O debate político, em todas as democracias desde a primeira, não pode abdicar da espuma dos dias, das parvoíces enfunadas, dos desvarios emocionais, das futilidades da vaidade, da retórica pronta-a-cuspir, das hipocrisias metodológicas – nem das invejas, dos medos, das raivas, das inseguranças, das ignorâncias, das ilusões, das soberbas, da maldade. A luta pelo Poder implica a luta pela riqueza social e material, pelo estatuto, o ideal, a honra, a realização individual e, em variados casos e de variadas formas, a dignidade ou a mera sobrevivência. É a história do mundo, repetindo-se com inevitabilidade igual em todas as épocas e lugares. E a comunicação social, apesar das suas características libertárias, depende de excepções (sempre imprevistas) para correr o risco de ser adubadora e catalisadora de um acrescento de inteligência cívica, escapando ao sensacionalismo e à miopia intelectual. Basta ver que não há um único órgão de comunicação social privado que seja um bastião de independência jornalística; sem favores, simpatias e cumplicidades políticas. Talvez o Público de Vicente Jorge Silva tenha sido isso, ou nisso tenha acreditado como horizonte. Talvez a TSF, numa vocação de serviço público onde a modéstia do meio refreia as tentações, seja o que temos de mais próximo, actualmente. Existem vozes que criaram marcas independentes na política-espectáculo – como Vasco Pulido Valente ou Miguel Sousa Tavares, por exemplo – não existem corpos de profissionais constituídos e chefiados para cultivar a independência como regra e ideal na prática do jornalismo de investigação e reflexão.
Também se pode meter na gaveta esta conversa, admitindo que a esterilidade política e social é impossível e, ainda por cima, nefasta. Cada agente político, até ao átomo do sistema em que consiste o cidadão, está condenado à parcialidade, à distorção, ao erro e, portanto, à injustiça. Emitir uma opinião é apenas dar conta dos limites da informação e do entendimento próprios. A complexidade circundante fica anulada no fragmento com que se abre caminho, defende a propriedade ou alcança a ração. A comunicação social, portanto, não poderia escapar ao molde dos que a produzem, o material humano é o mesmo.
Sendo assim, e assim é, que processos lógicos e objectivos levam às escolhas e recusas dos eleitores? Que leva a que o PCP, o partido que se propõe dar trabalho, aumento de salários e pensões a toda a gente, não ganhe eleições, sequer seja posto numa posição de ser parceiro governativo? Que leva a que o BE, o partido que se propõe roubar os bancos para dar o dinheiro aos pobres, não ganhe eleições, sequer leve a que se façam manifestações de apoio ao saque prometido? Que leva a que o PSD, o partido que se propõe baixar impostos e encher as pequenas e médias empresas de regalias, não ganhe eleições, sequer se destaque nas sondagens? Que leva a que o CDS, o partido que se propõe colocar um polícia em cada esquina para acabar com a ladroagem ao mesmo tempo que salva a lavoura e os feirantes, não ganhe eleições, sequer seja levado a sério pelos adultos? E, claro, que leva a que o PS, o partido que se propõe governar sejam quais forem as condições nacionais e internacionais, continue o preferido dos eleitores, e isto apesar das mais violentas campanhas difamatórias e caluniosas contra um primeiro-ministro de que há memória em Portugal e das pesadas medidas de austeridade?
Por que será? Estaá o P.S. a comprar votos a nível nacional? Deve ser um partido milionário, para assim poder fazer cambalacho a nível nacional. Os outros partidos, coitadinhos, como são uns tesos, não podem fazer nada e só conseguem alguma coisinha, com as ajudas de uns pasquins e de umas televisõesinhas e de uns sindicalistas da treta , magistrados ou não. Esta gente deve estar toda doida, para continuarem a apoiar um partido destes.
O debate político tem todas as virtudes e todos os vícios, do debate que se produz nas assembeias de condóminos… Lol! Conhecer este é conhecer aquele!
porque os portugueses são masoquistas ? que andam a prozac , parece que é um facto estatístico.
Com difamaão ou sem difamação … se há 1 alternativa ao Sócrates é no PS Y não fora do PS! Essa é que é Essa! ( Claro: falo do Augusto Santos Silva ).
Já percebemos é que Governar sem ser em maioria não Dá.
Há mts egos que por egos Arrastam o PT para o fundo dos fundos.
…
Valupi … os seres que mencionas nem me merecem menção. Continuam há anos a dar papa rala y estragada ao povo. Qualquer dia de tanto os ouvirem o PT vira sítio de papagaios.
Caro Valupi,
Explica-se com uma palavra apenas – “MEMÓRIA”.
Para azar desses senhores, os eleitores além de serem animais racionais, têm Memória para racionalizarem o passado com o presente e imaginarem o futuro.
sade, um dia destes vais andar aí a pechinchar todos os tipos de antidepressivos aos psiquiatras. Believe me. Costumo ter uma excelente capacidade de premonição. Nesse dia, lembrar-te-ás de mim. Bye.
O facto de ter o melhor PM de sempre?
