Abençoada democracia

Juntaram-se dois cínicos paranóicos e foi este o resultado:

Nuno Ramos de Almeida afirmou saber que os serviços de informação estão absolutamente governamentalizados, com camadas sucessivas de gente colocada por confiança partidária e com poderes demasiado vastos. Quais poderes e porquê demasiado vastos? Não disse. Mas disse que o DN fez mal em ter revelado o email supostamente verdadeiro, que os serviços de informação militares foram mesmo a Belém e que Cavaco suspeita mesmo das escutas. Portanto, que elas existem. Mais declarou que as polícias não têm independência face ao poder político e que o Partido Socialista condiciona o poder judicial, como se vê no caso do juiz Rui Teixeira. Também verteu uma calúnia dirigida a Lopes da Mota.

Paulo Pinto de Mascarenhas explicou que o Lima foi à vida apenas porque apareceu o email, mas que há mesmo espionagem de Sócrates, competindo agora ao Governo demitir alguém para voltar a reequilibrar a guerra fria, tal como se faz nas crises diplomáticas que envolvem espiões. Se o fizer, estará tudo bem e siga.

Abençoada democracia que acolhe quem lhe faz tanto mal.

4 thoughts on “Abençoada democracia”

  1. A gajos desses costumo deixar esta pergunta: Sabe que a limitação de mandatos foi aprovada pelo PS-Sócrates? Quantas ditaduras travestidas de democracia conhece que tenham limitação de mandatos, quantas conhece?

  2. exactamente José Castro. Esse é sem dúvida um ponto muito forte a favor de José Sócrates, a limitação de mandatos que os mendicantes introduziram a partir da Idade Média contraria tudo o que é abade, e essa foi uma pedrada forte no sistema democrático no sentido da sua revitalização e dignificação, chegados que estávamos ao tudo corrompido. Muitos, desde logo, não lhe perdoaram. Abades, claro.

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