Daniel Oliveira, no último Eixo do Mal, satirizava sobre a eventualidade de termos um juiz a pertencer à Associação Sindical dos Juízes Portugueses e, simultaneamente, a julgar os acusados num processo iniciado pela própria ASJP. Acontece que o Daniel chegou a essa perplexidade com muitos anos de atraso. Para que a ASJP pudesse concretizar o inaudito e soez ataque ao XVIII Governo Constitucional de Portugal, em 2012, foram antes proferidos cinco Acórdãos, total ou parcialmente favoráveis à ASJP, do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal Central Administrativo Sul, os quais condenaram o Governo a fornecer os documentos em causa sob a apatia ou gozo do regime perante tão indigno espectáculo. Logo, é fazer as contas ao número de juízes que já usaram os poderes dos seus tribunais, da República e da Constituição para servirem os interesses sectários do seu sindicato contra o interesse nacional, nada os impedindo de repetir a façanha no futuro. Em causa está a Lei 46/2007, a qual fica com jurisprudência feita para ser aplicada por quem e quando se quiser para os mesmos efeitos.
Há duas maneiras de resumir esta história:
i) Em finais de 2010, a ASJP decidiu obrigar judicialmente o Governo de então a entregar-lhe os registos de despesas de todos os ministérios recorrendo ao argumento do direito de acesso. Em causa estava a utilização de cartões de crédito, despesas com telefones fixos e móveis, o pagamento de despesas de representação e de subsídios de residência por parte dos seus membros – ministros, secretários de Estado e chefes de gabinete. Em princípios de 2012, a ASJP enviou para o Ministério Público a informação coligida alegando existirem indícios de ilegalidades. Em 2018, o MP acusou de peculato os ex-secretários de Estado José Magalhães e Conde Rodrigues. Foi um sucesso.
ii) Em finais de 2010, um Governo minoritário a sofrer os efeitos da crise económica mundial e da crise das dívidas soberanas na Europa, estando há um ano a ser boicotado pela oposição maioritária no Parlamento e pelo Presidente da República, estava obrigado a fazer ainda mais e mais extensos cortes nas despesas do Estado do que aqueles que já tinha feito no Orçamento anterior. Um grupo atingido por esses cortes seria o dos magistrados judiciais, os quais decidiram chantagear e caluniar o Governo como um todo numa retaliação nunca antes vista na História de Portugal. Face à firmeza do Governo, os juízes obrigaram judicialmente os ministérios a entregarem os documentos em causa. Após a sua recepção, a ASJP lançou um processo genérico contra o Governo, o qual foi aceite pelo Ministério Público cujo procurador-geral da República era Pinto Monteiro. Seis anos depois, com um custo desconhecido tanto para o MP como para os indivíduos visados, saiu uma acusação que identifica dois suspeitos de possível peculato envolvendo livros e revistas, numa soma de perto de 14 mil euros num dos casos e perto de 400 euros no outro. Foi uma canalhice estroina.
Quantas vezes 14 mil euros mais 400 euros foram derretidos pelo Estado só para concluir que das dezenas e dezenas de pessoas investigadas nem uma ultrapassou o limite de crédito atribuído ao seu cartão ou à verba para despesas no gabinete respectivo e que apenas em duas foi possível descobrir matéria para uma acusação pífia? Pífia não no domínio da legalidade, competindo aos tribunais o desfecho desses processos, mas no domínio político e moral onde nasceu, medrou e atingiu o seu destino exuberante como arma de arremesso contra o PS e personalidades socialistas esta difamação por atacado a mando dos juízes portugueses. Sintoma da azia e dolorosa frustração perante o resultado de uma investigação populista nunca antes feita a qualquer Executivo português, nessa coqueluche da indústria da calúnia que é o Governo Sombra não se falou no assunto na passada sexta-feira. Não encontraram pilhéria na descoberta de que os governantes socialistas só mostram ter o vício da compra de livros e revistas, como os compreendemos aos três tristes sicofantas. E também não queriam ter de reconhecer que existiu um Governo em Portugal, liderado por Sócrates, que fica como um exemplo de probidade e motivo de orgulho para a Nação – felizes dos cidadãos cujos governantes até arriscam ir de cana por causa do seu amor à leitura.
A ASJP guarda carinhosamente um texto que é igualmente o contexto e o pretexto do que estava em causa neste abjecto processo: As despesas secretas dos ministros. Trata-se de um editorial da revista Sábado que merece ser lido para percebermos o que pretende esta tão poderosa força na sociedade portuguesa chamada Cofina. Em conluio com magistrados judiciais e do Ministério Público, cometendo sistemáticos crimes que passam completamente impunes, a torpe aliança pretende condicionar e perverter o exercício do poder político democrático. O último parágrafo é hilariante, com o taralhouco que escreveu a peça a protestar contra a água engarrafada no Parlamento. Se fosse ele a mandar, a água seria só da torneira e a Assembleia da República mudaria para uma tenda algures num arrabalde, os deputados passavam a sentar-se em cadeiras de plástico e iam mijar à mata.
Sabemos o que pretendem os que alimentam o ódio aos políticos legitimamente eleitos, os que exploram a iliteracia e desespero da multidão, os que desprezam o Estado de direito, os que fazem da calúnia e do medo a sua estratégia de poder. E que, supina pulhice, embrulham a sua violência na rábula de passarem por arautos da moral e da lei. São mil vezes mais nefandos do que aqueles que apenas nos querem roubar.
Grande título !
É assim mesmo.
SOBRETUDO porque é a VERDADE.
o texto tem tanto de verdade sobre o execrável como de riso. falta apenas o cagar à caçador. :-)
Um post triste e ressabiado sem responsabilidade nem consequência. Defendes o quê ? Que os magistrados não deviam ser autorizados a ter sindicatos ? Um ponto de vista, e uma regra provavelmente universal no periodo anterior a 1950, mas hoje abandonada um pouco por todo o lado, se calhar com alguma razão. Ou então defendes que não deveriamos ter tribunais ? Os litigios seriam resolvidos com celeridade profissionalismo e equanimidade na caixa do Aspirina B, com recurso de apelação para o Inacio.
As acções que mencionas enquadraram-se completamente na lei. O sindicato prosseguiu os seus fins naturais, que consistem em defender os interesses colectivos da profissão. Esses inyteresses existem e, embora não sejam mais do que isso (interesses), merecem consideração e protecção tanto quanto os interesses de outra profissão qualquer. O sindicato utilizou as vias legais, ou seja as regras processuais que estão ai, que podes utilizar também e que não foram criadas por juizes.
Existe a “suspeita” que as decisões possam estar inquinadas por serem pronunciadas por magistrados, partes interessadas ? E’ certo que ha aqui um problema, mas é inevitavel tratando-se de uma associação de magistrados (por definição, um tribunal é composto por magistrados). Normalmente, os interessados são os primeiros a pugnar para que não haja abuso. Não vejo que tenha havido nos casos que mencionas, tanto quanto me lembro das decisões (ja debatidas neste blogue na altura). Se deixasses de lado a adjectivação popularucha e fascitoide o e a desagradavel cantiga “todos podres, eles é que mandam e andam a tramar o povo”, talvez conseguissemos entender o que criticas nas ditas decisões.
O resto é de nivel correio da manhã, tenho pena. Ja conhecemos estas tristes cantigas : “estariamos melhores sem tribunais”, ou talvez mesmo “estavamos mehores sem tribunais independentes”. Volta Salazar que estas perdoado.
E nada do que digo impede que estejamos vigilantes com os magistrados, ou com os tribunais. Que examinemos as suas decisões com severidade e que nos escandalizemos quando eles cometem abusos, ou que reclamemos sanções drasticas.
Mas desta forma perfeitamente demagogica e histérica, não.
Boas
Mais uma coisa, desagradavel, mas oportuna. No outro dia, um dos autores deste blogue acusou-me de ser pago para comentar neste blogue (!). Num primeiro momento, fiquei bastante perplexo. Onde teria ido buscar uma ideia tão esquisita. Agora, acho que sei.
Boas
tapar o sol com a peneira ? que post mais desesperado.
«O sindicato prosseguiu os seus fins naturais, que consistem em defender os interesses colectivos da profissão. Esses inyteresses existem e, embora não sejam mais do que isso (interesses), merecem consideração e protecção tanto quanto os interesses de outra profissão qualquer»
Muito bem, João Viegas! É isso mesmo ! Viva o direito dos juizes à greve! E, já agora, viva ainda o direito à greve da policia, dos deputados, da tropa e, porque não, do governo !
Haja quem defenda as corporações, porra ! Já não era sem tempo !
joão viegas, esta autora do blogue não te acusou de coisíssima nenhuma, fez-te uma pergunta (se te acusasse não seria de seres pago para o que quer que fosse). E espera que, enquanto jurista, mas não penalista, consigas perceber a diferença.
Caro Alves Reis,
Os policias, como os magistrados, têm direito a sindicato, unica questão que esta aqui em causa. Quanto ao direito à greve, a questão é debatida (em razão da especificidade das suas funções), tendo recentemente o TEDH julgou que os policias não podiam reclamar este direito com base na convenção. Mas o problema não se põe aqui. Estamos a falar de acções judiciais para obter a sanção de regras legais e regulamentares aprovadas democraticamente.
Tirando talvez o PSN, existe algum programa politico que considere que os magistrados e/ou os policias deviam perder este direito que, convém lembrar, faz parte dos liberdades e garantias previstos na constituição, os quais devem por principio beneficiar a todos ?
Corporações ? Temo que o seu calendario esteja um bocado atrasado. Ouviu falar nos acontecimentos ocorridos por volta de 1974-1976, não ouviu ?
Boas
tendo recentemente o TCDE julgado… desculpem outras gralhas (vão descontar-me no salario…).
Era mesmo um problema , greve de deputados e governo…Espanha e Bélgica estiveram sem governo meses e meses e tudo correu pelo melhor . Já se faz é tarde para nos deixarem em paz com a diarreia legislative e negócios de bastidores.
Caro João Viegas,
Recordo bem os acontecimentos ocorridos por volta de 74-76; como também recordo perfeitamente os acontecimentos ocorridos antes deles. E é por ter deles boa memória que tenho alguma dificuldade em distinguir as dinâmicas corporativas de então daquilo que se vai passando pelos nossos dias em diversos sectores da sociedade, e na justiça em particular.
No mais, tenho anotado que a sua argumentação tem por eixo recorrente o principio da legalidade. Seria uma boa âncora narrativa, sem dúvida, não se desse o caso de padecer de duas fragilidades. A primeira é a interpretação., pois basta não andar distraido para se perceber que a interpretação da mesma lei varia de acordo com o “espirito” que lhe atribui quem a aplica. E a segunda é a de assumir que tudo o que está legalizado é bom e é pelo Bem, o que talvez não seja sempre verdadeiro.
No mais, julgo que tenta tapar o sol com uma peneira, pois o revanchismo da iniciativa do sindicato em questão é por demais evidente.
Cump.
AR
A se
Gostava de saber onde andava o senhor João Viegas quando as férias judiciais somavam 75 dias e os senhores doutores juizes acumulavam casa de função com subsidios de deslocação e automóvel de serviço com motorista. Sei do que falo, pois calhou-me em sorte ter um por meio irmão.
Boas
“Gostava de saber onde andava o senhor João Viegas…”
onde sempre andou, a lamber o cu às magistraturas para obter vantagens sobre a concorrência e extorquir uns cobres aos emigras.
Reacções muito interessantes.
Se o amigo Alves Reis se lembra do que se passou em 1974-1976, se calhar também se lembra porque é que temos uma constituição que institui um Estado de direito, sujeito à lei, lei que pode obviamente, e deve, ser modificada pelos representantes eleitos do povo quando deixa de prestar, ou quando apresenta falhas que ninguém viu a priori e que os tribunais não conseguem colmatar de forma satisfatoria.
A interpretatção da uma margem de apreciação, e ainda bem que da, mas não esta margem toda que v. diz, amigo Alves Reis. Acredite em mim, que sou um profissional disso, não magistrado, mas advogado, cuja função é precisamente tentar convencer o juiz que a lei não é propriamente o que lhe passa na real gana. Claro que a situação não é perfeita, mas ainda assim alcançam-se resultados e não consigo imaginar um sistema diferente onde as coisas não fossem bem piores. Lembro alias que não estou a falar de um exercicio de imaginação. Paises – ou periodos historicos – em que os magistrados agem completamente a mando do poder e sem independência é o que menos falta. Se o amigo Alves Reis estava por ca em 1974-1976, presumo que tenha uma noção da situação anterior a 1974. Não quer comparar, pois não ?
Mas, como é obvio, a interpretação não deve perverter a lei e nesta matéria é angélico confiar apenas nos magistrados, por mais bem formados e eticamente constituidos que sejam. Por isso mesmo, é bom que se debata, que se troquem argumentos e, onde for caso disso, que se critique, duramente, as soluções aberrantes ou suspeitas. Queiram mostrar-me, nos casos a que alude o post, onde é que esta a interpretação dubia, ou erronea. E, por favor, não se contentem com bocas do estilo : os magistrados estão a por de parte toda a informação sensivel para chantagear o cidadão puro e, a seguir, poder subverter a republica e entregar o pais ao rei de espanha…
Vamos a exemplos concretos ? Diz a amiga Maria que sabe por um irmão, de fonte segura, que os magistrados têm direito a Rolls Royce pessoal para se deslocarem durante os 9 meses de férias que gozam habitualmente nos Baleares. Ora bem, como os magistrados não têm acesso directo ao orçamento do Estado, eles hão de conseguir estas benesses invocando, ou talvez interpretando de forma enviezada, normas legais e regulamentares. Onde estão elas ? Onde estão as decisões que as aplicam ? Se as conseguirmos identificar, prometo que crio amanhã um partido justicialista que vai de certeza vencer as eleições, uma vez que os leitores do Correio da Manhã são menos de 50 % (mesmo contando neles a Guida e o Valupi).
Por falar em Correio da Manhã, estou a guardar a minha sobrinha de 8 anos que me pergunta se existe uma diferença entre o post manhoso acima e o que este blogue acusa diariamente o Correio da Manhã de fazer a um antigo primeiro ministro. Não me querem ajudar ?
Boas
Senhor João Viegas,
No meu fraco entendimento, mais importante que a lei seria a ética republicana de quem é orgão de soberania. Tivessem-na os magistrados em mente e não seriam necessários regulamentos para o uso dos tais carros de marca que v menciona mas eu não. O que conheci era um ford sierra, que todos os dias úteis ia levar os meninos ao colégio logo pela manhã , muito antes de levar o senhor doutor juiz ao tribunal na tal comarca onde tinha casa de função, mas que só foi usada pela filha quando foi estudar para a universidade local, e que esta partilhava ( vamos ser benevolentes e supor que a titulo gracioso ….) com os colegas que bem entendia.
Os anos que tenho bastam-me para me dispensar de lições sobre a injustiça que seria generalizar a partir do conhecimento de situações particulares; mas também me bastam para não ter a ingenuidade de acreditar que a iniciativa dos senhores magistrados no caso a que alude o post, derivou do seu zelo pela causa do bem comum.
Boas
Prezada Maria,
O ideal ainda é que a ética republicana seja reflectida na lei. Ideal, mas acessivel. Para tal, importa não se deixar distrair com polémicas oucas e debater verdadeiramente as que interessam, entre as quais pode muito bem suceder que caiba a questão das regalias a que os magistrados têm direito, que não conheço de forma detalhada e que devem em principio obedecer a principios definidos por lei.
Admito perfeitamente que a sua pergunta seja legitima e deva ser debatida. Apenas a caricaturei um bocado (desculpe la) porque estava a criticar um post que, em vez de proceder desta forma, se atira alarvemente aos magistrados no seu todo, a pretexto que são uns malandros e que têm um plano secreto para espalhar a peste no pais.
