. E o mais perseguido de todos é, claro, o melhor de todos: o engenheiro sanitário que vive à conta da mãe.

  4. ” o engenheiro sanitário que vive à conta da mãe.”

    só tu é que nunca viveste à custa dos teus pais. pelo cheiro não foste parido, foste cagado e abandonado no penico, donde nunca saíste e daí a curta visão para merdas universais.

  5. «só tu é que nunca viveste à custa dos teus pais»…

    Vivi, merdolas: até à faculdade, quando comecei a trabalhar. Desde então que vivo do meu trabalho; se e quando necessário fui eu que ajudei os meus pais, não andei a chulá-los até aos 50 ou 60 anos para fazer vida de lorde. Que espécie de canalha faz tal coisa?

    Porque as viúvas e lambe-cus do 44 querem ter sol na eira e chuva no nabal: negam a óbvia trafulhice do seu herói; mas não reconhecem que se fosse verdade a sua absurda historieta de andar a cravar a mãe, ele seria então um pulha absolutamente chulo e ridículo.

    Já lho perguntei, merdolas: no mundo inteiro, que outro ex-deputedo, ex-sec. Estado, ex-ministro e ex-PM conhece que viva à conta da mãe até à 3ª idade?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *