Mesmo para quem papa documentários científicos desde que a televisão ainda era a preto e branco, ou se calhar por causa disso, o filme The Most Unkown consegue surpreender e seduzir. É um documentário onde vemos breves encontros de cientistas nos locais onde fazem a sua investigação. Cada encontro reúne dois cientistas de disciplinas diferentes, hospedeiro e hóspede. Pelo meio, somos brindados com belas imagens relativas aos locais visitados ou à tecnologia usada nos laboratórios. Nas conversas capta-se a espontânea novidade que os cientistas experienciam ao ter de descrever o objecto da sua investigação, e a motivação para continuar a investigar, a um colega que trabalha noutras áreas científicas.
Para quem ainda não descobriu os encantos ilimitados que a ciência espalha gratuitamente à sua volta, esta hora e meia de espectáculo pode despertar vocações. Ao contrário do cliché, não nos aparecem à frente seres vaidosos, professorais ou crípticos (mesmo que fascinantes). O elenco foi antes escolhido por ser maioritariamente exuberante de vitalidade e paixão, simpatia e descontracção, sendo essa a mensagem principal que se está a passar: os cientistas como os vizinhos do lado, de calções, chinelas e servidos por uma inteligência maravilhada com os enigmas que nos rodeiam e constituem. Daí as conversas serem banais, fragmentárias, apenas ilustrações sociológicas sem qualquer relevo científico para um espectador minimamente culto em cada um dos tópicos abordados.
Partindo de um esgalhanço criativo que estruturou o guião (e da colaboração do gigante Werner Herzog), o resultado é um documentário autenticamente transdisciplinar. As artes da comunicação são aqui aplicadas para nos levar a invejar aquelas pessoas, invejar a sua alegria. E a alegria, logo a seguir ao espanto, tem sido desde os pitagóricos a energia erótica que nos faz voar, ou rastejar, em direcção a essa verdade que para sempre será a linha do nosso horizonte ontológico.
Se o Fiolhais lê isto , vai ver o doc, e não lhe agrada, ainda promove um abaixo assinado a propor o bloqueio. E depois dá uma entrevista e chama-lhe “curadoria”.
A Netflix tem alguns bons materiais.
E esta série documental sobre a vida nas prisões, apresentada por um fulano que esteve preso, condenado por assassínio, e que foi libertado aos fim de 12 anos, por se descobrir inocente, já viram?
https://www.netflix.com/title/80116922
Galuxo, o maior ex-presidiario da Netflix e do show business é Mickey Donovan
https://www.youtube.com/watch?v=5JJEk85v5QE
“Top of the morning cocksuka” eheheh
https://www.youtube.com/watch?v=Vppjan3xAno
GRATA pela Janela!!! :D
“E a alegria, logo a seguir ao espanto, tem sido desde os pitagóricos a energia erótica que nos faz voar, ou rastejar, em direcção a essa verdade que para sempre será a linha do nosso horizonte ontológico.”
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