Não estou a dizer que eles sejam uns santos, repare. A minha vida profissional passa-se, em grande parte, a criticar as suas decisões. Agora uma coisa é certa, para que a critica seja ouvida e, mais ainda, para que tenha efeitos, deve ser feita com responsabilidade e discernimento. Transforma-los no Diabo a Sete é contraproducente e é ser cumplice do sistema que se pretende denunciar.
Boas
João Viegas, utilizar o poder da sua função, não eleita, para agir judicialmente de forma selectiva e dirigida contra quem ameaça os seus privilégios ou não tem a sua simpatia política não é uma forma de corrupção? Então é o quê? Mais uma vez, esta situação é tirada a papel químico do que se passa no Brasil. A corrupção institucionalizada, isto é, a prática legalizada de actos imorais, no âmbito da sua função, para obtenção de vantagens pessoais ou corporativas, ou visando determinados objectivos políticos, tornou-se uma ameaça e um custo maiores para democracia do que a corrupção tradiconal. Evidentemente que não é generalizada, muito pelo contrário. Apenas acho que os desvios de desempenho íntegro nas funções judiciais não devem ocorrer em proporção muito diferente da verificada noutras áreas, como a política ou a pesca. São é mais difíceis de controlar. E sim, acho que a desjudicialização e a diminuição da litigância na sociedade é um objectivo político virtuoso.
Caro Senhor João Viegas,
Pego no sumo do seu ultimo parágrafo, com o qual concordo, para colocar a questão que nos retém aqui: será procedente que uma organização de pessoas de topo na hierarquia do estado de direito transforme todo um governo num “Diabo a Sete “, para usar a sua expressão ? Não lhes seria exigível a eles, muito mais que ao comum do vulgo, ter presente o discernimento necessário para não confundir pessoas com instituições, independentemente da cobertura legal que lhes possa assistir?
No meu modesto entendimento, é aqui que bate o ponto. Nisso e na total impunidade com os senhores magistrados se permitem atentar contra a credibilidade das instituições que deviam defender. Em caso de dúvidas sobre o significado desta ultima entrada, veja-se o que aconteceu recentemente com o Ministro Centeno. O resto é retórica.
Boas também para si.
Caros,
E’ obvio que o abuso de funções e o desvio de poder, para um magistrado, é inaceitavel, e constitui alias um crime especial passivel de sanções agravadas. Isto não esta em causa. Dito isto, seria bom, para estarmos de acordo com os fundamentais lembrados acima, e alias em coerência com as criticas que dirigimos aos magistrados, deixar as incantações vagas e criticar acções ou decisões concretas, de forma fundamentada e documentada.
Tanto quanto percebo, esta celeuma toda vem a proposito de… uma decisão de arquivamento de um inquérito preliminar (decisão que, lembre-se, equivale a reconhecer que não existem provas de ilicito que justifiquem a abertura de uma instrução criminal). Mais uma vez, que outra decisão devia ter sido tomada, no vosso critério ?
Vamos por a questão em termos ainda mais simples. Usando argumentos como os que vejo nos vossos comentarios, qual poderia ter sido a decisão tomada pelos magistrados que NAO suscitasse as acusações de prevaricação ?
Boas
“qual poderia ter sido a decisão tomada pelos magistrados que NAO suscitasse as acusações de prevaricação ?”
Talvez consultar a lei antes de bifar correspondencia alheia.
Quem disse que não o fizeram ?
ò viegas, já chega. a malta do ministério público já deu pela tua performance aqui no caixote dos comentário, mas o argumentário é tão mau que os gajos vão fazer um comunicado a demarcarem-se de apoios fascistóides que pretendem denegrir o ideal neo-nazi da corporação.
“Vamos a exemplos concretos ? Diz a amiga Maria que sabe por um irmão, de fonte segura, que os magistrados têm direito a Rolls Royce pessoal para se deslocarem durante os 9 meses de férias que gozam habitualmente nos Baleares.”
