Para José Miguel Júdice, a controvérsia sobre a licenciatura do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Portugal não é razão bastante para Miguel Relvas abandonar o Governo.
“Nunca seria por um tema destes que ele deixaria de ser ministro. Fala-se muito no Miguel Relvas, mas faz parte da maledicência portuguesa, as pessoas criticam, eu estou de acordo, mas não é realmente suficiente”, sublinhou o antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Portugal.
Caso da licenciatura não chega para demitir Relvas
__
Júdice está carregadinho de razão. Que importa a licenciatura de Relvas para além do despautério pícaro que a personagem oferece para consumo popular? Isso das equivalências é lá entre ele e a Lusófona, tudo gente séria. Mas qual seria a opinião de Júdice a respeito dos casos imediatamente anteriores? Num deles, o primeiro, Relvas foi para uma comissão parlamentar mentir a respeito da sua relação com um super-espião que andava realmente a espiar meio mundo ao serviço de interesses empresariais e sabe-se lá que mais. No outro, o segundo, o Ministro com a tutela da comunicação social é acusado por um jornal em peso, Redacção e Direcção, de ter ameaçado fazer um boicote do Governo a esse órgão e de ter ameaçado divulgar informação do foro pessoal relativa a uma jornalista e a uma terceira pessoa que teria uma eventual relação íntima com essa mesma jornalista. Perante estas acusações, que ainda implicam que Relvas mentiu nas declarações que prestou à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, o exemplar Ministro nem sequer procurou defender o seu nome em tribunal, antes tendo deixado chapada a veracidade da acusação ao confirmar parte dos acontecimentos relatados pelo jornal. Também achará Júdice que esta procissão de misérias não justifica um higiénico apontar da porta ao magnífico governante? Era, como dizer, útil, ou, vá lá, giro, saber o que pensa a esse respeito – só que ninguém lho perguntou, seguramente por falta de tempo.
Júdice não é quem está em causa, óbvio, tão-só a ocasião de constatarmos o nível de hipocrisia e decadência que se abateu como calamidade na política nacional. E tudo seria tão fácil de alterar, tudo seria tão difícil de manter. Bastaria que existisse imprensa em Portugal.
e quem é que lhe encomendou o sermão? interessante era saber quanto custou ao erário público esta declaração, se foi paga em dinheiro ou é por conta de um qualquer favor. quando era mais novinho não tinha vergonha de ser facho, agora em velho anda dissimulado de democrata.
Imprensa até existe. Está é toda ela alinhada à direita e tem muito, mesmo muito medo. Os jornalistas dependem dos chefes, que dependem dos donos, que temem um poder politico que não hesita em retaliar. O tempo da luta contra o poder faleceu em Junho de 2011.
Estranho é um gajo de esquerda olhar para as bancas e ter muita dificuldade em escolher a porra de um jornal. Só mesmo em Portugal.
Concordo não escolha em Portugal no que toca a imprensa escrita já que seria optimo que houvesse alternativa ao jornal Público, quer no que toca à isenção quer no que toca à qualidade. Eu como pesso de esquerda gosto que um jornal promova o debate nas suas páginas e nos ponha a reflectir sobre o Mundo em que vivemos. Por favor nada de jornais monocolores, muito menos num país como nosso que é preguiçoso no que diz respeito ao exercicio da cidadania. Nunca se iludam os que pensam que poderiamos ter uma impressa como a inglesa ou americana – realismo por favor.