Baldaia’s effect

«A ideia de que a ética se esgota na lei e tudo se resolve pelo voto, mesmo que não se contribua para um voto esclarecido, é tão estranha como ver que algum jornalismo comporta-se como se comportam as claques partidárias, satisfazendo-se com os esclarecimentos dos seus e nunca ficando satisfeitas com os esclarecimentos dos outros, mesmo que as evidências lhes digam o contrário. No caso deste jornalismo mais partidarizado, vemos uma espécie de advogados de defesa, umas vezes, e porta-vozes do Ministério Público, nas outras. É uma relação antiga, do tempo em que parecia impossível levar a tribunal os crimes de colarinho branco e se formavam “sociedades” entre os jornalistas que ganhavam as cachas e os procuradores que faziam justiça pela própria caneta.

Dos julgamentos na praça pública, passou-se para operações cirúrgicas em cima de campanhas eleitorais, visando os dois maiores partidos. Quantas destas operações obtiveram condenação nos tribunais? Continuamos à espera que algum dia isso aconteça. Imaginando que estas “sociedades” tinham a boa intenção de dissuadir a prática de crimes por parte dos políticos, acusando-os através da comunicação social na esperança de os ver condenados nas urnas de voto, é tempo de perceberem que é preciso repensar a estratégia. O povo parece já ter topado a artimanha e não se deixa condicionar, como se viu na Madeira.»

Paulo Baldaia

O Baldaia diz que colegas seus, conluiados com magistrados, cometeram e cometem crimes. Mas o Baldaia não diz que colegas seus, conluiados com magistrados, cometeram e cometem crimes. Porque para ter dito isso era preciso que isso fosse dito. Ora, não. Népias.

Então, que nos conta o Baldaia? Algo assim: “Eu, como jornalista, e craque na matéria, sei de ginjeira o que se andou a fazer ao Sócrates, e a todos os socialistas que pudessem ser apanhados nessa caçada, e alinhei nisso desde 2004, por actos e omissões, mas entretanto, em 2025, interessa-me chutar a culpa para o Ventura, portanto venho aqui dizer que «os dois maiores partidos» são agora, ambos coitadinhos e irmãos, os alvos dos malandrecos dos procuradores.”

O Baldaia não está sozinho, honra lhe seja feita. Todo o regime é cúmplice, todo o regime aceita que os magistrados cometam crimes. Ele é apenas mais taralhouco do que os seus colegas, daí exibir-se em público só com a encardida roupa interior no pêlo.

4 thoughts on “Baldaia’s effect”

  1. “Chega tem sido “um trompete” da desinformação em Portugal”
    https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/chega-tem-sido-um-trompete-da-desinformacao-em-portugal/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques

    descobriram agora porque foi o gajo que denunciou as avenças do montenegro.
    por este andar ainda vão descobrir que o ministério público é uma incubadora da chungaria ao serviço da extrema-direita ou que as polícias estão infestadas de malta tatuada com suásticas que faz gratificados à borla para o aldrabé ventrulhas.

  2. «…satisfazendo-se com os esclarecimentos dos seus e nunca ficando satisfeitas com os esclarecimentos dos outros, mesmo que as evidências lhes digam o contrário…»

    Pois, o Baldaia começa a baldar-se como os ratos nos navios a afundar-se. Tal como os seus pares já percorreu quase todos os lugares de chefia em tudo que é jornalismo patronal, do dono.
    Agora começa a ver o caso tão pouco escondido de forma que até os crentes e ignorantes se apercebem da evidência manhosa arquitetura político-jurídica instalada no pilar do poder não eleito o qual trata, sobretudo, de condicionar o voto livre do eleitor.
    Pretende-se criar a ideia de corrupção generalizada na sociedade para criar uma tendência manifesta do voto num trumpismo/putinismo/xiismo, isto é, num salazarismo ainda mais totalitário e violento. É da história que os promotores deste tipo de trabalho sujo em favor de quem dirige as “massas” são os primeiros a ser engolidos pelas ditas “massas” logo que o poder esteja seguro; são deitados fora como coisas perigosas já imprestáveis.
    O caso Sócrates foi o ensaio geral no qual todos embarcaram, até o seu próprio partido, e desde então as experiências nunca mais pararam, com sucesso. Quando, onde e como pararão!
    Vive-se ainda num período cinzento sem saber abertamente quem serve quem e para que fins precisamente colaboram, contudo, é evidente que não é para a democracia e o progresso democrático.
    Os baldaias promotores encartados da atual situação começam a perder o controlo de criadores do atual estado das coisas e, agora, temem o seu futuro.

  3. Ah, o Baldaia. Quando o 44 andava a tentar calar a Boca Guedes, dizia-se que era o Baldaia o escolhido dele para ‘gerir’ a TVI. A golpada falhou, e o Baldaia desmentiu, mas não mais se livrou da fama sucateira. Algum tempo depois, quando director do DN, correu com o Alberto Gonçalves – talvez o tipo que melhor escreve nos jornais, embora seja um direitalha alucinado e algo patético.

    Fora isto, o Baldaia sempre pareceu sabujo. Claro que para os xuxas desta casa o seu pecado é não cantar loas suficientes ao 44, o santo padroeiro da casa, nem berrar pelas terríveis injustiças que o pobre turista parisiense sofre desde que deixou o país na bancarrota. Pobre, pobre 44.

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