Conversa de merda!!!!
Calma ai, ignatz. Ja expliquei o porquê do ligeiro excesso retorico e até pedi desculpa. Não tens que me ler, mas se o fizeres, tenta ler tudo.
Quanto ao resto, tudo bem espremido sobra a questão das decisões que v. consideram criticaveis ao ponto de quererem enforcar magistrados, ou desistir de ter um ministério publico (podias ser tu a assumir estas funções, havia de ser bonito) :
1. A decisão de iniciar um inquérito contra uma pessoa insuspeita e que não se pode sequer suspeitar porque i/ é membro ou simpatizante do meu partido, ii/ é ministro e o respeitinho é muito bonito iii/ é o Português mais badalado nas Europas e parece mal, credo iv/ toda a gente sabe que compadrio, corrupção e estas coisas não existem nem nunca existiram em Portugal, e finalmente, v/ trata-se de um amigalhaço da malta do aspirina b.
2. A decisão de arquivar o inquérito, inaceitavel e altamente danosa porque ?
Não esqueci nenhuma, ou esqueci ?
Um beijo para ti
O comentario anterior é meu (não sei o que sucedeu apagou-se o nome, provavelmente mais uma manobra suja do MP)
ò viegas pega aí os êxitos dos últimos anos da corporação que defendes.
1 – inventona de belém, cavaco queixa-se que anda a ser espiado e o ministério público faz escutas ao sócras
2 – cavaco faz permuta manhosa da vivenda mariani pela cena da coelha, 5 vezes mais área e qualidade superior, subavaliação à vista desarmada, papéis falsos, construção ilegal, etecetera & tal, ministério público investiga o freeporcos na base de uma denúncia anónima dum gajo do cds, que trabalhava no gabinete do santana lopes, em colaboração com agentes da judiciária.
3 – cavaco e filha embrulhados numa história de mais valias nunca vistas com acções do bpn, nunca justificou a compra e muito menos a venda, ministério público investiga um sucateiro que deu uma caixa de robalos ao vara.
4 – bes financia o genro do cavaco na compra do barracão atlântico, o banco faliu, não se sabe se pagou, se ficou a dever mas aparentemente aquilo é dele mais umas herdades que entretanto comprou. estranho para um gajo que só tinha credores à perna. ministério público investiga cartões de crédito dos ministros do governo sócras e guarda resultados na gaveta para melhores dias.
5 – falência fraudulenta do bpn, gang cavaco à solta, só o oliveira casca foi dentro mas por pouco tempo e ainda gozou com a justiça, ministério público preocupado com 20 perguntas que não fizeram ao sócras nos últimos 10 anos de investigações e fugas ao segredo de justiça.
6 – governo sócras muda localização do futuro aeroporto da ota para alcochete por pressão do cavaco, baseado em estudo pago pelo vanzelina, para os amigalhaços da primária do cavaco comprarem terrenos em alcochete com dinheiro emprestado pelo bpn. ministério público chamado a investigar sócras por negociatas com a elos e mais não sei quê relacionado com o troço do poceirão que foi cancelado pelo passos, negociata do sérginho com condições ruinosas para o estado.
7 – desapareceram uns milhões com a compra dos submarinos e apareceram vestígios no cds por intermédio do capelo rego. idem com uns pãesduros, mais umas broas com armamento e sobreiros do bes. investigações borregaram, tudo gente séria. ministério público investiga sócras por suspeita de receber bué de milhões do saco azul do ges.
8 – orlando figueira empresta dinheiro por baixo da mesa ao carlos alexandre e encaminha currículo do filho para a sonangol e é tudo normal. investigam-se cabras & cabritos.
9 – passos vende a pt à azeitice por uma broa e o ministério público resolve investigar sócras porque não vender ao belmiro.
10 – a corporação queria demitir o centeno por causa dumas entradas para a bola, mas como a coisa não tinha ponta por onde pegar, abortaram a coisa e meteram a bucha dos cartões de crédito dos secretários de estado do socras.