Melhor PM de sempre? Talvez na Venezuela seria… Augusto Santos Silva?!?!? Anda tudo doido, só pode, ou então querem continuar a mamar à conta dos portugueses.
hum
Somos um povo que, apesar de tudo, suportou, sem se converter, 48 anos de uma mesquinha, hipócrita, suja, …, ditadura. Ficámos bem vacinados contra a calúnia, a mentira, a difamação, as bufarias… Não será esta a resposta?
Ai não sei não!!! E não é por causa do neurónio louro e overworked. É que não sei mesmo! (ou então é a boa-educação que me impede de sequer pensar na resposta).
o ps é um partido magnífico
o ps é o único partido honesto e trabalhador
o ps é o único partido português digno desse nome
o ps é o único partido que diz a verdade
o ps é o favorito dos portugueses
graças ao ps portugal é hoje uma nação livre, independente, democrática e progressista
todos têm inveja do ps
o ps sempre pôs os interesses do país acima dos seus próprios interesses
todos os outros partidos são escumalha. viva o ps
o ps devia ser como a união nacional
quando for grande quero ser do ps
Talvez o facto de as eleições terem sido ganhas pelo PS há pouco mais de um ano. Quem inventou que o Governo devia cair foi a oposição, sobretudo o PSD que nunca engoliu a derrota. Praticamente desde que as perderam não falam de outra coisa, tudo gira à volta de eleições antecipadas, isto apesar de nunca terem tido coragem para apresentar uma moção de censura. Até pensaram que estavam dispensados de apresentarem ideias alternativas, que talvez os portugueses votassem no Passos Coelho pelos seus lindos olhos.
Juraram a pés juntos que Sócrates não governaria sem maioria absoluta, mas o que os eleitores vêem é um Governo a tentar dar a volta à maior crise de que há memória, que ao contrário do que toda a oposição tenta fazer crer, não é da sua responsabilidade. Talvez os eleitores ainda se lembrem das medidas que o Governo tomou para lhe minorar os efeitos, e que foram responsáveis pelo disparar do défice.
Ou talvez ainda se lembrem do último governo de coligação PSD/CDS. Talvez.
Manuel Loureiro, desta a resposta toda em três linhas.
acho que me interpretaste mal , Claudia. não estava a gozar com depressões e tb me pode calhar a mim , pois claro.
mas posts destes dão-me para rir. . há ( mais ou menos ) 10 milhões de portugueses , sendo que 2 milhões e setenta e sete mil votaram PS em 2009 ; 1 milhão e 650 mil PSD ; a participação dos cidadãos foi de 59% , mas houve tb 170 mil votos nulos e brancos. ora , em 2005 a participação foi de 64 %….o partido que vai de vento em popa é o da abstenção. e é isso que importa discutir , a treta de partidocracia em que se tornou a democracia representativa .
e é uma generalização abusiva , acho : “os portugueses “, assim sem mais. diga 2 milhões de portugueses , 20 % não são todos , pois não? devem ser os militantes e a clientela política que arranjaram em 15 anos de poder…porque cá para mim , só os militantes dos partidos é que já vão votar , sem ser nulo ou branco.
O que leva os portugueses a terem as maiores taxas de analfabetismo (estrutural e funcional) da Europa? O que leva os portugueses a terem dos piores índices de desenvolvimento da UE? O que leva os portugueses a terem das mais baixas taxas de participação cívica (cidadania)? O que leva os portugueses a serem carneiros e a acreditarem em tudo o que lhe dizem? O que será?
O que leva os portugueses a terem mais piolhos que os outros povos da Europa?
Que leva os portugueses a comer bacalhau com broa?
O que leva os portugueses umas vezes a inventar outras a arengar sobre o que não sabem?
O que leva os portugueses da alguns partidos de direita a levar…?
O que leva, o que leva e o que releva?
Quarenta e oito anos de ditadura – sobretudo sem acerto de contas com uma data de filhos da puta que a protagonizaram – não se recuperam com facilidade. MAIS NADA!
rui mota…
não acredito em nada que escreves!
Os Portugueses são bastante menos estúpidos do que muitos imaginam, ou gostariam. E 30 anos de democracia dá para afinar o tangómetro razoavelmente. Para mal do PCP e do CDS, para futuro mal do BE (se o PS se deixar de merdas), e para o presente mal do PSD, enquanto não mudarem de geração. Não digo que estejam apaixonados pelo PS, mas é difícil votar em quem insiste em não apresentar alternativas que se vejam.
Inspirar em vez de lamuriar. Essa é, e sempre foi, a chave.
huhum
Resumir é sempre perder, é perigoso generalizar. Desconfio sempre de frases assim: Os portugueses assim, assado, a Inquisição assim, o Marques de Pombal assado. Já chega, as coisas são mutáveis…
JPFerra,
Estás no teu direito. Mas, não respondeste às perguntas. Vá lá, faz um esforço…
A TSF não anda lá muito isenta. Já foi. agora está francamente esquisita. É pena.
“Cada agente político, até ao átomo do sistema em que consiste o cidadão, está condenado à parcialidade, à distorção, ao erro e, portanto, à injustiça. Emitir uma opinião é apenas dar conta dos limites da informação e do entendimento próprios”
Bem!
“A comunicação social, portanto, não poderia escapar ao molde dos que a produzem, o material humano é o mesmo”
Sim. É verdade. por isso é que nós devemos buscar a informação em várias fontes e sob diferentes perspectivas.