11 – rangel decide na operação marquês contra gosto da corporação, é investigado e buscas em direto na tv manhosa por uma cena que afinal ninguém ainda sabe o que é, mas que afinal pode não ter sido nada. dizem que havia um pacote com 10k euros na garagem.
poderia ficar aqui a noite inteira a enumerar exemplos da luta contra a corrupção e prisão de poderosos, mas seria fastidioso porque começam e acabam todos da mesma maneira: ai-é-então-espera -aí-que-já-comes.
Desculpa lá, ó Viegas
mas:
O sentido de oportunidade, na actual conjuntura política, não é estranho? A forma como foi exposta nos mérdia e, a par da gravidade da acusação a sua falta de substância, não te causam perplexidade?
Queres dizer que a mulher de César e outros têm que parecer, mas o MP pode cagar para isso, certo?
Sorry, tenho que ir bulir
Já volto
«E também não queriam ter de reconhecer que existiu um Governo em Portugal, liderado por Sócrates, que fica como um exemplo de probidade e motivo de orgulho para a Nação – felizes dos cidadãos cujos governantes até arriscam ir de cana por causa do seu amor à leitura.», ó Valupi quando estás muito enfrascado não escrevas.
[Conselho de amigo, vai por mim que só quero o teu bem.]
Bela malha, Ignatz!
Citando um amigo meu, que isto deveria servir como uma epígrafe para o Aspirina B e está à vista: «quem escreve política e estilisticamente estas merdas [essas aí em cima, no caso] evidencia um sintoma óbvio de alcoolismo (que é contagioso no espaço público, pois o cheiro a vinho atrai a clientela errada).» nem mais.
Vieira,
Mas qual “oportunidade” se com o arquivamento do inquérito preliminar (num tempo mais do que razoavel, tanto quanto percebo) o Centeno pode tapar as bocas do mundo e, ainda por cima, chovem impropérios sobre o ministério publico ?!? Os magistrados do MP são estupidos, ou masoquistas ?! Gostava de perceber… E onde vais buscar a certeza que são os magistrados que escrevem o que se publica nos jornais ? Deixa estar, eu sei perfeitamente onde é que vais. Vais precisamente ao mesmo sitio onde outros encontram a certeza que Socrates é culpado e que, se não é culpado daquilo de que o acusam hoje, é com certeza de outra trafulhice qualquer, visto ser publico que andou anos a roubar…
Olha, desisto. Vocês de facto têm a escola toda. A do Correio da Manhã, que pelos vistos é a unica que conta… Boa continuação.
Boas
…and I’m back
Só para terminar o raciocínio:
Não me parece subserviente dizer que certas instituições e pessoas têm que ser investigadas com algum cuidado. E quando digo cuidado refiro-me ao método, regras.
Calculo eu, que não pertenço à seita da justiça, que um juiz, alguns funcionários e polícias participantes da investigação estão obrigados por lei a cumprir o segredo de justiça. Neste caso, portanto, algum dos intervenientes cometeu um crime. Não é tempo de responsabilizar o juiz, por ex? Talvez isso fizesse rolar algumas cabecitas (nunca de juízes, tenho a certeza) que serviriam de aviso à navegação. Só para não ser tão descarado, sei lá.
Viegas:
A minha última posta foi feita na sequência da anterior sem considerar a tua resposta porque não a cheguei a ver.
No entanto, fiquei baralhado. Perdi-me a seguir ao “Vais precisamente…”
Pareceu que defendias a presunção de inocência do mafarrico.
Como te atreves?
Tantas palavras para dizer o que é tão simples: Quem se mete com os juizes, leva!
Sócras meteu-se, e não viverá para o contar!
Muito gosta o ‘Boas’ da companhia dos infiéis, foda-se, masochista do caneco!
OK.
Não discordo do penultimo comentario do Vieira e é obvio que tem de haver regras, sendo uma delas, e não de pequena importância, o segredo de justiça. O magistrado que ceda à tentação de brincar com a regra, ainda que com os mais angélicos pretextos, não pode ignorar que brinca com o fogo.
Boas
Valupi, como podes não te recordares do dia de ontem… não censures o meu comentário, e passa a fazer essa rotina assim pela fresquinha sugiro-te.
______
Eric
7 DE FEVEREIRO DE 2018 ÀS 22:07
O seu comentário aguarda moderação.
Citando um amigo meu, que isto deveria servir como uma epígrafe para o Aspirina B e está à vista: «quem escreve política e estilisticamente estas merdas [essas aí em cima, no caso] evidencia um sintoma óbvio de alcoolismo (que é contagioso no espaço público, pois o cheiro a vinho atrai a clientela errada).» nem mais.
O dossier de acompanhamento do processo que deu origem à Operação Fizz, e que se prende com a compra de um apartamento de luxo no Estoril pelo ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente por 3,8 milhões de euros, “ter-se-á extraviado”. As palavras são de Cândida Almeida, que estava à frente do Departamento Central de Investigação e Acção Penal quando o procurador Orlando Figueira, que ali trabalhava, arquivou – com a sua concordância como superior hierárquica –, a investigação destinada a apurar se a origem dos fundos com que Manuel Vicente pagou o apartamento era lícita. Cândida Almeida está a ser ouvida nesta quinta-feira em tribunal, na qualidade de testemunha.
[…]
Toma lá para guardares na pasta das tangas-grandes-médias-e-pequenas, Valupi.
Este João Viegas saiu melhor que a encomenda , será que pertence a uma seita secreta ou é advogado do diabo ? , parece o Pacheco Pereira ( o ideólogo de Cavaco ) , Luís Delgado ou ainda o malogrado Vasco Graça Moura , a comentar , no tempo em que Cavaco foi primeiro ministro .
Caso encerrado de Centeno e a devolução dos documentos levados ? , parece que é para fazer jeito qualquer dia .
Fico cada vez mais com a sensação muito forte que o ministério publico é um Estado dentro do Estado português .
Bom dia
” o Centeno pode calar as vozes do mundo ” só por graça ! , fomos a chacota ( Portugal ) do mundo isso sim e a posição de Centeno quanto a mim saiu fragilizada , ao fim e ao cabo foi o que ” eles ” quiseram !
Os comentáris do sr. viegas são constituídos maioritariamente pela falácia do boneco de palha. Será que é isto que ensinam no centro de estudos judiciários? De resto, nada de novo. É a corporação a defender os privilégios que ainda detém… coitadinhos, tanto trabalho e tão pouco vencimento e prebendas!
Os 10k na arrecadação eram as notas do Monopólio.
Para o Viegas a ética e a moral terminam onde termina a lei. É a conversa tipica de um corrupto casual.
erminou o interrogatório aos juízes Rui Rangel e Fátima Galante no Supremo Tribunal de Justiça, a meio da tarde desta quinta-feira. Os dois arguidos na Operação Lex remeteram-se ao silêncio no primeiro interrogatório judicial.
De acordo com a agência Lusa, os dois suspeitos alegaram que precisam de mais tempo para consultar o processo. Em declarações aos jornalistas, João Nabais, advogado de Rangel, já tinha avançado que a defesa tinha suscitado “um conjunto de questões procedimentais que tem a ver com acesso de documentos e prazos”. E acrescentou: “Tudo isto é terreno novo. Não é normal haver inquéritos e instrução no Supremo”. Nabais revelou também que as defesas de Fátima Galante e de Rui Rangel estão concertadas.
Schiiuu, que isto está mau! Toma lá mais umas manhas para o teu relicário, ó Valupi.
(o teu blogue teve uma recaída para os lados do vinho ordinário, pá?)
vamos lá ver: alguém pode, por favor, explicar-me o vernáculo de boas no final de uma intervenção? pode ser que deixe de odiar essa pseudo-boutade. :-)
Muito bem, Valupi.
pena que por uma vez que a conversa estava interessante, tinha que aparecer o eric a dizer…nada…o costume diga-se; parabens ao comentador das 20:34 que enumerou todos os factos que tanto escapam aos erics desta vida !!
boas tardes ou noites